A Mãe de Deus no Concílio de Constantinopla


Constantinopla, antiga Bizâncio e hoje Istambul, capital da Turquia, foi a sede do segundo concílio ecumênico, que recebeu o nome de Constantinopolitano I, não em 381. Convocado pelo imperador Teodósio I (379-395), não se desenrolou no palácio imperial. Presume-se que tenha sido na Igreja dos Santos Apóstolos. Teodósio não esteve presente nas sessões.

Na ocasião, o papa era São Dâmaso 9366-384). São Gregório Nazianzeno, bispo de Constantinopla e presidente do concílio, foi a grande figura do evento , mas ele se demitiu da sede episcopal no decorrer do mesmo concílio. Foi chamado o "Concílio do 150 padres" por estimar-se ser este o número de participantes.

Dois assuntos importantes levaram à convocação do concílio: alguns pontos ainda pendentes sobre Cristo e a questão da origem e natureza do Espírito Santo, dado que Macedônio, personagem influente em Constantinopla, e seus adeptos ensinavam que o Espírito Santo não era Deus como o Filho, mas uma espécie de ministro, de intérprete, algo assim como um anjo.

O concílio afirmou a fé na divindade do Espírito Santo. O documento mais importante do concílio foi a profissão de fé, o símbolo, conhecido como Símbolo Niceno-Constantinopolitano, uma espécie de desdobramento da fé professada no Concílio de Nicéia, em 325.

O Símbolo Niceno-Constantinopolitano "é o documento mais significativo e mais importante de toda a história do cristianismo" (Alberigo). É um símbolo que recitamos até hoje em nossas missas. Acrescenta afirmações sobre Cristo e sobre a divindade do Espirito Santo.

A pessoa de Nossa Senhora não aparece como objeto das discussões do concílio, porém ela é nomeada no símbolo: " Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, que se encarnou no seio da Virgem Maria e se fez homem".É o primeiro símbolo, a primeira fórmula de fé de valor dogmático universal, que contém uma referência explícita a Maria no mistério da encarnação. A expressão Mãe de Deus não aparece, mas aí se acham todos os elementos da maternidade divina: a encarnação do Filho de Deus, Deus de Deus, tem um só princípio, composto de um elemento divino, que é o Espírito Santo, e de um elemento humano, que é Maria.

A palavra Virgem sempre estará acompanhando o nome da mãe de Jesus. Ao lado de Nossa Senhora não é um adjetivo, é um substantivo: Maria, a Virgem (sempre Virgem Maria), mostrando, dessa forma, a iniciativa divina que, neste caso, prescínde da colaboração do homem.



Fonte: trechos extraídos do livro Eis a Rosa






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