Primeira Carta aos Tessalonicenses

É o primeiro escrito do Segundo Testamento (NT), sendo umas das cartas autenticamente paulinas.
Surge do relato que Timóteo faz a Paulo sobre a comunidade de Tessalônica.

A carta é uma expressão de alegria e de fé, pois a comunidade se manteve firme na fé. No apresenta advertências muito sérias.

O problema principal é a preocupação dos cristãos com a morte dos integrantes da comunidade, e que estariam fora da salvação, uma vez que ainda não acontecera a vinda próxima (parusia) de Jesus. Paulo acalma essas preocupações.

Tem como destinatário a comunidade cristã de Tessalônica.

Foi escrita em Corinto, no ano 51 da era cristã (e.C.) e tem como autores: Paulo, Timóteo e Silvano (cf. 1 Ts 1,1).

A sua mais importante chave de leitura é o tripé que sustenta a pequena comunidade cristã na grande cidade chamada Tessalônica: fé ativa, amor capaz de sacrifícios e firme esperança.

O objetivo da 1 Carta aos Tessalonicenses é estimular a perseverança da comunidade e responder algumas questões que a preocupam, como a vinda gloriosa de Cristo (a parusia), que deve ser aguardada na esperança e no compromisso com as tarefas diárias.

Portanto, para compreender especialmente a 1 Ts é preciso ter presente que Paulo e sua equipe missionária foram muito influenciados pelo movimento apocalíptico.

Consideravam que o fim do mundo e a vinda do Reino estavam próximos.

Aguardavam o dia do juízo final, quando o último império cairia, dando definitivamente lugar ao reino de Deus.

Em 1 Ts 4,16-17 temos com clareza essa convicção de Paulo, isto é, que ele esperava o fim em um tempo muito curto. Acreditava que ainda estaria vivo quando Jesus iria voltar (cf. também 1 Cor 7,29; 15,51-52).

Outro aspecto: a 1 Ts é um grito de alegria e gratidão (cf. 1,7s) e se dirige de modo especial a pessoas não-judias convertidas ao evangelho (cf. 1 Ts 1,9).





Quando esta carta foi escrita ainda não havia muita organização eclesial, pois não há referências à hierarquia na Carta, só fala em líderes espirituais (cf. 1 Ts 5,12-13).
A 1 Ts representa a expressão mais antiga da mensagem de Paulo às nações: o apelo para os pagãos rejeitarem os ídolos e servirem o Deus único; o anúncio do juízo final, dado por Deus a Jesus; a ressurreição como preparação.

Contexto de 1 Tessalonicenses


Tessalônica era capital de Macedônia. Localizava-se próxima do mar. Era porto aonde chegavam navios do mundo todo da época. Era perpassada pelas grandes estradas do Império Romano. A sua população era bem diversificada: cada qual com sua cultura, língua, deuses, folclore, supertições, tradições, etc.

Havia comércio do mundo inteiro.

A cidade tinha pensões, hospedarias, saunas, teatros, praças, santuários e prostituição.

O campo tinha rebanhos, cultivo de oliveiras, uvas e frutas. Os latifundiários detinham as terras.

No mar, muitos pescadores tiravam das águas o sustento que alimentava estivadores, comerciantes, marinheiros, soldados, funcionários públicos, etc.

Em Tessalônica havia uma elite dominante, formada por lideranças políticas e militares e pelas minorias que detinham e controlavam o comércio e os meios de produção.

A classe média era formada por funcionários públicos, militares e outros. A maioria do povo era pobre. Não tinha vez e nem voz.

Paulo chegou em Tessalônica em 50/51, vindo de Filipos (cf. At 17,1-15).

Pregou alguns meses, sendo interrompido por um motim provocado por judeus invejosos, que forçaram a saída precipitada de Paulo e Silas para Beréia, de onde também tiveram que fugir, indo para Atenas.

Dali, Paulo enviou Timóteo de volta a Tessalônica, a fim de consolidar a comunidade.









Estrutura da 1 Tessalonicenses.

- 1,1-3: Saudação e ação de graças.
- 1,1-40: Apresentação dos temas: (v 8): Fé ativa (2,1-3,10);

(v.9): Servir a Deus no amor capaz de sacrifícios (1Ts 3,11-4,12);

(v.10): firmeza na esperança (4,13-5,11).

- 2,1-3,10: Fé ativa que subsiste em meio a tribulações.

- 2,1-12: Exemplo do apóstolo;

- 2,13-3,10: Exemplo da comunidade em meio a perseguições. Completar o que falta na fé (3,2.10).

- 3,11-4,12: Amor capaz de sacrifícios. Completar o que falta no amor (4,1.9-10).

- 4,13-5,11: O tema central da carta é a firmeza na esperança, corrigindo o que falta na esperança.

- 4,13-18: Ressurreição dos mortos;

- 5,1-11: Fim dos tempos. É texto apocalíptico.

- 5,12-22: Síntese e exortações várias.

- 5,23-28: Oração e saudação final.

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