As obras espirituais de misericórdia

As obras espirituais de misericórdia são sete:


  1. Dar bons conselhos;

  2. Ensinar os ignorantes;

  3. Corrigir os que erram;

  4. Consolar os tristes;

  5. Sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo;

  6. Rogar a Deus por vivos e defuntos.

Chamam-se espirituais porque referem-se à alma do próximo.

No juízo final hemos de ser julgados acerca das obras de misericórdia. Com efeito, assim fala Nosso Senhor no Evangelho: “Quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos os Anjos com Ele, então se assentará sobre o trono da sua glória, e perante ele serão ajuntadas todas as gentes, e apartá-los-há uns dos outros como o pastor aparta as ovelhas dos cabritos. E porá as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. Então dirá o Rei aos que estiveram à sua direita: ‘Vinde, benditos de meu Pai; possui reino que vos está aparelhado desde a fundação do mundo. Porque tive fome e me destes de comer; tive sêde e me destes de beber; fui estrangeiro e me recolhestes; nú, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; estive na prisão e viestes a mim’. Então lhe responderão os justos, dizendo: ‘Senhor, quando é que te vimos faminto, e te alimentamos; ou sedento, e te demos de beber? E quando te vimos estrangeiro, e te recolhemos; ou nú e te vestimos? Ou quando te vimos enfermo ou na prisão, e viemos a ti?’ E o Rei respondendo lhes dirá: ‘Em verdade, vos digo que quando o fizerdes a um destes meus irmãos meninos, a mim o fizestes.’


As Obras de Misericórdia

Explicação da Figura


A gravura representa as quatro principais obras espirituais de misericórdia.

Ensinar os ignorantes


Acima, vê-se São João Batista ensinando o povo, e dando bons conselhos à multidão que o interroga.

Ao ângulo superior esquerdo, vê-se um irmão das escolas cristãs ensinando e educando crianças.

Bons conselhos


Esta obra está representada na gravura, à esquerda, por São João Batista censurando Herodes, exprobrando-lhe o mau comportamento e dizendo-lhe: “Não é lícito viver com a mulher do teu irmão ainda vivo.”

Consolar os tristes


Esta obra é representada à direita por Nosso Senhor consolando a viúva de Naim e ressuscitando-lhe o filho. Lemos no Evangelho: “Ia Jesus para a cidade chamada Naim, e iam com Ele seus discípulos a uma brade turba. E chegando perto da porta, eis que levavam um defunto, filho único de sua mãe que era viúva, e ia com ela muita gente da cidade. Vendo-a, o Senhor moveu-se a compaixão dela, e disse-lhe: ‘Não chores”. E chegando-se, tocou a tumba (e os que a levavam pararam) e disse: ‘Mancebo, a ti te digo: levanta-te!’ E o defunto se assentou, e começou a falar, e deu-o à sua mãe.

No ângulo superior direito, vê-se um rapaz que, apartando-se dos pais, consola o irmão mais novo, mostrando-lhe o céu, onde hão de encontrar-se um dia.

Rogar a Deus por vivos e defuntos



Esta obra está representada na parte inferior da gravura por Judas Machabeu rogando a Deus com o exercíto pelos soldados mortos da batalha. Acabando de rezar, fez um peditório, mandando o produto a Jerusalém com ordem de oferecer um sacrifício pelos pecados dos defuntos soldados. Vê-se também ao ângulo direito inferior uma mulher rezando na campa de seus defuntos.



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