Republicação de post sobre o Gabriel Chalita no qual a Canção Nova deu sumiço


[O post abaixo estava até ontem disponível aqui. Hoje, misteriosamente desapareceu, mas eu consegui recuperá-lo através do cache do Google. Cheguei a tempo e o salvei em arquivo pdf. Agora não some mais. A Canção Nova parece ter o péssimo hábito de varrer para debaixo do tapete aquilo que não é conveniente; lembrem-se do pe. José Augusto. No entanto, a emissora precisa entender que, em tempos de internet, não é mais possível ocultar informações. Não dá mais para manipular assim as pessoas. A quem interessa esconder informações verdadeiras? Quem é o responsável pela censura a opinião de um blogueiro? Os filhos de Deus temos o dever moral de amar e defender a Verdade, por mais que Ela pareça ser inconveniente. Da última vez que eu conferi, eram outros os que preferiam as trevas da mentira e da ignorância. P.S.: Há não muito tempo o deputado estreou um programa na Rede Vida de televisão.]
blog-do-tiba
Deputado Gabriel Chalita fala sobre aborto, união homossexual e excomunhão.
Durante uma entrevista à Folha/UOL
O Deputado Federal Gabriel Chalita se posicionou na coluna do meio, defendeu a união civil homossexual, criticou a Igreja quanto à excomunhão de um padre e o pior, disse ser a favor do aborto, nota-se, “em caso de estupro.”
Entenda, quando o assunto é aborto, não se tem concessões. Aborto é o tipo de tema do qual só existem dois lados: Os que são totalmente contra e os que são totalmente a favor. Porque a evidências, inclusive científicas, já deixaram muito claro onde a vida humana se inicia.
Quem emite opinião tentando defender um terceiro ponto, na verdade emite a opinião mais corrompida de todas, porque tenta se apresentar como moderado e equilibrado, quando na verdade está dizendo: “A vida de um inocente e indefeso deve ser eliminada se… o pai for estuprador… se o legislativo ou judiciário decidirem… se a mãe for pobre… e por aí vai. Em tempos mais remotos alguém chamaria isso de hipocrisia.
Quem se posiciona relativizando o direito à vida, de fato está contra toda a vida humana. A vida tem seu valor por si mesmo, independe de circunstâncias, sejam elas quais forem. Relativize o direito à vida e está desmontando toda a base de todos os direitos humanos.
Agora observe o que disse o deputado Chalita sobre Marta Suplicy:
“A Marta tem um história de luta em defesa de temas que nos fascinam… é por isso que admiro tanto a Marta Suplicy, tenho muito carinho por ela, pelos temas que ela defende…A Marta é uma mulher polêmica no bom sentido, que compra briga que é sincera…ela briga por aquilo que acredita, ela defende com entusiasmo…São Paulo vai ganhar muito se tiver essa mulher no Senado da República” 
Quando Chalita elogiou Marta Suplicy dizendo ser fascinado pelos temas que ela defende, já ali revelava qual de fato eram seus pensamentos; Quando classificou como boataria as denúncias da Regional Sul 1 da CNBB, sobre os fatos históricos da tentativa de PT implantar o aborto no país demonstrou mais um pouco; Quando processou a Comunidade Católica Família de Deus, num processo absurdo, também mostrou seu perfil. Agora vem ratificar sua posição quando revelou fazer parte do conjunto de suas opiniões pessoais, a legitimidade da união civil homossexual, o direito de um sacerdote católico defender o adultério, o homossexualismo e o sexo antes do casamento, sem ser excomungado e o direito da mulher abortar.
O dep. Chalita tem todo direito de se expressar e dizer o que quiser, e que o faça, assim saberemos de suas reais intenções, mas que fique claro, essas não são as posições da Igreja, de um cristão e nem da maioria da população brasileira.
Não quero, com este post, causar polêmica ou coisa desse tipo, mas não acho que tenho o direito de refutar o direito à informação a tantos católicos que apoiaram o deputado e votaram nele; Muito menos nesse momento em que uma postura tão grave contra princípios básicos da fé católica é declarada publicamente. Envolvendo uma pessoa pública, de grande visibilidade e que por muito tempo foi identificado como promotor dos princípios católicos, penso ser necessário, com risco de um dia ter que responder a Deus por omissão, se posicionar, esclarecer e corrigir.
Não penso que um Deputado Federal seja incriticável, ainda mais quando este mesmo relativiza valores inegociáveis à moral e à ética.
Para os mais simplistas quero deixar claro, não estou “falando mal”, estou constatando evidências, baseado nas próprias declarações de Chalita. Quem não concorda, desafio a me mostrar onde e em que ponto sou negligente e me comprometerei com a correção do texto
Eu desejaria que a história fosse outra, mas contra fatos não há argumentos e contra posições erradas cabe a correção.
Esperamos que Gabriel Chalita declare que estava equivocado; Se isso ocorrer eu voltarei aqui e farei um artigo elogiando a postura de um cristão que sabe reconhecer seus erros e voltar atrás. Sinceramente, eu gostaria de fazer isso. Caso contrário cabe a nós a oração por ele, para que não colabore na prática com aquilo que ele disse acreditar.
Poderíamos chegar a alguma outra conclusão? Algum argumento que justifique o deputado? Está aberto para quem se aventurar, usando a razão lógica, chegar em outro resultado.
Abaixo trecho da entrevista do deputado:
Folha/UOL: E os temas que são relevantes para líderes religiosos e que, muitas vezes, são transplantados para o debate político? Temas como aborto, casamento gay, descriminalização do uso de drogas, entre outros, que têm sido usados por vários candidatos nas campanhas. Essas discussões são próprias para as campanhas políticas?

Gabriel Chalita: Eu acho que elas diminuem o debate político. Elas são ruins para o debate político. É claro que as pessoas saberem o que os candidatos pensam faz parte do processo, o que cada candidato pensa. Agora, você transformar uma eleição presidencial em um debate sobre aborto…
Folha/UOL: Eu digo, se ela não foi vítima de um estupro e quiser fazer um aborto até a 12ª semana de gravidez, o sr. acha que isso não deveria ser permitido?

Gabriel Chalita: Não deveria ser permitido por uma questão que, para mim, é constitucional, que é o amplo direito à vida. Ali tem vida. Onde tem vida, você tem que proteger o direito à vida.
Folha/UOL: Mas no caso do estupro, pode?

Gabriel Chalita: O caso do estupro pode. Ela não é obrigada a fazer. É uma decisão dela. Você tem uma diminuição disso porque aquilo foi praticado por meio de um crime.
Folha/UOL: Mas aí, então, pela mesma concepção, vai se tirar uma vida do mesmo jeito.

Gabriel Chalita: É. Pela mesma concepção, você pode matar alguém como legítima defesa. Você também está tirando uma vida, mas você tem uma previsão legal que te garanta que faça isso, porque você seria morto, então, para não ser morto, você tem o direito de defender a sua vida.
Folha/UOL: Mas, nesse caso, não há uma vida em risco.

Gabriel Chalita: Você está defendendo uma vida da mulher. Você não sabe quem, enfim, a estuprou. Então, já houve uma construção legal nesse sentido.
Folha/UOL: Casamento gay. Deve haver alguma ampliação no que já existe a respeito de casamento gay no Brasil na legislação?

Gabriel Chalita: Eu acho que o Supremo decidiu isso de uma forma muito correta, mostrando que você não pode ter nenhum tipo de preconceito a uma relação estável entre duas pessoas, sejam elas do mesmo sexo ou de sexos diferentes. Agora, no caso das igrejas, eu acho que cada igreja tem que decidir o casamento que ela faz. Agora, contra todo tipo de preconceito, eu acho que é lamentável uma sociedade que tenha quaisquer sentimentos de homofobia, que destrua as pessoas porque elas têm uma orientação sexual diferente ou porque elas têm uma história de vida diferente.
Folha/UOL: Por exemplo, já que o sr. está falando sobre isso, teve o caso desse padre – padre Beto, de Bauru – que foi excomungado por ter manifestado apoio ao relacionamento amoroso entre pessoas do mesmo sexo. O sr. concordou com essa atitude de excomunhão do padre Beto, de Bauru?

Gabriel Chalita: A Igreja está dizendo que ele não foi excomungado por causa disso. Está dizendo que ele foi excomungado porque ele desobedeceu bispo, enfim, ele fez um juramento de obediência, ele desobedeceu isso, não é? Eu, na verdade, por causa da defesa dele da questão das pessoas poderem ser felizes, eu não vejo com bons olhos isso. Eu acho que ele tem o direito de expressar…
Folha/UOL: O sr. não vê com bons olhos…

Gabriel Chalita: A excomunhão. É. Padre Cícero foi excomungado também, não é?
Folha/UOL: O sr. acha, então, que não foi a melhor atitude da Igreja?

Gabriel Chalita: Eu não quero criticar [a Igreja]. Eu acho que a Igreja erra e acerta, mas…
Folha/UOL: Nesse caso?

Gabriel Chalita: Eu vi, inclusive, a demonstração do povo de Bauru pelo grande padre que ele é, pela forma carinhosa como ele trata as pessoas, pela liderança dele. Agora, eu não tenho detalhes do motivo da excomunhão, como é que ela foi desenvolvida. Eu também não quero ser leviano com relação a isso. Mas, quando eu vi a primeira colocação na imprensa, de que ele foi excomungado por causa disso, eu achei incorreta a excomunhão. É a minha opinião de leigo ali vendo. Eu acho que as pessoas precisam ser acolhidas, não excomungadas.

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Paróquia de São Francisco Xavier revê palestra sobre política



Nessa semana, o blog Caesaris recebeu o maior número de visitas desde sua criação, em junho de 2012. Leitores de todo o Brasil – e alguns portugueses, americanos e canadenses – visitaram o texto que criticava a decisão da pastoral da juventude da Paróquia de São Francisco Xavier, em São Francisco, Niterói-RJ, convidar um membro do poder legislativo municipal, conhecido crítico da doutrina católica e cristã, para palestrar para seus jovens. O artigo incomodou alguns, que o chamaram de desproporcional, de apressado, de alarmante. Tenho que discordar.
O referido artigo, publicado aqui na terça-feira (25/06), foi antecedido por um comentário em uma rede social (cuja cópia guardo, caso desapareça por algum prodígio informático), na véspera, sem conseguir mover a atenção e o interesse dos organizadores para o assunto. Na ocasião, três eram as perguntas que feitas aos responsáveis pela divulgação do evento: 1) Por que pôr os jovens em contato direto e exclusivo com um político eleito do PSOL? 2) Por que o evento trazia a logomarca da JMJ, se aparentemente nada tinha a ver com a Jornada? 3) Será que Dom Orani sabia da palestra, que teria obviamente viés esquerdista e trazia o logo da JMJ? Sem resposta às perguntas e passadas 24h, escrevi o artigo que levava tais questionamentos a mais pessoas, com o intuito de ver se a publicidade traria os organizadores para o diálogo. O motivo da célere atitude foi um só: a palestra aconteceria no próximo domingo e se algo deveria ser feito, deveria ser feito logo. Entendo que alguns leitores tenham estranhado a rapidez em tratar do assunto no blog, mas muito mais estranho, parece-me, é calar-se e assistir a juventude de uma paróquia ser cooptada para um discurso em tudo francamente contrário ao cristianismo, dentro das paredes da Igreja.
Felizmente, porém, os organizadores reavaliaram  e – parece – decidiram inconveniente chamar o palestrante, dono de opiniões tão conflitantes com o cristianismo mais básico, para falar para os jovens da paróquia. Para o lugar do político, convocaram o pároco Pe. Josumar dos Santos e a leiga Nattaly Nunes, representante da PJ arquidiocesana, que irão compor a mesa de palestras. Parabenizo sinceramente a pastoral da juventude da referida paróquia por reavaliarem a decisão de convocar o vereador, que muito mal poderia produzir, levando confusão aos jovens que não soubessem distinguir o que é cristianismo e o que se lhe opõe, na fala do político eleito.
Durante a semana, no calor das discussões na rede social, alguns tentaram dizer que a crítica à palestra era uma rejeição aberta aos ensinamentos do Papa Francisco, que convoca os cristãos à participação na política. Nada mais falso! Aliás, a política é tão cara aos organizadores do Site Humanitatis, que criamos um blog só para essa discussão. Ademais, a preocupação com a política não começou com o Papa Francisco. Já João Paulo II e o Cardeal Ratzinger, o ilustríssimo Bento XVI, chamavam a atenção para os deveres éticos do cristão na política. Eis o que pode-se encontrar aqui, no Site Humanitatis, escrito pela Congregação da Doutrina da Fé:
Quantos se encontram diretamente empenhados nas esferas da representação legislativa têm a ‘clara obrigação de se opor’ a qualquer lei que represente um atentado à vida humana – Fonte.
Ou essa citação:
O homem não pode separar-se de Deus nem a política da moral – Fonte.
Ou ainda:
Quando a ação política se confronta com princípios morais que não admitem abdicações, exceções ou compromissos de qualquer espécie, é então que o empenho dos católicos se torna mais evidente e grávido de responsabilidade – Fonte.
Como disse recentemente o Papa Francisco, se a Igreja Católica não proclamar Jesus tornar-se-á uma Ong piedosa. Diria ainda: uma Ong muito menos importante que qualquer minúsculo partido político, pois seus membros não são treinados para agir politicamente. Seria muito pouco se a Esposa de Cristo aceitasse se rebaixar a serva da sociologia. Por isso, felicito a organização do evento na paróquia, pelo empenho em melhorar minimamente a formação política dos jovens.

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Paróquia de São Francisco Xavier revê palestra sobre política

Verdades que enlouquecem


imagem de: obarrense.wordpress.com
“Não há nada mais prático que uma teoria”. Esta é uma das
frases de Chesterton que mais gosto. Gosto porque julgo genial. Julgo genial
porque em poucas palavras clarifica muita coisa. As ideias são importantes. E
são importantes simplesmente porque sem elas não existe a prática.

Peço que o leitor não desista deste texto depois deste
primeiro parágrafo. O assunto que ele vai tratar é de grande valia e
eminentemente prático. E é assim justamente por ser teórico. Para deixar mais
claro o que quero dizer, vou recorrer a um  exemplo do próprio Chesterton.
Exemplo simples e esclarecedor.

“Suponhamos que um homem desejasse determinado tipo de
mundo; por exemplo, um mundo azul. Ele não teria razão para se queixar da
insignificância ou da rapidez da sua tarefa; poderia dedicar-se por muito tempo
a essa transformação, e continuaria trabalhando (em todos os sentidos) até que
tudo estivesse azul. Ele poderia ter aventuras heroicas, como dar os últimos retoques
de azul em um tigre azul. Poderia ter os sonhos mais fantásticos, como a
alvorada de uma lua azul. Mas se ele trabalhasse arduamente, aquele espírito
reformador teria, certamente, segundo a sua maneira de ver, deixado o mundo
melhor e mais azul do que o encontrara. Se ele pintasse, a cada dia, apenas uma
folha de grama com a sua cor favorita, lentamente chegaria ao final. Porém, se
a cada dia alterasse a sua cor favorita, nunca conseguiria concluir a tarefa”.

Se as manifestações das últimas semanas nos ensinaram
algo é que a grande maioria está insatisfeita. Ou melhor: nós estamos
insatisfeitos. Insatisfeitos com o governo, com a situação da educação e da
saúde em nosso país, com o transporte público. Todos estes são motivos graves,
mas ouso dizer que a insatisfação atual é até mais profunda e atinge aquilo que
costumamos chamar de coração. Há uma insatisfação com a sociedade e as
estruturas, mas junto com essa, caminha uma insatisfação existencial, uma
insatisfação com a própria vida.



O reconhecimento e a expressão desta
inquietação é positivo. Dificilmente muda quem não admite que não está
satisfeito. A questão é: tão importante quanto saber que está insatisfeito, é
saber a causa de tal insatisfação. Experimentar a sensação de que as coisas não
estão bem, mas não saber qual a raiz desse mal, ou o que fazer para arrancá-la,
é uma situação desesperadora.

Mas o que isso tem a ver com alguém que quer pintar o
mundo de azul? Simples. No exemplo de Chesterton existe um homem que acredita
que o mundo está pior do que deveria e que ele pode fazer algo para mudar essa
situação. Esse homem tem ideias claras sobre o que acredita. Acredita que o
mundo precisa ser azul e que vale a pena se esforçar para que ele assim seja. Ter uma
visão sobre o mundo é fundamental para atuar nele.

Creio não ser incomum encontrar pessoas que criticam a
tudo e a todos (exceto a si próprias). Admito que tenho desconfiança de pessoas
assim. Não que eu esteja conformado e ache que tudo anda as mil maravilhas
comigo e com o mundo. Muito pelo contrário. Acontece que por diversas vezes
encontro, no mesmo discurso, críticas contraditórias. Percebo então que tais posicionamentos
são tomados ao sabor do momento e são movidos por interesses ou por opiniões em
moda. Friso que não me refiro apenas às grandes questões políticas, mas às situações
cotidianas como conflitos de opiniões e administração de relacionamentos.

Quem não possui ideias claras corre o risco de
simplesmente seguir a maioria ou quem fala mais alto e mais bonito. Não que a
maioria esteja sempre errada ou que um discurso belo seja por definição
hipócrita, mas qualquer adesão não refletida é por definição menos livre.

Claro que não vamos ficar pensando “ad infinitum”, é
preciso tomar decisões. Digo apenas que nenhuma prática está desprovida de
ideias e que conhecê-las é importante não apenas para atuar melhor, mas também
para saber se estamos caminhando para onde desejamos ir. Triste seria pintarmos
um mundo inteiro de azul apenas para descobrir que o preferíamos amarelo. 



Um
conceito que pode nos ser útil para pensar nestes momentos é o de ideologia.
Esta palavra é daquelas que tem um milhão e meio de significados. Por isso,
para usá-la é preciso defini-la bem. Embora eu não tenha nada de marxista, vou
utilizar esta palavra num sentido próximo aquele utilizado por Karl Marx.
Segundo tal pensador, ideologia, entre outras coisas, é uma falsa consciência;
um conjunto de ideias que nos impede de ver a realidade. Uma ideologia faz com que
as ideias sejam descoladas dos fatos e que os fatos sejam ignorados em nome das
ideias.

Ideias boas são
aquelas que nos abrem para o mundo, que nos fazem vê-lo e interpretá-lo de maneira
mais clara. Só quando conhecemos bem a realidade que nos cerca, podemos ser
mais livres em nossas opções, mais justos em nossas posições, mais eficazes em
nossas atitudes.



Por que as ideologias nos cegam da realidade? Acho que uma
resposta boa é aquela que segue a linha chestertoniana: uma ideologia nos cega
porque ela é uma verdade que enlouqueceu. 
Uma verdade enlouquece quando deixa de lado todo o
restante da realidade e se afirma como único ponto importante. Vamos a um
exemplo: é uma verdade que todos os iguais têm igual dignidade e a promoção da
igualdade tende a ser uma coisa boa. Acredito que ninguém vá dizer que a
desigualdade social seja algo positivo. No entanto, quando a igualdade se torna
um princípio único, ela fica louca. De maneira mais concreta: uma sociedade onde
todos são iguais, mas a liberdade não é valorizada, é uma definição perfeita de
ditatura ou tirania. 



O mundo é complexo e uma boa visão deste mundo é aquela
que nos abre para todos os aspectos da realidade. 
Claro que podemos ter ênfases
e devemos começar a pensar por algum ponto; no entanto, quando nos deixamos
enfeitiçar por uma ideia a ponto de jogarmos a realidade para debaixo do
debate, isso significa que alguma coisa vai mal. O exemplo de Chesterton
utilizado acima, embora tenha sido feito para outra coisa, é útil para pensar
tal situação. O homem mencionado tinha um projeto bem concreto. Mas esse
projeto era ruim porque tornava o mundo mais pobre do que é. Em sua ânsia por
corrigir os defeitos do mundo, o homem estava acabando com suas qualidades. Um
mundo de uma só cor talvez tenha suas qualidades, mas com certeza será monótono
e entediante.

Diante de tudo isso cabe perguntar: em que eu acredito de
verdade? Talvez para muitos a resposta seja um grande “não sei direito”. Se
esse for seu caso, cabe abrir os olhos para o mundo e interessar-se mais pelos
dramas a maravilhas a nossa volta. Se, ao contrário, você possuir uma resposta,
penso que também cabe abrir os olhos para o mundo e perguntar se tal resposta
abre-se à realidade e corresponde às exigências do coração.

Se a resposta final for um grande sim, mãos a obra. Que a
reforma comece. Que as tintas de diversas cores caiam sobre o mundo. É
importante não se esquecer de começar a pintura em si mesmo. Afinal, não é
digno de confiança quem diz que o mundo carece de certas cores e não pinta a si
primeiro.

Alessandro Garcia
Doutorando em Sociologia / Fundador da Oficina de Valores


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Verdades que enlouquecem:
Por: Alessandro

Miscelânea: iPS, Igreja e homossexualismo, soberania pontifícia


Japão aprova 1º teste do mundo com células iPS humanas. «O comitê deu o sinal verde para a solicitação apresentada conjuntamente pelo Instituto RIKEN de pesquisa e a Fundação para a Pesquisa Biomédica para estudar a possibilidade de regenerar a retina humana mediante o uso dessas células, que têm a capacidade de se transformar em qualquer tipo de tecido». Enquanto isso, por anos a fio nós sacrificamos embriões humanos a troco de nada; por anos a fio, aqui a ideologia abortista prevaleceu sobre o bom senso científico.
* * *
Cardeal Burke: “A Igreja Católica jamais aprovará as uniões homossexuais”. Leiam na íntegra. Destaco: «É preciso que os pais procurem manter seus filhos longe de tudo isso e explicar-lhes o que é bem e o que é mal. A escola é também um lugar no qual importa investir. É necessário principalmente que o ensino católico seja ainda mais católico do que o é atualmente».
* * *
Papa é o Chefe inconteste e universal. «Papa Francisco faltou a um compromisso agendado, alegando compromissos mais prementes. [...] O fato é que o Santo Padre se pôs num lugar bem mais elevado, agiu como um Soberano que decide por si mesmo o que, quando e como fazer. Um Papa-Rei que estabelece sua própria agenda, prioridades, desconsiderando certas exigências que lhe parecem comezinhas».

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Miscelânea: iPS, Igreja e homossexualismo, soberania pontifícia

«Setor Atos Centrais da JMJ» zomba de católicos e convida para atos centrais da Jornada expoentes da degeneração moral dos nossos tempos

Que Satanás odeia qualquer coisa que se proponha a servir para a maior glória de Deus é uma conclusão teológica da mais alta obviedade. Que ele reserve um especial ódio para a Jornada Mundial da Juventude é coisa da qual já estamos carecas de saber. Que ele conte com servos tão dedicados nos bastidores da organização da JMJ do próximo mês, contudo, é um fato que só agora nós vislumbramos em toda a sua aterradora dimensão.
O site oficial da JMJ revelou o nome dos «artistas» convidados – registre-se, convidados! – para se apresentarem de alguma maneira durante o evento. Os nomes provocam horror e perplexidade; mais ainda, soam como um escárnio dos infernos aos católicos fiéis que se empenham em fazer da JMJ um evento católico e a lutar por Deus e por Sua Santa Igreja em um mundo que Lhes é cada vez mais hostil.
A «Cássia Kiss» (sic) «interpretará Maria Santíssima» na Via Sacra. Não sei quem é esta senhora. Uma rápida busca no Google, no entanto, revela-me uma bonita história protagonizada por ela. É a seguinte:
A atriz Cássia Kiss, 39 anos, um aborto, dois filhos, lembra: “As pessoas têm de ter consciência de que o aborto, em qualquer circunstância, é um crime”, afirma. Ela baseia sua opinião em dois fatos de sua vida. Em 1990, alguns anos depois de ter feito o aborto, Cássia Kiss fazia parte do elenco da novela Pantanal, da Rede Manchete. Ela interpretava uma mulher forte, parideira, de nome Maria Marruá. Em uma cena antológica, a personagem dá à luz a menina Juma Marruá. “Fiquei emocionadíssima durante as gravações dessa cena. Logo depois, chorei copiosamente durante quase uma hora. Foi um momento divino. Ali comecei a descobrir o valor da maternidade e da importância de ter um filho”, diz. Numa segunda fase de sua vida, já casada e disposta a ter um filho, engravidou. Mas, com três meses de gravidez, Cássia foi surpreendida por um aborto espontâneo. “Recebi aquilo como um castigo de Deus. Mesmo traumatizada resolvi que iria tentar novamente, quantas vezes fossem necessárias. Hoje eu acho que me recusaria a fazer qualquer exame, pois, mesmo que ficasse comprovado algum problema com o bebê, ainda assim eu levaria a gravidez adiante.”
Colocar num dos papéis mais importantes da Via-Sacra uma mulher que se arrepende de ter feito um aborto é uma escolha que tem o seu quê de louvável. Mais adequado, sem dúvidas, seria se o papel por ela desempenhado fosse o de Santa Maria Madalena arrependida, mas deixemos isso para lá. Afinal, uma atriz famosa que diz em público que «o aborto, em qualquer circunstância, é um crime» e que «levaria a [sua] gravidez adiante» «mesmo que ficasse comprovado algum problema com o bebê» é uma boa escolha para um evento da Igreja que – na contramão do mundo moderno – coloca-Se intransigentemente contra o aborto em qualquer situação.
O mesmo, infelizmente, não pode ser dito de outros dos nomes com os quais a Organização da JMJ nos “presenteou”. Destaco dois: o Luan Santana e a Ana Maria Braga.

O primeiro, além de possuir uma qualidade artística (para dizer o mínimo) questionável, é entre outras coisas o autor da seguinte obra-prima: «Mãos para o alto novinha / Por que porque hoje tu ta presa / Tu tem direito de sentar / Tem direito de gritar / Tem direito de sentar de ficar de rebolar [...] Fica caladinha / Fica caladinha / E desce, desce novinha». Faltam-me palavras para deplorar esta apologia ao estupro de menores que faz – sem corar de vergonha! – o garoto convidado para cantar num evento com a presença do Papa! Isto é um escândalo de proporções incomensuráveis. Será possível que não existe nenhum cantor decente – mesmo de música secular – que pudesse ser convidado pelos organizadores da JMJ? Será realmente que a melhor opção deles era convidar um fulano que enaltece a mais criminosa violência sexual nas letras de suas canções?!
ana-mariaO segundo, o de Ana Maria Braga, pode parecer à primeira vista menos chocante, mas é também escandaloso. Afinal, a apresentadora da Globo é conhecida por receber alegremente em seus programas as maiores aberrações morais, como – por exemplo - a dupla de marmanjos que teve “dupla paternidade” (sic) reconhecida e os “heróis” do Big Brother Brazil chamados a opinar (favoravelmente, é óbvio) sobre o conhecido caso do assassinato de dois gêmeos aqui em Pernambuco; o quê, por tudo o que é mais sagrado, esta senhora está fazendo na Jornada Mundial da Juventude?!
E o site da JMJ ainda tem a cara de pau de dizer que estas escolhas luciferinas foram feitas «na tentativa de representar todos os jovens do mundo». Como assim, “todos os jovens do mundo”? Quem é o jovem católico que pode se sentir minimamente representado por estes arautos do anti-catolicismo, por essas pessoas que encarnam, por seus atos públicos, tudo que é contrário à Igreja e ofensivo ao Deus Todo-Poderoso? Nós não nos sentimos “representados” por esta gente, senhores da organização da JMJ! Muito pelo contrário, nós nos sentimos traídos e humilhados. Nós enfrentamos uma barra enorme para tornar a mensagem da Igreja atrativa para a sociedade contemporânea que A odeia, e os senhores, ao invés de nos ajudarem, fazem questão de chamar para um evento de evangelização de proporções internacionais estes expoentes do anti-catolicismo reinante no mundo moderno.
Se os senhores tivessem um pingo de vergonha na cara e de temor a Deus, poriam de lado todo o respeito humano e cancelariam imediatamente estes convites ignominiosos que emporcalham a Igreja e envergonham os católicos que se esforçam por serem fiéis, fazendo publicamente um mea culpa pela completa falta de bom senso e pelo serviço que, conscientemente ou não, prestaram a Satanás. É um absurdo que as lideranças católicas, aparentemente não satisfeitas com o espaço que o anti-catolicismo detém no mundo moderno, preencham importantes espaços da Jornada Mundial da Juventude com estes luminares das desgraças do mundo moderno que tanto ofendem a Nosso Senhor.
«Os jovens e suas formas de expressão vão ser representados durante as apresentações artísticas nos Atos Centrais da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Rio2013», é o que diz a notícia do site da JMJ. Uma ova. Esta turma não me representa e nem representa nenhum católico sério do mundo. Ao que parece, é Satanás que estará muito bem representado no Rio de Janeiro, durante a visita do Papa. Para vergonha dos católicos brasileiros e desta Terra de Santa Cruz. Ao que parece, Nosso Senhor não pode contar com ninguém para organizar dignamente a recepção do Vigário de Cristo e dos católicos de todo o mundo que virão ao Rio de Janeiro no próximo mês. Com estes organizadores, para quê Cristo precisa de inimigos?

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«Setor Atos Centrais da JMJ» zomba de católicos e convida para atos centrais da Jornada expoentes da degeneração moral dos nossos tempos

Organizadores tentam defender os corruptores da juventude que convidaram para os atos centrais da JMJ!

A respeito de uma nota (que se encontra no Facebook - também aqui) redigida pelo revmo. pe. Renato Martins, «Diretor Executivo do Setor Atos Centrais JMJ RIO 2013», sobre a escandalosa escolha de alguns «artistas» mundanos para participarem da JMJ, é preciso dizer quanto segue:
Me entristeceu profundamente, as mensagens postadas nas redes sociais, mensagens enviadas por WhatsApp e outros meios de comunicação. Católicos atacando cristãos!
A nós, o que nos entristeceu profundamente foi ver a completa falta de senso dos organizadores da JMJ, que não têm vergonha em emporcalhar um evento católico com personalidades imorais e parecem não ver problema em consagrar um espaço de evangelização à divulgação do estilo de vida anti-católico encarnado pelos «artistas famosos» aos quais a organização da JMJ parece julgar importante dar vez e voz.
Também estarão na Jornada, alguns artistas famosos que ofereceram seus dons voluntariamente, para participarem deste projeto, por acreditarem que a JMJ, é uma grande oportunidade de transformação da juventude e da sociedade. Qual o pecado que há nisto?
O pecado está no fato de que estes «artistas famosos» são conhecidos expoentes de tudo o que existe de mais podre na sociedade contemporânea, justamente aquelas coisas que são mais combatidas pela Igreja Católica. O pecado está no fato de que a mensagem passada por estes «artistas» em suas aparições públicas, para além de quaisquer características de suas vidas particulares (que não conhecemos e não vêm ao caso), é justamente uma mensagem de corrupção da juventude e degeneração da sociedade. O pecado reside no fato de que a «transformação da juventude e da sociedade» propagada pela Igreja é exatamente o contrário da “transformação” que estes artistas realizam quotidianamente com sua vida pública e, portanto, é um escândalo que eles recebam palco na JMJ para propagar a sua obra de apodrecimento da moral e dos bons costumes. O pecado, enfim, está no fato de que parece que não existe ninguém com um mínimo de bom senso na Organização da Jornada, uma vez que, não satisfeitos em realizar um escândalo de proporções diabólicas, ainda vêm a público defendê-lo e atacar os católicos que se sentem ofendidos com este vitupério às coisas sagradas e esculhambação de um evento voltado à evangelização da juventude!
Em meio a tantas criticas, me chamou atenção as dirigidas ao jovem Luan Santana! Porque criticar a participação de um jovem, que conquistou a fama de forma honesta, começou a trabalhar tão novo desejando conquistar os seus sonhos?
O «jovem Luan Santana» é o garoto que, como mostramos, faz apologia à sexualidade livre (e até ao estupro!) em suas músicas e canções [p.s.: e que se gaba publicamente de ter uma coleção de roupas íntimas das suas fãs (!) e de manter esporadicamente relações sexuais com elas após os seus shows (!!)]. Dizer que isso é uma «forma honesta» de «trabalhar» e «conquistar os seus sonhos» (sic!) é um escárnio a tantos jovens que, estes sim, trabalham anonimamente de forma honesta e digna e, longe dos holofotes da mídia, esforçam-se na medida de suas capacidades para serem sal da terra e luz do mundo. Na contramão dos esforços dessa juventude sadia e honesta estão «artistas» como o Luan Santana, ofendendo a Deus com suas canções desonestas e conduzindo uma juventude perdida ao redemoinho do hedonismo e do sexo desenfreado tão eloqüentemente louvados nas músicas e shows do jovem cantor. Desgraçadamente, esta juventude honesta não tem quem a represente ou defenda, e ainda precisa aturar sacerdotes responsáveis pela organização de um evento católico da magnitude da JMJ defenderem as imoralidades encarnadas por certos «artistas famosos» que dedicam as suas vidas à descristianização da sociedade brasileira!
Mesmo assim, isso seria motivo para criticar tão duramente a participação de um “pecador” se assim desejarem chama-lo? Se alguns pensam que sim, eu discordo! Relembrem o que disse Jesus: Os sãos não necessitam de médico, mas, sim, os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores ao arrependimento.
Os pecados do Luan Santana não estão em questão, e sim precisamente a mensagem que o jovem dedica a vida a transmitir com suas músicas lascivas e libertinas. Nosso Senhor andava com os publicanos e as prostitutas, sim, mas os convidava a abandonarem a sua vida de pecados. Sinceramente, defender a participação na JMJ de indivíduos publicamente conhecidos pela defesa e promoção de um estilo de vida em tudo contrário ao que ensina a Santa Igreja é um sofisma diabólico dos mais grosseiros, que estamos acostumados a encontrar nos lábios dos escarnecedores e inimigos de Cristo mas que, na pena de um sacerdote católico, é um doloroso golpe aos católicos e uma terrível ofensa a Nosso Senhor.
Se o nosso comprometimento com Cristo fosse tão forte, como as criticas que saem de nós, não precisaríamos de uma Jornada Mundial da Juventude! Não seria preciso que o Papa nos relembrasse a ordem do Senhor: Ide e fazei discípulos entre todas as nações! Estaríamos tão imersos nesse compromisso de fazer discípulos, que não procuraríamos excluir os discípulos!
Mais uma vez, estas palavras são uma piada de mau gosto. Não existem “discípulos” a serem “excluídos” aqui, e sim porta-vozes de uma sociedade degenerada aos quais nós achamos necessário, sim, negar os palcos e os holofotes que deveriam estar voltados para as mensagens cristãs das quais a nossa juventude está tão sedenta justamente porque os seus olhos e ouvidos são diuturnamente bombardeados pelo lixo moral que toca nas nossas rádios e aparece em nossas televisões – o mesmíssimo lixo moral que os organizadores da JMJ parecem empenhados em reverberar ao mundo inteiro através dos atos oficiais da Jornada Mundial da Juventude. Se o Luan Santana (ou quem quer que seja) quiser participar como peregrino da JMJ, será muitíssimo bem-vindo! No entanto, dar-lhe palco e conferir (mesmo tacitamente) uma aprovação moral ao estilo de vida depravado que o seu trabalho (dito “honesto”!) apregoa Brasil afora é criminoso, é um ultraje à Igreja de Cristo e uma zombaria a Nosso Senhor.
Não precisamos do tom afetado destas notas públicas eivadas de orgulho ferido que intentam lançar sobre católicos honestos a responsabilidade pelo escândalo que a Organização da JMJ – e somente ela – provocou com estas ultrajantes escolhas de «artistas» imorais para “representar” a juventude católica brasileira diante do mundo inteiro. Repito o que já disse antes: se restasse um mínimo de decência aos responsáveis por esta infâmia, estes representantes do que existe de pior na nossa Pátria seriam imediatamente “desconvidados” e seria emitido um mea culpa público por esta deplorável atitude com a qual os organizadores da Jornada envergonharam perante o mundo os católicos do Brasil.

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Organizadores tentam defender os corruptores da juventude que convidaram para os atos centrais da JMJ!