A VIDA LENDÁRIA DE SÃO DIMAS



Contam antigas lendas que a Sagrada Família, ao fugir para o Egito, quis refugiar-se, para passar a noite, numa cova que, por desgraça, era uma guarida de ladrões. O Capitão dos bandidos sentiu-se comovido ao ver a venerável bondade de S. José, a pureza e formosura da SS. Virgem e o olhar todo celeste do Menino Jesus. Acolheu-os, deu-lhes de comer e, na manhã seguinte, ofereceu-lhes pão para a viagem e , a Maria, uma bacia d'água para banhar o Menino. O capitão tinha um filhinho, da idade de Jesus aproximadamente, que se achava coberto de lepra. Nossa Senhora, correspondendo às finezas daquele homem rude e duro, mas que algo de bom tinha no coração, aconselhou-o a lavar o filhinho na água em que banhara o Menino Jesus. Assim o fêz o bandoleiro e, no mesmo instante, seu filhinho ficou curado da lepra. O capitão lembrou muitas vêzes ao filho a quem devia a saúde e a vida, dizendo: "Foi o milagre dum Menino de .....
tua idade, que seria, quem sabe, o Messias anunciado pelos profetas". Crescendo, seguiu aquêle menino o exemplo do pai, tornado-se ladrão. Prêso e condenado à morte, ao subir ao Calvário, ia pensando em Jesus, seu companheiro de suplício, que era tão santo e paciente, que, sem dúvida, havia de ser o Messias, aquêle mesmo menino que o livrara da lepra. As lendas dizem que o bom ladrão se chamava Dimas e o mau, Gestas. Ambos foram condenados a morrer junto com Jesus e no mesmo suplício. Atrás de Jesus subiram ao Calvário, levando suas cruzes. Junto com êle foram levantados nas respectivas cruzes. Viram como os soldados repartiam entre si as vestes do Salvador; mas, como a túnica era de uma só peça, tiraram a sorte a ver quem a levaria. Ouviram as palavras de Cristo: "Pai, perdoai-lhes porque não sabem o que fazem".
Jesus era objeto de todos os insultos. A multidão, curiosa e soez, passava por diante dêle, e, movendo a cabeça em sinal de desprêzo, dizia: "Vamos! tu que destróis o templo de Deus e em três dias o reedificas, salva-te a ti mesmo. Se és o Filho de Deus, desce da cruz..."
Todos blasfemavam e insultavam a Jesus. Mas a graça operou um milagre: Um dos ladrões, Dimas, considerando as virtudes sôbre-humanas de Jesus, creu ser êle o Messias prometido e amou de todo o coração a Bondade infinita. Dirigindo-se a Gestas, o outro crucificado, repreedeu-o, dizendo: "Como não temes a Deus, estando como estás no mesmo suplício? É justo, na verdade, que soframos por nossos crimes, mas Jesus, que mal fêz êle?"
E cheio de esperança e com grande arrependimento disse a Jesus: "Senhor, quando chegares ao teu reino, lembra-te de mim". Jesus, olhando Dimas com infinita misericórdia, respondeu: "Em verdade te digo que hoje mesmo estarás comigo no paraíso".
Naquela mesma noite, a alma de Jesus visitou o limbo dos justos e concedeu ao bom Ladrão a vista de Deus, a felicidade eterna.
- Festa: 25 de março.



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A VIDA LENDÁRIA DE SÃO DIMAS

Fraternidade São Pio X (Série Sim Sim, Não Não)

Está sendo difundido em alguns blogs um artigo meu antigo, sem que se avise ao leitor que ele não é atual. Lendo-o com a falta de atenção que costumam usar, querem insinuar que eu defendo o atual processo de união entre a Fraternidade S. Pio X e o Vaticano. Convido os leitores a ler esse texto prestando a atenção devida, e perceberão que minha defesa de Dom Fellay nesse antigo artigo está baseada na afirmação categórica de que o Superior Geral da Fraternidade não faria, naquela ocasião, nenhum acordo prático, pois assim sempre ensinou em suas conferências: sem a conversão das autoridades romanas, não se pode pensar em acordo prático.
É evidente que nessa hora de grande perturbação e angústia para todos os fiéis católicos da Tradição, em que vemos Dom Fellay declarar que deseja esse acordo prático, é preciso ter os critérios verdadeiros diante de si: a fé sobrenatural exige nossa adesão total à verdade, e não se vê da parte de Roma nenhuma mudança substancial nesse sentido. Não podemos apoiar tal acordo. Procuramos manter nossas almas em oração e penitência, pedindo à Virgem Maria que não permita que a Tradição perca sua força por essa aproximação com o Vaticano, que continua pregando os inaceitáveis erros do Concílio. (Todos grifos deste parágrafo são meus)
Leiam na mesma perspectiva:
A Descoberta da Outra - Gustavo Corção
Miragem ou visibilidade - Dom Lourenço
A Revelação do Homem - Gustavo Corção
Dom Lourenço Fleichman OSB


Fraternidade São Pio X (Série Sim Sim, Não Não):

Fruto de estupro, padre colombiano dá seu testemunho



Pela primeira vez, o padre Alfar Antonio Vélez conta sua história comovedora. Hoje é um sacerdote exemplar, pároco em Comodoro Rivadavia.

Ela era uma jovem de condição humilde, boa e bonita, cheia de ilusões, aos seus 27 anos, pelo ano de 1968.
Tinha deixado seu povo, Argelia de María, na província colombiana de Antioquia, para ir à capital, Medellín, a fim de ingressar na carreira de medicina.

Trabalhava duro em uma empresa para cobrir seus estudos. Só na cidade, ia relacionando-se, buscando fazer amizades no círculo mais próximo. Por isso, um dia aceitou inocentemente o convite de seus chefes e companheiros de trabalho a uma festa que fizeram a ela. Foi uma decisão com consequências horrorosas. Esses mesmos chefes e companheiros tinham lhe preparado uma armadilha: na festa drogaram-na, logo levaram-na a um lugar afastado e – bêbados – violaram-na repetidamente. Como consequência ela acabou engravidando.

Fiel às suas convicções, assentadas em uma profunda religiosidade, ela decidiu não abortar e seguir em frente. Assim, deu a luz a Alfar Antonio, que com o tempo conheceria sua tão traumática concepção e se sobreporia apelando também à fé. Uma fé crescente que o levaria a descobrir sua vocação sacerdotal, ordenar-se e chegar a ser o maior orgulho de sua mãe.

Levado por seu carisma missionário, o hoje padre Alfar Antonio Vélez vive já há alguns anos em Comodoro Rivadavia, na província de Chubut, onde cuida de duas paróquias (São Jorge e Santa Maria Goretti), sendo seu trabalho religioso bastante valorizado por seus superiores.

Por ocasião da recente falha da Corte [da Colômbia] que – ao interpretar o art. 86 do Código Penal – determinou que todos os abortos seguidos de estupro – não só os de mulher doente – são “não puníveis”, o sacerdote decidiu abandonar sua discrição e contar pela primeira vez, ante o pedido de Valores Religiosos, seu caso comovedor.

- Quando e como se inteirou de algo tão dramático?

- Primeiro devo dizer-lhe que a família de minha mãe era muito moralista e que, quando tomaram consciência de que tinha ficado grávida, obrigaram-na a casar-se com um viúvo, para tratar de esconder tudo. Mas esse matrimônio não funcionou porque, quando voltou a ficar grávida, seu marido passou a ter vida dupla, além de bater nela e se embebedar. Como seus pais a pressionavam para que não se separasse, ela decidiu seguir com seu marido e com o filho dos dois, mas para suportar tanta adversidade entregou-me à minha avó.

- E então?

- Minha avó começou a dar-me tudo o que eu necessitava: alimentação, levar-me à escola… e fui fazendo meu caminho um pouco por minha conta. Isso provocou uma relação de certa distância com minha mãe que, por fim, não pôde mais viver com seu marido e teve que seguir sozinha com meu irmão. Um dia, como minha avó me pedia que chamasse meu avô de pai, perguntei-lhe como podia ser ele meu avô e meu pai ao mesmo tempo. Ele convocou uma reunião com minha mãe, que me contou o que havia acontecido. Que muita gente queria que eu fosse abortado, outras, que eu fosse vendido, outras, que fosse dado para adoção. E que, inclusive, tinha muita gente interessada em mim.

- Por que ela não quis abortar? Não temia que sua maternidade fosse muito traumática?

- Minha mãe era uma mulher de muita fé, muito praticante e muito santa. Ela dizia que, apesar de tão terríveis circunstâncias, levava em seu seio um milagre de uma nova vida, uma vida que Deus havia lhe dado e que, por suas convicções, não podia abortar. E que se Deus a tivesse dado aquela vida, ela devia encontrar o sentido dela. Para ela o mais duro era não poder mostrar-me um pai que me amasse, que me ensinasse a caminhar, mas isto ela suportava sentindo que eu a enchia totalmente. E que, cedo ou tarde, seria seu bastão. De fato, os três anos que viveu comigo por causa de uma longa enfermidade até sua morte, em 2009, foram para ela os anos mais belos de sua vida.

- Como foi sua reação quando tomou conhecimento de tudo? Que idade tinha?

- Para mim foi muito duro. Tinha apenas 10 anos. Minha reação foi de muita severidade contra minha mãe. Com o passar do tempo e de uma vida muito triste, fui à igreja para reclamar a Deus, para perguntar-lhe porque a mim. Como eu lhe falava aos gritos, veio um sacerdote e me disse que estava formulando mal a pergunta: “Não é por que, mas sim para quê”. Ele tinha fé que Deus, precisamente por causa de minha situação, estava me chamando para coisas grandes. Enfim, me disse que Deus escreve certo por linhas tortas e que eu seria um instrumento Seu. Ele leu para mim a passagem de Jeremias, em que Deus o chama, mas este resiste e o Senhor lhe diz: “Não te preocupes, eu farei tudo por ti”.

- A partir de então sua vida teve uma reviravolta?

- Sim, aquela conversa me marcou. Esse sacerdote acabou se tornando um pai. E foi construindo em mim a obra de Deus porque o Senhor se vale do homem para salvar o homem. Comecei a dar valor à vida, a integrar-me com pessoas de bem que valorizavam meu esforço para superar a situação. Cheguei a ser catequista sem me dar conta de que Deus estava me preparando para escolher o sacerdócio. Cheguei a ter uma namorada, ainda que a relação não fosse realmente séria, até que decidi ingressar no seminário, falei com meu diretor espiritual e acabei confirmando minha vocação religiosa. Compreendi que Deus tinha querido que minha mãe não abortasse porque confiava em mim e desejava que, ainda que fruto de um pecado muito grave, fosse Seu instrumento para chegar a tantas partes, com sua luz, com sua graça e seu amor.

- Teve assistência psicológica?

- Não. Religiosa, apenas. E a amizade muito grande que engrenei com os sacerdotes da paróquia.

- O que você diria ao seu pai, se tivesse a ocasião de encontrar-se com ele?

- Somente o abraçaria. E daria graças a Deus por ser meu verdadeiro pai e dar-me a oportunidade de viver, pois sei que os pais deste mundo são uma espécie de rascunho, de roteiro. Pai, o que se diz pai, é somente Deus.

- Qual seria sua mensagem à sociedade sobre a punibilidade ou não do aborto em caso de estupro?

- Que voltemos a ler o Gênesis, de onde se diz que Deus tomou o barro, fez ao homem e lhe insuflou alento de vida. Deus nos criou à Sua imagem e semelhança. Minha respiração é a respiração de Deus. Somos o mais belo do mundo. Então, não temos direito de quitar a vida a nenhum inocente porque não tem culpa de como veio ao mundo. A culpa temos nós que nos equivocamos e não fazemos a vontade de Deus.

- E que palavra teria para uma mulher que foi violada?

- Diria a ela que Deus é o dono da vida e que fez dela instrumento de vida. Que a culpa tem o estuprador, não o menino que carrega em seu seio. Creio que a decisão de abortar se acabará quando pensarmos que toda vida é um presente de Deus, mais além de como foi concebida, da dor ou da alegria. Ele sabe o porquê e com o tempo a gente vai descobrindo o para quê.

- Não pode chegar a ser uma carga terrível para a mãe?

- Para minha mãe foi o seu orgulho máximo ter defendido a vida. E sua máxima satisfação e alegria foi ter visto em mim um homem de bem para a sociedade. Ela pensava em quantos homens e mulher de bem foram privados da sociedade pelo aborto.

- Que seria de você sem sua fé?

- Sempre digo que a fé é o que de mais valioso possuímos. E que – ainda que percamos tudo – não podemos perder a fé. Deus se vale de mim para fazer obras; eu sou apenas Seu instrumento. E se Ele quer que meu testemunho ajude a recapacitar uma pessoa e salvar uma vida, então esta entrevista terá valido a pena.

Fonte: Religión en Libertad | Tradução: Ecclesia Una


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Fruto de Estupro, Padre Colombiano Dá Seu Testemunho!!!

O Concílio Vaticano II e a liberdade religiosa.

De acordo com Philippe Chenaux, Diretor do Centro de Estudos sobre o Concílio Vaticano da Pontifícia Universidade Lateranense, a declaração Dignitatis Humanae (DH) sobre a liberdade religiosa, é um documento de importância histórica “dos maiores documentos do Concílio”.
Falando no dia 3 de maio para o ciclo de conferências organizado pelo Centro de Estudos e Pesquisas sobre o Concílio Vaticano II da Lateranense em colaboração com o Centre Culturel Saint Louis de France sobre o tema “Revisar o Concílio, Historiadores e teólogos confrontando-se, “o professor de História da Igreja Moderna e Contemporânea contou o trabalho que deu esta declaração e como os padres conciliares embora partindo de posições diferentes e em alguns casos opostas chegaram a votar com grande maioria a Dignitatis Humanae.
A declaração sobre a liberdade religiosa era considerada pelo Papa Paulo VI como um dos grandes documentos do Concílio, não tanto pelo seu tamanho (trata-se de um dos textos mais curtos), e nem sequer pela forma (é uma declaração simples), mas sim pelo seu conteúdo.
Para o prof. Chenaux a DH “resolvia dois dos problemas mais difíceis com que a Igreja se enfrentava há pelo menos dois séculos: o problema da relação entre liberdade e verdade, a nível teórico ou teológico, e aquele das relações entre a Igreja e o Estado moderno, a nível político-eclesiástico”.
O debate sobre a liberdade religiosa tem sido controverso, porque “apesar da Igreja sempre ter afirmado a liberdade do ato de fé”, ou seja,  que “ninguém pode ser forçado a abraçar a fé contra a sua vontade”, era necessário superar o legado da aliança institucional dos poderes espirituais e temporais, da intolerância religiosa subsequente à reforma e contrareforma e uma certa intransigência durante o século XIX.
O professor da Lateranense explicou que “A tese intransigente do Estado Católico tinha permanecido oficial pela Igreja, pelo menos, até o final do pontificado de Pio XII” quando ”A dolorosa experiência dos totalitarismos (o comunismo, o nazismo, o fascismo) tinham contribuído para uma redescoberta pelo Magistério da Igreja da eminente dignidade da pessoa humana e dos seus direitos fundamentais“.
Em mensagens de rádio no tempo de guerra, em Natal de 1942 e no Natal de 1944, Pio XII enfatizou a dignidade da pessoa humana e a importância de uma democracia saudável.
Para Chenaux já antes da Segunda Guerra Mundial, a Igreja era incapaz de conformar os poderes do Estado com o reconhecimento de Deus e da Igreja. Nos Pactos de Latrão com a Itália fascista (1929); o Reichskonkordat com a Alemanha nazista (1933); e o Concordato com a Espanha de Franco, em 53, a Igreja adotou uma política de defender o “mal menor”, a fim de garantir a liberdade da Igreja, do clero, dos católicos e de todos os cidadãos.
No concílio as duas posições, a mais ortodoxa e a outra que abria para o mundo tendo em conta a mudança dos tempos, se confrontaram, ao ponto de que a elaboração da DH “foi até o último momento trabalhosa e difícil“.
Chenaux disse que, mesmo em maio de ’64, “O debate entre apoiantes e opositores do texto (da DH) foi muito amargo“. Os bispos norte-americanos e muitos bispos da Europa do Leste (especialmente poloneses) “afirmaram a necessidade de reconhecer um direito com base na natureza da pessoa humana. Os segundos, ou seja, os adversários, expressaram a convicção de que não se podia separar a liberdade religiosa da verdade e dos seus direitos”.
No debate interveio o então Arcebispo de Cracóvia, monsenhor Karol Wojtyla, que propôs preparar duas declarações: “uma dirigida aos cristãos não-católicos com um espírito ecumênico, para dizer que a verdade cristã nos torna livres, e outro dirigida aos governos, uma declaração ad Extra, que servia  aos interesses da Igreja nos países comunistas”.
Em dezembro de 1964, a pedido do Papa Paulo VI, também foi consultado o filósofo Jacques Maritain, que em um memorando entregue ao papa em março de 1965, lembrou com vigor que “a liberdade religiosa deve ser proclamada e mantida como um dos direitos humanos fundamentais da pessoa humana“.
Acontece assim que no dia 7 de dezembro de 1965, com 2308 placet e 70 non placet, a declaração DH foi aprovada e promulgada pelo Papa Paulo VI.
A DH diz: “Este Concílio declara que a pessoa humana tem direito à liberdade religiosa, esta liberdade consiste no fato de que todos os homens devem estar livres de coação por parte de indivíduos e grupos sociais e de todo poder humano para que, em matéria religiosa, ninguém seja forçado a agir contra a sua consciência, nem impedido dentro dos devidos limites a agir de acordo com sua consciência, em particular, publicamente, sozinho ou associados com outros“.
O jesuíta José Leclerc, professor de eclesiologia no Institut Catholique de Paris e autor de uma obra sobre a história da tolerância na idade moderna, escreveu na revista Etudes em Abril de 1966, que foi um “acontecimento extraordinário” na história dos Concílios.


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O Concílio Vaticano II e a liberdade religiosa.

Repense o seu modo de ver a vida


Em nossa vida fazemos planos, estabelecemos metas e, com isso, visualizamos situações que “podem vir a ser”, que “podem ocorrer”, e nos colocamos numa posição de expectativa e investimento de energia, trabalho e emoção. As expectativas de vida podem, em algum momento, concretizar-se ou não.



O acúmulo de expectativas e situações não resolvidas, bem como problemas cotidianos, profissionais e pessoais podem nos levar ao famoso estresse, que não vem apenas por aquilo que está externo a nós e visível, como problemas, pessoas, falta de dinheiro, desemprego, etc., mas especialmente ao que chamamos de fatores internos, e um em especial: a maneira como interpretamos a vida e seus acontecimentos, as pessoas com as quais convivemos, as situações pelas quais passamos.



Geramos ou pioramos um estado de estresse pela forma como encaramos a vida. Quer um exemplo bem simples de como isso acontece? Por um descuido, você bate seu carro. Não é nada grave, não houve vítimas. Qual a solução mais prática? Buscar um funileiro, avaliar os danos, fazer o orçamento, as formas de pagamento, se você pode ou não pagar agora e decidir por fazer o conserto. Isso é prático, racional e direto (mesmo sabendo que haverá um gasto e que você não poderá pagá-lo agora).



Porém, um modo que gera grande desgaste é olhar para a mesma situação cobrando-se: “Eu fiz tudo errado! Como pude bater este carro! Eu não me perdoo, sou mesmo um idiota”. Todos esses pensamentos estressantes e autopunitivos trouxeram alguma solução? Certamente não. Percebe agora como nossos pensamentos e crenças pessoais podem influenciar nossa reação diante de um acontecimento?



A forma como interpretamos as situações e o modo como nossos pensamentos se desenrolam desencadeiam, portanto, a produção do famoso estresse. Crença é aquilo que dá significado à nossa vida.

Se eu creio em Deus, meus atos tendem a ser pautados por essa crença. Por outro lado, se creio que tudo será péssimo, que não sou capaz, que nada dá certo comigo ou que nunca minhas expectativas darão certo, temos aí um bom caminho para atitudes desfavoráveis e um amontoado de novos pensamentos negativos e um belo caminho para o adoecimento e para um círculo contínuo e vicioso de estresse.



Muitas vezes, quando estamos nesse estado, achamos mil desculpas para justificá-lo: "Estou estressado porque meu carro quebrou". Ou: "Porque meu time perdeu", assim como: "Porque meu namoro acabou", porque ... porque... porque... sempre baseados em fatos externos.



Você já parou para pensar qual é a sua parcela de responsabilidade diante do que não deu certo? Será que não é devido à sua forma de ver o mundo que o estresse acontece e com ele todas as consequências físicas e emocionais em sua vida?



Faço este convite a você: pare e observe como você encara o mundo ao seu redor. Este pode ser um primeiro passo para não ser refém da vida e dar um novo significado à sua história.



Elaine Ribeiro


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Repense o seu modo de ver a vida

NI DIOS ES PADRE, NI JESÚS, SU HIJO: ‘BIBLIA HALAL’. Una nueva traducción de las Sagradas Escrituras destinada a los países islámicos expurga la Trinidad del texto

En la nueva traducción de la Biblia realizada por Wycliffe Bible Translators para su difusión en países de mayorías musulmanas, Jesús ya no es el Hijo de Dios, ni Él mismo es Dios, ni Dios es Dios Padre, y tampoco hay Espíritu Santo, entre otras muchas ‘novedades’ teológicas. Wycliffe es una de las principales organizaciones traductoras de las Escrituras de todo el mundo y ha realizado hasta la fecha más de 700 versiones de la Biblia en lenguas vernáculas. Pero la Trinidad ha desaparecido de la última. La palabra ‘hijo’ ha sido expurgada cuando se aplica en los textos a Jesús en su calidad de Hijo de Dios. Puesto que el islam considera ‘idólatra’ la divinidad de Jesús -y como tales idólatras infieles trató y trata a los cristianos-, esta podría ser calificada como la primera traducción bíblica ‘halal’, pensada para no ofender a las comunidades islámicas en donde estas biblias van a ser repartidas.
El islam considera a Jesús como un profeta menor, el simple antecesor de Mahoma, que es último y definitivo de los enviados de Alá, y que mejora y completa los mensajes de sus precursores. Jesús recibe en el Corán el nombre arábigo de Isa, y como los demás profetas que precedieron a Mahoma, era musulmán, de la misma forma que musulmán es cualquier ser humano nacido sobre la tierra. Por tanto, cualquiera que no se someta al islam es tratado como un infiel, un no creyente, pero, sobre todo, como un apóstata, un renegado. Y, por tanto, solo merece ser exterminado pues su mera existencia supone un peligro de infecto contagio para los verdaderos creyentes. Por ello, Alá ordena: “Matadles donde deis con ellos, y expulsadles de donde os hayan expulsado. Tentar es más grave que matar. No combatáis contra ellos junto a la Mezquita Sagrada, a no ser que os ataquen allí. Así que, si combaten contra vosotros, matadles: ésa es la retribución de los infieles” (2, 191).
Cerdos, monos repugnantes e infieles
Un infiel es, además, un idólatra si no afirma que Alá es el Más Grande y Mahoma es su profeta. El Corán menciona 221 veces la palabra ‘infieles’ (‘kufar’) y siempre entre terribles amenazas, muestras de desprecio y repugnancia, o llamadas directas a su exterminio. En otras 23 ocasiones, el término se aplica en singular (kafir), aunque el tono extremadamente violento y agresivo continúa siendo el mismo. Uno de estos profetas antecesores de Mahoma, Noé, ya había rogado a Alá: “¡Señor! ¡No dejes en la tierra a ningún infiel con vida! Si les dejas, extraviarán a Tus siervos y no engendrarán sino a pecadores, infieles pertinaces” (71, 26-27). En muchos países de mayoría musulmana se acomete con dedicada fruición la limpieza de estos contaminantes seres, que, como tales, en otras ocasiones son calificados en el libro sagrado islámico simplemente como “cerdos” o “monos repugnantes” (ND).
En el Corán, es Alá quien habla de forma directa, de manera que Mahoma solo transcribe. Es tan sagrado lo que allí se dice que únicamente puede ser entendido de verdad en el solo idioma que habla Alá, el árabe, y por ello, los musulmanes no árabes se aplican en aprender ese lenguaje y llenan sus escritos religiosos en lenguas distintas con una algarabía de términos arábigos que fijan con precisión los términos revelados. El Dios cristiano siempre ha sido más hábil con el dominio de los idiomas y, de hecho, una de sus personas, el Espíritu Santo, provee el don de lenguas, para que el mensaje de Dios pueda ser difundido y entendido en cualquiera de ellas. Por ello, los cristianos hoy no necesitan aprender hebreo o griego antiguos para entender lo que dijo Dios o Jesús, que, por otra parte, hablaba arameo.
El dogma de la Trinidad siempre fue tenido como una de las mayores muestras de idolatría del cristianismo, una ofensa a Alá que era necesario exterminar. Algunos ‘historiadores’ españoles, hoy por completo desacreditados, como Ignacio Olagüe (“La revolución islámica en Occidente”,pdf, 2,51 MB), consideraron que los musulmanes entraron en la península ibérica apenas sin combate, asistidos como aliados por las comunidades cristianas arrianas que también negaban la divinidad de Jesús y que se habrían asociado a los inesperados benefactores llegados de África.
‘¿Un Hijo de Dios? Por Alá, ¿dónde?’
En el cristianismo, Dios es Dios y a la vez tres personas, Padre, Hijo y Espíritu Santo. En el islam, Alá es Alá, y nada hay más grande ni distinto a él en la divinidad. Llevar la contraria a esto supone sencillamente caer en la idolatría, y para los infieles idólatras, el Corán ya ordena lo que ordena. Así que Wycliffe, la enorme organización dedicada a la traducción de las Sagradas Escrituras, decidió que las biblias que iban a ser utilizadas en países de mayoría musulmana debían eludir términos que ofendieran a los fieles islámicos, por lo general, bastante irascibles en este tipo de cuestiones, de manera que sus muestras de disgusto suelen terminar con unas cuantas higiénicas y reparadoras masacres con que evitar los infectos contagios denunciados en el pasaje anteriormente citado del Corán.
De esta manera, la nueva traducción de Wycliffe de la Biblia eliminó términos que, como “Dios Padre” o “Hijo de Dios”, podían herir las delicadas sensibilidades religiosas de los musulmanes. O sea, que en la nueva versión, Dios no puede ser Padre, y, por tanto, Jesús no puede ser Hijo de nadie, ni mucho menos Dios en sí mismo. Y del Espíritu Santo mejor no hablar. Literalmente. Mejor no hablar. Por propia seguridad.
Cuando se descubrió la traducción de la Biblia ‘adaptada’ al mundo islámico, la enorme polémica generada obligó a Wycliffe a dar la cara. Según los responsables de la traducción, no se trataba de expurgar las Sagradas Escrituras de términos ofensivos para la extremadamente inflamable susceptibilidad de los musulmanes, sino de que cristianos nacidos en países de cultura musulmana no se toparan con conceptos que para ellos pudieran resultar incomprensibles, como que Jesús es Hijo de Dios, y a la vez, Dios en sí mismo, o que Dios es también Padre. Sin embargo, para portavoces de organizaciones cristianas en todo el mundo, si eliminas las palabras ‘Hijo’ o ‘Padre’ de las Escrituras, sencillamente el mensaje divino queda destruido.
‘La de Dios es Cristo’
Así que la justificación no coló, de manera que continuó armándose ‘la de Dios es Cristo’, según la expresión utilizada en España y que pudo originarse a raíz de las duras polémicas -y más que polémicas (y más que duras)- habidas entre católicos y arrianos en aquellos tiempos de sutiles discusiones teológicas. Además de iniciar una campaña de relaciones públicas para intentar desmentir la nueva sumisión cristiana al islam, ahora en la propia Biblia, Wycliff se vio obligada a pedir la mediación de una organización independiente, la World Evangelical Alliance, con el fin de que revisara el texto traducido al inglés. La WEA anunció que aceptaba la comisión del trabajo y que para finales del presente año presentaría su dictamen.
No es esta la única traducción ‘heterodoxa’ de la Biblia que ha aparecido últimamente. ‘The Voice’ es el título que se le ha aplicado a otra en la que Jesús ya no es Cristo. Pero en esta ocasión, se trata de reconducir un término griego que, como ‘Cristo’, es un adjetivo y no el nombre propio que la mayor parte de los cristianos suponen, hasta el punto de haber conformado el nombre propio de Jesús como Jesucristo.
En esta nueva traducción, Jesucristo es “Jesús, el Ungido”, que tal es el significado de Cristo. Además, y en busca de una narrativa de ritmo más ágil y moderno, las monótonas descripciones de diálogos en tercera persona se han convertido en conversaciones casi cinematográficas.
Un ‘script’ por Biblia
Por ejemplo, el pasaje de Mateo, 15, en el que Jesús camina sobre las aguas, ha quedado en la nueva traducción de la siguiente forma:
-Disciple: “It’s a ghost!” … Discípulo: “¡Es un fantasma!”
-Another Disciple: “A ghost? What will we do?”… Otro de sus discípulos: “¿Un fantasma ¿Qué haremos?”
-Jesus: “Be still. It is I; you have nothing to fear.”… Jesús: “Estad quietos, Soy yo, no teneis nada que temer.”
Según el jefe del equipo de traductores, David Capes, se trata de que “la gente deje de ver a la Biblia como un texto antiguo, y pasen a considerarla como una historia en la que las personas y sus vidas participan“.


Fuente: Aquí

A doutora e sua mães - Pe Zezinho scj

 

Um livro de mil páginas não seria suficiente para falar de Zilda Arns. Também não o seria para falar de seu irmão mais velho Dom Paulo Arns. A Igreja e o Brasil lhes devem muito. Em tempos difíceis eles assumiram a catequese de atitudes. Repercutiram o evangelho, porque é disso que trata o "catechein". Creram e agiram.

Dom Paulo ainda está conosco. Neste começo de ano o terremoto do Haiti levou a Doutora Zilda. Morreu entre os mais pobres da América Latina. Se lhe fosse oferecida uma escolha de onde e como morrer, imagino que é escolha que teria feito: morrer entre os pobres e ensinando a sair da pobreza. Era mulher de orar, de falar e de fazer.

Todos perdem com sua partida. Milhões de mães do Brasil e milhares de outras mães do mundo perdem a cúmplice, que, a conselho e incentivo do irmão cardeal e com o apoio de irmãos católicos e de outras igrejas criou e desenvolveu a Pastoral da Criança. Presidentes e governos estaduais e municipais do Brasil perdem uma aliada sorridente, exigente e competente. Extensos programas de radio e de televisão, revistas e jornais já falaram dela e certamente ainda falarão.

Quem pensava que a era das Terezas de Calcutá e de Irmã Dulce terminara, não sabia da Doutora Zilda e não sabe de centenas de outras que vivem pelos pobres, agem para libertar e para promover os outros. A fé, com elas, se traduz em gestos concretos. Doutora Zilda mirou as mães e suas crianças.

Felizmente, ouço dizer, a doutora criou deitou raízes, multiplicou-se por mais de 160 mil corações solidários que entenderam sua mensagem. Com pouco se faz muito, desde que haja união, espírito e equipe e senso de comunidade. Outra vez a história dos cinco pães e dos dois peixes deu certo. Começou e os governos e grupos de serviço perceberam que, nas mãos dessas mulheres cúmplices em favor da vida, as coisas aconteciam e custavam bem menos do que a burocracia do poder. Era o poder das mães em ação.

Nós católicos quando vemos um herói da solidariedade e da justiça o proclamamos pessoa santificada, eleita, escolhida. Dizemos que viveram em Cristo por Cristo e com Cristo, nos outros, com os outros e pelos outros. Os santos erram, mas se corrigem, perdoam, pedem perdão e apesar de seus pecados e limites, ajudam como podem e como sabem. Milhares de cristãos fazem pelos sofredores coisas que o mundo só fica sabendo quando morrem. Felizmente, de Dra. Zilda já sabíamos pelos resultados da sua Pastoral da Criança. Fez, fazia e fará falta!


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A doutora e sua mães - Pe Zezinho scj

A ESPECIAL DEVOÇÃO DO PADRE PIO A SÃO MIGUEL

Nos últimos dois anos, as regiões da Itália vêm recebendo a exposição itinerante A devoção especial do Padre Pio a São Miguel Arcanjo, realizada por Vincenzo Comodo, professor de Sociologia no Pontifício Ateneu Regina Apostolorum, de Roma. Inaugurada em setembro de 2010 na Igreja de São Pio em San Giovanni Rotondo, a mostra seguiu para a Celeste Basílica de Monte Sant'Angelo e depois para os vários conventos onde o Padre Pio se formou como consagrado.
ZENIT entrevistou o idealizador da exposição.
Professor Comodo, o que o levou a criar esta exposição fotográfica?
Comodo: Nós conhecemos o relacionamento extraordinário que o padre Pio tinha com os anjos. Em particular com o anjo da guarda. Ele recomendava para os seus devotos recorrer sempre a esse espírito celestial, não só nos momentos mais escuros da peregrinação terrena, mas sempre mesmo, fazendo dele um companheiro querido e fiel. Mas é menos conhecida a devoção ardente que ele tinha pelo Príncipe dos Anjos, São Miguel. Uma devoção que, durante a vida dele, assumiu os contornos de uma relação muito especial. Alguns aspectos são mais claros, outros ainda estão envoltos em segredos. Esta mostra foi projetada e criada para resgatar essa ligação extraordinária entre o padre Pio e o Comandante Supremo do Exército de Deus
Por que o padre Pio era tão profundamente devoto de São Miguel?
Comodo: Basicamente porque, desde criança, o padre Pio se beneficiou da sua companhia. Porque na luta contra Satanás e o seu exército do mal, ele sempre recebeu a ajuda de São Miguel, que era o guia dele para anunciar a verdade do Ressuscitado e para desmascarar a mentira, que o diabo está sempre espalhando pelo mundo para a destruição das almas. Por estas razões, ele queria que o arcanjo fosse conhecido como uma expressão do amor infinito de Deus, um exemplo superlativo de fé absoluta no Todo-Poderoso, especialmente para os seus devotos e filhos espirituais. Queria que todos pedissem a proteção do arcanjo vigilante e poderoso contra os enganos e as tentações de Satanás, que está sempre à espreita de todos. Ele queria que as pessoas se voltassem para São Miguel como um intercessor poderoso diante de Deus. Não por acaso, a gruta sagrada de Monte Sant'Angelo foi visitada por nobres, cavaleiros, reis, príncipes, cardeais da Igreja Católica Romana. Alguns se tornaram sucessores de Pedro no trono papal, como o inesquecível João Paulo II. E santos, como São Francisco de Assis e o padre Pio. Multidões de pessoas consagradas e simples peregrinos vão até ali para implorar graças e bênçãos.
Como é a mostra?
Comodo: A mostra é composta de várias telas que representam a presença de São Miguel Arcanjo na vida do padre Pio, desde a infância, com os testemunhos mais importantes de alguns dos seus filhos espirituais, que mostram sinais desta devoção tão especial. Por exemplo, os sinais que estão na Casa Sollievo della Sofferenza [Alívio do Sofrimento] e na igreja de Santa Maria delle Grazie, em San Giovanni Rotondo. Cada tela tem uma imagem acompanhada de uma legenda, para reforçar a mensagem através da combinação de imagem e texto. Falando a linguagem do coração. Esta iniciativa artística é uma grande oportunidade para aprendermos sobre este aspecto fundamental da espiritualidade do padre Pio, desconhecido para tanta gente, mas que o nosso santo capuchinho prezava muito. Tanto que o padre Pio costumava dizer para todos os seus devotos: "Vão cumprimentar São Miguel e se colocar sob a proteção dele".
O itinerário da exposição pode ser acompanhado pelo site www.padrepioesanmichelearcangelo.org (em italiano, inglês e espanhol) e no grupo do Facebook La speciale devozione di Padre Pio per San Michele Arcangelo (em italiano).

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A ESPECIAL DEVOÇÃO DO PADRE PIO A SÃO MIGUEL

PRIMER GENOCIDIO DE LA HISTORIA MODERNA: LA VENDÉE CAMPESINA Y CATÓLICA, LEVANTADA EN ARMAS CONTRA LOS “SIN DIOS” JACOBINOS


Cada vez más historiadores hablan de este acontecimiento como el “Primer Genocidio de la Historia Moderna”. En él, los jacobinos pusieron en práctica lo que se puede considerar un ensayo general de “Solución Final”
Situación religiosa
Hace unos doscientos años que Francia dejó de reconocerse a sí misma como La fille aînée de l’Eglise —La hija primogénita de la Iglesia—. No era injusto ese título, ni mucho menos, porque la nación más extensa, más moderna y la más culta del continente europeo tenía una sociedad católica. De los 26 millones de franceses, sólo 40.000 eran judíos y 500.000 protestantes. Sí, se sabían parte de la Iglesia universal, pero conscientes de su peso específico: 139 diócesis y 40.000 parroquias, en 1789; 135 obispos, alrededor de 70.000 sacerdotes seculares —un cura por cada 364 feligreses—, unos 30.000 religiosos y 40.000 religiosas. Con razón escribió François Furet que Francia, en vísperas de la Revolución Francesa, tenía un paisaje católico, pues iglesias, ermitas, santuarios y monasterios integraban y, no pocas veces, modelaban pueblos y ciudades.

El estallido de la Revolución Francesa, 14 de julio de 1789, lleva a la creación de un nuevo concepto de Estado y sociedad, bajo el lema: “libertad, igualdad, fraternidad o muerte”. En el nuevo régimen los estamentos propios del orden natural deben desaparecer en beneficio de la nación francesa –ente subversivo-; comienza así el ataque sistemático contra la Iglesia Católica, institución vital en la sociedad gala y pilar fundamental para el sostenimiento de la Monarquía. Surgen así los adoradores de la diosa Razón, de la diosa Libertad y de la diosa Humanidad, que buscan reemplazar la fe católica.

Con la finalidad de desmantelar la Iglesia Católica, se van sucediendo cronológicamente las siguientes disposiciones revolucionarias:
  • 4 de agosto de 1789: se produce la abolición de los derechos feudales por la Asamblea nacional.
  • 24 de agosto de 1789: se vota por la supresión de los diezmos.
  • 2 de noviembre de 1789: se produce la nacionalización de los bienes del clero y su conversión en bienes nacionales para su posterior venta en beneficio del Estado.
Estas medidas que anulan en definitiva el poder de la Iglesia Católica en Francia tienen diversas consecuencias como la separación Iglesia-Estado y la formación del primer Estado aconfesional, la desaparición del patrimonio artístico francés, la asunción por el Estado de la educación y la asistencia social por el desmantelamiento de la red educativa y asistencia de la Iglesia y la manutención del clero por el Estado. Esta última a consecuencia de la desamortización de los bienes de la Iglesia que contrae la pérdida de su independencia económica.
  • Febrero de 1790: se prestó el primer juramento de obediencia a la Constitución; se trataba de una simple declaración de fidelidad a la nación, al monarca y a las decisiones de la Asamblea Constituyente. La totalidad del clero prestó su juramento, con la excepción del obispo de Narbona, Mons. Dillon
  • 13 de febrero de 1790: se produce la abolición de los votos religiosos, lo que significa la supresión de las órdenes regulares. Se exclaustra a monjas y frailes, se incautan o incendian muchos conventos.
  • 18 de agosto de 1791: se suprimen las congregaciones seculares.
Estas medidas reducen los efectivos de la Iglesia Católica a los curas diocesanos, pero para ellos también hay una medida de reorganización que les pondrá a las órdenes directas del Estado.
  • 12 de julio de 1790: se aprueba la Constitución Civil del Clero, que es la base angular de la instauración de una nueva iglesia y la destrucción total de la vigente hasta entonces. Esta reordenación consiste en diseñar de nuevo las diócesis que deben coincidir con los limítrofes de los departamentos. Sin embargo, esta medida significa la supresión de 53 diócesis. Al mismo tiempo la reordenación parroquial, en realidad consiste en la supresión de cuatro mil parroquias. En cuanto al personal de la nueva iglesia, la elección de los obispos y párrocos por una asamblea de electores (ciudadanos activos), pero que por el censo está reducido a las clases más acomodadas de la sociedad. Además la ordenación de los curas será por los obispos, pero estos serán por el metropolitano y no por el Papa, es la ruptura con Roma. Se reorganiza la Iglesia Francesa, sin contar con Roma. Se introduce el culto a la Diosa Razón. Se obliga a jurar la «Constitución» a obispos, sacerdotes y religiosos, con lo cual se origina un cisma (juramentados y refractarios). Se persigue (muerte o deportación) a quienes no juran. La enseñanza, antes muy dirigida por la Iglesia, ahora es pública y laica. La Primaria queda abandonada.
Como el nuevo clero depende del Estado en su organización y manutención y cumplen una función pública, como el resto de los funcionarios del Estado deben jurar ser fieles a la nación y apoyar con todo su poder la constitución decretada por la asamblea nacional. No obstante, estas medidas que eliminan a la Iglesia Católica francesa cuenta con la total oposición del Papa Pío VI, con lo que se da comienzo al cisma de una iglesia galicana subordinada al poder civil, al margen de la autoridad pontificia, de estructura episcopalista y presbiteriana, donde los obispos y los párrocos eran elegidos por el pueblo y los nombramientos episcopales serían solamente notificados a Roma. Entre los miembros del episcopado únicamente cuatro renegaran de la fidelidad a Roma: Talleyrand, obispo de Autun; Loménie de Brieme, Cardenal arzobispo de Sens; Jarente, obispo de Orleans y Lafont, obispo de Viviers. Entre los miembros del clero se calcula en un 53 % los refractarios al juramento y reconocimiento de la ruptura con Roma. En cuanto al pueblo creyente, este se suma a la oposición del clero oficial y asiste a ceremonias clandestinas.
El Papa Pío VI prohibió el juramento y excomulgó a los sacerdotes que lo prestaran (12-III-1791).

El rechazo a la reorganización eclesial es respondida por las autoridades con fuertes medidas como las siguientes:
  • 29 de noviembre de 1791: el clérigo que no jure en ocho días será puesto bajo vigilancia.
  • 27 de mayo de 1792: se vota un decreto que sometía a la deportación más allá de las fronteras a cualquier eclesiástico al que veinte ciudadanos denunciaran como no juramentado y al que el distrito reconociera como tal.
  • 10 de agosto de 1792: es aprueba la famosa ley de sospechosos, donde el clero refractario forma uno de los colectivos considerados enemigos declarados de al revolución.
  • 26 de agosto de 1792: se redacta la ley de deportación general de todos los miembros del clero que se hayan opuesto al juramento.
  • 2 de septiembre de 1792: una banda de revolucionarios sacó del carruaje en que se conducía a la prisión a tres sacerdotes refractarios y los colgó; comienzan así las Matanzas de Septiembre. Más de mil monárquicos –aproximadamente unos doscientos cincuentas sacerdotes- y presuntos traidores apresados en diversos lugares de Francia, fueron sometidos a juicio y ejecutados; es el primer asesinato colectivo.
  • 3 de septiembre de 1792: se redacta un nuevo juramento en el cual se debe comprometer el juramentado a mantener la libertad, la igualdad, seguridad de las personas y propiedades.
  • Marzo de 1793: los sacerdotes que se negaron a jurar la Constitución Civil del Clero – llamados curas refractarios- persistentes en territorio francés quedan condenados a muerte. Estas medidas causan la salida de más de cuarenta mil exiliados de condición religiosa, seis mil de los cuales recalan en España y ayudarán a acrecentar desde el catolicismo español un sentimiento contrario al revolucionario francés que se materializará en 1808 en la lucha contra Napoleón.
¡Dios y Rey!
En esas fechas es el inicio de la Epopeya de La Vendée, cuyos campesinos sublevados llevan prendidos escarapelas del Sagrado Corazón y se autodenominan como ejército católico y real. Esta región evangelizada un siglo atrás por San Luis María Grignion de Montfort, terciario dominico, que insistía en la devoción filial a Nuestra Señora, fue tan inmunizada contra el virus de la Revolución, que se levantó en armas contra el gobierno republicano y anticatólico de Paris. Tenía en la Santísima Virgen la devoción más ardiente y, hasta compuso en su alabanza el “Tratado de la Verdadera Devoción”, que constituye hoy el fundamento más fuerte de toda la piedad mariana profunda. Por otro lado, con sus misiones aproximaba al pueblo a los sacramentos, lo enfervorizaba en la devoción al Rosario. También la sagrada insignia difundida por el santo, el Sagrado Corazón en tela roja, encuadrado por las iniciales de Jesús y María, fue colocado por los combatientes sobre sus chalecos, blusas, o dispuesto como escarapelas en los sombreros de amplias alas. El día de la beatificación de este apasionado apóstol, el ilustre obispo de Angers, Mgr. Freppel, lo proclamaba solemnemente ante 20.000 vendeanos en St.-Laurent-Sur-Sèvre, lugar donde reposan los restos del extraordinario conmovedor de almas : fue por Montfort y sus hijos espirituales, los Misioneros de San Lorenzo, por quienes corrió el flujo fecundo de savia cristiana en los campos del Oeste durante todo el siglo XVIII. Si ese siglo fue en otros lugares un tiempo de decadencia moral, en el Oeste, por el contrario, salvo en las grandes ciudades, fue una época de vivificación cristiana durante la cual el pueblo de esta región, dice Mgr. Freppel, “estuvo como lleno de dos sentimientos igualmente apropiados para engendrar el heroísmo : la Fé religiosa y la Fidelidad al poder legítimo. Por ello es que, cuando en un día de odio y de obcecación se llegó a atacar a los ungidos del Señor, a todo lo que representaba Cristo en el estado y en la Iglesia, este pueblo se estremeció y se levantó para defender todo lo que amaba y todo lo que respetaba.

Fue un levantamiento popular, que forzó a los titubeantes clérigos a tomar partido y produjo la salida de incógnito de muchos nobles temerosos de comprometerse. Rebelión religiosa frente al feroz volterianismo ideológico que se imponía a sangre y fuego desde París. Una insurrección en defensa del cristianismo, que constituye un hecho único en la historia por sus proporciones y el alcance de su represión.

Sin embargo, en este momento el gobierno revolucionario inicia una etapa descristianizadora al considerar a la revolución como una nueva era de civilización y al cristianismo como algo periclitado y unido al antiguo régimen.
Epopeya Vendeana
Antecedentes

La política religiosa del nuevo régimen y las medidas de excepción contra los sacerdotes no juramentados, trajeron una consecuencia cuya trascendencia iba a ser considerable: la sublevación del oeste de Francia, no solamente la Vendée, sino más a o menos todo el país que se extiende desde el norte del Poitu hasta la Bretaña y a los confines de Normandía: en los territorios actuales de los cuatro obispados de Poitiers, Angers, Lucon y Nantes.

Si bien la adhesión a la causa realista intervendría también es su estallido, la fidelidad a la Iglesia Católica y Romana constituye sin duda el móvil mayor de aquella epopeya.
La guerra campesino-monarquica de Francia
Las dificultades comenzaron con la Constitución del clero y su juramento; apenas uno de entre cuatro o cinco sacerdotes estuvo dispuesto a jurar. La resuelta hostilidad de los paisanos de la Vendée para con el clero constitucional se empezó a manifestar: en mayo de 1792 los alcaldes y oficiales municipales de treinta y cuatro comunas de las Mauges se reunieron para tratar esta situación; en agosto, en Chantillón hubo una revuelta de unos seis a diez mil hombres, reprimida por la guardia nacional. Los sacerdotes juramentados, muy mal recibidos, debían apelar a la guardia nacional para mantenerse; la mayoría de los feligreses deseaban y preferían quedarse sin cura que tener a un constitucional al que no conocen.
La ejecución de Luis XVI, el 21 de enero de 1793, conmocionó a toda Europa. Ello, unido a la política anexionista de la Convención, hizo que la hostilidad exterior contra la Revolución aumentara. La Francia entusiasmada declaró la guerra a Inglaterra y Holanda (1 de febrero, 1793), a España (7 de marzo) y a los Estados italianos. La Francia revolucionaria estaba en guerra contra toda Europa (excepto Suiza y los países escandinavos); por ello decreta el 24 de febrero de 1793 la movilización de 300.000 hombres.
Inicio
Las primeras proscripciones de sacerdotes habían comenzado en otoño, y la noticia de las matanzas de septiembre llegó hasta las más apartadas aldeas; a fines de enero, la de la ejecución del Rey, causó peor impresión. El 3 de marzo, en el mercado de Cholet, se supo que los funcionarios de Paris habían decidido que los jóvenes entre dieciocho y veinticinco años fueran alistados y enviados al ejército; aproximadamente unos quinientos jóvenes juraron públicamente no aceptar jamás la milicia revolucionaria.

Las autoridades locales, desconociendo el clima que se vivía, ordenaron el sorteo de los alistados en los centros de distrito, lo que suponía la reunión de ellos en grandes grupos; en muchísimos lugares estallaron incidentes, señalándose aproximadamente que seiscientas parroquias habían entrado en acción.
  • El 11 de marzo, en Machecoul, los guardias nacionales intentaron imponer el sorteo, lo que costó la vida a treinta de ellos.
  • El 12 de marzo, en Saint-Florent, se dispersaban los soldados del gobierno, abandonando un cañón en manos de los insurrectos.
  • El buhonero Jacques Cathelineau, ocupaba el 13 de marzo la población de Chemillé; el 14 de marzo, Cholet.
Así, al grito de “¡Viva la Religión!”, se levantaba en armas toda la Vendée.

El clima de los ejércitos vendeanos fue profundamente religioso: las columnas avanzaban rezando el rosario; lanzábanse al asalto cantando el Vexilla Regis; los capellanes impartían la absolución antes de que se trabara el combate. Ese espíritu religioso se daba también entre aquellos jefes salidos del pueblo, como el buhonero Cathelineau, llamado el “”Santo de Anjou” y el leñador Stofflet. Entre los nobles, a quienes los campesinos buscaron en sus propias mansiones y castillos para ponerlos al frente de sus fuerzas, esa religiosidad fue menos espontánea al principio; pero una vez tomada la decisión, todos ellos: D`Elbée, Lescure, Bonchamp, Charette y Henri de la Rochejaquelein, se mostraron dignos de la fe sólida y simple de sus hombres.
Consecuencias
Como bien nos señala Daniel Rops, “A decir verdad, dos Francias se enfrentaron en aquella lucha fraticida. La una, católica y tradicionalista, en la que se confundían convicciones cristianas y realistas hasta el punto de borrar en ella el sentido de la comunidad nacional y aceptar el lanzarse a una revuelta en el instante en que la Patria era invadida por todas partes”; al tomar las armas contra un gobierno al que consideraban ilegítimo y tiránico, no pensaban en absoluto en “traicionar a Francia”. “La otra, la Francia “de la montaña”, vagamente deísta, violentamente anticlerical, que no tenía en el fondo otra religión que la de la Patria”. Si San Luis María Grignion de Montfort hubiese extendido su acción misionera a toda Francia, probablemente habría sido otra su historia, y otra la historia del mundo.
Las memorias jamás reivindicadas de tres mil curas asesinados, de cientos de religiosas violadas y torturadas hasta morir y de decenas de campesinos descuartizados por no querer renunciar a su religión toca directamente a la misión pastoral del Papa y al encargo recibido del mismo Cristo de confirmar a sus hermanos.
Martirios
El 21 de febrero de 1794 se abrió en Angers el proceso contra el R.P. Noel Pinot. Las acusaciones fueron: presunta colaboración con los insurrectos, negación de juramento a la constitución civil, presunta cooperación para la reposición de la monarquía y sobre todo el prohibido ejercicio de la profesión de sacerdote. Lo último, junto con el hecho de haber celebrado la Santa Misa, era suficiente para dictar sobre el padre Pinot la pena de muerte y ejecutarlo el mismo día. El candidato a muerte fue irónicamente preguntado si quería morir con el alba puesta, proposición que aceptó con entusiasmo porque así pudo vivir todavía la más bella satisfacción: hasta el último momento ser sacerdote. El suplicio sería como la celebración de su última Misa, su ofrenda final. Así subió el padre Pinot al patíbulo, vestido con alba y casulla. Momentos antes de su decapitación tuvo que quitarse la casulla, pero los fieles le pusieron más tarde el ornamento después de la consumación del sacrificio. El 21 de octubre de 1926, el Papa Pío XI beatificó a este valiente sacerdote diciendo: “Noel Pinot atestiguó, llevando hasta el momento de su ejecución la casulla, que la tarea primordial, más importante y más sagrada del sacerdote es la celebración de la Santa Eucaristía según el encargo del  Señor: “Haced esto en memoria mía”.

El Terror desatado por la Revolución Francesa ha producido miles de víctimas en Anjou. La Causa de Beatificación, introducida en 1905, comprendía a 99 personas : 15 que fueron guillotinadas en Angers, y 84 que fueron fusiladas en Champ-des-Martyrs d’ Avrillé, entre el 30 de octubre de 1793 y el 14 de octubre de 1794. “Nos, acogiendo el deseo de nuestros hermanos Jean Orchampt, obispo de Angers, (…), así como de otros muchos hermanos en el Episcopado y de numerosos fieles cristianos, después de haber escuchado el parecer de la Sagrada Congregación para las Causas de los Santos, con nuestra Autoridad Apostólica establecemos que los venerables Siervos de Dios Guillermo Repin y compañeros (…), de ahora en adelante llamados Beatos y que su fiesta pueda celebrarse todos los años en los lugares y del modo establecido por el derecho, el día del tránsito para el cielo : el 1 de febrero para los Beatos Guillermo Repin y compañeros (…). En el nombre del Padre, y del Hijo, y del Espíritu Santo”; con esta fórmula el Papa, declaró Beatos al R.P. Guillaume Repin y 98 mártires franceses (11 sacerdotes, 3 religiosas y 84 -4 varones y 80 mujeres- seglares que murieron por la Fe en Angers en 1793-94, durante la Revolución Francesa). La ceremonia tuvo lugar en la basílica de San Pedro, Roma, el domingo 19 de febrero de 1984.
Cada vez más historiadores hablan de este acontecimiento como el “Primer Genocidio de la Historia Moderna”. En él, los jacobinos pusieron en práctica lo que se puede considerar un ensayo general de “Solución Final”.
ecclesiaprimus


De Revista Arbil # 60 por Gustavo Carrère

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PE. LÉO - COMO MARIA, NA MINHA CARNE, GLORIFICO À DEUS



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Átrio dos Gentios: a explicação da metáfora

O Pontifício Conselho para a Cultura, na sequência de um discurso de Bento XVI, desencadeou a iniciativa do “Átrio dos Gentios”, e, desde aí, assistiu-se a um verdadeiro florescimento de iniciativas e encontros em diversas cidades, que têm surpreendido pela sua originalidade e que tiveram uma etapa culminante no encontro do Santo Padre em Assis. De Bucareste a Florença, de Tirana a Barcelona, de Estocolmo a Palermo, de Praga a Marselha, até ao Québec e aos Estados Unidos os eventos multiplicam-se. Por vezes, também se tem verificado alguma polémica: certas formas mais agressivas de ateísmo sentem-se excluídas, acusando o diálogo de desenvolver-se só a um alto nível intelectual e com os chamados “ateus devotos” (alguns destes, por sua vez, também se têm queixado por não terem o protagonismo que gostavam). Está-se, claro, a avaliar estas críticas e a pensar numa resposta, mesmo sabendo que algumas delas são apenas provocatórias e minoritárias...
Hoje, porém, gostaria de ocupar-me de uma questão quase filológica que nasce da objeção que alguns têm colocado à oportunidade da metáfora “átrio dos gentios”. É natural que, desligada do seu fundo bíblico e judaico, a imagem cause algum embaraço. A começar pela própria ideia de “átrio”, que é um espaço exterior, como que colocado à margem. A nossa intenção é, precisamente, o inverso: queremos recuperar o valor deste símbolo afirmando que o “átrio” é um espaço livre, onde corre livremente o vento, o sol brilha e se contempla o céu, sem o necessário fechamento e autorreferencialidade que o Templo, sede do sagrado, e o Palácio, sede da laicidade, impõem.
A imagem tem uma história que muitos já conhecem. Procuremos repropô-la num detalhe que, contudo, nada tem de secundário. O templo construído por Herodes, a partir dos anos 20 a.C. e concluído muito tempo depois da sua morte, ocorrida no ano 4 a.C. (de facto, em Jo 2,20 fala-se dos 46 anos que foram necessários para levantar o edifício), compreendia, além do santuário propriamente dito, quatro pátios ou átrios: dos sacerdotes, dos israelitas, das mulheres e dos gentios, segundo as diversas classes rituais. O mais afastado era reservado aos gentios, às gentes, aos “pagãos”, que aos olhos dos hebreus, de então, eram automaticamente equiparados àqueles que nós hoje chamamos ateus, mesmo se na verdade veneravam os seus deuses, como o próprio São Paulo o havia reconhecido atravessando as ruas de Atenas («Atenienses, vejo que em tudo sois muito religiosos: passando e observando os vossos monumentos sagrados, encontrei também um altar com a inscrição: a um deus desconhecido» - At 17,22-23).
Segundo a descrição do historiador Flávio Josefo, na sua obra “Guerra Judaica”, uma balaustrada da altura de três cúbitos (cerca de 1,40m) - a Mishnah, depositária das antigas tradições judaicas, refere essa altura como sendo de dez palmos (0,75m) - separava aquele átrio da restante área do templo. Sobre ela, escreveu Josefo: «estavam colocadas a igual distância placas de pedra (”stêlai”), algumas escritas em carateres gregos e outras em latinos, que explicavam a lei da pureza, e que nenhum estrangeiro entrasse para o lugar sagrado» (V,5,2). Eis o detalhe em torno ao qual gostaria de deter-me brevemente: estas placas de pedra com a proibição de cruzar a balaustrada que fazia de fronteira entre o sagrado e o profano.
Em 1871, o arqueólogo francês Charles Simon Clermont-Ganneau descobriu, no setor Norte da atual esplanada da mesquita em Jerusalém, uma placa de calcário que media 56 cm de altura, 86 de largura e 37 cms de espessura, com algumas fissuras justificadas talvez pela destruição do templo, acontecida no ano 70 d.C. Essa placa está hoje no Museu do Antigo Oriente de Istambul. Em 1935, sobre o lado Este da mesma esplanada, veio à luz um peça semelhante que confirma a precedente e que está depositada no Museu Rockfeller de Jerusalém. Mas voltemos à primeira. Ela, em sete linhas, contém o seguinte interdito formulado em grego: «Nenhum gentio (”alloghené”) ultrapasse a balaustrada que delimita o templo. Quem o tentar, buscará para si próprio a condenação de morte». Curioso é o termo que define o «gentio», “alloghenés”, desconhecido do grego clássico e utilizado apenas no grego judaico e cristão. Nesse sentido, por exemplo, aparece no Evangelho de Lucas (17,18) para definir o samaritano leproso que regressa para agradecer a Jesus depois da cura, diferentemente dos outros nove hebreus também sarados. Por outro lado a severidade da pena em caso de violação colide com a liberalidade da própria Torah que no Levítico recolhe esta norma: “Todo o homem, israelita ou estrangeiro (”gher”) que peregrine entre vós, e que oferecer holocausto e sacrifício, deve trazê-lo à entrada da tenda da congregação” (Lev 17,8-9). Muitos estudiosos pensam que um interdito assim radical fosse fruto do rigor dos escribas judaicos do Templo, preocupados pelo excesso de estrangeiros que acediam a Jerusalém durante a época greco-romana, e que reagiam também à política herodiana que, neste particular, era muito liberal. Semelhantes interditos, porém, vigoravam também noutros sistemas sagrados e em templos do Próximo Oriente e da própria Grécia.
Mas no caso do templo de Jerusalém há uma questão que se levanta: as autoridades romanas de ocupação teriam dado aval a uma tal prática que, à primeira vista, colidia com a sua jurisdição e lesava os seus interesses?
Estando em Flávio Josefo dir-se-ia que sim, pois o historiador declara ter lido, ele próprio, aos hebreus assediados em Jerusalém este édito de Tito, o comandante do exército romano e futuro imperador: “Não fostes vós que colocastes esta balaustrada diante dos vossos lugares santos? Não fostes vós que colocastes a intervalos as estelas incisas com letras gregas e nossas, para proibir que alguém cruzasse aquele parapeito? Não vos concedemos nós permissão de dar a morte àqueles que o ultrapassassem, mesmo se se tratasse de um romano?” (Guerra Judaica 6,2,4). Reconhecia-se, portanto, a competência para emitir uma imediata e automática sentença capital contra quem tivesse transgredido aquele muro de fronteira entre sacro e profano, um ato que a nós parece desproporcionado, mas que na verdade correspondia a uma sensibilidade muito viva quanto à pureza ritual. O poder imperial romano quereria evitar ocasiões de conflito, pelo menos neste âmbito, com um povo tradicionalmente hostil às forças da ocupação.
Tudo o que descrevemos até agora encontra-se confirmado no episódio dos Atos dos Apóstolos que tem como protagonista São Paulo, acusado de “ter introduzido gregos no templo, profanando o lugar santo”, dado que estava em companhia de um certo Trófimo de Éfeso e, por isso, suspeito de ter acompanhado o apóstolo na área sagrada (21,27-30). Mas a figura de Paulo torna-se decisiva por uma bem diversa conceção daquele “átrio”, quando escreve aos cristãos de Éfeso (Ef 2,14-15): «Cristo é a nossa paz, o qual de dois povos separados fez um só povo. E derrubando o muro de separação, na Sua própria carne, desfez a inimizade...». A «inimizade» era a realidade implícita nas placas daquela balaustrada que dividia pagãos e hebreus, uma hostilidade que Cristo cancelou.
O novo símbolo do “átrio dos gentios” pretende continuar a eliminar esta separação num encontro de paz, de diálogo e de procura comum.
Este artigo integra o número 17 do "Observatório da Cultura" (abril 2012).


Cardeal Gianfranco Ravasi
Presidente do Conselho Pontifício da Cultura
In Il sole/24 ore, 11.12.2011, SNPC | 08.05.12


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Átrio dos Gentios: a explicação da metáfora

Como interpretar bem um texto?

A interpretação dos textos não é uma atividade inventada pelos professores para desespero dos alunos. Antes da gente, as cartomantes, os quiromantes, os astrólogos e outros jogadores de búzios, entre tantos outros decifradores de mensagens ocultas, dedicam-se a interpretar imagens, indícios, coincidências, cartas, linhas das mãos, estrelas, conchas, cinzas e sonhos.
A interpretação se torna uma atividade nobre, porém, quando se torna uma tarefa religiosa: instituir o significado da palavra de Deus através da interpretação dos livros sagrados, por exemplo a Bíblia. No princípio, só poderia haver uma interpretação correta do texto bíblico, restava encontrá-la.
Esta origem do ato de interpretar deixou alguns problemas para o presente. Há leitores que ainda acham que só se possa encontrar uma e apenas uma interpretação correta para cada texto. Há outros leitores que defendem com ardor o seu direito à interpretação livre, entendendo que cada pessoa tem a sua interpretação, pessoal e intransferível.
Ambos os grupos de leitores incorrem em equívoco.
Por um lado, não há uma interpretação única sequer para a própria Bíblia. Por isso surgiram as religiões protestantes, que por definição protestavam contra a interpretação dominante dos católicos. Por esta razão, elas traduziram os textos sagrados para as línguas vulgares de modo a permitir a leitura e, consequentemente, a interpretação dos fiéis.
Por outro lado, construir uma interpretação pessoal de um texto não é uma tarefa automática. Depende de respeito ao texto que se lê e aos contextos, quer do texto, quer do momento em que se lê. Na maioria das vezes, o que se chama de “minha interpretação” não passa de um aglomerado desorganizado de clichês e citações alheias lidas ou ouvidas sem digestão, sem trabalho pessoal de construção.
Que a obra seja aberta, como mostrou Umberto Eco, não implica que ela seja escancarada. Ou seja: não vale tudo. O próprio Eco alertou: “dizer que um texto potencialmente não tem fim não significa que todo ato de interpretação possa ter um final feliz.” As palavras do texto configuram um conjunto embaraçoso de evidências materiais que o leitor não pode deixar passar.
Se não há, para cada texto, uma única interpretação correta, e se a interpretação de cada leitor também não é necessariamente correta, o problema de como interpretar bem persiste.
Os filósofos antigos já se depararam com o fato perturbador de que cada livro possui alguma verdade, e que esta verdade é contraditória em relação à verdade de outros livros. Ora, se os livros falam a verdade mesmo quando se contradizem entre si, cada um deles deve ser compreendido como parte da mensagem: é a leitura de todos os livros que contém a mensagem. A verdade da interpretação se encontra no processo global de leitura, jamais neste texto ou naquele leitor.
A popularização da interpretação dos textos bíblicos foi obviamente um avanço mas trouxe de contrabando um atraso, a saber: a multiplicação das seitas. Como boa parte das interpretações se esforça por excluir as demais, muitos religiosos de origem protestante negam a origem e a denominação de sua própria religião, aproximando-se do catolicismo (palavra que deriva de “universal”, sugerindo a ideia de uma única religião possível) que combatiam no começo de tudo.
Ora, se a interpretação dos textos literários vai por esse caminho, entra em conflito frontal com a própria literatura, que pressupõe a suspensão momentânea de quaisquer verdades para melhor perspectivizar as possibilidades de saber.
Preocupada com este conflito, a escritora Susan Sontag dedicou-se a escrever contra a própria interpretação, questionando a tendência dos interpretadores a separar a forma do conteúdo para atribuir caráter acessório à primeira e essencial ao segundo. Essa tendência leva à formulação da pior de todas as perguntas: “o que o autor quis dizer?”. Encontramos essa pergunta pouco inteligente em muitas aulas e muitos manuais didáticos. A resposta do aluno mal educado pode ser, infelizmente, a mais correta: “sei lá, pô!”.
O autor não se encontra presente, em alguns casos faleceu há séculos, logo deveria ter respeitado o seu direito mínimo de não ter mensagens postas na sua boca à revelia. O máximo que o leitor pode entender do texto é o que ele mesmo se tornou capaz de entender. É para esta condição que Oscar Wilde alertava, quando disse: “It is the spectator, and not life, that art really mirrors” – é o espectador, e não a vida, que a arte realmente reflete.
Quando o leitor interpreta um texto, fala tão-somente do que pode falar: a verdade da sua leitura. A não ser para desqualificar todos os outros leitores e todas as outras leituras do mundo, não se pode falar da verdade intrínseca ou absoluta de um texto literário. O intérprete corre sempre o risco da arrogância, quando escava debaixo do texto para desenterrar o tal do “Sentido” maiúsculo que ali se encontraria soterrado.
Para Susan Sontag, há uma minoria de casos em que a interpretação configura-se como um ato liberador que revê e transpõe valores. No entanto, a maioria das interpretações atuais seria “reacionária, impertinente, covarde, asfixiante.” Neste caso, a interpretação deveria ser condenada, porque “a Arte verdadeira tem a capacidade de nos deixar nervosos. Quando reduzimos a obra de arte ao seu conteúdo e depois interpretamos isto, domamos a obra de arte.”
Nas palavras de Sontag, é preciso manter-se nervoso, perturbado, inquieto, depois do contato com a arte. Nas minhas palavras, é preciso preservar o enigma levantado pelo poeta, sem jamais resolvê-lo.
O personagem de um romance de Isaías Pessoti declarava: “nenhum amor sobrevive à palavra, mas nenhum poder prescinde dela”. Nenhum amor sobrevive à palavra que se quer completa, ao “conte-me tudo não me esconda nada”, à insistência em escavar as verdades mais íntimas, em perguntar diariamente “mas o que é que você está pensando agora?”. Essa insistência não é amor, ou pelo menos não é só amor, se vem melada de um certo tipo de desespero que se traveste de suficiência para melhor esconder a necessidade de controle, isto é, a necessidade de exercer poder sobre o outro.
Ora: o que vale para o amor vale para toda leitura – dos livros ou do mundo.
Um exemplo sofisticado se encontra na interpretação usual dos narradores dos romances de Machado de Assis. Muitos críticos os consideram “unreliable” (em inglês, para parecer mais chique) – isto é, “não-confiáveis”. De fato, Machado escreve muitos dos seus romances contra o próprio narrador – por tabela, contra o próprio leitor, uma vez que o leitor é forçado a tomar como sua a perspectiva da narrativa. Todavia, quando considera não-confiável o narrador do escritor, o crítico finge que ele mesmo não seria também um dos alvos prioritários da ironia machadiana. Desta maneira, o crítico sugere que só ele mesmo, “o Crítico”, seria confiável.
Na verdade, os narradores machadianos em primeira pessoa são tão confiáveis ou não-confiáveis quanto qualquer narrador em primeira pessoa ou, mais amplamente, quanto qualquer pessoa. Bento Santiago, ao mesmo tempo que nos força a pressupor a traição de Capitu, mostra tantos indícios de que ela o traiu quanto de que não o fez. Brás Cubas mostra a si mesmo como um canalha, mas através das suas próprias palavras também podemos ler a decadência do sistema patriarcal do qual Brás Cubas é vítima e não causa.
Todas estas restrições não nos permitem, entretanto, condenar a interpretação à morte, se este é o seu tempo. Condenada, a interpretação rirá de nós outros e ainda por cima nos obrigará a interpretar o seu riso. Como solucionar, então, o conflito entre a interpretação, que pressupõe tudo-dizer e tudo-esgotar, e a literatura, que pressupõe a suspensão momentânea das verdades justo para não esgotá-las?
Como sói acontecer, a formulação do problema contém a sua solução. Deve-se manter a questão e o conflito ativos e abertos. Um projeto inteligente de interpretação recua diante da solução final e protege a dúvida, preservando tanto o enigma do texto quanto a leitura do outro.


(Artigo de Gustavo Bernardo, doutor em Literatura e Filosofia e professor da UERJ)

A VIDA LENDÁRIA DE SÃO DIMAS

Contam antigas lendas que a Sagrada Família, ao fugir para o Egito, quis refugiar-se, para passar a noite, numa cova que, por desgraça, era uma guarida de ladrões.
O Capitão dos bandidos sentiu-se comovido ao ver a venerável bondade de S. José, a pureza e formosura da SS. Virgem e o olhar todo celeste do Menino Jesus. Acolheu-os, deu-lhes de comer e, na manhã seguinte, ofereceu-lhes pão para a viagem e , a Maria, uma bacia d'água para banhar o Menino. O capitão tinha um filhinho, da idade de Jesus aproximadamente, que se achava coberto de lepra. Nossa Senhora, correspondendo às finezas daquele homem rude e duro, mas que algo de bom tinha no coração, aconselhou-o a lavar o filhinho na água em que banhara o Menino Jesus.
Assim o fêz o bandoleiro e, no mesmo instante, seu filhinho ficou curado da lepra. O capitão lembrou muitas vêzes ao filho a quem devia a saúde e a vida, dizendo: "Foi o milagre dum Menino de tua idade, que seria, quem sabe, o Messias anunciado pelos profetas".
Crescendo, seguiu aquêle menino o exemplo do pai, tornado-se ladrão. Prêso e condenado à morte, ao subir ao Calvário, ia pensando em Jesus, seu companheiro de suplício, que era tão santo e paciente, que, sem dúvida, havia de ser o Messias, aquêle mesmo menino que o livrara da lepra. As lendas dizem que o bom ladrão se chamava Dimas e o mau, Gestas. Ambos foram condenados a morrer junto com Jesus e no mesmo suplício.
Atrás de Jesus subiram ao Calvário, levando suas cruzes. Junto com êle foram levantados nas respectivas cruzes. Viram como os soldados repartiam entre si as vestes do Salvador; mas, como a túnica era de uma só peça, tiraram a sorte a ver quem a levaria. Ouviram as palavras de Cristo: "Pai, perdoai-lhes porque não sabem o que fazem".
Jesus era objeto de todos os insultos. A multidão, curiosa e soez, passava por diante dêle, e, movendo a cabeça em sinal de desprêzo, dizia: "Vamos! tu que destróis o templo de Deus e em três dias o reedificas, salva-te a ti mesmo. Se és o Filho de Deus, desce da cruz..."
Todos blasfemavam e insultavam a Jesus. Mas a graça operou um milagre: Um dos ladrões, Dimas, considerando as virtudes sôbre-humanas de Jesus, creu ser êle o Messias prometido e amou de todo o coração a Bondade infinita. Dirigindo-se a Gestas, o outro crucificado, repreedeu-o, dizendo: "Como não temes a Deus, estando como estás no mesmo suplício? É justo, na verdade, que soframos por nossos crimes, mas Jesus, que mal fêz êle?"
E cheio de esperança e com grande arrependimento disse a Jesus: "Senhor, quando chegares ao teu reino, lembra-te de mim". Jesus, olhando Dimas com infinita misericórdia, respondeu: "Em verdade te digo que hoje mesmo estarás comigo no paraíso".
Naquela mesma noite, a alma de Jesus visitou o limbo dos justos e concedeu ao bom Ladrão a vista de Deus, a felicidade eterna.
- Festa: 25 de março.


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Tesouro de Exemplos - Parte 85:

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