Meu amor é como este pão, que era trigo que alguém plantou depois colheu.

"Eu plantei, Apolo regou, mas Deus é quem fez crescer". (I Coríntios 3,6). "O homem não se faz cristão pela  reflexão ou por um simples desempenho moral. ele só se torna cristão a partir de fora: mediante um dom que só lhe pode advir de um outro, ou seja, a partir do tu de Cristo, no qual ele encontra o Tu de Deus". (Joseph  Razinger, Compreender a Igreja Hoje).

Assim nasce a fé, uma atitude de um outro, que toca o eu para formar o nós. A partir dai começa um peregrinar, começa também a descoberta de que a vida só tem sentido se estou na companhia do "amor'. (I São João 4,16) Lembro de minha infância onde ao ir as missas com minha família eu ficava admirado com toda aquela gente que ao proclamar o padre "Deus esteja convosco" respondiam "Ele está no meio de nós" isso de alguma forma ficou em mim como que uma semente e me fazia repetir estas mesmas palavras ao brincar com minha irmã de missa.



A semente já estava lançada, precisava de alguém regar. No tempo de Deus veio então os trabalhadores para cumprir esta tarefa e com todo o seu amor Deus cuidou ( ainda cuida) de minha fé. Este trabalho é muito importante, é um trabalho que só tem sentido por causa do nós. É  o nós da Igreja que traz os operários do Senhor para que possam cultivar. Quando Jesus fundou sua Igreja, penso que este seria o trabalho  a qual Ele confiou seus humildes operários que, com o passar do tempo, continuam com este trabalho até o dia de sua volta. É um trabalho que supera o eu, pois é um trabalho de seguir a Cristo e Ele nos mostrou que devemos nos doar.

No caminhar da fé aprendemos a amar, a se entregar porém, é um caminho que se exige uma renuncia. Em muitos casos uma renuncia completa do eu o que pode levar muito tempo, para que possamos viver este amor. O amor "não busca os seus próprios interesses" (I Coríntios 13,5), infelizmente hoje vivemos em tempos que muitos dos se dizem cristãos isso não compreendem, julgam - se mais sábios do que os outros e numa busca desenfreada pelo eu esquecem-se do nós que compõem o amor.

Certa vez ao falar com um amigo sobre a Igreja comentei a ele que os apóstolos por mais que fossem escolhidos por Jesus, não procuraram se separar antes, eles buscavam a união,  viver este amor. Igreja não salva dizem alguns, infelizmente por causa da busca dos homens pelo partido de Cristo temos que concordar com isso, pois hoje posso a meu bel prazer fundar uma igreja onde eu sou doutor e o meu irmão só tem valor enquanto não está no mesmo nível que eu. Na Igreja Católica  por mais que muitos difamem -a vejo uma outra situação, onde podem muitos até desejarem crescer na hierarquia, mas sempre se submetem aos outros, pois é a união formando o nós que manifesta o tu de Cristo.

A Igreja salva? sim, pois ser Igreja é muito mais que isso que hoje conhecemos. É ela quem nos ensina, nos guia por essa caminhada que é a fé. Muitos são doutores nas escrituras e não perceberam isso e por isso com Jesus digo: "Pai, Senhor do céu e da terra, eu te dou graças porque escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, bendigo-te porque assim foi do teu agrado". (São Lucas 10,21)

Padre Zezinho em um momento de inspiração do Espirito Santo  simplificou assim:
Minha vida tem sentido
Cada vez que eu venho aqui
E te faço o meu pedido
De não me esquecer de ti
Meu amor é como este pão
Que era trigo que alguém plantou depois colheu
E depois tornou-se salvação.
E deu mais vida e alimentou o povo meu
...

Meu amor é como este vinho
Que era fruto que alguém plantou   depois colheu
E depois encheu-se de carinho
E deu mais vida e saciou o povo meu

Música : Minha vida tem sentido Pe. Zezinho
"Somos a Igreja do eu com os outros, a Igreja do com Cristo, Por Cristo e em Cristo" DVD Pe. Zezinho, scj - Belém-PA

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Meu amor é como este pão, que era trigo que alguém plantou depois colheu.

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