Contudo, o Papa Wojtyla não se impressionou com a grandeza dos números, nem se deixou seduzir pela magnanimidade da obra realizada. E, por isso, num murmúrio, que mais parecia uma oração, interrogou-se: “Sim, é verdade tudo isso, mas… Terei eu amado o bastante?!”
Esse seu comentário humilde fazia eco, sem dúvida, ao ensinamento paulino: “Ainda que eu tivesse o dom da profecia e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e tivesse toda a fé, até ao ponto de transportar montanhas, se não tiver amor, não serei nada” (1Cor 13, 2).
A única realidade verdadeiramente importante, a única que de nós depende e da qual depende a nossa salvação, é a caridade. Não o amor que os outros nos têm, mas o que nós damos, ou não, àqueles que são o nosso próximo, ou seja, o nosso caminho para o céu. Santo Agostinho dizia: “Pondus meus, amor meus”, isto é, valho o que amo, porque cada um de nós não vale o que vale o seu dinheiro, a sua saúde, o seu poder ou a sua inteligência, mas o seu amor. “Ainda que distribuísse todos os meus bens para sustento dos pobres e entregasse o meu corpo às chamas, se não tiver caridade, não valho nada” (1Cor 13, 3).
O ano novo só será bom se for, efectivamente, um tempo vivido na graça d’ Aquele que, sendo Deus, é, sobretudo, amor. Santo e feliz 2013
Padre Gonçalo Portocarreo de Almada
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Terei amado bastante ?
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