Vaticano: Bento XVI desafia católicos a enfrentarem «questão crucial» de Jesus


Celebração de Ramos inicia ciclo da Semana Santa, o mais importante do calendário litúrgico católico

Cidade do Vaticano, 01 abr 2012 (Ecclesia) – Bento XVI desafiou hoje as comunidades católicas a enfrentarem a “questão crucial” da vida e morte de Jesus num momento em que se preparam para a celebração da Páscoa.
“Para nós, quem é Jesus de Nazaré? Que ideia temos do Messias, que ideia temos de Deus?”, perguntou o Papa na homilia da celebração do domingo de Ramos, com a qual se inicia o ciclo da Semana Santa, o mais importante do calendário litúrgico católico, referindo que essas questões são o “ponto fulcral” dessa festa.
“Precisamente nesta semana, somos chamados a seguir o nosso Rei que escolhe a cruz como trono; somos chamados a seguir um Messias que não nos garante uma felicidade terrena fácil, mas a felicidade do céu, a bem-aventurança de Deus”, observou.
O “domingo de Ramos na Paixão do Senhor” deve o seu nome à procissão com ramos de oliveira ou de outras árvores realizada antes do início das missas, evocando a narrativa bíblica da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, dias antes de ser morto.
Bento XVI recordou que a “maioria” da população ficou “desapontada” com o modo escolhido por Jesus para Se apresentar como Messias e Rei de Israel.
Após a bênção das palmas e dos ramos de oliveira, o Papa aludiu às passagens bíblicas que estão na base da celebração deste domingo, sublinhando que toda a sua simbologia “exprime a convicção unânime de que, em Jesus, Deus visitou o seu povo e que o Messias ansiado finalmente chegou”.
“Na luz de Cristo, a humanidade reconhece-se profundamente unida e, de certo modo, envolvida pelo manto da bênção divina, uma bênção que tudo permeia, tudo sustenta, tudo redime, tudo santifica”, acrescentou.
Para Bento XVI, que apareceu em público pela primeira vez após a viagem do México e Cuba (entre os dias 22 e 28), os ensinamentos deixados por Jesus devem levar os fiéis a “adotar a visão reta sobre a humanidade inteira, sobre os povos que formam o mundo, sobre as suas diversas culturas e civilizações”.
A celebração, que reuniu milhares de pessoas na Praça de São Pedro, assinalou também o Dia Mundial da Juventude, que este ano decorre a nível diocesano, com a presença de jovens de Roma e do resto do mundo, incluindo uma representação portuguesa.
“Que o domingo de Ramos possa ser para vós o dia da decisão: a decisão de acolher o Senhor e segui-lo até ao fim, a decisão de fazer da sua Páscoa de morte e ressurreição o sentido da vossa vida de cristãos”, pediu.
Bento XVI evocou, neste contexto, Santa Clara de Assis, que há oitocentos anos, “exatamente no domingo de Ramos, movida pelo exemplo de São Francisco e dos seus primeiros companheiros, deixou a casa paterna para consagrar-se totalmente ao Senhor”.
“Com dezoito anos, teve a coragem da fé e do amor para se decidir por Cristo, encontrando nele a alegria e a paz”, prosseguiu.
A Semana Santa (também denominada Semana Maior), a última da Quaresma, termina com o Tríduo Pascal, que inclui as celebrações evocativas das seguintes narrativas bíblicas referentes a Jesus: última ceia (quinta-feira Santa), morte (sexta-feira Santa) e ressurreição (Vigília Pascal e missa do dia de Páscoa).
OC


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