É nas profundezas mesmo da nossa personalidade, que o pecado nos ataca. Ele destrói a única realidade de que depende o nosso caráter, identidade e ventura: a nossa orientação fundamental para Deus. Somos criados para querer o que Deus quer, conhecer o que Ele conhece, amar o que Ele ama. O pecado é a vontade de fazer o que Deus não quer, de conhecer o que Ele não conhece, de amar o que Ele não ama. Cada pecado, assim, é um pecado contra a verdade, um pecado contra a obediência, e contra o amor. Ora, nessas três coisas, o pecado mostra ser uma suprema injustiça não só contra Deus, mas, sobretudo, contra nós mesmos.
Pois, onde está o bem de conhecer o que Deus não conhece? Conhecer o que Ele não conhece, é conhecer o que não é. E por que amar o que Ele não ama? Há qualquer finalidade em amar o que não é nada? O que Deus ama, é. A vontade de amar o que não é implica, ao mesmo tempo, a recusa de amar o que é. Por que nos destruirmos a nós mesmos, em querer o que Deus não quer? Querer contra a sua vontade, é voltar a nossa vontade contra nós próprios. Temos a necessidade mais profunda de tudo que Deus quer para nós. Querer outra coisa, é privar-nos da nossa própria vida. Assim, quando pecamos, o nosso espírito morre de inanição.
Thomas Merton, Homem Algum é Uma Ilha
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O pecado é uma suprema injustiça contra Deus e contra nós mesmos:
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