Ao longo dos séculos, o Espírito Santo
tem suscitado na vida da Igreja diversos modos de responder à vocação
comum da santidade (cf. LG 40). Diversas vezes, homens e mulheres
inspirados pelo Senhor se tornaram autênticos modelos de vida, e
puseram em destaque um ou outro aspecto da vida e verdade cristãs, dando
início a diversas escolas de espiritualidade (cf. Catecismo da Igreja Católica, nn.
2683ss). Em outras ocasiões, o povo de Deus de uma determinada região
se sentiu impelido a expressar a sua fé através de gestos, palavras e
símbolos que, com o passar do tempo, se tornaram uma marca registrada de
sua história religiosa, alimentando o seu amor a Deus e aos irmãos.
Isto sem falar no fato de que a Sagrada Liturgia, cujo centro é a
Celebração Eucarística, desde os primórdios do cristianismo também foi
assumindo contornos particulares nesta ou naquela região do mundo (rito
bizantino, sírio, ambrosiano etc.), mantendo um núcleo comum, mas com
elementos rituais bem diversificados.
tem suscitado na vida da Igreja diversos modos de responder à vocação
comum da santidade (cf. LG 40). Diversas vezes, homens e mulheres
inspirados pelo Senhor se tornaram autênticos modelos de vida, e
puseram em destaque um ou outro aspecto da vida e verdade cristãs, dando
início a diversas escolas de espiritualidade (cf. Catecismo da Igreja Católica, nn.
2683ss). Em outras ocasiões, o povo de Deus de uma determinada região
se sentiu impelido a expressar a sua fé através de gestos, palavras e
símbolos que, com o passar do tempo, se tornaram uma marca registrada de
sua história religiosa, alimentando o seu amor a Deus e aos irmãos.
Isto sem falar no fato de que a Sagrada Liturgia, cujo centro é a
Celebração Eucarística, desde os primórdios do cristianismo também foi
assumindo contornos particulares nesta ou naquela região do mundo (rito
bizantino, sírio, ambrosiano etc.), mantendo um núcleo comum, mas com
elementos rituais bem diversificados.
Liturgia, espiritualidade e piedade popular pretendem
ser, na vida da Igreja, expressão de uma mesma fé, esperança e
caridade, e, ao mesmo tempo, fomentá-las no coração das pessoas, dos
grupos, das comunidades, na diversidade de formas autenticadas
posteriormente pela autoridade da Igreja. Como dons do Espírito, não
devem estar em conflito, mas confluir para a edificação do Corpo de
Cristo, para a encarnação do Reino de Deus no "aqui e agora" (hic et nunc) da história. Abusos e desvios hão de ser discernidos e corrigidos, na certeza de que pelos frutos se conhece a árvore, e igualmente na certeza de que o Senhor deseja dos batizados muito fruto, e frutos que permaneçam.
ser, na vida da Igreja, expressão de uma mesma fé, esperança e
caridade, e, ao mesmo tempo, fomentá-las no coração das pessoas, dos
grupos, das comunidades, na diversidade de formas autenticadas
posteriormente pela autoridade da Igreja. Como dons do Espírito, não
devem estar em conflito, mas confluir para a edificação do Corpo de
Cristo, para a encarnação do Reino de Deus no "aqui e agora" (hic et nunc) da história. Abusos e desvios hão de ser discernidos e corrigidos, na certeza de que pelos frutos se conhece a árvore, e igualmente na certeza de que o Senhor deseja dos batizados muito fruto, e frutos que permaneçam.
Neste contexto é preciso resgatar o exato valor das devoções,
que deverão sempre estar em processo de purificação e renovação, como
de resto toda a vida eclesial, sujeita às vicissitudes dos tempos e às
fraquezas humanas. O recente Diretório sobre piedade popular e liturgia – Princípios e orientações, da
Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos
(17/11/2001), sublinhou o "primado da liturgia" na vida cristã (n. 11),
que se insere no âmbito daquilo que é "necessário" para nossa
santificação. Ao mesmo tempo, porém, observa (nn. 7-10) que na vida
eclesial há espaço para os "pios exercícios" (expressões públicas ou privadas de piedade cristã calcadas no espírito e na estrutura da Liturgia), para a "piedade popular" (manifestações cultuais derivadas da índole de um povo que tem fé), bem como para as "devoções".
que deverão sempre estar em processo de purificação e renovação, como
de resto toda a vida eclesial, sujeita às vicissitudes dos tempos e às
fraquezas humanas. O recente Diretório sobre piedade popular e liturgia – Princípios e orientações, da
Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos
(17/11/2001), sublinhou o "primado da liturgia" na vida cristã (n. 11),
que se insere no âmbito daquilo que é "necessário" para nossa
santificação. Ao mesmo tempo, porém, observa (nn. 7-10) que na vida
eclesial há espaço para os "pios exercícios" (expressões públicas ou privadas de piedade cristã calcadas no espírito e na estrutura da Liturgia), para a "piedade popular" (manifestações cultuais derivadas da índole de um povo que tem fé), bem como para as "devoções".
Como entender o conceito de "devoção"?
O Diretório assim se expressa:
"No nosso âmbito, o termo vem usado para designar as diversas práticas exteriores
(por exemplo: textos de oração e canto; observância de tempos e visita a
lugares particulares, insígnias, medalhas, hábitos e costumes), que,
animadas por uma atitude interior de fé, manifestam um acento particular da relação do fiel com as Pessoas Divinas, ou com a Beata Virgem (...), ou com os Santos (...)" (n. 8 – destaques nossos). O documento faz referência a outros textos: Concílio de Trento (DS 1821-1825); Pio XII, Encíclica Mediator Dei; SC 104; LG 50.
Vê-se que a Igreja admite a possibilidade de expressões devocionais dirigidas ao Senhor Deus (Pai, Filho e Espírito), focalizando um aspecto particular do Seu inesgotável mistério (ad intra e ad extra);
assim, p. ex., temos a devoção ao Pai eterno, à Divina Providência, ao
Sangue de Cristo, ao Senhor Bom Jesus, ao "Divino" (Espírito) etc. Se
autênticas, brotam de um coração filial e eclesial, uma alma repleta de
amor e gratidão, na simplicidade de quem confia não na força de suas
palavras, ou na sofisticação das expressões, mas na graça divina.
assim, p. ex., temos a devoção ao Pai eterno, à Divina Providência, ao
Sangue de Cristo, ao Senhor Bom Jesus, ao "Divino" (Espírito) etc. Se
autênticas, brotam de um coração filial e eclesial, uma alma repleta de
amor e gratidão, na simplicidade de quem confia não na força de suas
palavras, ou na sofisticação das expressões, mas na graça divina.
À guisa de conclusão: "devoção", em seu
genuíno sentido, nada tem que ver como "devocionalismo" vazio,
supersticioso, desequilibrado, intimista, sectário. Há expressões
exteriores de piedade que pretendem ser uma manifestação das virtudes da
fé, esperança e caridade, ao mesmo tempo em que as confirmam e
fortalecem. Redento M. Valabek, carmelita, ainda faz notar outra
dimensão da autêntica "devoção" cristã: ela pretende indicar "o obséquio e o empenho devido em primeiro lugar a Deus", ou seja, é uma "atitude
habitual/permanente em uma pessoa que, com fervor, prontidão e
constância, oferece a Deus o seu serviço expresso em várias formas", chegando em algumas circunstâncias ao "sacrifício da própria vida" (Dizionario di Mistica, Libr.
Editr. Vaticana, 1998, p. 408).
Santo Tomás de Aquino, Doutor da
Igreja, sublinha que um ato de devoção inclui particularmente a pronta oferta da própria vontade a Deus (cf. S. Th. II-II, q. 82).
genuíno sentido, nada tem que ver como "devocionalismo" vazio,
supersticioso, desequilibrado, intimista, sectário. Há expressões
exteriores de piedade que pretendem ser uma manifestação das virtudes da
fé, esperança e caridade, ao mesmo tempo em que as confirmam e
fortalecem. Redento M. Valabek, carmelita, ainda faz notar outra
dimensão da autêntica "devoção" cristã: ela pretende indicar "o obséquio e o empenho devido em primeiro lugar a Deus", ou seja, é uma "atitude
habitual/permanente em uma pessoa que, com fervor, prontidão e
constância, oferece a Deus o seu serviço expresso em várias formas", chegando em algumas circunstâncias ao "sacrifício da própria vida" (Dizionario di Mistica, Libr.
Editr. Vaticana, 1998, p. 408).
Santo Tomás de Aquino, Doutor da
Igreja, sublinha que um ato de devoção inclui particularmente a pronta oferta da própria vontade a Deus (cf. S. Th. II-II, q. 82).
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Formas e o Conceito de Devoção
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