Apoio ao Pe. Paulo Ricardo


Mais cedo eu tomei conhecimento de uma carta pública dirigida ao Excelentíssimo Arcebispo de Cuiabá, demais bispos das dioceses de MT e à CNBB, criticando o trabalho e até a sanidade mental do Pe. Paulo Ricardo de Azevedo Júnior, pedindo, ao final, sua suspensão de todas as atividades, uma espécie de silêncio obsequioso.

Só agora de madrugada consegui ler a tal carta e o conteúdo é assustador.

Assustador porque supostamente leva a assinatura de sacerdotes e até bispos. Assustador porque não traz nenhum argumento sólido que possa sustentar uma medida tão grave como a pedida. Assustador porque leva a público uma demanda privada ao Arcebispo local, colocando-o contra a parede. Assustador porque em nome de supostas "calúnias, injúrias e difamação de caráter", caluniam, injuriam e difamam o Pe. Paulo Ricardo.

Vejam bem, a manifestação do padre Paulo que teria motivado a carta vem de uma palestra feita no último carnaval, durante um evento patrocinado pela Arquidiocese, em que o sacerdote diz, em resumo, que há padres que perderam a fé, que não honram a batina ("aliás, nem usa a batina!") e que, com isto, trouxeram o "espírito mundano" para dentro da Igreja.

Os padres que não usam batina se sentiram ofendidos, mesmo não tendo sido nomeados. Poderiam até ter razão se não fosse um problema: o ataque do pe. Paulo é ao padre que perdeu a vida de graça, que quer viver no mundo e não ao padre que não usa batina.

Reduzindo o dito à uma sentença lógica a proposição ficaria assim: Todo padre que quer ser do mundo não usa batina. A carta pública o acusa de dizer: Todo padre que não usa batina quer ser do mundo. Percebem a diferença?

A única "prova" concreta que trazem na carta, não aponta crime nenhum, muito pelo contrário, reflete uma constatação de fato, que todo fiel está careca de ver mundo a fora.

A contradição entre o dito e o alegado é tão óbvia, que no meio da carta o autor lembra que o próprio pe. Paulo Ricardo nem sempre usa batina.

Não vou nem entrar na questão da veste clerical. Basta dizer que o padre tem todo direito de, querendo, defender que a batina é sim a vestimenta principal do sacerdote. Uma interpretação do cân.284 não pode ser motivo de punição, ainda que fosse uma interpretação forçada. O que não é o caso, em absoluto.

O estilo do Pe. Paulo não é o meu. Não sei se estrategicamente é bom trazer certas questões à discussão pública, mas no que tange a doutrina apresentada por ele, nunca vi nada que afrontasse o depósito da fé, nada que pregasse a desobediência aos senhores bispos, nem nenhuma dessas coisas é sequer objeto de prova na carta.

Ora, se não há erro doutrinal, se não há desobediência ou apologia a ela, o único motivo para calar a voz do padre seria o que os signatários pensam dele. O problema é que pensam assim porque discordam de suas interpretações do Vaticano II e do que a Igreja quer dos sacerdotes e leigos, e isto está claríssimo na carta.

Então, no fim, a questão se resume a um pedido de "censura", porque não concordam como o padre pensa. A mensagem é: não deixem que ele mude a linha que nós traçamos.

Evidentemente podem haver outras motivações, desconheço a situação em Cuiabá, mas o que aparece na carta pública é isto, sem tirar nem pôr.

Portanto, pelo direito do pe. Paulo Ricardo de ensinar a doutrina católica e expor o que ele crê ser o que a Igreja pede ao sacerdote e ao leigo (como os signatários da carta também fazem), peço que assinem esta petição, dizendo que nós concordamos com esta visão.

Aos meus amigos blogueiros recomendo muita prudência, porque já é algo muito, mais muito errado terem feito uma carta pública, evite errar na outra ponta, agindo com irreverência para com os padres e bispos, ou mesmo como juízes, sobretudo de D. Milton Antônio dos Santos, que acabou recebendo uma batata quentíssima nas mãos. Sobretudo, rezemos pela boa conclusão desta situação toda, com a santificação de todos os envolvidos.

Ao pe. Paulo Ricardo minhas orações para que ele saiba mortificar as acusações, perdoar os agressores, aprender com as admoestações e para que tenha muita serenidade neste momento.

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mais sobre o assunto no Ecclesia Una, que conseguiu achar a tal carta.

comentários também n'O Possível e o Extraordinário, de onde peguei a foto emprestada.




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