A Maçonaria e as sociedades secretas



O cardeal Martini (ex-Cardeal de Milão) fez a seguinte denúncia: «A queda das grandes ideologias causou desorientação, um pensamento fraco, dificuldade em imaginar os cenários que nos esperam». A desorientação que fala o Cardeal, ataca todos quadrantes da sociedade e mesmo até a própria Igreja. Esta visão leva o Cardeal Martini a concluir que o mundo actual está profundamente marcado por incertezas.




Neste contexto de desorientação descobrimos uma sociedade marcada pelo medo e muito boa gente emaranhada até aos dentes em sociedades secretas, Maçonaria, sujeita a confusos e esotéricos ritos de iniciação, vergada a uma submissão cega a trâmites perigosos que conduzem à violação do bem comum, quando se descobrem figuras públicas claramente ligadas a tais sociedades.






Estes tempos têm sido profícuos em notícias vindas a lume sobre figuras governamentais e outras com cargos de relevância pública com ligações a sociedades secretas ou maçónicas.
A Igreja Católica sempre manifestou profunda inquietação com sociedades secretas, embora também legitime o secretismo no seu interior e até tenha reconhecido alguns grupos que se alimentam do secretismo (por ex. o Opus Dei…).




A Maçonaria, podemos dizer, nasceu na Igreja Católica. Eram os construtores, os maçons que passavam longo tempo a construir catedrais e mosteiros. Estes pedreiros, homens simples, ignorantes e rudes, recebiam, dos frades e clérigos, com quem viviam em estreito relacionamento, instrução e evangelização. Além de ler e escrever, aprendiam a dar graças, a caridade e os princípios morais do cristianismo. Tinham alguns ritos, a prece na abertura dos trabalhos, era um deles.




Porém, os conflitos aparecem quando os maçons se organizam e formam grupos mais ou menos secretos, legais e institucionalizados totalmente fora do domínio do poder eclesiástico, alguns movimentos com princípios claramente contra a Igreja Católica e, particularmente, anticlericais. As desconfianças e os conflitos são inevitáveis.




Neste sentido, repare-se na seguinte doutrina Católica. Em 27 de Maio de 1917 é promulgado por Bento XV, o primeiro Código de Direito Canônico, também chamado de Pio Beneditino onde se refere a Maçonaria da seguinte forma, no Cânon 2335: «Os que dão o seu próprio nome à seita maçónica ou a outras associações do mesmo género, que maquinam contra a Igreja ou contra os legítimos poderes civis, incorrem Ipso Facto, na excomunhão simplificter reservada à Sé Apostólica». E mais recomendava noutros Cânones o seguinte: «Que as católicas não se casassem com maçons; que seriam privados de sepultura eclesiástica; privados da missa de exéquias; não seriam admitidos em associações de fiéis; não poderiam ser padrinhos de casamento; não fariam a confirmação do baptismo (crisma); não teriam direito ao patronato, etc».




Bom, face a tudo isto vimos repudiar tudo o que sejam sociedades secretas em qualquer domínio da sociedade e a Igreja Católica como instituição para as denunciar a sério devia, a meu ver, assumir a transparência a todos os níveis como o valor principal da sua acção e não permitir no seu interior nenhuma sociedade secreta, por mais religiosa que se queira fazer.




Tudo isto, porque, nos tempos que correm e em democracia tudo o que sejam sociedades secretas provocam desconfiança e inevitavelmente tais grupos implantam-se nos campos de decisão para benefícios próprios e dos grupos a que estão associados secretamente. Nos tempos da crise e de austeridade não podíamos estar mais preocupados com notícias deste calibre que nos fazem pensar o pior no que diz respeito à procura do bem comum e da fraternidade.



José Luís Rodrigues




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