Vinde após mim; eu vos farei pescadores de homens – Terceiro Domingo do Tempo Comum – Marcos 1, 14-20

14. Depois que João foi preso, Jesus dirigiu-se para a Galileia. Pregava o Evangelho de Deus, e dizia:

15. “Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo; fazei penitência e crede no Evangelho.”

16. Passando ao longo do mar da Galileia, viu Simão e André, seu irmão, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores.

17. Jesus disse-lhes: “Vinde após mim; eu vos farei pescadores de homens.”

18. Eles, no mesmo instante, deixaram as redes e seguiram-no.

19. Uns poucos passos mais adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam numa barca, consertando as redes. E chamou-os logo.

20. Eles deixaram na barca seu pai Zebedeu com os empregados e o seguiram.


O Evangelho de Jesus Cristo, segundo S. Marcos põe em evidência dois temas principais: a conversão e a vocação.

A Conversão


Converter-se é afastar-se do pecado e caminhar em direção a Deus. O Beato João Paulo II disse: “o homem desapega-se do mal para orientar-se para Deus”.


A conversão passa pelo coração contrito e humilhado. A Palavra diz: “Rasgai vossos corações e não vossas vestes; voltai ao Senhor vosso Deus, porque ele é bom e compassivo, longânime e indulgente, pronto a arrepender-se do castigo que inflige. (Jl 2, 13)”



O Papa Bento XVI ensinou-nos sobre conversão: “Converter-se significa mudar de direção no caminho da vida: não com um pequeno ajustamento, mas com uma verdadeira inversão de marcha. Conversão é ir contra a corrente, onde a “corrente” é o estilo de vida superficial, incoerente e ilusório, que muitas vezes nos arrasta, nos domina e nos torna escravos do mal ou prisioneiros da mediocridade moral. Cristo Jesus é a meta final e o sentido profundo da conversão, ele é o caminho pelo qual todos são chamados a caminhar na vida, deixando-se iluminar pela sua luz e amparar pela sua força que move os nossos passos”.



O Beato João Paulo II disse assim sobre conversão: “A conversão é um momento-chave na vida interior de cada homem — na vida religioso-moral. Tem carácter múltiplo e realiza-se nos diversos períodos da vida. Nós falamos de conversão, quando ela é uma transformação fundamental que decide da mudança da direção da vida e do comportamento. Mas há também conversões quotidianas, que são externamente quase imperceptíveis e dizem respeito aos problemas aparentemente pequenos, mas importantes para o desenvolvimento da alma humana”.



No versículo 15 do Evangelho, Jesus Cristo fez um convite para que busquemos a conversão o quanto antes: “Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo; fazei penitência e crede no Evangelho”. O Senhor diz também no Livro do Apocalipse: “Mas o Justo faça a justiça e o santo santifique-se ainda mais. Eis que venho em breve; e a minha recompensa está comigo, para dar a cada um conforme as suas obras”. (22, 11b-12)



O tempo de nossa vida pode estar se completando. Nada sabemos sobre a durabilidade dela, só Deus sabe o dia e a hora de nossa morte. Busquemos, pois, ao Senhor enquanto podemos encontrá-lo. A Palavra diz: “Buscai o Senhor, já que ele se deixa encontrar; invocai-o, já que está perto”. (Is 55, 6)



O comentário da Liturgia desse domingo diz: “O tempo é dom precioso que recebemos de Deus e por isso deve ser aproveitado e vivido bem. A Liturgia nos convida a agir sem demora, no momento presente, atendendo aos apelos de conversão e mudança suscitados pela Palavra de Deus e pelos acontecimentos. Acolhamos em nossa vida o tempo da graça e da opção pelo Evangelho.” (Liturgia Diária)



A vocação



Vocação é o chamado que Deus tem para cada um de nós, para sermos testemunhas de Cristo ressuscitado no mundo. O Beato João Paulo II disse: “Vocação significa a chamada do homem por parte de Deus. Deus chama ao cumprimento das tarefas que assinala ao homem e, chamando-o, ordena-lhe que tenha confiança de chegar a cumprir a sua tarefa”.



O Evangelho narrado por São Marcos fala do chamado de Jesus aos primeiros apóstolos. São dois irmãos: Simão (Pedro) e o seu irmão André; depois de Tiago (filho de Zebedeu) e o seu irmão João. O Beato João Paulo II nos explicou: “Cristo chamou os primeiros dois perto do mar da Galileia quando, sendo pescadores, “lançavam as redes ao mar” (Mc 1, 26). Disse-lhes “Vinde após Mim e farei de vós pescadores de homens” (V.17). Os outros chamou-os, quando junto do mesmo mar “estavam no barco a consertar as redes” (V.19). E também eles, “deixando no barco o seu pai Zebedeu com os assalariados O seguiram” (V. 20).



Todos nós batizados somos chamados por Deus para exercer um serviço na construção do seu Reino, através de uma vocação. Mas há uma vocação especial a qual Deus chama aos jovens com insistência: a vocação ao sacerdócio. A Igreja, dotada de dons do Espírito Santo, faz frutificar vocações sacerdotais continuamente para que nunca venha a faltar. A Palavra diz: “Ora, vós sois o corpo de Cristo e cada um, de sua parte, é um dos seus membros. Na Igreja, Deus constituiu primeiramente os apóstolos, em segundo lugar os profetas, em terceiro lugar os doutores, depois os que têm o dom dos milagres, o dom de curar, de socorrer, de governar, de falar diversas línguas”.(1 Cor 12, 27-28)



No versículo 17, o evangelista narra o chamado que Jesus fez a Simão e André para serem seus apóstolos: “Jesus disse-lhes: “Vinde após mim; eu vos farei pescadores de homens”. Eles, no mesmo instante, deixaram as redes e seguiram-no”. O Beato João Paulo II disse: “Ofereço as minhas orações especiais aos jovens que já tomaram a decisão de seguir a formação sacerdotal. É fundamental que os futuros ministros da Igreja recebam uma adequada formação filosófica, teológica e espiritual, a fim de poderem compreender de maneira realista o valor de uma vida feita de pobreza, de castidade e de obediência. Hoje, mais do que nunca, os sacerdotes são chamados a constituir um sinal de contradição no seio das sociedades, que se tornam cada vez mais secularizadas e materialistas”.



O Catecismo (1535) ensina: “Os que recebem o sacramento da Ordem são consagrados para serem, em nome de Cristo, «com a palavra e a graça de Deus, os pastores da igreja». O Papa Bento XVI ensinou-nos: “A Igreja foi constituída sobre o fundamento dos Apóstolos como comunidade de fé, de esperança e de caridade. Através dos Apóstolos, remontamos ao próprio Cristo. A Igreja começou a construir-se quando alguns pescadores da Galileia encontraram Jesus, deixaram-se conquistar pelo seu olhar, pela sua voz, pelo seu convite caloroso e forte: “Vinde comigo e farei de vós pescadores de homens” (V. 17).



Para que mais jovens abracem a vocação sacerdotal é necessário que os ministros ordenados deem testemunho de fé, amor e fidelidade à frente do rebanho de Jesus Cristo. O Beato João Paulo II disse: “São coisas atraentes para os jovens que estão a considerar a possibilidade de abraçar uma vida de serviço sacerdotal ou religioso, o exemplo de um sacerdote zeloso que não só ama o sacerdócio, mas que também exerce o seu ministério com alegria e dedicação. Através da paternidade espiritual do presbítero, o Espírito Santo convida muitas pessoas a seguir ainda mais de perto as pegadas de Jesus Cristo: “Vinde após mim, e Eu farei de vós pescadores de homens” (Mt 4, 19).



O Beato João Paulo II continuou dizendo: “É indispensável que haja modelos eloquentes, capazes de fazer brilhar aos seus olhos a grandeza e a sublimidade do sacerdócio ministerial, assim como a profunda felicidade que se sente, ao entregar-se totalmente a Cristo, ao serviço da Igreja”.



São João Maria Vianney disse assim: “Quem coloca Jesus no Sacrário? O padre. Quem acolheu nossa alma na entrada da vida? O padre. Quem alimenta nossa vida na peregrinação terrestre? O padre. Quem prepara nossa alma para comparecer diante de Deus? O padre. o padre quem dá continuidade a obra da redenção na terra”.



Amemos, pois, os nossos sacerdotes e cuidemos com carinho de cada um, pois somente eles é que podem, através do Espírito Santo, transformar o pão no Corpo de Cristo e o vinho no Sangue de Cristo (transubstanciação). Que Maria Santíssima interceda junto a Jesus Cristo, por mais vocações sacerdotais para a Igreja Católica Apostólica Romana. E que guarde todos os sacerdotes em seu precioso manto.



Oração pelas vocações:



Senhor da messe e pastor do rebanho, faz ressoar em nossos ouvidos o teu forte e suave convite: “Vem e segue-me”! Derrama sobre nós o teu Espírito, que Ele nos dê sabedoria para ver o caminho e generosidade para seguir a tua voz. Senhor, que a messe não se perca por falta de operários. Desperta as nossas comunidades para a missão. Ensina a nossa vida a ser serviço. Fortalece os que querem dedicar-se ao Reino, na vida consagrada e religiosa. Senhor, que o rebanho não pereça por falta de pastores. Sustenta a fidelidade dos nossos bispos, padres e ministros. Dá perseverança aos nossos seminaristas. Desperta o coração dos nossos jovens para o ministério pastoral na tua Igreja. Senhor da messe e pastor do rebanho, chama-nos para o serviço do teu povo. Maria, Mãe da Igreja, modelo dos servidores do Evangelho, ajuda-nos a responder “sim”. Amém.



Jane Amábile – Com. Divino Espírito Santo



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