Divã Contemporâneo: a loucura de um mundo sem Deus



Muito mais veloz, o mundo de hoje impõe novas regras que impactam questões existenciais. A contemporaneidade traz embutido o mal-estar característico de uma sociedade asfixiada. Ser autocentrado, inseguro e superficial parece a única opção. Mas não é.

Um homem vagueia inquieto pelas ruas de São Petersburgo. Sofre com a ideia de ser ou parecer ridículo. Sempre teve a consciência de que sua vida fora ridícula. Durante a caminhada, devaneia acerca da vida, de sua inutilidade e de como tudo lhe é indiferente. Para ele, tanto faz o mundo existir ou não. Pouco a pouco, se convence de que daí em diante não haverá mais nada. A revelação o leva à ideia de suicídio. Em seu apartamento, o homem afunda-se em uma cadeira e coloca uma arma na mesa ao lado. Hesita pela incômoda sensação de culpa. Adormece e sonha com a sua redenção. "O Sonho de um Homem Ridículo", conto de Fiodor Dostoiévski, de 1877, retrata como as aflições da alma podem chegar ao ápice...

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