EDUCAÇÃO DO PUDOR

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É este a salvaguarda da inocência e o encanto da idade juvenil. A criança pura entrega-se como por instinto às delícias da piedade e deixa-se cativar pela beleza da virtude, que lhe façam entrever. Falai-lhe de Jesus, do Seu amor, das Suas dores, das Suas virtudes, e vereis na flama cintilante do seu olhar, que ela compreende e se delicia...; mas, passe só a sombra do vício pela sua alma e essa candura apaga-se e fenece, franqueando-se brevemente a porta de todos os vícios.


Logo lhe sopra ao ouvido um maldito instinto a chamar-lhe que se esconda e ei-la sem delongas hipócrita disfarçada e mentirosa.
Depois, mais tarde vencida pela mais despótica das paixões, como poderá combater com vantagem os outros defeitos!
Ninguém se admire, pois, de que, após os destroços do vício impuro, só sobrem na criança as felizes disposições que a tornavam amável; doravante, ela será impertinente e triste, desobediente e inconstante; a inteligência torna-se-lhe-a pesada e fechar-se-a o coração a todo o sentimento terno e delicado. É por isso que vemos tantas vezes meninos ou meninas, que eram o prazer e o encanto dos pais, mudarem rapidamente e converterem em desilusão as melhores esperanças que neles depositavam. Quem causou tão súbita mudança? o mais das vezes, foi simplesmente o vício impuro a causa da catástrofe; e que infelicidade, se tal desgraça se não remedeia!
Os que têm experiência das almas sabem quanto é difícil mais tarde, senão impossível, corrigir os hábitos impuros contraídos na infância; mais um motivo para empenharem todo o seu zelo em prevenir e obstar ao mal.

A Arte da Direção das Almas por A.A.P, com imprimatur, 1925

Retirado do excelente blog A Grande Guerra

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