Uma pessoa falou-me uma vez sobre o seu irmão que se tinha tornado um padre Católico. Este irmão, antes de ser ordenado, admitiu que tinha deixado de acreditar nas doutrinas do Credo dos Apóstolos - que já não acreditava na Fé Católica - que era uma colecção de mitos. Ainda assim, o irmão foi em frente e ordenou-se padre Católico.
Porquê? Ele disse que sendo um padre Católico o ajudaria a ter uma plataforma melhor para a justiça social do que se simplesmente continuasse um membro normal da comunidade local. Vejam, ele não acreditava na Fé Católica. Em vez disso, confiava na justiça social como o bem último para a humanidade.
De todos os padres, religiosos e leigos Católicos que eu conheci, aqueles que divergiram das doutrinas reveladas por Cristo e pelos Apóstolos, dadas à Igreja, também falavam como se a justiça social ou o trabalho social fosse o maior bem do Cristão e que devia ser o objectivo principal da Igreja Católica.
Por exemplo, uma pessoa podia ter negado a transubstanciação, a existência do Inferno, as condições para pecado mortal e/ou a salvação unicamente através de Cristo, mas estava sempre convencida da vocação da Igreja à justiça social. De facto, se ouvirem com cuidado, eles subscrevem uma espécie de comunismo religioso - aquilo que é conhecido como teologia da libertação. Porque é que isto acontece?
São Tomás de Aquino dá-nos a resposta. Os bens espirituais podem ser partilhados igualmente por todos porque Deus é tudo em todos. A visão beatífica não é reduzida por outra pessoa a partilhar. Da mesma forma, a graça santificante não se reduz quando outro pecador recebe graça. Pelo contrário, a graça aumenta quando é partilhada. Este é um princípio fundamental da teologia Católica.
No entanto, os bens materiais NÃO funcionam assim. Se muitas pessoas partilharem a pizza significa que cada pessoa recebe menos pizza. O mesmo acontece para a propriedade, água, dinheiro, carvão ou qualquer outro recurso natural. Deus é infinito. A matéria é finita.
Aqueles que negam o nosso fim e bem sobrenatural, que é a visão beatífica, têm então que pegar no princípio sobrenatural (que a visão beatífica de Deus não é divisível) e aplicá-lo aos bens terrestres. Sobrenaturalizam os bens materiais como o bem último do homem. Sim, devemos providenciar justiça social e sofrer dificuldades pelo bem estar dos outros. A riqueza deve ser espalhada pelos outros. No entanto, Nosso Senhor disse, "Buscai, pois, em PRIMEIRO LUGAR, o Reino de Deus e a Sua justiça, e todas estas coisas (materiais) vos serão dadas por acréscimo."
Não devemos nunca esquecer que a salvação das almas através da pregação apropriada, da direcção espiritual e da santificação é a uma prioridade superior que a justiça social.
Dito isto, a justiça social é a vontade de Deus. Mas não é um fim em si mesma. É um meio para dar às nossas almas e às almas de outros a graça santificante de Deus e finalmente a visão beatífica de Deus. Deus ama a justiça e ouve as orações dos pobres, dos viúvos, dos orfãos. Como Católicos devemos ter um amor pelos pobre e pela pobreza em si mesma, visto que este foi o estado de Cristo, de Sua Mãe, de S. José e dos Seus Santos Apóstolos. A justiça social é parte integrante da identidade Cristã e da ortodoxia Cristã - simplesmente não é o maior bem de todos.
Concluindo, está visto que os que são dedicados à ortodoxia Católica, a uma vida de penitência e à aquisição de graça são os que servem os pobres e proclamam a justiça.
Muitos dos maiores santos da Igreja e mesmo doutores são bem conhecidos pelo seu amor aos pobres e pela sua vontade de aliviar o sofrimento do próximo. Alguns até se tornaram escravos devido a outros. E, ainda assim, estes mesmos homens e mulheres foram pilares de ortodoxia, amantes dos sacramentos, fiéis à Igreja e bem avançados na vida mística.
Taylor Marshall
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