Carta Aberta às Feministas Brasileiras

Prezadas,



Após perceber nos meios de comunicação tantos absurdos em nome da Defesa da Dignidade das Mulheres, quero dizer, prezadas feministas, que vocês NÃO ME REPRESENTAM.






Sim, o início do feminismo nos trouxe muitos ganhos: Eu trabalho fora, fiz faculdade, voto, dirijo, e tantos outros benefícios que as primeiras “lutadoras” pela causa conseguiram e que posso usufruir, e a elas sou muito grata.






Entretanto, vivemos em uma democracia e tenho o direito, assim como todos os cidadãos brasileiros, de ter minha opinião respeitada.






Como mulher e mãe, eu não aceito o aborto. Sou casada e mãe de uma menina de um ano e meio e de um menino aos 6 meses de gestação.






Nessa gestação, com 7 semanas, após descobrir um descolamento de placenta, fiquei por 45 dias de repouso, para não perder o bebê. Deixei meus compromissos pessoais e profissionais para me dedicar a uma criaturinha que, para vocês, não representa nada, não é nem uma pessoa, mas para mim, é meu filho amado, gerado com amor e para quem faria e farei tudo o que puder para dar-lhe uma vida digna.





Por isso, eu reafirmo, quando vocês EXIGEM a liberação e legalização do aborto, seja usando essa nomenclatura, seja usando o bonito termo “interrupção da gravidez”, ou outros termos que tem sido usados para “mascarar” essa abominação que é matar pessoas indefesas, dentro do útero de suas próprias mães, eu digo em meu nome e em nome de muitas outras mães brasileiras, que amam seus filhos, e que não são egoístas a ponto de diminuir o valor de uma vida em função de seus desejos e interesses pessoais, que SOU CONTRA! E serei contra essa monstruosidade que estão querendo dizer ser normal, enquanto eu viver.






Quero também dizer a vocês, feministas, que vocês tem o direito de pensar como quiserem, esse direito de pensamento e de expressão, a democracia nos garante. Entretanto, lutem por vocês e não achem-se representando “as mulheres brasileiras”.

Como gestante (sim, eu aceito e quero usar essa nomenclatura que vocês abominam), quero manter o meu direito de um banco no ônibus, de prioridade na fila do banco, de ajuda para carregar uma caixa pesada. Facilidades que nossa sociedade nos concede, por ver em mim e em cada grávida a beleza de gerar uma vida, mesmo perante as dificuldades que essa condição nos impõe.






Digo ainda mais: Tenho a graça de ter concebido filhos saudáveis. Entretanto, se fossem deficientes, eu jamais lhes tiraria a vida ou permitiria que alguém o fizesse em meu útero ou em qualquer momento de suas vidas.






Quando vejo pessoas entrando na justiça para matar seus filhos com anencefalia ou querendo chegar ao ponto dos “países desenvolvidos” de poder assassinar seus fetos com síndrome de down, chego à conclusão que voltamos ao período da barbárie.






Quantas famílias carregam a culpa pelo resto de suas vidas por matar seus filhos no ventre, devido a alguma deformidade, mesmo que esta seja incompatível com a vida pós útero, sem lhes dar a chance de serem amados enquanto ainda vivem.

Que pais adiantariam a morte de um filho adolescente com câncer, cujos médicos garantiram somente poucos meses de vida? Não buscariam por todos os meios e tratamentos o aumento de expectativa de vida, tratando com todo o amor e zelo esse ser amado enquanto ainda vive? O mesmo deveria se dar ao ser mais indefeso, anencéfalo ou não, que pode morrer ao nascer, mas enquanto vive, deveria ter seus direitos preservados, a vida, ao amor de seus pais e a dignidade como ser humano.






Finalizo esta convocando outras Mulheres Brasileiras, que não se sentem representadas por essa minoria barulhenta, a dizer o que pensam a respeito desse tema tão controverso e que fere os nossos princípios mais profundos. Eu não quero e não aceito ser representada por mulheres que não valorizam a vida, nosso dom mais precioso.






Cordialmente



Daniela Albertin Martins Zanatto
Relações Públicas
Londrina - PR








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