Solenidade da Epifania do Senhor – Mateus 2, 1-12
Há também uma reflexão nesse Blog chamado “A Festa da Epifania do Senhor Jesus”, postado em Janeiro de 2011.
A Salvação é para todos
Jesus veio para salvar a todos. A Palavra diz que Deus “não quer que alguém pereça; ao contrário, quer que todos se arrependam”. (2 Pr 3, 9) Os Magos representam a universalidade da salvação. Vieram do Oriente representado todos os povos e raças do mundo que creem no Senhor. O Menino Jesus na pequena manjedoura se manifesta (Epifania) como salvador de toda a humanidade. O Papa Bento XVI disse: “Epifania quer dizer a manifestação de Jesus a todos os povos, representados hoje pelos Magos, que chegaram a Belém provenientes do Oriente para prestar homenagem ao Rei dos Judeus, cujo nascimento eles tinham reconhecido através do aparecimento de uma estrela nova no céu”.
Resumo: Os Magos vieram do oriente seguindo a estrela até Jerusalém. Lá perguntaram: “Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos a sua estrela no oriente e viemos adorá-lo”. O rei Herodes “ficou perturbado” e convocou os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo e quis saber sobre o lugar do nascimento de Cristo. Eles então disseram ao rei Herodes que o nascimento do Messias seria em Belém e, citaram então as palavras do profeta Miqueias: “E tu, Belém, terra de Judá, não és de modo algum a menor entre as cidades de Judá, porque de ti sairá o chefe que governará Israel, meu povo (Miq 5,2). Herodes chamou os Magos e perguntou sobre quando a estrela tinha aparecido para eles. Ele pediu também aos Magos que dessem informação sobre o Menino Jesus, para que ele pudesse adorá-lo também. Após partirem, os Magos viram a estrela novamente e por isso ficaram muito alegres; e seguiram-na até onde estava o Menino Jesus, na gruta de Belém com sua mãe Maria. Ao verem o Menino Jesus, os Magos “prostrando-se diante dele, o adoraram. Depois, abrindo seus tesouros, ofereceram-lhe como presentes: ouro, incenso e mirra”. Ao voltarem para suas casas, os Magos retornaram por outro caminho para não encontrarem com o rei Herodes, pois foram avisados em sonho que assim o fizessem.
O Papa Bento XVI disse: “Aquelas personagens provenientes do Oriente não são as últimas, mas as primeiras da grande procissão daqueles que, através de todas as épocas da história, sabem reconhecer a mensagem da estrela, sabem caminhar pelas veredas indicadas pela Sagrada Escritura e, assim, sabem encontrar Aquele que é aparentemente fraco e frágil, mas que, ao contrário, tem o poder de conferir a maior e mais profunda alegria ao coração do homem”.
Versículos 1 e 2: “Tendo, pois, Jesus nascido em Belém de Judá, no tempo do rei Herodes, eis que magos vieram do oriente a Jerusalém. Perguntaram eles: Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos a sua estrela no oriente e viemos adorá-lo”.
A boa notícia do nascimento do Salvador não ficou restrita a Belém, mas chega através da indicação da estrela até aos reis Magos, no Oriente. O Papa Bento XVI disse assim: “Com efeito, antes da chegada dos Magos, o conhecimento deste acontecimento tinha ido um pouco além do círculo familiar: depois de Maria e José, e provavelmente de outros parentes, conheciam-no os pastores de Belém os quais, ao ouvir a jubilosa notícia, se apressaram a ir ver o menino, que se encontrava ainda na manjedoura”. A boa nova da salvação deve alcançar a todos os povos para que creiam em Jesus, arrependam-se de seus pecados e se salvem.
Versículo 3: “A esta notícia, o rei Herodes ficou perturbado e toda Jerusalém com ele”.
O rei Herodes ficou temeroso quando ouviu falar da realeza de Jesus. Jesus é Rei, mas um Rei diferente do que Herodes representava para o povo. O Livro do profeta Isaías se refere assim ao Rei Jesus, nascido no presépio de Belém: “Um menino nasceu para nós, um filho nos foi dado; tem a soberania sobre os seus ombros, e este é o seu nome: Conselheiro Admirável, Deus Poderoso, Pai Eterno, Príncipe da Paz” ( 9, 5). O Papa Bento XVI disse assim: “Herodes alarmou-se porque viu naquele que os Magos procuravam um concorrente para si mesmo e para os seus filhos. Os chefes e os habitantes de Jerusalém, ao contrário, ficaram admirados, como se despertassem de um certo torpor e precisassem de refletir”.
Versículos 4 a 6: “Convocou os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo e indagou deles onde havia de nascer o Cristo. Disseram-lhe: Em Belém, na Judéia, porque assim foi escrito pelo profeta: “E tu, Belém, terra de Judá, não és de modo algum a menor entre as cidades de Judá, porque de ti sairá o chefe que governará Israel, meu povo (Miq 5,2)”.
O Beato João Paulo II disse: “Belém, nestes dias, torna-se o lugar para onde se voltam os olhos de todos os crentes. A representação do presépio, que a tradição popular espalhou em todas as partes da terra, ajuda-nos a refletir melhor sobre a mensagem que de Belém continua a irradiar para a humanidade inteira. Nesta pobre gruta contemplamos um Deus que, por amor, se faz menino”.
A Palavra de Deus é a luz que nos leva a Jesus. Também devemos levar a luz da Palavra de Deus a todos que se encontram na escuridão. O Papa Bento XVI disse: “Caros irmãos e irmãs, deixemo-nos guiar pela estrela, que é a Palavra de Deus; sigamo-la na nossa vida, caminhando com a Igreja, onde a Palavra armou a sua tenda. A nossa senda será sempre iluminada por uma luz que sinal algum nos pode oferecer. E também nós poderemos tornar-nos estrelas para os outros, reflexo daquela luz que Cristo fez resplandecer sobre nós”.
Versículos 7 e 8: “Herodes, então, chamou secretamente os magos e perguntou-lhes sobre a época exata em que o astro lhes tinha aparecido. E, enviando-os a Belém, disse: Ide e informai-vos bem a respeito do menino. Quando o tiverdes encontrado, comunicai-me, para que eu também vá adorá-lo”.
O rei Herodes tinha medo que Jesus “o rei dos judeus”(V.2) pudesse tirar seu poder e sua coroa. Por isso quis saber onde Jesus se encontrava para ir até lá. Mas Herodes não queria adorar Jesus, mas matá-lo. O Papa Bento XVI disse: “Certamente, ele estava interessado no menino de que os Magos falavam; no entanto, não com a finalidade de o adorar, como quer fazer entender, mentindo, mas sim para o suprimir. Herodes é um homem de poder, que no próximo só consegue ver um rival para combater”.
Podemos ver nos versículos seguintes desse Evangelho, que o rei Herodes era muito cruel. Por causas das más intenções dele sobre Jesus, o anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e mandou-o fugir para o Egito com o menino Jesus e, Maria sua mãe. A Palavra diz: “Um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse: Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito; fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino para O matar”. (V. 13)
Quando Herodes soube que a sagrada família havia fugido, mandou matar todas as crianças de dois anos para baixo, que tinham a idade de Jesus na ocasião. ”O massacre dos inocentes do tempo de Jesus, estando ele pacificamente protegido pelos Reis Magos, foi a consequência da decisão sangrenta de Herodes. A partir de então, quantos mártires – homens e mulheres –, na história do Cristianismo, não pagaram com a sua vida essa resistência iniciada com a fidelidade ao Evangelho e à pessoa de Cristo?” (Vaticano)
Versículo de 9 a 11: “ Tendo eles ouvido as palavras do rei, partiram. E eis que e estrela, que tinham visto no oriente, os foi precedendo até chegar sobre o lugar onde estava o menino e ali parou. A aparição daquela estrela os encheu de profunda alegria. Entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se diante dele, o adoraram. Depois, abrindo seus tesouros, ofereceram-lhe como presentes: ouro, incenso e mirra”.
Os Magos após se despedirem do rei Herodes partiram e puderam ver novamente a estrela. Os Magos Seguiram a estrela e por isso “acharam o menino com Maria, sua mãe”. (V.11) Hoje a Igreja é a estrela que nos guia até Jesus. Nela encontramos a luz da Palavra, dos sacramentos, da fé. O Papa Bento XVI disse: “Os Magos viram de novo a estrela, que os guiou até ao lugar onde estava Jesus. Entraram, prostraram-se e adoraram-no, oferecendo os dons simbólicos: ouro, incenso e mirra. Eis a epifania, a manifestação: a vinda e a adoração dos Magos são o primeiro sinal da identidade singular do Filho de Deus, que é também o filho da Virgem Maria”.
Versículo 12: “Avisados em sonhos de não tornarem a Herodes, voltaram para sua terra por outro caminho”.
O Papa Bento XVI explica assim esse versículo: “Teria sido natural voltar a Jerusalém, ao palácio de Herodes e ao Templo, para dar realce à sua descoberta. Ao contrário, os Magos, que escolheram como seu soberano o Menino, guardaram-na, segundo o estilo de Maria, ou melhor, do próprio Deus e, assim como tinham surgido, desapareceram no silêncio, satisfeitos, mas também transformados pelo encontro com a Verdade”.
Eis os significados dos presentes dados pelos Magos a Jesus: ouro, incenso e mirra. O ouro significa realeza – Jesus é Rei. O incenso (a fumaça) significa a oração dos fiéis que chega aos céus. A mirra foi utilizada por ocasião do embalsamento do corpo de Jesus, após a sua morte na cruz.
Santo Agostinho disse: “Também nós, reconhecendo Cristo, nosso rei e sacerdote morto por nós, O honramos como se tivéssemos oferecido ouro, incenso e mirra; só nos falta dar testemunho dele, percorrendo um caminho diferente daquele pelo qual viemos”.
Os Magos podem ter sidos reis, sacerdotes ou astrônomos. Tinham os nomes de Belchior, Baltasar e Gaspar. O importante é o significado desse momento da história cristã, onde esses amigos e adoradores de Deus nos mostram que aonde está a luz, ali se encontra o salvador Jesus.
O Papa Bento XVI ensinou-nos: “Os Magos não só se puseram a caminho, mas a partir daquele seu gesto teve início algo de novo, foi traçado um novo caminho, desceu sobre o mundo uma nova luz que não se apagou. Realiza-se a visão do profeta: aquela luz não pode mais ser ignorada no mundo: os homens caminharão rumo àquele Menino e serão iluminados pela alegria que só Ele sabe doar. A luz de Belém continua a resplandecer no mundo inteiro”.
Conclusão
Concluímos essa reflexão com as palavras do profeta Isaías que confirmam a passagem evangélica narrada por São Mateus. Palavras essas que referem ao nosso Senhor Jesus, aquele que nos conduz através dos caminhos da vida orientando-nos com a sua divina Luz: “Levanta-te, sê radiosa, eis a tua luz! A glória do Senhor se levanta sobre ti. Vê, a noite cobre a terra e a escuridão, os povos, mas sobre ti levanta-se o Senhor, e sua glória te ilumina. As nações se encaminharão à tua luz, e os reis, ao brilho de tua aurora”. (Is 60, 1-3)
Oremos com a Liturgia:
Oração do Dia: Ó Deus, que hoje revelastes o vosso Filho às nações, guiando-as pela estrela, concedei aos vossos servos e servas, que já vos conhecem pela fé, contemplar-vos um dia face a face no céu. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Sobre as Oferendas: Ó Deus, olhai com bondade as oferendas da vossa Igreja, que não mais vos apresenta ouro, incenso e mirra, mas o próprio Jesus Cristo, imolado e recebido em comunhão nos dons que o simbolizam. Por Cristo, nosso Senhor.
Jane Amábile – Com. Divino Espírito Santo
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