Tempo Comum

Do Deus lo vult, do Jorge Ferraz:

Um amigo mostrou-me pela manhã esta pequena
mensagem do pessoal do Evangelho Quotidiano. Ontem, segunda-feira após a
festa da Epifania, a festa do Batismo do Senhor encerrou o ciclo natalino e a
Igreja passou a celebrar o Tempo Comum.

O Batismo do Senhor celebra-se no domingo após a
Epifania; como a festa da Epifania (tradicional festa de Reis) é no dia 06 de
janeiro, este ano o Domingo subseqüente foi justamente o domingo passado, 08 de
janeiro; inclusive o Papa celebrou
anteontem a festa do Batismo do Senhor
. Como, no entanto, Epifania é festa
de preceito e o Batismo do Senhor, não (cf. CIC 1246), no Brasil a
Epifania é transferida para o domingo seguinte (e, neste caso, celebra-se o
Batismo do Senhor na segunda-feira). Foi o que aconteceu esta semana.

Convém lembrar que o Tempo Comum não deve ser
entendido como um tempo de somenos importância, como se nele o chamado à
conversão fosse menos premente ou como se devêssemos descuidar dos cuidados com
a nossa alma, dos nossos apostolados e da nossa vida espiritual. Desde a
Encarnação do Verbo e a edificação da Igreja nós vivemos tempos
extraordinários
; os tempos em que o Senhor está conosco e nos quais
todos os dias é ofertado à Trindade Santa o Augusto Sacrifício do Corpo e Sangue
de Cristo sobre os altares de nossas igrejas. E nisto não há nada de “comum”, ao
menos não no sentido corriqueiro da expressão.
Como o
Oblatvs publicou há dois anos, o Tempo Comum é tempo de fidelidade
: de ser
fiel à Eucaristia, de manter uma caminhada constante e progressiva em direção a
Cristo, de ser vigilante e de esperar. No Tempo Comum a Liturgia se reveste de
verde; não conheço nenhum compêndio com explicações mistagógicas detalhadas
sobre as cores do Ano Litúrgico, mas todas elas têm significados bem óbvios. O
verde significa claramente esperança, especificamente aquela
virtude teologal que tem tanto a ver com a fidelidade quotidiana enquanto
esperamos e apressamos Aquele Dia Terrível do qual não sabemos a hora. Penso
também na vitalidade à qual somos chamados, uma vez que o verde é a cor das
plantas que estão vivas (dos ramos da videira que permanecem unidos à videira),
em oposição aos sarmentos secos que, separados de Cristo e de Sua Igreja, não
podem jamais dar frutos. E o verde aponta também para o sofrimento que nos
acompanha sempre, pois nunca me esqueço das palavras de Cristo durante a Sua
Paixão: Porque, se eles fazem isto ao lenho verde, que acontecerá ao
seco?
(Lc 23,
31
).


Vivamos, portanto, este Tempo Comum com a
fidelidade quotidiana que o Senhor exige e espera de nós; revestidos de Cristo a
fim de darmos frutos, mesmo sabendo das incompreensões e dos sofrimentos que,
por conta d’Ele, nos serão infligidos. Vivamos, acima de tudo, alimentando a
esperança: a de que Cristo é Senhor do Mundo e virá, no fim, para nos conduzir
Àquela Cidade Eterna onde toda a lágrima será enxugada e onde a semeadura que
aqui fazemos – com o rosto molhado neste Vale de Lágrimas – resplandecerá enfim
como uma colheita de alegria.




Gostou? Clique no link abixo e conheça o blog que publicou essa postagem!

Nenhum comentário:

Arquivo