Movimento Carismático 'Católico'...

Movimento Carismático 'Católico'...:



...Um livro que mostra por que isso não é católico

Por Marian T. Horvat

Traduzido por Andrea Patrícia







Crítica do livro Close-Ups
of the Charismatic Movement
[Close-Ups do Movimento Carismático] de John
Vennari. (Los Angeles: TIA, 2002), 175 p.



Sete corpos humanos estão esparramados no chão. Uma senhora
está de pernas para o ar, rindo histericamente. Um homem guincha como um porco.
Uma mulher late como um terrier. "Goo-goo-ga-ga-dife, goo-goo-ga-ga-dife"
berra um homem. "Fogo! Fogo! Unção fresca! Unção fresca!" grita um
homem com o rosto vermelho no palco. Pessoas inesperadamente caem no chão,
viradas para cima. Uma senhora caminha despreocupadamente sobre um corpo
estendido. No fundo, uma música com um processo lento, num contínuo beat
tribal: "Oom-pa, oom-pa, oom-pa..."





Onde estamos, você provavelmente estão se perguntando?
Dentro da imaginação enlouquecida de um hippie em uma "viagem" de
LSD? Assistindo a algum estranho espetáculo de circo? Um intruso em uma festa
de pantomima onde um pouco demais de bebida foi servida?





Não, nós temos perambulado em uma sessão de uma celebração
carismática, um movimento que está se tornando "popular" entre muitos
católicos hoje. Que apresenta, à primeira vista, um espetáculo absolutamente
absurdo no qual dificilmente se poderia imaginar que um católico racional
cairia. No entanto, eles caem. Parece que o lumen
rationis
foi extinto nessas pessoas de certa forma inteligentes, que
parecem ignorar a loucura absoluta da farsa neste show ridículo.





O que torna difícil o argumento lógico são os endossos que o
movimento está recebendo de celebrados católicos e instituições. Por exemplo,
Madre Angélica promove alguns dos oradores católicos do movimento carismático
como o notório Babsie Bleasdell e "sacerdote rap" Pe. Stan Fortuna.
Na verdade, Madre Angélica e suas irmãs professam seguir uma orientação
carismática, como o faz a Steubenville University, que se apresenta como
conservadora. O Presidente da Universidade Pe. Michael Scanlon já recebeu
conferências de Lideranças Católicas
Carismáticas lá e defende abertamente o compromisso de Steubenville com
o pentecostalismo e seu próprio "batismo no Espírito". Depois, há
todos os Bispos que querem promover este movimento ou permiti-lo. Certamente é
muito mais fácil na maioria das Dioceses de todo o país encontrar um evento de
renovação carismática para participar do que uma Missa Tridentina.





O movimento, caprichoso em tantos círculos católicos de
hoje, não é no entanto Católico. Finalmente apareceu um livro muito necessário
que não só descreve o que está acontecendo, mas também explica por que é
errado. Isto é o que John Vennari fez em seu livro recentemente lançado,
Close-ups do Movimento Carismático.









O que está
acontecendo e por que é errado









A metodologia Sr. Vennari é engenhosa e encaixa
confortavelmente o problema. O que ele fez foi assistir a várias das grandes
extravagâncias carismáticas pentecostais onde os oradores protestantes, agora
lado a lado (literalmente) com os seus homólogos Católicos, dirigem auditórios
de pessoas que eram, é triste dizer, principalmente católicas. Ele viu com seus
próprios olhos, e tirou fotos, de pessoas crescidas balançando os braços,
dançando e "repousando no Espírito". Os "close-ups"
escritos que ele apresenta sobre os eventos revelam uma total idiotice e o
absurdo absoluto da moda, e permite que o leitor veja o quanto é ridículo o
espetáculo que se apresenta.





O que ele descreve são fenômenos que você deve ter ouvido
falar, mas simplesmente não podia acreditar que realmente estão acontecendo com
a aprovação e participação ainda ativa dos Bispos, sacerdotes e religiosos
Católicos. Isto é, você vai ler sobre eventos (Eu não posso pensar em uma
palavra melhor, certamente não são cerimônias!) Como:









• A Bênção de Toronto, onde "o Espírito" pega uma
pessoa que acaba rolando no chão gritando de tanto rir, grunhindo como um
porco, ou latindo como um cão (pg. 22-31);




• "Fogo Sagrado" sessões onde os pregadores
protestantes oram por católicos, que caem no chão mortos no Espírito (pg.
47-53);




• "Orar em línguas", onde padres e pregadores
lideram, como o Sr. Vennari descreve, "jargões indistinguíveis soando como
o barulho medonho de um Ashram hindu" (pg. 59-67).





As descrições vívidas que ele faz junto com as fotos que
acompanham (13 páginas) a estes revivals seria evidência suficiente para
convencer muitos de que algo está errado com este movimento. Mas John Vennari
não fica somente nisso. O que torna este livro tão valioso são os argumentos
que ele dá para mostrar como e por que o movimento carismático está em
confronto com o ensinamento milenar da Igreja. Por exemplo, depois de
apresentar uma imagem colorida de pessoas orando em línguas, ele passa então a
demonstrar o erro à luz da Sagrada Escritura e da Tradição. (pg. 62-7). Em uma
palavra, ele torna evidente que o movimento "católico" carismático
não é católico.





Eu estava conversando com uma senhora que costumava estar
envolvida com o movimento carismático, que tinha lido recentemente o livro
Close-ups. "Eu quero que você saiba", ela me disse, "que é
direto ao alvo. Que é exatamente o que está acontecendo. Quanto mais eu entrava
nisso, mais eu sabia que algo não estava certo. Mas ninguém estava explicando o
que estava errado. Graças a Deus, este livro explica".









Na base, um erro
protestante






A Igreja é distinguida por uma marca santa e sagrada. Este é
o oposto do espírito do movimento carismático, que provoca erupções espontâneas
de emoções e exibição. Há também uma "doutrina" errônea por trás de
todo esse gritar e bater e dançar e cair no chão.





Este tipo de derramamento do "Espírito" é uma
conseqüência de um erro básico protestante que nega qualquer intermediário
entre a pessoa e Cristo. Neste caso, haveria um "Espírito", que é
imanente e paira sobre a multidão de pessoas. Este é o "Espírito" que
iria "libertar" o estímulo Pentecostal no povo. Uma vez liberado, o
"Espírito" em cada pessoa seria libertado e se manifestaria - às
vezes de maneiras bastante estranhas e extraordinárias (por exemplo, o
"riso santo" da bênção de Toronto). O Espírito Santo desceria
diretamente sobre as "comunidades" reunidas. Assim, não há
necessidade da Igreja como instituição, com sua hierarquia, sacerdotes,
sacramentos e cerimônias.







É, portanto, em essência, um movimento protestante, como o
Sr. Vennari mostra muito claramente quando ele detalha as suas origens (pg.
10-15). Vindos de Kansas City, fiquei surpresa e um pouco envergonhada ao
aprender que o movimento ganhou raízes nos Estados Unidos em uma conferência lá
em 1977, com a participação de 50.000 pessoas de 10 denominações. (pessoas
importantes como o Cardeal Leo Joseph Suenens participaram e palestraram no
evento divisor de águas.) Foi lá, no chamado "Colapso do Espírito Santo", que o "Espírito" desceu e caiu sobre a multidão, que
eclodiu em 17 "históricos" minutos de
louvor e acenos exultantes.







A mensagem inter-denominacional por trás do Movimento
Carismático também entra em confronto com o Magistério sobre os católicos
participarem de eventos religiosos não-católicos. Os protestantes sempre gostam
de dizer que eles estão voltando ao pensamento dos primeiros Pais da Igreja.
Mas, como o Sr. Vennari assinala, desde seus primórdios a Igreja viu o perigo
de reuniões inter-denominacionais e
condenou-as. Por dois mil anos a doutrina católica sobre o que é a Igreja de
Cristo tem sido clara, e o Sr. Vennari fornece documentação suficiente para
demonstrar isso. Então, por que toda essa confusão hoje?









Deixe-me citar esta breve explicação de uma das conclusões
do Sr. Vennari:









"Ironicamente, praticamente a única coisa agora
"evitado como víboras e escorpiões" é o consistente ensinamento da
Igreja sobre o dever do católico de se opor aos hereges, bem como a condenação
de 2000 anos da Igreja sobre participação em camaradagem religiosa com eles.
"Comunhão religiosa" entre católicos e não católicos é a nova ordem
do dia. Tudo isso pode ser rastreado, como o jovem progressista Pe. Ratzinger
regozijou-se em 1966, sobre os novos ensinamentos ecumênicos do Concílio dentro
de sua Constituição sobre a Igreja e seu Decreto sobre o Ecumenismo.









"Como tal, o ecumenismo do Concílio Vaticano II é uma
colisão de frente com a Sagrada Escritura e a Sagrada Tradição. Isso de maneira
blasfematória implica que é ele mais gentil do que Cristo. Ele briga com a
Revelação Divina e alega fidelidade a ela. Não admira que o ecumenismo do
Concílio gerou um confuso e mutante "Pentecostalismo Católico" (pg.
90-1).









O Cardeal Suenens
carismático









Não posso concluir esta revisão sem uma palavra sobre a
Parte III, "O Cardeal Suenens Carismático". Obviamente este falso
movimento ecumênico não poderia ter se tornado tão profundamente enraizado no
meio católico sem a ajuda de eclesiásticos de alto escalão. O Sr. Vennari,
coloca parte da culpa sobre o Cardeal Suenens, um dos arquitetos da revolução
do Vaticano II que claramente delineou que o ecumenismo era o princípio
dirigindo o novo curso da Igreja.







Em um esboço de 25 páginas magistrais, John Vennari faz a
melhor síntese que eu já li sobre as políticas, pensamento e objetivos de
Suenens. Mesmo que eu já estivesse bem ciente da malícia desses
"reformadores", ainda era chocante ver a arrogância e a ousadia de
tais eclesiásticos que imaginam que eles podem reformular a doutrina e as
instituições da Igreja. Virando as costas para seu rico e santo patrimônio,
este príncipe da Igreja se inclinou em fazer todo o possível para implantar a
revolução dentro da Igreja Católica e promover uma instituição igualitária. Foi
Suenens que desempenhou um grande papel em "atualizar" a vida
religiosa e destruir a vida do convento, e o Sr. Vennari não deixa de fora um
resumo do papel que desempenhou a este respeito (pg. 163-66). Vale bem a pena a
leitura.







Meu modesto conselho









Não se engane. Mais do que apenas uma moda, a
"renovação" carismática é um movimento perigoso e herético que está
instalando-se no meio católico. Primeiro, ele ataca o caráter de mediador
exclusivo da Igreja entre Nosso Senhor e os homens, que ela possui por mandato divino.
Em segundo lugar, este tipo de encontro ecumênico nega a natureza exclusiva
dessa mediação através do incentivo de inter-comunhão com outras confissões.







Close-ups do Movimento Carismático dá uma imagem clara do
que está acontecendo neste movimento estranho e por que isso é errado. Este é
um livro que eu recomendo sem reservas - para que você mesmo leia, e para
presentear a qualquer católico que você sabe que está flertando com esse
movimento estranhamente sedutor.





Original aqui.

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