Líderes religiosos nos EUA em defesa do matrimônio e da liberdade religiosa

Cristãos, muçulmanos e judeus assinaram um documento conjunto


WASHINGTON, DC,
- Uma carta em defesa do matrimônio e da liberdade religiosa foi difundida ontem pelos líderes de algumas das comunidades mais importantes dos Estados Unidos.
O documento, intitulado Marriage and Religious Freedom: Fundamental Goods That Stand or Fall Together ("Matrimônio e Liberdade Religiosa: princípios fundamentais que crescem ou caem juntos"), foi assinado por representantes das comunidades Anglicanas, Batistas, católicas, Evangélicas, judaicas, Luteranas, Mórmons e pentecostais dos Estados Unidos.
O Arcebispo de Nova York, Timothy Dolan, presidente da Conferência Episcopal dos EUA, recém-nomeado cardeal, é um dos quatro bispos católicos que assinaram.
"O matrimônio e a liberdade religiosa estão em crise nos Estados Unidos - diz monsenhor Dolan -. Esta carta é um sinal de esperança. Não só existem dezenas de milhares de cidadãos crentes representados pelos subscritores, mas a carta em si atesta a crescente e partilhada consciência do quanto o matrimônio e a liberdade religiosa são importantes para o bem-estar do país. A carta expressa argumentos convincentes que devem ser ouvidos por todos, especialmente por aqueles que detêm posições de autoridade: toda pessoa realmente preocupada pela liberdade religiosa deverá necessariamente ser também um defensor da indissolubilidade do matrimônio".
Na carta, os líderes manifestam uma referência comum segundo a qual a principal ameaça à liberdade religiosa é a possibilidade de que os ministros do culto sejam forçados a celebrar matrimônios homossexuais.
Os signatários escrevem: "Acreditamos que a maior armadilha seja esta: forçar ou fazer pressão seja sobre os indivíduos seja sobre as organizações, para que eles considerem a sexualidade homossexual no mesmo nível da sexualidade conjugal. Não há dúvida de que muitas pessoas e grupos, cujas convicções morais e religiosas são contrárias à homossexualidade, resistiriam à obrigatoriedade da lei e resultaria em conflitos estado-igreja". Conflitos que poderiam levar a "sérias conseqüências".
Os problemas poderiam surgir "no campo jurídico, porque alterando a definição civil do matrimônio não se muda uma lei mas centenas, talvez milhares de leis. Num só tiro todas as regras, cujos direitos dependem do estado conjugal - como os benefícios de emprego, adoção, educação, saúde, cuidado dos idosos, habitação, propriedade e o fisco - iriam mudar e as relações homossexuais seriam tratadas com paridade com relação aos matrimônios. Essa exigência, por sua vez, seria aplicada a pessoas e grupos religiosos no curso normal de suas ocupações públicas ou privadas, incluindo as escolas, os hospitais, as casas de cura e outras instalações residenciais que atendam aos serviços de adoção e de aconselhamento, e muitos outros".
Os líderes religiosos signatários alertam que redefinir o matrimônio iria causar consequências para a liberdade religiosa de todos os americanos e solicitam que os líderes leigos defendam o matrimônio, bem como a liberdade religiosa.
"Pedimos especialmente aos guardiões do bem público que apoiem leis que defendam a concepção tradicional do matrimônio, evitando assim ameaçar a liberdade religiosa de inúmeros cidadãos e instituições deste país", acrescentam os líderes religiosos. "O matrimônio e a liberdade religiosa estão profundamente enraizados no solo desta nação”.
A propagação desta carta sai alguns dias antes da proclamação presidencial do Dia da Liberdade Religiosa (16 de janeiro) e cerca de um mês antes do Dia Mundial do Matrimônio (12 de fevereiro) e a Semana Nacional do Matrimônio Americano. A carta é seguida por um documento análogo, publicado no dia 06 de dezembro de 2010.
Tradução TS


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