Muitos afirmam que nada se torna demasiado complicado quando queremos muito alguma coisa. Somos livres. Mas, «Até onde vai a minha liberdade?» – Interrogo-me, esperando uma resposta convincente. Pois, tal como diz São João da Cruz: «O silêncio não é o amor mas um preâmbulo para o amor.» Nada se torna difícil! Aliás, devem ser assim todas as sendas, para os locais conhecidos, confidenciais, secretos, místicos... Nesta dialéctica não consigo deixar de não me entusiasmar por determinados detalhes, mesmo que para eles já tenha olhado algumas vezes. Descubro sempre algo de diferente, nesta liberdade interior paisagística... Sou convidada a renovar paisagens, que me fazem construir olhares e a retirar, como diz um amigo meu, «apenas o que é possível retirar da natureza: a imagem fotográfica ou visual» Neste Domingo, foi-me proporcionado fazer o que mais gosto. Percorrer caminho e encontrar-me com os amigos num final da tarde em família. Verdadeiros momentos! Para repetir, claro! Percorrer estes caminhos é para mim extraordinário, pois quando o faço, permite-me também kilometrar pensamentos, ideias, rabiscar projectos pessoais etc…Neste clima, sou / somos desafiados a afamar a renovação, a organizar tempos, subterfúgios… para que, não me deixe de apaixonar pela vida, para que não deixe de ser livre, para que não deixe de ser eu! Temos que saber cativar e aperfeiçoar momentos. Mesmo que a forma com que olhemos e interpretemos o «pequenito universo», que nos rodeia, esteja apinhado de características muito peculiares. Temos que assimilar o presente ativo, de uma forma muito genuína, ganhando forças para encarar confortavelmente cada momento, tornando-os especiais. Na detenção que fazemos da apreensão da liberdade, quer-me parecer que muitas vezes não aceitamos sermos livres, pois disfarçamo-nos perenemente de sisudos, detentores de uma filosofia muito própria. Onde esta a oportunidade de fazer extravasar a nossa liberdade! «Somos livres ou não?»
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