Nossa Senhora Mãe de Deus! (Parte 3)

Nossa Senhora Mãe de Deus! (Parte 3):



Provas da Santa Escritura



Para iluminar com um raio divino esta verdade tão bela e fundamental, recorramos à Sagrada Escritura, mostrando como ali tudo proclama este título da Virgem Imaculada.


Maria é verdadeiramente Mãe de Deus.


Ela gerou um homem hipostaticamente unido à divindade; Deus nasceu verdadeiramente dela, revestido de um corpo mortal, formado do seu virginal e puríssimo sangue.


Embora, no Evangelho, Ela não seja chamada expressamente “Mãe de Cristo” ou “Mãe de Deus”, esta dignidade deduz-se, com todo o rigor, do texto sagrado.


O Arcanjo Gabriel, dizendo à Maria: “O santo que há de nascer de ti será chamado Filho de Deus” (Lc 1, 35), exprime claramente que ela será Mãe de Deus.


O Arcanjo diz que o Santo que nascerá de Maria será chamado o Filho de Deus. Se o Filho de Maria é o Filho de Deus, é absolutamente certo que Maria é a Mãe de Deus.


Repleta do Espírito Santo, Santa Isabel exclama: “Donde me vem a dita que a Mãe de meu Senhor venha visitar-me?” (Lc 1, 43).



Que quer dizer isso senão que Maria é a Mãe de Deus? Mãe do Senhor ou “Mãe de Deus” são expressões idênticas.


S. Paulo diz que Deus enviou seu Filho, feito da mulher, feito sob a lei (Galat. 4, 4).


O profeta Isaías predisse que a Virgem conceberia e daria à luz um Filho que seria chamado Emanuel ou Deus conosco (Is 7, 14). Qual é este Deus? É necessariamente Aquele que, segundo o testemunho de S. Pedro, não é nem Jeremias, nem Elias, nem qualquer outro profeta, mas, sim, o Cristo, o Filho de Deus vivo.


É aquele que, conforme a confissão dos demônios, é: o Santo de Deus.


Tal é o Cristo que Maria deu à luz.


Ela gerou, pois, um Deus-homem. Logo, é Mãe de Deus por ser Mãe de um homem que é Deus e que, sendo Deus, Redimiu o gênero humano.



A Doutrina dos Santos Padres, a Tradição:


Tal é a doutrina claramente expressa no Evangelho, e sempre seguida na Igreja Católica.


Os Santos Padres, desde os tempos Apostólicos até hoje, foram sempre unânimes a respeito desta questão; seria uma página sublime se pudéssemos reproduzir as numerosas sentenças que eles nos legaram.


Citemos pelo menos uns textos dos principais Apóstolos, tirados de suas “liturgias” e transmitidas por escritores dos primeiros séculos.


Santo André diz: “Maria é Mãe de Deus, resplandecente de tanta pureza, e radiante de tanta beleza, que, abaixo de Deus, é impossível imaginar maior, na terra ou no céu.” (Sto Andreas Apost. in transitu B. V., apud Amad.).



São João diz: “Maria é verdadeiramente Mãe de Deus, pois concebeu e gerou um verdadeiro Deus, deu à luz, não um simples homem como as outras mães, mas Deus unido à carne humana.” (S. João Apost. Ibid).



S. Tiago: “Maria é a Santíssima, a Imaculada, a gloriosíssima Mãe de Deus” (S. Jac. in Liturgia).



S. Dionísio Areopagita: “Maria é feita Mãe de Deus, para a salvação dos infelizes.” (S. Dion. in revel. S. Brigit.)



Orígenes (Sec. II) escreve: “Maria é Mãe de Deus, unigênito do Rei e criador de tudo o que existe” (Orig. Hom. I, in divers.)



Santo Atanásio diz: “Maria é Mãe de Deus, completamente intacta e impoluta.” (Sto. Ath. Or. in pur. B.V.).



Santo Efrém: “Maria é Mãe de Deus sem culpa” (S. Ephre. in Thren. B.V.).



S. Jerônimo: “Maria é verdadeiramente Mãe de Deus”. (S. Jerôn. in Serm. Ass. B. V.).



Santo Agostinho: “Maria é Mãe de Deus, feita pela mão de Deus”. (S. Agost. in orat. ad heres.).


E assim por diante.



Todos os Santos Padres rivalizaram em amor e veneração, proclamando Maria: Santa e Imaculada Mãe de Deus.


Terminemos estas citações, que podíamos prolongar por páginas afora, pela citação do argumento com que S. Cirilo refutou Nestório:


“Maria Santíssima, diz o grande polemista, é Mãe de Cristo e Mãe de Deus. A carne de Cristo não foi primeiro concebida, depois animada, e enfim assumida pelo Verbo; mas no mesmo momento foi concebida e unida à alma do Verbo. Não houve, pois, intervalo de tempo entre o instante da Conceição da carne, que permitiria chamar Maria “Mãe de um homem”, e a vinda da majestade divina. No mesmo instante a carne de Cristo foi concebida e unida à alma e ao Verbo”.


Vê-se, através destas citações, que nenhuma dúvida, nenhuma hesitação existe sobre este ponto no espírito dos Santos Padres. É uma verdade Evangélica, tradicional, universal, que todos aceitam e professam.



Conclusão: Dever de culto à Mãe de Deus


Maria é Mãe de Deus… é absolutamente certo. Esta dignidade supera todas as demais dignidades, pois representa o grau último a que pode ser elevada uma criatura.


Oro, toda dignidade supõe um direito; e não há direito numa pessoa, sem que haja dever noutra.


Se Deus elevou tão alto a sua Mãe, é porque Ele quer que ela seja por nós honrada e exaltada.


Não estamos bastante convencidos desta verdade, porque, comparando Maria Santíssima com as outras mães, representamo-nos a qualidade de Mãe de Deus sob seu aspecto exterior e acidental, enquanto na realidade a base de sua excelência ela a possui em seu “próprio ser moral”, que influi em seu “ser físico”.


Maria concebeu o Verbo divino em seu seio, porém esta Conceição foi efeito de uma plenitude de graças e de uma operação do Espírito Santo em sua alma.


Pode-se dizer que a mãe não se torna mais recomendável por ter dado à luz um grande homem, pois isto não lhe traz nenhum aumento de virtude ou de perfeição; mas a dignidade de Mãe de Deus, em Maria Santíssima, é a obra de sua santificação, da graça que a eleva acima dos próprios anjos, da graça a que ela foi predestinada, e na qual foi concebida, para alcançar este fim sublime de ser “Mãe de Deus”: é a sua própria pessoa.


Diante de tal maravilha, única no mundo e no céu, eu pergunto aos pobres protestantes: não é lógico, não é necessário, não é imperioso que os homens louvem e exaltem àquela que Deus louvou e exaltou acima de todas as criaturas?


Se fosse proibido cultuar à Santíssima Virgem, como querem os protestantes, o primeiro violador foi o próprio Deus, que mandou saudar à Virgem Maria, pelo arcanjo S. Gabriel: “Ave, cheia de graça!” (Lc 1, 28).


Santa Isabel: “Bendita sois vós entre as mulheres” (Lc 1, 42)


Igualmente, a própria Nossa Senhora nos diz: “Doravante, todas as gerações me chamarão bem-aventurada…” (Lc 1, 48).


Todos esses atos indicam o culto à Nossa Senhora, a honra que lhe é devida.


O Arcanjo é culpado, Santa Isabel é culpada, os evangelistas são culpados, os santos são culpados e 19 séculos de cristianismo também… Só os protestantes não…


Desde os primórdios do Cristianismo, como já vimos, era comum o culto à Maria Santíssima.


Em 340, S. Atanásio, resumindo os dizeres de seus antecessores nos primeiros séculos, S. Justino, S. Irineu, Tertuliano, e Orígenes, exclama: “Todas as hierarquias do céu vos exaltam, ó Maria, e nós, que somos vossos filhos da terra, ousamos invocar-vos e dizer-vos: Ó vós, que sois cheia de graça, ó Maria, rogai por nós!”


Nas catacumbas encontram-se, em toda parte, imagens e estátuas da Virgem Maria.


O culto de Nossa Senhora não é um adorno da religião, mas uma peça constitutiva, parte integral, e indissoluvelmente ligada a todas as verdades e mistérios evangélicos. Querer isolá-lo do conjunto da doutrina de Jesus Cristo é vibrar golpe mortal na religião inteira, fazê-la cair, e nada mais compreender da grandeza em que Deus vem unir-se às criaturas.


Nossa Senhora é Mãe de Deus: “Maria de qua natus est Jesus!”


Tudo está compendiado nesta frase. Maria, simples criatura; Jesus, Deus eterno; e a encarnação “de qua natus est”; afinal, a união indissolúvel que produz o nascimento, entre o Filho e a Mãe, a grande e incomparável obra-prima de Deus.



Ele pode fazer mundos mais vastos, um céu mais esplêndido, mas não pode fazer uma Mãe maior que a Mãe de Deus! (S. Bernardo Spec. B.V. c 10). Aqui Ele se esgotou. É a última palavra de seu poder e de seu amor!


Fonte: bibliacatolica.com.br

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