É dentro desse quadro que se encaixa a “vitória” da vida sobre a morte. Sem essa contextualização correríamos o risco de fazer falsos juízos a respeito do que é bem e do que é mal. Por isso, creio que seja importante compreender que uma tragédia nessas proporções, ou seja, uma gravidez fruto de um estupro com agravante de incesto, não pode ser interpretada como “da vontade de Deus”, pois o mal nunca é vontade de Deus, embora Ele o permita existir moralmente.
Assim diz o Catecismo da Igreja Católica sobre o incesto e o estupro:
2356. A violação designa a entrada na intimidade sexual duma pessoa à força, com violência. É um atentado contra a justiça e a caridade. A violação ofende profundamente o direito de cada um ao respeito, à liberdade e à integridade física e moral. Causa um prejuízo grave, que pode marcar a vítima para toda a vida. É sempre um acto intrinsecamente mau. É mais grave ainda, se cometido por parentes próximos (incesto) ou por educadores contra crianças a eles confiadas.
O que podemos concluir desse trecho do Catecismo? Que as ações desse pai que resultaram na gravidez dessa filha são perversas, pecados de matéria grave. Quanto à gravidez, ela, de per si, não é má, porque a geração de um filho é um Dom de Deus. Porém, a circunstância na qual essa gestação surgiu é dolorosa e fonte de sofrimento, pois remete imediatamente a um trauma pelo qual nenhum ser humano merece passar. Por outro lado, pode ser causa de expiação e conversão se vivida na perspectiva da cruz de Cristo. Lembremos-nos que não existe mal tão grande que dele Deus não possa tirar um bem ainda maior.
Ademais, embora esse filho tenha sido gerado de um estupro, ele, sendo outro indivíduo, não tem culpa das práticas abomináveis de seu pai. Portanto, não tem por que pagar por um crime que não cometeu. Não se sana uma dor criando outra. Desse modo, não se pode admitir, sob nenhum pretexto, a legitimidade de um possível aborto que viesse a acontecer. Assim, entendemos a decisão da menina desse caso como uma “vitória” do pró-vida sobre os defensores do aborto.
A matéria do G1 destaca que a adolescente só decidiu não abortar depois de ter visto vídeos que demonstravam como é feito o procedimento do aborto. Isso reforça aquilo que os pró-vida já dizem há muito tempo: a gestante que é informada claramente sobre o que é um aborto sempre escolhe a vida. Diante do peso de um estupro, carregar a cruz de um homicídio não seria um alívio, pelo contrário, apenas mais uma dor.
O padre Paulo Ricardo fará uma palestra sobre o assunto no seu site hoje. A aula será aberta e terá início às 21h, horário de brasília. Recomendo a todos que assistam e convidem seus familiares e amigos para participarem. Por hora, deixo com vocês um vídeo no qual o filósofo Olavo de Carvalho e o padre Paulo comentam outro caso similar, mas com um desfecho nada feliz, o caso da menina de 9 anos de Alagoinha (PE) que depois de engravidar de gêmeos por causa de um abuso de seu padrasto, foi forçada a abortar pelas feministas da cidade.
“Em 1988, a fundação MacArthur despejou U$36 milhões no Brasil para fazer clínicas de aborto”, Padre Paulo Ricardo
Gostou? Clique no link abaixo e conheça o blog que publicou essa postagem!
Menina grávida do pai decide não abortar
Nenhum comentário:
Postar um comentário