Hawking e Deus


Stephen Hawking completou há poucos dias 70 anos, o que motivou a realização de um colóquio comemorativo na Universidade de Cambridge, Inglaterra.

Trata-se do maior físico da actualidade, conhecido em todo o mundo. Os seus livros vendem-se aos milhões.

Em recente entrevista ao jornal britânico The Guardian, Hawking afirmou que não acredita numa qualquer forma de existência depois da morte. Baseia esta afirmação em duas opiniões. A primeira é a de que todos os que acreditam numa vida depois da morte têm medo de morrer, o que não se passa com ele, ateu confesso. A segunda opinião é a de que o cérebro funciona como um computador, e nenhum computador funciona depois de destruído.

Nenhuma destas opiniões tem suficiente fundamento.

Em primeiro lugar, o mais provável é que entre as pessoas que têm medo da morte haja crentes e não crentes, o mesmo se aplicando às pessoas que não têm medo da morte. Hawking não explicou como sabe que todos os crentes têm medo da morte. Acresce ainda que segundo o filósofo Martin Heidegger o ser humano é essencialmente um ‘ser para a morte’ e isto é uma caraterística fundamental da existência humana. Quem evita esta questão só pode viver uma ‘existência inautêntica’. Neste autor a questão é de natureza filosófica, não religiosa.

Em segundo lugar, Hawking parte do pressuposto de que numa existência depois da morte o conhecimento e as relações interpessoais só serão possíveis através de cérebros. Hawking não explicou como sabe que não há qualquer outro modo de conhecer e comunicar. Acresce ainda que a ideia de que o cérebro funciona como um computador é questionada por autores como John Searle, ateu confesso.
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