Meu tempo é vosso tempo, Senhor; esses bens, que instam-me tão amiúdo, vossos na verdade. Não buscar garantias neste mundo, que tão mal remunera seus aduladores: isso pretendo, meu Deus. Deitar-vos-ei, na bolsa do Templo, não apenas o que tendes me dado todos esses anos; lançar-me-ei a mim mesmo, todo inteiro, como oferta de louvor.
Sede minha única segurança, Senhor, minha herança na terra que há vir. Desde agora, contudo, já não tenha outro tesouro, além de Vós. Meu coração exilado aguarda o dia em que reencontrará sua única recompensa, que é o Senhor. Nada tenho, nada quero, nada espero – mãos vazias; pois não tendo em que me fiar, Vós mesmo compadecer-Vos-á desse pobre. Não rejeitais um coração miserável, Senhor, e sendo de tudo privado, sei que ter-Vos-ei a meu lado. E tendo a Vós, já sacia-me nada; ao Vosso lado, acalanta-me coisa alguma.
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Mãos vazias
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