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Educar para a Comunhão dos Santos
Gosto do tema Comunhão dos Santos. Sim, é o meu preferido! A ideia de nunca e em tempo algum se estar sozinho e isolado, mas ao contrário: sempre em companhia e, mais impressionantemente, sempre tendo os talentos de sua companhia agindo em seu favor, quase como se tais dons nos fossem emprestados, dados mesmo, bastando para isso nosso querer.
É uma realidade belíssima! Provavelmente passa por ela a cura para nossos dias, quando tudo se desmancha no ar… Tudo, tudo. E, apesar disso, quantos de nós sabemos alguma coisa de valor sobre a Comunhão dos Santos? Nem sabemos muito, mas afirmamos sempre “creio na Comunhão dos Santos”. E cremos! Felizes somos. Cremos sem saber. Não faz mal… Mas se soubéssemos mesmo faríamos melhor, eu acho.
Posso falar por mim: não fui educado para a Comunhão dos Santos. E não me parece que educar nesse sentido seja algo difícil, sequer é uma novidade… O catolicismo é tão simples! É viver o Evangelho. Que por sua vez é viver a Comunhão dos Santos, desejo de Nosso Senhor.
Muito antigamente eu achava que estar na Comunhão dos Santos era poder contar com as orações de todos, especialmente com as orações de quem já está no Céu, com Nosso Senhor. Mas não é só isso! É, de fato, poder contar com os “bens” espirituais dos Santos. Já imaginou o que é poder contar com a persistência de cada um dos apóstolos como se fosse nossa? Nós podemos. Eles podem nos conceder. É “transmissível”.
É como ter livre acesso a um “arquivo” de graças recebidas por outros cristãos e assumi-las para si… Um arquivo que não é apenas lido, mas absorvido por nós! Enxertados em nós na medida em que estamos abertos à graça de Deus. É muito interessante! Eu acho.
E ainda assim somos fracos em tudo. Como pode ser? Tem alguma coisa errada…
Talvez seja nossa mentalidade… Está tão definido em nossa consciência que, espiritualmente, só nos basta Deus. E, de fato, sim, só nos basta Deus. Mas Deus está também em seus santos. E se quisermos tudo de Deus, temos que querer as coisas onde ele está, temos que querer as pessoas onde ele está e mais ainda querer aquelas onde ele está infinitamente mais. Deus está em nós quando não estamos em pecado mortal… Vivemos, aqui na terra, sempre um “SE” diante de Deus: se não pecarmos, se não vacilarmos, se formos fiéis… Deus deseja estar em nós sempre, mas nosso se não o permite. E é assim mesmo enquanto estivermos aqui.
Mas nos santos Deus está sempre e em definitivo, pois neles não há mais pecado algum, não existe mais “se” para eles. E assim, desejar Deus por inteiro é desejar a Comunhão dos Santos pois lá está Deus, também.
Quanto tempo perdemos com uma mentalidade a respeito de um Deus fantasminha, tão invisível, tão fora do nosso alcance real, mas ainda assim perto de nós… Assim é claro que é complicado servir a Deus, pois ele pode ser qualquer coisa e fica a mercê da medida que quisermos dar a ele. E vamos dar medidas a Deus, pois é assim o processo de compreensão da nossa mente: por medidas, por quantificação, por exemplos visíveis.
Foi como Deus nos fez justamente para que nunca o perdêssemos enquanto pudéssemos medir a sua presença em todas as coisas onde ele está e que não podem lhe conter… Porque não é possível conter a Deus. Mas, certamente, é na Comunhão dos Santos que ele melhor se faz presente.
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