Perseguição aos cristãos em 2011 - Top 50 (2)

A organização internacional Portas Abertas publicou a lista dos países em que os cristãos foram mais perseguidos em 2011. Encabeçada por um país comunista, a Coreia do Norte, a lista revela, entretanto, que os maiores algozes do cristianismo têm sido os países islâmicos. Somente dois países latinoamericanos freqüentam a lista, Colômbia e Cuba, por razões diversas. A lista ainda não contempla o tipo de perseguição que se verifica nos países ocidentais, a de matriz secularista.


Vamos à segunda parte da lista:

26º Líbia – muçulmano
Ainda que a Líbia seja um Estado laico, seus líderes prestam grande respeito ao islamismo, conferindo-lhe papel ideológico na sociedade. O governo exige respeito às normas e tradições muçulmanas e a submissão de todas as leis à sharia (lei islâmica). O governo proíbe a conversão de muçulmanos e, por isso, a atividade missionária. Apenas os estrangeiros podem se reunir, contudo são monitorados. Assim, os líbios não participam desses cultos por medo de ser vigiados, delatados, presos e até mesmo assassinados. Os cristãos são pouco mais de 2% numa população de 6 milhões e 500 mil.
27º Omã – muçulmano
O governo declara o islamismo como a religião oficial do país e a Sharia (lei islâmica) como base de sua legislação. A religião está descrita na certidão de nascimento dos cidadãos omanis. A liberdade religiosa é amplamente assegurada aos profissionais estrangeiros que vivem no país. Infelizmente, a evangelização de muçulmanos é estritamente proibida. Além disso, os omanis não podem assistir aos cultos cristãos e são proibidos de se converter a outras religiões. Os cristãos são 2,5% numa população de 3 milhões.
28º Brunei – muçulmano
A Constituição estabelece que "A religião oficial do Brunei Darussalam é a muçulmana de acordo com a seita Shafi'i dessa religião”. O governo proibiu a importação de materiais de ensino religiosos, ou livros sagrados como a Bíblia, negando permissão para a criação ou construção de igrejas, templos ou santuários. Ao mesmo tempo, a maioria dos padres e freiras católicos foi expulsa e nenhum cristão professa publicamente a sua fé. Os cristãos preferem manter-se no anonimato, temendo por suas vidas. Os cristãos são 10% numa população de 407 mil.
29º Marrocos – muçulmano
A constituição marroquina assegura liberdade de religião e, embora o islamismo seja a religião oficial do país, os estrangeiros podem praticar livremente sua fé. Eles frequentam cultos religiosos sem quaisquer restrições ou temor de represálias. Qualquer tentativa para converter um muçulmano é ilegal. Os cristãos são 1,1% numa população de 32 milhões.
30º Kuwait – muçulmano
A Constituição de 1962 estabelece o islamismo como religião oficial do Estado e utiliza a sharia (lei islâmica) como principal base de sua legislação: há leis contra a blasfêmia, apostasia e evangelização de muçulmanos. No entanto, o texto também assegura a liberdade e a livre prática religiosa. O governo não permite conversões de muçulmanos a outras religiões. Quando isso acontece, é de forma muito discreta. Se a conversão é descoberta, o indivíduo encontra hostilidade: perde o emprego, sofre danos em sua propriedade, é intimado repetidas vezes à delegacia, preso, abusado física e verbalmente, monitorado pela polícia. Os cristãos são 15% numa população de 3 milhões.
31º Turquia – muçulmano
A Constituição garante liberdade religiosa e, geralmente, o governo respeita esse direito na prática. Ainda que o proselitismo seja legal no país, muçulmanos, cristãos e baha'is enfrentam algumas restrições e prisões ocasionais sob a acusação de praticá-lo ou de praticar reuniões não autorizadas. Os cristãos são 0,2% numa população de 79 milhões.
32º Índia
A tensão entre hindus, siques, muçulmanos e cristãos é grande. Há muitos relatos de ataques a igrejas, raptos, detenção e intimidação feitos por extremistas hindus. Essas ações são particularmente dirigidas aos líderes das igrejas. Oito estados têm leis anticonversão, que impedem a conversão de hindus ao cristianismo. Os cristãos formam 2,3% (cerca de 24 milhões de fiéis) numa população de 1 bilhão e 200 milhões.
33º Mianmar – budista
Os cristãos das áreas rurais são perseguidos com frequência pelos governantes, que se alinham com poderosos grupos budistas e tentam utilizar a religião como forma de controlar a população local. No país, diferentes grupos étnicos se utilizam da religião com o propósito de atacar pessoas de outras etnias. Os cristãos são 4% numa população de 54 milhões.
34º Tadjiquistão – muçulmano
A constituição do país prevê a liberdade religiosa, mas outras leis e algumas medidas políticas colocadas em prática pelo governo impõem restrições. O cristianismo enfrenta oposição por parte dos muçulmanos. A difusão do islamismo tem o apoio da propaganda iraniana e, ocasionalmente, dos soldados afegãos. Há inúmeros casos de tadjiques que abraçaram o cristianismo e enfrentaram forte oposição de suas próprias famílias. Os cristãos são 10% numa população de 7 milhões.
35º Tunísia – muçulmano
A constituição prevê a liberdade e prática de ritos religiosos, mas determina o islamismo como a religião oficial do Estado. É estritamente proibido o proselitismo entre os muçulmanos; os muçulmanos que se convertem a outras religiões enfrentam o ostracismo e a exclusão social. A maioria dos cristãos existentes no país hoje é composta de católicos franceses e refugiados libaneses; já os cristãos tunisianos somam uma parcela muito diminuta da população. Os cristãos são aproximadamente 25 mil (2,5%) numa população de 10 milhões e 500 mil.
36º Síria – muçulmano
A Constituição garante liberdade religiosa. É normal que as cerimônias religiosas sejam anunciadas pelo toque dos sinos, alto-falantes podem ser usados para que os cultos sejam ouvidos nas ruas e as lojas cristãs podem fechar aos domingos. As igrejas registradas no governo são respeitadas na sociedade e sua situação é bem aceitável.
Mas, se por um lado, o governo está aberto ao cristianismo e às igrejas, por outro, possui laços com grupos fundamentalistas que são contrários aos cristãos. Atualmente existem mais de dois milhões de cristãos no país, correspondendo a 10% numa população de 22 milhões. A maior igreja do país é a Igreja Ortodoxa Grega de Antioquia.
37º Emirados Árabes Unidos – muçulmano
A Constituição prevê liberdade religiosa; no entanto, há algumas restrições. O islamismo é a religião oficial dos sete emirados. As igrejas não têm permissão para exibir uma cruz ou colocar sinos fora de sua propriedade. Entretanto, o governo não interfere no terreno que a igreja ocupa. As congregações aceitam convertidos de todas as religiões, exceto do islamismo, porque a lei não reconhece e nem permite conversão de muçulmanos a outra crença. Praticamente todos os cristãos são estrangeiros, 9% numa população de 5 milhões.
38º Etiópia
A constituição prevê a liberdade de religião, tendo outras leis e políticas contribuído para a prática livre da religião em geral. O governo de modo geral respeita a liberdade religiosa na prática, no entanto, ocasionalmente algumas autoridades infringem esse direito. Tensões localizadas entre as comunidades muçulmana e cristã resultaram em alguns episódios violentos. Através de vários programas cívicos, o governo tentou combater a violência sectária. Os cristãos são 61% numa população de 85 milhões.
39º Djibuti – muçulmano
Embora haja liberdade religiosa e de evangelização, esta última não é encorajada: é estritamente proibido pregar para muçulmanos. Os que se convertem ao cristianismo enfrentam pressões sociais. A maioria dos cristãos constitui-se de trabalhadores estrangeiros. Um pequeno número de grupos missionários estrangeiros opera no país. Os cristãos são 6% numa população de 880 mil.
40º Jordânia – muçulmano
Na constituição do país, o Islamismo consta como religião oficial, mas garante o livre exercício de outras crenças e proíbe a discriminação religiosa. Membros de grupos religiosos não-registrados e ex-muçulmanos sofrem discriminação legal e correm o risco de perder seus direitos civis. Alguns indivíduos, e até famílias inteiras, têm sido ameaçados. Quando um muçulmano se converte ao cristianismo, o ato não é legalmente reconhecido pelas autoridades. Como o cristianismo é uma religião reconhecida e os não-muçulmanos podem professar e praticar a fé cristã, as igrejas devem receber reconhecimento legal do governo. Os cristãos são 6% numa população de 6 milhões e 500 mil.
41º Cuba – comunista
A Constituição reconhece o direito dos cidadãos a professar e praticar qualquer crença religiosa, no entanto, na lei e na prática, o governo impõe restrições à liberdade de religião. O governo cubano permite o casamento religioso, mas somente após o casal ter completado um ano de casamento no civil. Bíblias e outras literaturas cristãs só podem ser importadas e distribuídas por grupos religiosos registrados e monitorados pelo governo cubano. O governo também não permite o ensino religioso nas escolas públicas. Na prática, no entanto, há severas restrições às reuniões, à evangelização nas ruas e à construção de igrejas. Pastores são detidos e presos, informantes se infiltram nas igrejas e a discriminação é constante. Em 1992, uma emenda à Constituição mudou a natureza do Estado cubano de ateísta para laico, permitindo que cristãos pudessem se filiar ao Partido Comunista Cubano. Isto, no entanto, ainda está para acontecer. Membros devotos protestantes e católicos enfrentam, de maneira geral, intensa oposição e perseguição das autoridades. Cubanos que defendem questões de direitos humanos frequentemente são visados e muitos têm sido presos. Os cristãos são 91% numa população de 11 milhões e 200 mil.
42º Bielorrússia
A liberdade de culto, expressão e reunião é limitada. Há muito preconceito contra os protestantes por considerarem uma religião norte-americana. Os cristãos são 96% numa população de 9 milhões e 500 mil. Desta 74% são ortodoxos, 17% católicos e 5% protestantes.
43º Indonésia – muçulmano
A Constituição reconhece a liberdade religiosa e o governo geralmente a respeita. Igrejas podem ser edificadas e escolas podem ter cursos cristãos no currículo. Até alguns feriados cristãos são celebrados nacionalmente. Entretanto, existe um claro favorecimento aos muçulmanos. Na posição de país com a maior população islâmica do mundo, as autoridades se veem obrigadas a atender aos desejos das entidades e líderes islâmicos. Alguns desses líderes usam de meios legais para oprimir a Igreja. Isso fez com que várias congregações fossem fechadas. Há uma lei que diz que, se a comunidade se opõe a uma igreja, esta pode ser fechada. Os cristãos são 16% numa população de 246 milhões.
44º Territórios Palestinos – muçulmano
A perseguição que os cristãos sofrem na Palestina se deve mais à guerra e ao aumento do radicalismo islâmico por grupos como o Hamas. A Autoridade Nacional Palestina não possui Constituição, mas a Lei Básica respeita a existência de outros grupos religiosos. Contudo, a Lei Básica afirma que o islamismo é a religião oficial e que os princípios da sharia (lei islâmica) devem ser a principal fonte da legislação. Os cristãos são 8% numa população de 8 milhões.
45º Cazaquistão – muçulmano
A constituição prevê a liberdade de religião, mas as leis do governo sobre religião limitam a proteção legal da liberdade religiosa. Existe também a pressão da sociedade: para os cazaques, abraçar o cristianismo significa perder a identidade nacional. Aproximadamente 65% da população professa a fé islâmica. Os russos, que representam aproximadamente 24% da população, e etnias menores de ucranianos e bielorrussos, são cristãos ortodoxos de tradição russa. Estima-se que 1,3% da população alemã do país seja de católicos romanos ou luteranos. As autoridades oprimem a Igreja de diversas formas. Os cristãos protestantes sofrem mais que os outros, pois o governo desestimula a associação a grupos religiosos não-tradicionais (como a Igreja católica e a ortodoxa). Muitos consideram os cristãos protestantes como membros de grupos não-tradicionais. Os cristãos são 30% numa população de 16 milhões.
46º Barein – muçulmano
Os cristãos sofrem muito preconceito no país. O culto é permitido, mas não é possível evangelizar muçulmanos. Os cristãos são 9% numa população de 1 milhão e 200 mil pessoas.
47º Colômbia
A igreja evangélica da Colômbia é formada por cinco milhões de membros, dos quais 20%, um milhão, são perseguidos. Quinhentos mil cristãos perseguidos vivem entre os desalojados (campos de refugiados ou abrigos), em extrema pobreza. Os outros 500 mil vivem em áreas de conflito controladas pelos grupos armados ilegais. Estatísticas do Conselho Evangélico de Igrejas da Colômbia indicam que mais de 400 igrejas já foram fechadas e cerca de 150 pastores foram assassinados pelos subversivos desde 1998. Após o fracasso dos acordos de paz entre governo e guerrilhas, os rebeldes se recusaram a sair da região. As igrejas continuaram fechadas e a pregação do evangelho, restrita. Diversas pessoas passaram a cooperar com os grupos subversivos. Os cristãos são 98% numa população de 46 milhões.
48º Quirquistão – muçulmano
Embora a Constituição do país garanta liberdade religiosa aos cidadãos, há cada vez mais restrições à liberdade de se reunir e se expressar. O governo não apóia oficialmente nenhuma religião. No entanto, de acordo com um decreto de maio de 2006, o islamismo e a Igreja Ortodoxa Russa foram reconhecidos como “grupos religiosos tradicionais”. Os cristãos são 20% numa população de 5 milhões e 400 mil.
49º Bangladesh – muçulmano
A Constituição estabelece o Islã como religião oficial do Estado. Prevê-se o direito de professar, praticar ou propagar todas as religiões, sujeito à lei, à ordem pública e à moralidade. A constituição também afirma que cada comunidade religiosa ou denominação tem o direito de estabelecer, manter e gerir as suas instituições religiosas. Embora o governo tenha apoiado publicamente a liberdade de religião, os ataques a minorias religiosas e étnicas continuam a ser um problema. Os cristãos são 0,3% numa população de 165 milhões.
50º Malásia – muçulmano
A constituição do país prevê liberdade religiosa, mas concede aos governos federal e estadual o poder de “controlar e ou restringir a propagação de qualquer doutrina ou crença religiosa entre os muçulmanos”. Além disso, a constituição predefine todos os cidadãos malaios como muçulmanos. A população respira certa liberdade política, embora esta liberdade seja gozada mais pelos muçulmanos do que por outros grupos. A legislação malaia proíbe que um muçulmano se converta a outra religião. Os cristãos são 9,1% numa população de 29 milhões.


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