Em seu experimento hipotético sobre a situação do homem no estado de natureza, Hobbes vislumbra uma constante guerra de todos contra todos. No entanto, seguindo o raciocínio do pensador inglês, como os homens são seres racionais, não será difícil a eles perceberem que uma situação de paz, ainda que na sujeição a terceiros, é mais vantajosa que o medo constante que se experimenta numa guerra de todos contra todos. Nasce daí o que Hobbes chama de "segunda lei fundamental da natureza".
Percebendo que uma situação de paz lhes é mais vantajosa que o estado da natureza, os homens, em comum acordo, renunciam livremente a seus direitos sobre todas as coisas desde que lhes seja assegurada ao menos a preservação da vida. Nessa renúncia, cujo beneficiário é o Leviatã, tem origem o contrato social acordado mutuamente entre os homens e daí nasce o Estado Político.
Para quem havia descrito em tintas tão negras a situação humana no estado de natureza, essa solução é surpreendente. Tal acordo, evidentemente, só pode ser vantajoso para um dado homem se os demais homens também assim o fizerem. Se, conforme postulado por Hobbes, a desconfiança é inata ao ser humano, é incompreensível como um homem, mesmo supondo que a paz lhe será vantajosa, possa estar dispostos a abrir mão de seu direito à guerra sem ter plena certeza de que os demais homens também farão o mesmo. Ainda que a renúncia aos direitos seja o mais racional a fazer, é impossível supor que tal ocorra livremente sem que haja previamente um mínimo de confiança entre os homens, o que contraria o estado de natureza hobbesiano. O filosófo de Malmesbury silencia sobre esse paradoxo em sua teoria.
Percebendo que uma situação de paz lhes é mais vantajosa que o estado da natureza, os homens, em comum acordo, renunciam livremente a seus direitos sobre todas as coisas desde que lhes seja assegurada ao menos a preservação da vida. Nessa renúncia, cujo beneficiário é o Leviatã, tem origem o contrato social acordado mutuamente entre os homens e daí nasce o Estado Político.
Para quem havia descrito em tintas tão negras a situação humana no estado de natureza, essa solução é surpreendente. Tal acordo, evidentemente, só pode ser vantajoso para um dado homem se os demais homens também assim o fizerem. Se, conforme postulado por Hobbes, a desconfiança é inata ao ser humano, é incompreensível como um homem, mesmo supondo que a paz lhe será vantajosa, possa estar dispostos a abrir mão de seu direito à guerra sem ter plena certeza de que os demais homens também farão o mesmo. Ainda que a renúncia aos direitos seja o mais racional a fazer, é impossível supor que tal ocorra livremente sem que haja previamente um mínimo de confiança entre os homens, o que contraria o estado de natureza hobbesiano. O filosófo de Malmesbury silencia sobre esse paradoxo em sua teoria.
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