O Extraordinário milagre de Guadalupe

"Gostaria de saber mais sobre Nossa Senhora de Guadalupe. O que se conta sobre a imagem da Virgem ter ficado gravada no manto do índio é lenda ou verdade?"

Sabe-se que Nossa Senhora apareceu para o índio Juan Diego em 1531, na colina de Tepeyac, no México. Ela lhe pediu que naquele local fosse construído um santuário, que de fato hoje existe, encerrando uma bela imagem da Virgem que se imprimiu no avental do vidente. Essa imagem foi, em nosso século, submetida a exames científicos, os quais surpreenderam os pesquisadores e abonam, de maneira estupenda, a autenticidade das aparições. Eis as investigações realizadas:

1 - Em primeiro lugar, chamou a atenção dos peritos a singular conservação do rude tecido da tilma (avental) de Juan Diego. Durante séculos, esteve exposto, sem maiores cuidados, aos rigores do calor, da poeira e da umidade, e mesmo assim sua tessitura não se desfibrou, nem tampouco se lhe desvaneceu a admirável policromia.

A matéria sobre a qual a imagem foi estampada é tecido confeccionado com fibra de ayate, da espécie mexicana agave potule zacc, que se decompõe por putrefação em 20 anos, aproximadamente. Em contraposição, o avental de Juan Diego, já dura 450 anos sem se rasgar nem se decompor e, por motivos inexplicáveis, é imune à humidade e à poeira.

Atribuiu-se essa virtude ao tipo de pintura que cobre o pano, a qual poderia atuar como matéria protetora. Em consequência, foi enviada uma amostra para ser analisada pelo cientista alemão e Prêmio Nobel de Química Richar Kuhn, cuja resposta deixou perplexos os consultantes. Os corantes da imagem não pertencem nem ao reino vegetal, nem ao mineral, nem ao animal, afirmou o pesquisador.

Pensou-se, então, que a tela estivesse tratada por um procedimento especial. Mas de que consistência seria essa preparação da tela para que a pintura pudesse aderir e se conservar incólume sobre matéria tão frágil e perecível como é o ayate?

Mais: confiaram a dois estudiosos norte-americanos - o doutor Calagan, da NASA, e o professor Jody B. Smith, catedrático de Filosofia da Ciência no Pensacolla College - a tarefa de submeter a imagem à análise fotográfica com raios infravermelhos. As suas conclusões foram as seguintes:

1°)O ayate - tela rala de fio de maguey - não possui preparação alguma, o que torna inexplicável, à luz dos conhecimentos humanos, que os corantes impregnem fibra tão inadequada e nela se conservem;

2°)Não há esboços prévios, como os descobertos pelo mesmo processo nos quadros de Velázquez, Rubens, El Greco e Ticiano. A imagem foi pintada diretamente, tal qual a vemos, sem esboços nem retificações;

3°)Não há pinceladas. A técnica empregada é desconhecida na história da pintura. É inusitada, incompreensível e irrepetível.

Digitalização dos olhos da Virgem

2 - Paralelamente a isso, um conhecido oftalmologista de nome hispano-francês, Torija Lauvoignet, examinou com um oftalmoscópio de alta potência a pupila da imagem, e observou, maravilhado, que na íris se via refletida uma mínima figura que parecia o busto de um homem. E esse foi o antecedente imediato para promover a investigação mais profunda, ou seja, a "digitalização" dos olhos da Virgem de Guadalupe, que pode ser assim descrita:

Sabemos que na córnea do olho humano se reflete o que a pessoa está vendo no momento. O doutor Aste Tonsamann fez fotografar (sem que ele estivesse presente) os olhos de uma filha sua, e, utilizando o procedimento denominado "processo de digitalizar imagens", pôde, sem mais, averiguar tudo quanto via sua filha no momento de ser fotografada.

Esse mesmo cientista, cuja profissão era a de captar as imagens da Terra transmitidas do espaço pelos satélites artificiais, "digitalizou", no ano de 1980, a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, e os resultados foram surpreendentes. Tal procedimento consiste em dividir a imagem em quadrículas microscópicas, até o ponto de, numa superfície de um milímetro quadradro, caberem 27.778 ínfimos, mínimos quadrinhos. Uma vez feito isso, cada miniquadrícula pode ser ampliada, multiplicando-se por dois mil, o que permite a observação de pormenores impossíveis de serem captados a olho nu.

Ora, os pormenores que se observaram na íris da imagem são: um índio no ato de desdobrar sua tilma perante um franciscano; o próprio franciscano, em cujo rosto se vê escorrer uma lágrima; uma pessoas muito jovem, tendo a mão sobre a barba com ar de consternação; um índio com o torso desnudado em atitude quase orante; uma mulher, de cabelo crespo, provavelmente uma negra, serviçal do bispo; um varão, uma mulher e umas crianças com a cabeça meio raspadas; e mais outros religiosos vestidos com hábito franciscano. Isto é, o mesmo episódio relatado em náhualt por um anônimo escrito indígena na primeira metade do século XVI, e editado em náhualt e em espanhol por Lasso de La Vega em 1649.

Foram feitos também estudos iconográficos para comparar estas figuras com os retratos conhecidos do arcebispo Zumárraga e de pessoas do seu tempo ou do lugar. O que é radicalmente impossível, é que num espaço tão pequeno como a córnea de um olho, situada numa imagem de tamanho aproximado ao natural, um miniaturista tenha podido pintar aquilo que foi necessário ampliar duas mil vezes para que pudesse ser percebido.

"Inexplicável!", exclamaram os membros da Comissão de Estudos quando conheceram o veredicto do cientista alemão Richard Kuhn, segundo o qual a policromia da imagem de Guadalupe não procede de corantes minerais, vegetais, ou animais. "Inexplicável!", declararam por escrito os estudiosos norte-americanos Smith e Callagan ao verem, por meio dos raios infravermelhos, que a "pintura" não apresentava pinceladas e estava isenta de toda preparação do miserável ayate da tilma de Juan Diego. E o doutor Aste Tonsmanninfinitesimal na íris da Virgem, não se cansa de repetir: "Inexplicável, Radicalmente Inexplicável!"

Os antecedentes do milagre de Guadalupe

3 - Para que melhor se compreenda o porque dessas figuras humanas na íris da Virgem de Guadalupe, é oportuno apresentar, em poucas frases, os antecedentes do milagre, tais como são narrados no relato náhualt mencionado.


Esta crônica nos diz que a Virgem Maria enviou o índio Juan Diego ao bispo franciscano frei Juan de Zumárraga, para pedir a construção de uma igreja. Todavia, o prelado não quis dar crédito à mensagem. Em consequência, a Virgem concedeu ao bispo sinais irrefutáveis da autenticidade da notícia.

Com efeito, certo dia Juan Diego solicitou audiência ao prelado e, chegando à presença do mesmo, disse-lhe: "Senhor bispo, fiz como pedistes (...). Disse à Senhora que prometi trazer-vos o sinal solicitado. Ela compreendeu a vossa prudência e acolheu o pedido com benevolência. Muito cedo, hoje de manhã (...), ela me mandou ao cume da colina (...). Eu sabia que lá nunca houvera flores, mas não duvidei das palavras da Senhora. Quando cheguei ao lugar indicado, parecia-me estar no paraíso. Havia lá grande variedade de rosas de Castela, todas reluzentes por causa da geada. Eu as colhi e as trouxe para a Dama; ela mesma as tomou em suas mãos e colocou-as no meu poncho, para que vo-las trouxesse. Ela me disse por que é que eu tinha de fazer isso. Eu o fiz para que vejais nessas flores o sinal solicitado e executeis o pedido da Senhora. Ei-las, tomai-as".

Diego abriu então o manto branco que trazia fechado sobre o peito. Enquanto as rosas se espalhavam pelo chão, apareceu, de repente, sobre a veste, a magnífica imagem da Virgem Maria, Mãe de Deus, exatamente aquela que se pode ver ainda em nossos dias na sua igreja de Tepeyac, com o título de Guadalupe. Vendo-a, o bispo e todas as pessoas presentes caíram de joelhos, considerando-o com admiração por muito tempo, profundamente tocados e comovidos com aquilo que viam. A seguir, ficaram tristes e aflitos - o que mostra que a contemplavam com os seus corações e a sua inteligência.

É essa imagem que tem nos olhos os traços do índio, do bispo e da comitiva episcopal, como se a Virgem estivesse presenciando a cena da revelação da imagem.

Todo fiel católico sabe que a Igreja não impõe à fé dos cristãos alguma revelação particular, mas deixa a critério de cada um aceitar ou não as respectivas narrações. Ora as que se referem a Nossa Senhora de Guadalupe tem forte cunho de verossimilhança, dados os estudos científicos que acabamos de mencionar.

Deus seja louvado pelos sinais que se digna de dar aos homens, para manifestar a sua presença e providência no mundo conturbado em que vivemos!

Fonte: BETTENCOURT, Estevão Tavares. Católicos perguntam: Nossa Senhora de Guadalupe Editora Mensageiro de Santo Antônio. pgs: 55 a 59

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