Bullying na Porciúncula de Sant’Ana – Niterói-RJ


É começar o diálogo a render-lhes dor de cabeça, é começar a abertura a questionar suas “leis paroquiais” e pronto, lá vem o clericalismo bater no peito: “quem manda aqui é o frei”. Pois é…

A lógica “libertadora” é curiosa. Já vimos como os “freis” insistem que não se tenha medo de Roma, enquanto temem os jovens que não cedem a suas opiniões. Quando interessa, o diálogo é “libertador”; quando não, é a obediência que “liberta”. Em comum, a vontade autocrática dos freis. Pois agora, em Niterói-RJ, na Paróquia da Porciúncula de Sant’Ana, em Icaraí, os jovens de qualquer idade que pretendam receber Nosso Senhor Jesus Cristo de joelhos estão sendo admoestados particularmente a não cederem a essa prática “antiquada”. Pior: há relatos de humilhação de fiéis na sacristia (claro, em particular para evitar testemunhas) e – pasmem – até já foi negada a comunhão àqueles que preferem receber a Santa Eucaristia de joelhos. Dizem que a prática ordinária de receber o Senhor Eucarístico de joelhos é “estranha”. Em particular, sem que haja modo de se provar nada contra os agressores, faz-se chacota da Eucaristia e da vontade dos fiéis ajoelharem-se para receber o Senhor Eucarístico. Argumentam – se é que isso é argumento – que não é natural receber a Eucaristia de joelhos. Contudo, não é bem assim.
A Congregação para o Culto Divino, em 2004, no documento Redemptionis Sacramentum,  91, afirma claramente (destaque nosso):
Qualquer batizado católico, a quem o direito não o proíba, deve ser admitido à sagrada Comunhão. Assim pois, não é lícito negar a sagrada Comunhão a um fiel, por exemplo, só pelo fato de querer receber a Eucaristia ajoelhado ou de pé.
Ora, não é verdade que a prática de receber a Santa Eucaristia de joelhos seja, como alguns na Porciúncula dizem a boca miúda na sacristia, nas reuniões de catequese, de crisma, “estranha”. Pelo contrário, é a prática ordinária da Igreja. Negar aos fiéis esse direito é autoritarismo puro e simples. Aliás, diz ainda a mesma Congregação:
A recusa da Comunhão a um fiel que esteja ajoelhado é grave violação de um dos direitos básicos dos fiéis cristãos. (…) Mesmo naqueles países em que esta Congregação adotou a legislação local que reconhece o permanecer em pé comopostura normal para receber a Sagrada Comunhão, ela o fez com a condição de que os comungantes desejosos de se ajoelhar não seria recusada a Sagrada Eucaristia.(…) A prática de ajoelhar-se para receber a Santa Comunhão tem em seu favoruma antiga tradição secular, e é um sinal particularmente expressivo de adoração, completamente apropriado, levando em conta a verdadeira, real esignificativa presença de Nosso Senhor Jesus Cristo debaixo das espécies consagradas. (….) Os sacerdotes devem entender que a Congregação considerará qualquer queixa desse tipo com muita seriedade, e, caso sejam procedentes,atuará no plano disciplinar de acordo com a gravidade do abuso pastoral. (Protocolo no 1322/02/L)
E ainda:
Os fiéis jamais serão obrigados a adotar a prática da comunhão na mão. (Notificação da Sagrada Congregação para o Culto Divino, de Abril de 1985).
Mas então, por que a perseguição na Porciúncula? Por que há pessoas praticando bullying contra quem “teima” em exigir  seus direitos respeitados? A resposta é simples: é que os “freis Carlos” não suportam ser contrariados. Eles são muito estranhos: falam de liberdade, mas só enquanto a liberdade lhes é favorável; eles falam de diálogo, mas só enquanto o diálogo não lhes coloca em maus lençóis; eles falam de abertura, mas apenas enquanto suas vontades mesquinhas estão vencendo e sendo seguidas a risca. É começar o diálogo a render-lhes dor de cabeça, é começar a abertura a questionar suas “leis paroquiais” e pronto, lá vem o clericalismo bater no peito: “quem manda aqui é o frei”. Pois é…
Em nome da liberdade religiosa, os fiéis da paróquia da Porciúncula de Sant’Ana precisam ter clareza de que nada fazem de mau, recebendo de joelhos a Nosso Senhor Jesus Cristo, escondido sob as espécies de pão e vinho. É claro, não se luta pela simples ação de ajoelhar-se. Juntamente com o corpo, a alma igualmente e com mais razão precisa também estar genuflexa, diante do Senhor dos senhores. Afinal, esse sinal é grande, é loquaz. Não se ceda à censura na Porciúncula. E que os “freis Carlos” tenham a coragem de fazer o que desejam há muito tempo: expulsar esses “estranhos” de suas igrejas, de suas sacristias. Será curioso que os “freis” defensores da liberdade pratiquem bullying e censurem abertamente seus fiéis por causa de suas “normasinhas” paroquiais, contra o Magistério Eclesial. E aos que forem perseguidos pelos “freis Carlos”, o que diremos?
Beati, qui persecutionem patiuntur propter iustitiam, quoniam ipsorum est regnum caelorum – Mt 5, 10
Felizes os que forem perseguidos por causa da justiça, pois deles é o Reino dos Céus – Mt 5, 10


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