Qual A Origem Da Coroa Do Advento?

// Comunidade de Aliança Família de Nazaré - Itu


Entre as decorações de preparação para o Natal, é comum encontrar nas igrejas uma guirlanda com quatro velas. Qual a origem deste enfeite? Desde quando a Igreja o utiliza? Descubra como a "coroa do Advento", mesmo sendo de origem protestante, se encaixa "como uma luva" na liturgia e espiritualidade católicas.

Todos os anos, a Igreja se prepara para a Solenidade do Natal e é comum encontrar, entre as decorações do Advento, uma espécie de coroa, com uma guirlanda e quatro velas. Qual é a origem deste enfeite?

Pode parecer surpreendente, mas a sua origem está ligada à religião luterana. O seu uso começou em 1839, por iniciativa de um pastor chamado Johann Wichern. Ele cuidava de uma casa de auxílio social a crianças pobres. Nas proximidades do Natal, as crianças, ansiosas, sempre perguntavam quando era a festividade. Então, para marcar a sua chegada, ele fez uma roda com uma vela para cada dia do Advento, de forma que havia velas pequenas para os dias da semana e quatro maiores para simbolizar o domingo. Vários pastores começaram a fazer o mesmo em suas comunidades, simplificando o enfeite para quatro velas. Depois, juntou-se a essa ideia a já tradicional guirlanda natalina.

O fato é que este enfeite levou um tempo para ser adotado pela Igreja Católica. Foi usado pela primeira vez em Colônia, em 1925, e em Munique, em 1930. Depois, alcançou grande sucesso com a vinda do movimento litúrgico. É notável que a coroa do Advento pareça estar mais em sintonia com a fé católica – que tem o tempo litúrgico como tempo sagrado – do que propriamente com a fé protestante. Não sem razão a coroa caiu "como uma luva" na liturgia e espiritualidade católicas.

Na comunidade luterana, as velas tinham várias cores diferentes. Originalmente, eram velas escuras que, com o passar dos dias, iam ficando mais claras, para simbolizar a proximidade do nascimento de Cristo. Depois, preferiu-se adaptar as velas para a cor litúrgica do Advento: usam-se, então, três velas roxas e uma rósea – esta para o 3º Domingo do Advento, também chamado deGaudete.

Os irlandeses também contribuiram para inovar o enfeite, acrescentando uma quinta vela à coroa, para simbolizar a Solenidade do Natal. Por isso, também é possível encontrar uma coroa com cinco velas.

Quanto ao seu significado, várias interpretações são possíveis. O círculo contém a ideia de tempo e eternidade, as velas lembram que o Natal é uma festa de luz e, por fim, os ramos verdes remetem à esperança cristã –– à esperança do Senhor que se aproxima, que sai da eternidade para entrar na história.





Plano cobrirá preservação de sêmen de jovem


// Blog de Santo Afonso




Por Juliana Borba



Plano de saúde não é auxílio-doença e deve proteger a constituição familiar. O entendimento, inédito em Pernambuco, foi do juiz Rafael de Menezes, da 8ª Vara de Justiça da Capital ao julgar o pedido de um jovem de 19 anos, com câncer no sistema linfático, para ter os custos do procedimento de congelamento de sêmen totalmente cobertos pelo seu plano de saúde. O paciente havia requisitado a cobertura do plano na preservação do sêmen, mas o pedido foi negado pela empresa.


"Restou demonstrado, através de contrato firmado entre as partes, que a demandada cobre ações destinadas ao planejamento familiar, a fim de garantir direitos à constituição de prole", ressaltou o juiz na sentença, já que no contrato de prestação de serviço da operadora de saúde do paciente, a Unimed Recife, há uma cláusula de proteção à família. Além disso, o juiz desmontou a justificativa da Unimed para ter negado o procedimento: "Quanto à recusa administrativa da ré, o fato do procedimento não estar listado no rol previsto pela ANS não caracteriza motivação idônea, haja vista que este rol é meramente exemplificativo".


"Julgo que presentes estão os requisitos para concessão da antecipação da tutela, a fumaça do bom direito e o perigo da demora, tendo em vista que o autor deve se submeter o mais rápido possível ao tratamento quimioterápico, mas não sem antes realizar a preservação de espermas", reforçou o juiz.


Com isso, Rafael de Menezes determinou a autorização da criopreservação do esperma (ou seja, o congelamento do sêmen) no prazo de três dias, por conta da urgência da necessidade de o jovem se submeter à quimioterapia e ao fato de que a preservação de seu material genético deve ser feita antes da sessão de tratamento. Além disso, determinou que, na hipótese de descumprimento da decisão, a Unimed sofrerá pena diária de R$ 1 mil.


O caso abre jurisprudência no estado de Pernambuco. De acordo com Izes Mendonça, advogada da Associação de Defesa dos Usuários de Planos de Saúde de Pernambuco (Aduseps), entidade que assiste o paciente, a ação se fundamentou em três teses: a primeira – e principal – é o direito de proteção à entidade família; a segunda, a proteção à prole; e a terceira, a proteção à felicidade.


"Esse paciente é muito jovem, tem um linfoma remissivo e já se submeteu a dois tratamentos. Agora, ele vai ter que passar por todo o tratamento quimioterápico e a médica que cuida dele disse que ele já poderia ficar estéril depois da terceira sessão. Diante disso, o paciente quis resguardar sua prole, já pensando em, no futuro, curado, constituir uma família."


A Unimed Recife ainda pode recorrer. No entanto, a advogada acredita que seja difícil o Tribunal de Justiça de Pernambuco reformar a decisão: "O que fez o juiz deferir a liminar foi o artigo 226 da Constituição Federal, a cláusula contratual e a proteção aos três axiomas utilizados na ação", ressaltou ela, indicando a força das teses utilizadas.


Ainda segundo a advogada, não se discutiu o método de constituição familiar que será adotado pelo jovem, mas a decisão representa um avanço no direito à prole e à família. "O plano vai custear tudo porque esse tipo de direito não se resume só à preservação do material genético, também diz respeito à inseminação artificial. A empresa será responsável pela preservação desse material até que ele seja utilizado", concluiu.








A Bolsa de Valores “não tem valores, apenas tem dinheiro”.

// Asas da Montanha

João Cláudio/OMP - Cardeal Oscar Maradiaga
As diferenças entre católicos «praticantes» e «ritualistas» para o cardeal Maradiaga

O presidente da Cáritas Internacional, cardeal Oscar Mariadiaga, afirmou hoje em Lisboa que o católico praticante é o que "põe em prática a sua fé" e o que a "privatiza" no interior de um templo é "ritualista".
"A pergunta final será se deste de comer a quem tem fome. Por isso, não podemos privatizar a fé dentro de um templo, numa celebração litúrgica", afirmou o presidente da Cáritas Internacional na conferência "Dimensão Social da Evangelização no Mundo de Hoje", promovida pela Comissão Nacional Justiça e Paz.
Para o cardeal Maradiaga, o cristianismo tem de ser "contagioso" e chegar a todos os setores sociais, económicos e políticos.
"Se temos algum amigo político ou representante no Parlamento, evangelizemo-lo! Se ele não leva a Doutrina Social da Igreja às leis não é praticante, é ritualista", afirmou arcebispo de Tegucigalpa, nas Honduras.
Para o cardeal Maradiaga, é "importantíssimo" fomentar a "coerência entre a fé e a vida", a única forma de acontecer na Igreja uma "verdadeiramente renovação".
"Não podemos fechar-nos na afirmação 'sempre se fez assim', nem podemos seguir um modelo exclusivo.  
Para o arcebispo, que preside também ao Conselho de Cardeais que o Papa criou para o auxiliarem na reforma da Cúria Romana, não pode haver "medo de levar a fé ao mundo da política".
"Temos o tesouro da Doutrina Social da Igreja capaz de transformar as injustiças sociais em que vivemos. Mas cada um tem de assumir as suas responsabilidades e vivê-la na prática, não só com palavras", sustentou.
D. Oscar Maradiaga defende que a opção preferencial pelos pobres passa hoje pela "mudança do sistema económico em que vivemos".
"Às vezes pensamos que são os políticos que decidem, mas são os grandes grupos económicos que motivam e ordenam aos políticos o que devem fazer", recordou.
O presidente da Cáritas Internacional defende que no lugar do dinheiro como "valor principal" é necessário colocar a pessoa humana; as teorias sobre a globalização da económica devem dar primazia à "globalização da solidariedade"; e a defesa do "desenvolvimento sustentável" tem de ser substituída pela ideia de "desenvolvimento humano sustentável".
O cardeal Maradiaga recordou que a bolsa de valores "não tem valores, apenas tem dinheiro".
"É necessário levar a força do Evangelho a este mundo", apelou.
D. Oscar Maradiaga, presidente da Cáritas Internacional, participou hoje na conferência "Dimensão Social da Evangelização no Mundo de Hoje" promovida pela Comissão Nacional Justiça e Paz em parceria com a Rede Europeia Anti-Pobreza/Portugal e a Cáritas Portuguesa, que decorreu no Forum Picoas, em Lisboa.
In agência ecclesia






As Imagens de santos são idolatroa?

// MISSIO FIDES

São João Damasceno (676-749 d.C) defendeu a prática cristã tradicional da exibição e veneração das imagens e seus ensinamentos foram afirmados no Sétimo Concílio Ecumênico (Nicéia, 787 d.C). Quase oito séculos mais tarde, este debate foi reacendido pela Reforma Protestante, com muitos dos reformadores (com a notável exceção de Martinho Lutero) abraçando iconoclastia radical, a ponto de destruírem imagens ativamente.

 João Calvino (1509-1564) incluiu um capítulo sobre as imagens em seu trabalho histórico as "Institutas da Religião Cristã", onde ele expôs uma forte posição iconoclasta, seguido de um capítulo sobre a veneração de santos. São estes capítulos que serão analisados e criticados neste ensaio, em contraposição à sabedoria patrística de São João Damasceno.

Todas as citações bíblicas serão tomadas a partir da versão da Bíblia João Ferreira de Almeida.


O PRIMEIRO E SEGUNDO MANDAMENTO (ÊXODO 20, 2-6)

"[1º] Eu sou o SENHOR teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de mim. [2º] Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o SENHOR teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam. E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos." (Êxodo 20, 2-6)
Estes mandamentos apresentam claramente um contraste entre o Deus de Israel e os falsos deuses de outras nações. Deus exige adoração exclusiva e proíbe as práticas idólatras de adorar falsos deuses na forma de criaturas ou objetos, ou de venerar objetos sagrados associados com falsos deuses. [Ver mais aqui] O segundo mandamento pode, portanto, ser lido não como uma proibição indiscriminada de imagens, mas como uma proibição da categoria de imagens que são usadas na adoração de falsos deuses. Isso é reforçado pelo primeiro mandamento, que proíbe a sujeição a outros deuses, e pela maneira que Deus descreve a si mesmo como "ciumento", evocando a imagem de um marido cuja esposa busca atrás de outros homens (a metáfora utilizada regularmente nas Escrituras, por exemplo, Jeremias 3, 20).
O segundo mandamento também faz uma distinção sutil entre o verdadeiro Deus, que não pode ser descrito, e os falsos deuses que são visivelmente retratados por ídolos. Isto é reiterado mais longamente em Deuteronômio 4, 15-40, e, como São João Damasceno observa, esta passagem proíbe a representação do Deus invisível, o Pai:

"Guardai, pois, com diligência as vossas almas, pois nenhuma figura vistes no dia em que o SENHOR, em Horebe, falou convosco do meio do fogo;"(Deuterônomio 4,15)

O DEUS INVISÍVEL

Calvino alega sobre Deus que: "formas visíveis feitas com a finalidade de representá-Lo são ficções falsas e perversas" e que "todas as tentativas humanas para dar uma forma visível para Deus são vaidade e mentiras." (1). Ele também deduz que: "Se é ilegal fazer qualquer representação corporal de Deus, ainda é mais ilegal adorar essa representação em vez de Deus, ou para adorar a Deus nele" (2). Calvino reconhece assim que não só é a adoração de falsos deuses é um pecado, mas assim é falsa adoração do Deus verdadeiro. Ele sugere que em certos momentos "os judeus foram persuadidos, que sob tais imagens adorariam o Deus eterno, o único e verdadeiro Senhor do céu e da terra" (3), uma prática que desonra e deturpa Deus. Poderíamos chamar isso de uma tentativa de refazer a Deus de acordo com os ideais humanos, em vez de humildemente aceitar a verdade revelada por Deus.
São João Damasceno está em pleno acordo com Calvino sobre estes pontos, retoricamente pergunta, na sua Obra exposição exata da fé ortodoxa "quem pode fazer uma imitação do Deus sem forma, incircunscrito, incorpóreo e invisível?".  Ele, então, passa a dizer que "dar forma à Divindade é o cúmulo da loucura e impiedade. E, portanto, é que no Antigo Testamento o uso de imagens não era comum." (4). Da mesma forma, em seu tratado Contra os que condenam as imagens sagradas, São João explica que "Ele proíbe a feitura de imagem por causa da idolatria, e que é impossível fazer uma imagem de Deus, que é Espírito, invisível, e incircunscrito" (5)... "Se alguém se atreve a fazer uma imagem do Deus Todo-Poderoso, que é Espírito puro, invisível, incircunscrito, nós a rejeitamos como uma falsidade" (6). '
Tendo estabelecido um acordo comum que Deus não pode ser representado de forma visível, e que a adoração de falsos deuses é proibida, a pergunta que surge naturalmente é se qualquer forma de imagens religiosas é permissível?

A ARCA DA ALIANÇA E O TEMPLO DE SALOMÃO

Há uma série de referências bíblicas que demonstram que imagens religiosas são permitidas pelo Deus de Israel, quando elas não estão associadas a falsos deuses e não falsamente descrevem Ele. Os versos seguintes descrevem os elaborados e belos desenhos com que a Arca de Deus e Templo foram enfeitados:
"Farás também dois querubins de ouro; de ouro batido os farás, nas duas extremidades do propiciatório." (Exôdo 25,18)

"E O Tabernáculo farás de dez cortinas de linho fino torcido, e azul, púrpura, e carmesim; com querubins as farás de obra esmerada." (Êxodo 26, 10
"E no oráculo fez dois querubins de madeira de oliveira, cada um da altura de dez côvados." (I Reis 6, 23)

"E revestiu de ouro os querubins. E todas as paredes da casa, em redor, lavrou de esculturas e entalhes de querubins, e de palmas, e de flores abertas, por dentro e por fora." (I Reis, 6, 28-29)

"E sobre as cintas que estavam entre as molduras havia leões, bois, e querubins, e sobre as molduras uma base por cima; e debaixo dos leões e dos bois junturas de obra estendida." (I Reis 7, 29).
"Para o interior do Santo dos Santos, mandou esculpir dois querubins e os revestiu de ouro." (II Crônicas 3,10)

"Josué rasgou suas vestes e prostrou-se com a face por terra até a tarde diante da arca do Senhor, tanto ele como os anciãos de Israel, e cobriram de pó as suas cabeças" (Josué 7, 6)

"E disse o Senhor a Moisés: Faze uma serpente ardente e põe-na sobre uma haste; e será que viverá todo mordido que olhar para ela. E Moisés fez uma serpente de metal e pô-la sobre uma haste; e era que, mordendo alguma serpente a alguém, olhava para a serpente de metal e ficava vivo." (Nm 21,8-9)
Estes versos oferecem um esclarecimento vital do segundo mandamento, e é especialmente significativo que as instruções para a decoração do templo foram divinamente reveladas a Moisés na mesma montanha que ele recebeu os mandamentos, e registrado no mesmo livro das Escrituras.
No entanto, Calvino descarta a importância desses objetos de culto divino, alegando que eles pertencem "à antiga tutela da lei" e que este tempo "já passou" (7). Ele afirma que é "absurdo... trazê-los para ao presente como um exemplo para a nossa época", mas não percebe que essas passagens demonstram que sua oposição a todas as imagens religiosas é uma má interpretação do segundo mandamento. Se ele não atribui qualquer relevância para as instruções de Deus a Moisés no livro do Êxodo, em seguida, deve-se perguntar, por que motivo Calvino está ainda preocupado com os Dez Mandamentos, que são da mesma fonte?
Tendo tomado conhecimento das instruções divinas para decorar a Arca e o Templo com imagens de querubins, São João Damasceno resume o segundo mandamento assim:

"Não farás para ti deuses de metal, e tu não fazer qualquer semelhança como de Deus, nem adorar a criatura em vez do Criador, nem a qualquer criatura como Deus..." (8)

Isso abrange proibições de Deus contra a idolatria, deixando espaço para imagens sagradas como as do Templo e reduzindo a capacidade de interpretação errada. A formulação original do mandamento como foi divinamente ditado a Moisés é perfeitamente adequada quando é lida no contexto mais amplo do livro do Êxodo, mas o esclarecimento de São João é útil para aqueles que estão confusos com a interpretação radical e seletiva dos iconoclastas. Curiosamente, Martinho Lutero apoia a interpretação do mandamento dada por São João:

"De acordo com a lei de Moisés nenhuma outra imagem é proibida além do que uma imagem de Deus que alguém adora. Um crucifixo, por outro lado, ou qualquer outra imagem santa não é proibida... Nenhuma conclusão pode ser tirada a partir das palavras: "Não terás outros deuses", que não seja aquela que se refere à idolatria. Onde porém imagens ou estátuas são feitas sem idolatria, então tal tomada delas não é proibida, por causa da palavra central, "Não terás outros deuses", permanece intacta." (9)

São João Damasceno também entendeu o significado cósmico dos aspectos visuais da adoração divina no Antigo Testamento. Ele se refere a Paulo para seus leitores, que ensinou que o Templo e o culto realizado dentro dele foram:

"Os quais servem de exemplo e sombra das coisas celestiais, como Moisés divinamente foi avisado, estando já para acabar o tabernáculo; porque foi dito: Olha, faze tudo conforme o modelo que no monte se te mostrou." (Hebreus 8, 5).

Este verso proclama que o Templo não só continha imagens, mas era em si uma representação, imagem ou ícone do céu. Uma vez que o templo foi modelado após as coisas celestiais, seria lógico deduzir que o culto cristão deve compartilhar algumas de suas características e formas (embora transformada por Cristo), desde que as coisas celestiais não mudaram. E não é só Deus imutável (Malaquias 3, 6), mas a adoração celestial descrita em Ezequiel e Apocalipse tem uma notável continuidade.

O DEUS INVISÍVEL SE REVELA

O aspecto mais negligente da dissertação de Calvino contra as imagens é o seu completo fracasso ao enfrentar o argumento mais central de São João de Damasco e dos iconófilos, que é a encarnação de Cristo. Calvino afirma que
"O Filho de Deus desceu do céu... milagrosamente ficou satisfeito ao ser concebido milagrosamente no ventre da Virgem, para viver na terra, e se pendurado na cruz" (10).

 No entanto, ele não reconhece as implicações disto, que são explicadas por São João:
"É claro que quando você contempla a Deus, que é puro espírito, tornando se homem por nossa causa, você será capaz de vesti-lo com a forma humana. Quando o Invisível se torna visível para a carne, então é possível retratar a imagem de sua forma. Quando Ele, que é puro espírito, sem forma ou limite, imensurável na imensidão de sua própria natureza, existindo como Deus, toma sobre Si a forma de servo em substância e em estatura, e um corpo de carne, então você pode desenhar Seu semblante, e mostrá-lo para qualquer pessoa disposta a contemplá-lo." (11)

"Por isso atrevo-me a desenhar uma imagem do Deus invisível, não como invisível, mas como tendo se tornado visível a nós através de carne e osso. Eu não desenho uma imagem da divindade imortal. Eu pinto a carne visível de Deus, pois é impossível representar um espírito, quanto mais Deus, que dá fôlego para o espírito." (12)

Enquanto a proibição contra representação da divindade invisível do Pai permanece, São João aplica as verdades cristãs da Trindade e da Encarnação à sua doutrina de imagens sagradas. A segunda pessoa da Trindade, o Logos divino, tem uma natureza humana com um corpo que é verdadeiramente carne e, portanto, capaz de ser representado visualmente. Calvino não menciona este fato, uma única vez no capítulo 11 das institutas, o que é surpreendente e desonesto. Sem incorporar a encarnação do Logos divino em sua tese, Calvino está apresentando uma teologia de imagens que é principalmente indistinguível do Islã.
 Contraste as palavras de Calvino com as palavras das Escrituras, que fornecem uma crítica especialmente pungente iconoclastia de uma perspectiva cristológica:
Calvino
"... Temos de mantê-lo como primeiro princípio, que tão frequentemente quanto qualquer forma é atribuída a Deus, a sua glória é danificada por uma mentira ímpia" (13)

As Escrituras:

"De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;" (Felipenses 2, 5-7)
"Agora, Senhor, despedes em paz o teu servo, Segundo a tua palavra; Pois já os meus olhos viram a tua salvação, A qual tu preparaste perante a face de todos os povos;  Luz para iluminar as nações, E para glória de teu povo Israel." (Lucas 2, 29-30)
Estavam os Apóstolos e São Simeão cometendo idolatria, olhando para a forma humana visível de Cristo? Por acaso eles fechavam os olhos sempre que Jesus estava presente? Certamente que não. Pois adorar a Cristo na Sua carne humana é adorar a segunda pessoa da Trindade divina, e ver Cristo em sua carne humana é ver a segunda pessoa da Trindade divina. O IV Concílio Ecumênico (Calcedônia, 451 d.C), afirmou isto perfeitamente:

 "[...] Um único e mesmo Jesus Cristo, o Filho unigênito deve ser confessado ser de duas naturezas, inconfundíveis, imutáveis, indivisíveis, inseparáveis, e que, sem a distinção de naturezas sendo levadas por tal união, mas sim a propriedade peculiar de cada natureza a ser preservada e sendo unidas em uma pessoa e subsistência, não separado ou dividido em duas pessoas, mas um só e mesmo Filho e unigênito, O Verbo de Deus, nosso Senhor Jesus Cristo [...]"(14)
A recusa em admitir que Cristo pode ser visivelmente representado na Sua humanidade é uma negação do cristianismo, porque é uma negação de que o Filho de Deus verdadeiramente "se fez homem", como o Credo Niceno professa. O fracasso de Calvino em mencionar esta doutrina essencial uma vez em sua avaliação das imagens sagradas, demonstra que sua doutrina de imagens não é centrada em Cristo, validando a inevitável comparação com a religião iconoclasta do Islã.

AS IMAGENS NA IGREJA PRIMITIVA (Ler mais aqui)

Um pilar importante do argumento de Calvino é a sua afirmação audaciosa que:
"...Por 500 anos, durante nos quais a religião estava em uma condição mais próspera, e uma doutrina mais pura florescria, as igrejas cristãs foram completamente livre de representações visíveis. Daí a sua primeira admissão como um ornamento para igrejas ocorreu após a pureza do ministério ser um pouco degenerada." (15)
Ele, portanto, alega que os iconófilos se afastaram da prática antiga dos cristãos e introduziram corrupções idólatras na fé.
Calvino levanta Canon 36 um Sínodo de Elvira (Espanha) do início do IV século em apoio da sua posição. O Concílio foi um pequeno e obscuro encontro de bispos locais da área, comumente acreditavam ter ocorrido durante a Grande Perseguição (ou Diocleciano Perseguição). O cânone é reproduzido a seguir em duas traduções possíveis:
"Não deve haver imagens utilizadas nas igrejas: Que nada, que é adorado ou venerado seja pintado nas paredes" (16).

"Pareceu bem que as imagens não devem estar nasigrejas, de modo que o que é venerado e adorado não sejam pintados nas paredes." (17)
Embora isso possa parecer inicialmente apoiar a posição de Calvino, o significado e intenção do cânone é, de fato, muito pouco claro. O cânon era prático e não teológico, levando não a anátemas, condenações ou argumentos de princípio contra imagens e não faz nenhuma acusação de idolatria ou pecado. Mas, enquanto não há julgamento explícito sobre a ortodoxia teológica de imagens, a própria existência do cânone sugere que elas já eram um fenômeno generalizado. Também não está claro por que motivo o cânone refere-se especificamente às pinturas nas paredes, não a quaisquer outras imagens. Um cenário possível, o que levaria os Bispos locais espanhóis a desencorajar a prática de desenhar nas paredes é que os perseguidores romanos iriam vandalizar e profana-las se eles descobrissem. No mesmo sínodo, outro cânone condena a escrita de frases em igrejas, o que possivelmente apoia esta teoria. Se o misterioso Canon 36 foi, como Calvino sugere, a resolução de uma controvérsia iconoclasta localizada, então a história é completamente silenciosa sobre o assunto, e qualquer que seja o verdadeiro propósito do cânon, nunca foi discutido ou reiterado por um concílio maior na Igreja. Também se deve notar que Calvino ignorou muitos dos outros cânones do Sínodo de Elvira, como a obrigatoriedade do celibato clerical.
O leitor das Institutas também é dirigido a Santo Agostinho (354-430 dC), que defendeu a crença monoteísta em um Deus invisível contra a idolatria pagã, com referência ao antigo erudito romano Varro, na Cidade de Deus (Livro 4, Capítulo 31). Tal como foi referido, isto está completamente de acordo com São João Damasceno, de modo a citação de Calvino não tem relevância para imagens judaicas, como aquelas no Templo de Salomão ou Cristão. Eusébio de Cesaréia (260-339 d.C), cujo apoio Calvino também afirma, descreve a existência de uma estátua de Jesus e pinturas dos apóstolos, em sua História da Igreja (Livro 7, capítulo 18), refutando a alegação de Calvino que a igreja primitiva era "completamente livre de representações visíveis".
Há amplo suporte arqueológico para a existência de imagens na Igreja primitiva e especulações sobre passagens obscuras de textos antigos certamente devem ser submetido à prova física. A escavação da cidade de Dura-Europos (ver aqui) na Síria durante o século 20 revelou uma igreja cristã e uma sinagoga judaica que estão ambas pintadas extensivamente com belas imagens de cenas bíblicas. Estas casas de culto ambas são anteriores à conquista persa da cidade em 256 d.C, tornando este a mais antiga antiga Igreja doméstica cristã conhecida. As catacumbas cristãs em Roma desde a era pré-Constantino foram igualmente adornadas, e a Igreja perseguida, muitas vezes conduzia os seus serviços entre os túmulos. A evidência arqueológica dos cristãos sírios e romanos do século III é problemática para a tese de Calvino, para dizer o mínimo.


O PAPEL DAS IMAGENS NO CULTO CRISTÃO

Tendo estabelecido a base cristológica para descrever o Logos divino, o papel das imagens na adoração deve ser abordado. Calvino perguntou "por que os homens se prostram diante de imagens? Por que, quando no ato de orar, eles se voltam para elas como para os ouvidos de Deus?" (18) iconófilos sempre responderam essa acusação apresentando a sua crença de que a imagem não é Cristo, nem ele vive dentro dela, mas ele é simbolizado por ela.
São João Damasceno afirma que o culto cristão deve incluir venerar e honrar a imagem de Cristo, pois "a honra dada à imagem passa para o protótipo" (19). Ele apoia esse princípio citando Colossenses 1, 15, que descreve Cristo como a "imagem do Deus invisível" e João 5, 23, que proclama que "aquele que não honra o Filho não honra o Pai que o enviou". Portanto, São João conclui que "como nosso Senhor diz, assim, quem não honra a imagem não honra o original" (20). Mais uma vez, ele emprega um método teológico verdadeiramente cristão, que é começar com uma perspectiva cristológica e trinitária. Esse entendimento encoraja os cristãos a "abraçar com os nossos lábios, a imagem de Cristo... enquanto em espírito julgamos que estamos abraçando o próprio Cristo" (21). Isto não é idolatria, porque "não é um culto da matéria, mas... a quem a matéria representa" (22). Este não é um deus falso, nem uma falsa concepção do verdadeiro Deus, mas o Logos encarnado, cuja forma humana verdadeira é representado na imagem. São João Damasceno, citando São João Crisóstomo (347-407), demonstra um conceito semelhante em sentido inverso, no mundo secular de sua época:
"Se você despreza a veste real, você não desprezar o próprio rei? Você não vê que, se você despreza a imagem do rei, você despreza o original? Você não sabe que se um homem mostra desprezo por uma imagem de madeira ou uma estátua de metal, ele não é julgado como se ele tivesse desprezado ele mesmo ou a matéria inanimada, mas como se mostrar-se desprezo pelo rei? Desonra mostrada a uma imagem do rei é desonra mostrada ao rei." (23)
Calvino realmente entendia que iconófilos cristãos "nem adoraram a imagem, nem qualquer divindade que habita, mas por meio da imagem corporal veem um símbolo daquilo que era seu dever de culto" (24). No entanto, em sua polêmica contra as imagens que ele funde continuamente essas três categorias, acreditando que "Não faz diferença ... é sempre  idolatria quando honras divinas são pagas a um ídolo, ser da cor que for" (25). As três crenças sobre as imagens são, obviamente, distintas entre si, mas Calvino parece ser incapaz de compreender o que São João é capaz de "prostrar-se e não adorar o material, mas o que é representado" (26). As Escrituras dão suporte a São João Damasceno, por que comprovam a legitimidade de mostrar honra aos bjetos sagrados durante a prece:
"Porém eu entrarei em tua casa pela grandeza da tua benignidade; e em teu temor me inclinarei para o teu santo templo." (Salmo 5, 7)

"Então Josué rasgou as suas vestes, e se prostrou em terra sobre o seu rosto perante a arca do SENHOR..." (Josué 7: 6).

Calvino também sugere que não há diferença entre as honras que iconófilos dão as imagens e para Deus, mas um exame superficial da prática cristã tradicional mostra que isso é falso. As honras dadas a imagens de Cristo são limitadas ações físicas que honram o protótipo que é retratado, com a madeira ou pedra apenas agindo como um símbolo. Mais formas de culto, como a oração e a oblação da Eucaristia nunca são direcionadas para uma imagem física, pois os cristãos não rezam a madeira ou pedra, mas a Deus. A presença de imagens durante a oração simplesmente permite acompanhar honras físicas dadas à imagem de Cristo e para ajudar o adorador na contemplação d'Ele cuja semelhança vêem.

OS OBJETOS SACROS

Calvino afirma que "nós sabemos muito bem, por experiência que as imagens do momento aparecem nas igrejas, a idolatria tem como levantar a sua bandeira; porque a loucura da humanidade não pode moderar-se, mas imediatamente cai no culto supersticioso" (27). Seu problema é que muitas vezes iconófilos frequentemente atribuem sacralidade especial ou honra a certas imagens. Para Calvino, uma imagem se torna um ídolo quando o poder de Deus "é supostamente ser anexada a ela" (28) e ele vê isso como idêntico ao Deus que habita na imagem ou a imagem que tem poder próprio. Portanto, Calvino acredita que ele pode taxar os iconófilos com idolatras com a pergunta:

"... Por que tais distinções feitas entre imagens diferentes do mesmo Deus, que enquanto um está passando, ou recebe apenas honra comum, outra é adorada com as maiores solenidades? Por que eles se cansar com peregrinações votivas às imagens, enquanto eles têm muitas outras semelhantes em casa? Por que no presente momento é que eles lutam por eles ao sangue e abate, assim como para os seus altares e corações, mostrando mais vontade de participar com o único Deus do que com os seus ídolos?" (29)

Estas perguntas podem ser resumidas por apenas perguntar se a graça de Deus sempre age milagrosamente através de objetos específicos, ou se todos os objetos sagrados são dignos de honra especial. Se isso puder ser respondido afirmativamente, então o argumento de Calvino seria refutado, porque não haveria nenhuma razão para que imagens sagradas específicas não devessem inspirar maior reverência do que outras. A Sagrada Escritura, de fato, apresenta uma série de objetos através dos quais Deus age poderosamente, ou defende particularmente da desonra e profanação.

Os cajados de Arão e Moisés (Êxodo 7:10, 7:20, 8: 5, 08:16, 17: 9-11, Números 17: 8)
A serpente de bronze (Números 21: 8-9)
A Arca da Aliança (1 Samuel 5: 1-6, 2 Samuel 6: 6-7)
O manto de Elias (2 Reis 2, 14)
Os ossos de Eliseu (2 Reis 13, 21)
Os vasos de ouro e prata do templo (Daniel 5, 2-30)
A piscina de cura em Jerusalém (João 5, 2-4)
As vestes do apóstolo Paulo (Atos 19, 11-12) e etc.

Estas passagens, entre outros, deixam bem claro que Deus às vezes usa objetos particulares como canais de seu poder, enquanto outros objetos eram dignos de reverência especial na medida em que Deus trouxe a morte sobre aqueles que não respeitavam-os. As objeções de João Calvino para certas imagens que estão sendo tendo honra maior do que as outras podem, portanto, ser julgadas improcedentes, porque o Deus de Israel, muitas vezes abençoou objetos físicos particulares com poder ou santidade e exigiram que fossem especialmente honrados.

O ANTI-MATERIALISMO GNÓSTICO DE CALVINO

O Santo Ortodoxo Nikolai Velimirovic (1880-1956), talvez com Calvino em mente, escreveu o seguinte lamento:
"Protestantes rejeitaram os milagres de Deus por meio de coisas materiais. Ao fazer isso, eles pensavam espiritualizar a fé cristã no entanto, ao fazer isso, eles têm empobrecido e deformado cristianismo. Eles rejeitaram a ação do poder de Deus através de ícones, através das relíquias dos santos, através da Cruz e, finalmente, alguns deles até mesmo através do poder da Sagrada Comunhão. Se eles forem seguir este caminho errôneo, eles teriam de rejeitar até mesmo os milagres que ocorreram a partir do corpo vivo do Senhor Jesus, pois o seu corpo era material; o mesmo com os milagres pelo toque das mãos dos Apóstolos e das mãos dos santos, pois estas mãos também são materiais e nem mesmo mencionam a vara de Moisés, ou a vestimenta do Santíssimo primogenito de Deus, do lenço do Apóstolo Paulo e assim por diante. Em sua rejeição, os protestantes estão em contradição com toda a Igreja antiga." (30)
Calvino demonstra por que ele provocou tais críticas constantemente apresentando uma dicotomia entre as atividades racionais ou mentais (como "pregação da Palavra" e a "revelação da... filosofia celestial"(31)) e matéria física. Ele acredita que é "supersticioso" (32) pensar que as imagens podem criar uma união mais profunda com Deus, e ele chama o uso de objetos físicos na adoração de "carnal" (33). Ele castiga os iconófilos, que não estavam "contentes com a compreensão espiritual" e "julgavam que, por meio de imagens, adquiriram compreensão mais segura e mais íntima da divindade" (34). Calvino parece considerar isso degradante a Deus, ser associado a coisas materiais, apesar de sua crença professada na encarnação de Cristo.
A crença de que a matéria física é inferior à mente e ao espírito era uma característica marcante das várias heresias gnósticas, incluindo a heresia maniqueísta que negou a bondade da criação física. Estas crenças declaravam que aquele mundo material tinha que ser precedido por meio de conhecimento (gnose). A semelhança com a iconoclastia de Calvino é aparente, e não é surpreendente que São João Damasceno tratou disso contra os seus adversários:
"Não despreze a matéria, pois não é desprezível. Nada do que Deus tem feito é. Esta é heresia maniqueísta." (35)

"Você olha para baixo sobre a matéria e a chama de desprezível. Isto é o que fizeram os maniqueístas, mas a Sagrada Escritura declara que é bom, pois ela diz: "E Deus viu tudo o que tinha feito, e era muito bom" (Gn 2, 31). Eu digo a matéria é criação de Deus e uma coisa boa. Agora, se você diz que é ruim, você quer dizer que não é de Deus, ou você faz dele a causa do mal." (36)
São João Damasceno também argumenta que é incoerente e ridículo exaltar alguns dos nossos sentidos físicos e denegrir os outros como Calvino faz. A filosofia iconoclasta de Calvino afirma que os cristãos podem usar meios fonéticos e literários de edificação e de culto, mas não os visuais ou tácteis. "A imagem fala à vista como  as palavras ao ouvido" (37),  rebateu São João, também aponta que os livros contêm imagens escritas em suas descrições e representações de objetos e eventos reais. No geral, São João é simplesmente reitera a doutrina cristã básica que os seres humanos têm um corpo, alma e intelecto e que Deus criou todos eles para serem utilizados para sua glória:
"Os apóstolos conheceram nosso Senhor com os olhos corporais, outros conheceram os apóstolos, outros os mártires. Eu, também, desejo vê-los no espírito e na carne, e possuir um remédio salvador como eu sou um ser composto. Eu vejo com meus olhos, e reverencio o que representa o que eu honro, embora eu não o adoro como Deus. Agora você, talvez, seja superior a mim, e está acima das coisas corporais, e seja, por assim dizer, não de carne, você fazer luz sobre o que é visível, mas como eu sou humano e revestido de um corpo, eu desejo ver e ser corporalmente com os santos.." (38)
Como os iconoclastas do século 8, Calvino também acredita que o pão eo vinho da Santa Comunhão são os únicos símbolos visíveis admissíveis em adoração, mas São João aponta que isso é inconsistente:
"Se você disser que só culto intelectual convém a Deus, tire todas as coisas corpóreas, luz, incenso, a oração se for através da voz física, os próprios mistérios divinos que são oferecidos através da matéria, pão e vinho, o óleo do crisma, o sinal da Cruz, pois tudo isso é matéria." (39)
Esta passagem foi extremamente presciente, porque muitos dos protestantes que são descendentes espirituais de Calvino de fato abandonaram o sinal da Cruz, o óleo do crisma, velas e a fragrância de incenso, enquanto também abandonaram o pão e o vinho da comunhão ou viam-no como apenas um meio para ajudar a contemplação intelectual. Eles também têm muito reduzido tempo gasto em oração comunitária em favor de longos sermões e estudos bíblicos, com foco na racionalidade acadêmica da exegese histórico-gramatical.

AS IMAGENS PODEM PODE SER ÚTEIS OU EDIFICANTES?


Calvino afirma que "tudo a respeito de Deus que é aprendido de imagens é fútil e falso" (40), afirmação que é obviamente falsa após a encarnação do Logos divino. Ele também orienta que "a doutrina comum a todos dever ser estabelecida pela pregação da Palavra, e a administração dos sacramentos- uma doutrina a qual pouca atenção pode ser dada por aqueles cujos olhos são levados para lá e para cá contemplando ídolos." (41). No entanto, ele tem a pretensão de que ele não é "tão supersticioso quanto a pensar que todas as representações visíveis de todo tipo são ilegais" (42). Ele admite que representações históricas, "que dão uma representação de eventos... são de alguma utilidade para a instrução ou admoestação" (43). Por outro lado, ele acredita que as imagens que "meramente exibem formas e figuras corporais" não tem qualquer valor, e observa com desaprovação que estes "são quase o único tipo que não foram até agora expostos nas igrejas". (44).
Deve em primeiro lugar salientar que Calvino para que nunca tinha visitou qualquer Igreja Católica, que sempre contêm imagens históricas de cenas bíblicas. De acordo com São João:
"Muitas vezes, sem dúvida, quando não temos a paixão do Senhor em mente e vemos a imagem da crucificação de Cristo, Sua paixão salvadora é trazida de volta à memória, e nós prostramos e não adoramos o material, mas o que é imaginada" (45)
São João também afirma que uma imagem de Cristo nos permite "olhar para seus sofrimentos salvadores", "nos maravilharmos em Sua condescendência" e "contemplar Seus milagres" (46). As imagens são "um benefício puro e ajudam a salvação" (47), porque eles são "a lembrança de acontecimentos passados" e eles nos levam a "desejar e imitar o que é bom, fugir e odiar o que é mau" (48). São João também chama a atenção para Josué 4, 20-24, em que Deus ordena a criação de um memorial visual para encorajar Israel a "temer ao Senhor vosso Deus para sempre". Este mesmo princípio está em operação com as "formas corporais e figuras" dos Santos, que Calvino descarta. Eles são uma lembrança dos atos piedosos e heróicos que Deus operou por meio de seus servos e uma inspiração para imitá-los. Eles também são um lembrete de que "estamos rodeados por tão grande nuvem de testemunhas" (Hebreus 12, 1) uma vez que todos os fiéis cumprem juntos com Deus, vivos ou mortos. Martinho Lutero apoia a exegese de São João Damasceno e contraria Calvino, mais uma vez, ao escrever que:
"... Imagens para memorial e testemunho, como crucifixos e imagens de santos, são para ser tolerados. Isso é mostrado acima como sendo o mesmo caso da lei mosaica. E elas não estão apenas para serem toleradas, mas por causa do memorial e do testemunho, elas são louváveis e honradas, como as pedras testemunhas de Josué (Josué 24:26), e de Samuel (I Samuel 7, 12)." (49)
São João também invoca Mateus 22, 20-21, onde a imagem de César sobre a moeda é usada para representar o seu poder, autoridade e propriedade. Segue-se naturalmente que a imagem de Cristo deve ser usada da mesma forma nas igrejas cristãs, para demonstrar o seu domínio real sobre a Igreja e o mundo.
CALVINO OBJETA CONTRA A HONRA DADA AOS SANTOS

No capítulo 12 dos Institutos, Calvino argumenta que a veneração dos santos e a oração a eles é herética e idólatra. Este é um tema relevante, pois é com base nisso que ele rejeita a criação e veneração das imagens dos santos. Calvino afirma que "o culto que papistas prestam aos santos não difere em nenhum aspecto da adoração de Deus: pois este culto é prestado sem distinção". (50) e que não se pode venerar um santo "sem derrogar a glória de Deus" (51 ). Calvino resume sua advertência assim:
"homens nunca distinguem com tanta precisão entre a adoração de Deus e as criaturas não transferindo assim indiscriminadamente para a criatura o que pertence somente a Deus. Portanto, se nós temos um só Deus, lembremo-nos de que nunca podemos nos apropriar de uma parcela diminuta da sua glória sem reter o que lhe é devido." (52)
Há muitos exemplos nas Escrituras onde a honra é dada aos homens, tais como Gênesis 33, 3. No entanto Calvino faz uma distinção entre a honra "civil" e "religiosa", alegando que só é admitido honrar os seres humanos no primeiro caso uma vez que a última causa "profanação da honra divina" (53).  É "impossível que um culto ligado com a religião não saborei um pouco do culto divino", ele afirma (54).
São João Damasceno argumenta em favor de homenagear os santos, mais uma vez, invocando o princípio de que "a honra prestada à imagem passa para o protótipo" (55). Gênesis 1 recorda que Deus criou o homem à Sua imagem, razão pela qual os fiéis na igreja e os ícones dos Santos são ambos homenageados com incenso na Missa. II Coríntios 3, 18 se desenha neste princípio, proclamando que:
 "Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor."
Os santos foram mais perfeitamente transformados a imagem de Cristo e, portanto, recebem homenagem especial. São João Damasceno também vê os santos como guias e encorajamentos para atingir a mesma imagem, pois "os atos corajosos de homens santos nos incitam a ser corajosos, emular e imitar seu valor  para glorificar a Deus" (56).
Além disso, as Escrituras ensinam que os cristãos recebem efetivamente uma verdadeira união com Deus e uma habitação do Espírito Santo. Mais uma vez, isto é  mais perfeitamente atualizado nos Santos, de modo a honrá-los é honrar a Deus com cuja presença eles estão cheios.
"Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo." (I Coríntios 3, 16)
"Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?" (1 Coríntios 6, 19)
"Pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo." (II Pedro 1, 4)
São João é meramente afirma esses ensinamentos, quando ele sugere que os santos devem ser honrados, como eles são vasos do poder de Deus:
"Os santos em sua vida foram cheios do Espírito Santo, e quando eles não são mais, Sua graça permanece com os seus espíritos e com seus corpos em seus túmulos, e também com suas semelhanças e imagens santas, não por natureza, mas pela graça e poder divino." (57)
Calvino concordaria com São João, quando ele diz que "aqueles que perversamente e profanamente desejarem ser adorados como deuses são eles próprios condenáveis, e merecem o fogo eterno" (58). No entanto, acrescenta a advertência de que "aqueles que no falso orgulho de seu coração desdenham a venerar os servos de Deus são condenados por impiedade para com Deus. As crianças que ridicularizam e zombaram de Eliseu testemunharam isso, na medida em que foram devoradas por ursos (2 Reis 2, 23)" (59). Seguindo esses preceitos, os cristãos têm tradicionalmente dado honra aos Santos, mas em um nível inferior ao que pertence somente a Deus. Se os santos fossem glorificados de forma indistinguível de Deus, então a Eucaristia seria oferecida a eles e os fiéis seriam batizados em seus nomes, em vez do nome da Trindade, mas tais práticas nunca ocorreram. Além disso, de acordo com São João, a glorificação dos Santos tem a sua origem e seu objeto final em Deus, como seu Santificador, seu mestre e seu poder:
"Em primeiro lugar, os lugares em que Deus, o único que é santo, descansou, e Seu lugar de descanso nos santos, como na santa Mãe de Deus e todos os santos. Estes são os que são feitos a semelhança de Deus, tanto quanto possível, por sua livre e espontânea vontade, pela habitação de Deus, e por Sua graça permanente. Eles são verdadeiramente chamados deuses, não por natureza, mas por participação; assim como o ferro em brasa é chamado de fogo, não por natureza, mas pela participação na ação do fogo." (60)

 "Assim, então, eles são realmente deuses, não por natureza, mas como participantes da natureza de Deus, então eles são venerados, e não como veneração por conta própria, mas como possuindo em si mesmos Ele que é venerado por natureza. Assim, da mesma forma o ferro quando inflamado não é, por natureza, quente e queima ao toque, é o fogo que faz com que seja assim. Eles são venerados como exaltados por Deus, pois através d'Ele inspirando medo aos seus inimigos, tornando-se benfeitores aos fiéis. É o amor de Deus, que lhes dá o seu livre acesso a ele, e não como deuses ou benfeitores, por natureza, mas como servos e ministros de Deus. Nós os veneramos, então, como o rei é homenageado pela honra dada a um servo amado. Ele é honrado como um ministro no atendimento ao seu mestre – como um amigo valioso, não como rei. As orações daquele que se aproximam com fé são ouvidas, seja através da intercessão do servo ao rei, quanto através da aceitação do rei, da honra e da fé mostrada pelo peticionário do servo, pois foi em seu nome que a petição foi feita. Assim, aqueles que se aproximavam através dos apóstolos obtiveram suas curas. Assim, a sombra, lenços, e cintas dos apóstolos operaram as curas. (Atos 5, 15). Aqueles que perversamente e profanamente desejam que eles sejam adorados como deuses são condenáveis, e merecem o fogo eterno. E aqueles que no falso orgulho de seu coração desdenham de venerar os servos de Deus são condenados por impiedade para com Deus. As crianças que ridicularizaram e riam para escarnecer Eliseu são testemunhas disto, na medida em que eles foram devorados por ursos." (II Rs 2, 23-24)' (61)
Tese de São João é que a santidade dos santos não deriva apenas de sua própria humanidade, mas por ter tirado de Deus. Ele argumenta que os santos são "herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo", uma vez que, de fato, "sofrem com Ele" (Romanos 8,17). Por esta razão, "Eles recebem poder contra os demônios e contra a doença, e com Cristo que reina sobre um reino incorruptível e imutável." (62)
A insistência de Calvino que glorificar os Santos diminui a glória de Deus é, provavelmente, um pouco baseado na rejeição protestante da distinção das essências e energias da natureza de Deus, que os Padres da Capadócia ensinaram e a tradição teológica oriental acolheu. Portanto a tradição teológica de Calvino ensina que Deus é uma essência absolutamente simples, de modo que nenhuma criatura pode verdadeiramente participar dele, mas pode simplesmente observá-lo ou participar de efeitos criados. São João Damasceno, que afirmar a distinção, é capaz de entender que, devido a encarnação de Cristo, os santos estão unidos com as energias divinas incriadas como ferro em brasa em um incêndio, assim, tornando-se verdadeiramente "participantes da natureza divina" (2 Pedro 1, 4). O ponto de partida é, portanto, que Calvino vê a veneração de santos como um culto de meras coisas criadas, enquanto que São João vê-lo como um culto a Deus que está verdadeiramente presente em seus servos por meio de sua obediência a Ele.
CONCLUSÃO

A beleza da teologia de São João de Damasco, contrariando a teologia gnóstica de Calvino, é que ele percebe que as imagens são um dos temas mais centrais da fé cristã. Cristo é a imagem do Pai invisível, o homem é feito à imagem de Deus e os cristãos se esforçam para serem conformes à imagem de Cristo (Romanos 8, 29). As imagens são, portanto, um dom de Deus, através da qual Ele se revela e para nos levar de volta a Ele. Como seres compostos de corpo, alma e intelecto, os seres humanos têm recebido símbolos literários, musicais, táteis e visuais de Deus e o Reino Celestial vai ser aquele em que todos os nossos sentidos chegarão a sua consumação final. Este cumprimento final está previsto na presente glória de todos os cristãos, e particularmente os Santos, que não se limitam a contemplar a Deus externamente, mas são templos do Espírito Santo e participantes da natureza divina.


NOTAS

1. Calvino - Institutas, Livro 1, Capítulo 11, Seção 5
2. Ibid, Seção 12
3. Ibid, Seção 9
4. São João Damasceno - Uma Exposição Exatas da Fé Ortodoxa, Livro 4, capítulo 16, Sobre imagens.
5. São João Damasceno  - Contra os que condenam as imagens sagradas, Parte I
6. Ibid, Parte 2
7. Calvino - Institutas, Livro 1, Capítulo 11, Seção 3
8. São João Damasceno - Contra os que condenam as imagens sagradas, Parte II
9. Martinho Lutero -  Contra os profetas Celestiais em matéria de Imagens e Sacramentos, Obras de Lutero, Fortress Press, Vol. 40, Igreja e Ministério II.
10. Institutas, livro 2, capítulo 13, seção 4
11. Contra os que condenam as imagens sagradas, Parte 1
12. Ibid
13. Institutos, Livro 1, Capítulo 11, Seção 1
14. Concílio de Calcedônia, Definição de Calcedônia, traduzido por Henry Percival
15. Institutas, Livro 1, Capítulo 11, Seção 13
16. Ibid, Seção 6
17. Steven Bigham, Early Christian Attitudes Toward Images, Instituto de Pesquisa Ortodoxa
18. Institutas, Livro 1, Capítulo 11, Seção 10
19. Uma Exposição Exatas da Fé Ortodoxa, Livro 4, capítulo 16, sobre imagens.
20. Contra os que condenam as imagens sagradas, Parte 3
21. Ibid
22. Ibid
23. Ibid, Parte 2
24. Institutas, Livro 1, Capítulo 11, Seção 9
25. Ibid
26. Uma Exposição Exatas da Fé Ortodoxa, Book 4, capítulo 16, sobre imagens.
27. Institutas, Livro 1, Capítulo 11, Seção 13
28. Ibid, Seção 9
29. Ibid, Seção 10
30. St. Nikolai Velimirovic, Prólogo de Ochrid, 28 de junho, Reflexão, traduzido pelo Rev. T. Timothy Tepsic e Rev. Janko Trbovich.
31. Institutas, Livro 1, Capítulo 11, Seção 7
32. Ibid, Seção 1
33. Ibid, Section 8
34. Ibid, Seção 9
35. Contra os que condenam as imagens sagradas, Parte 1
36. Ibid, Parte 2
37. Ibid, Parte 1
38. Ibid
39. Ibid
40. Institutas, Livro 1, Capítulo 11, Seção 5
41. Ibid, Seção 7
42. Ibid, Seção 12
43. Ibid
44. Ibid
45. Uma Exposição Exatas da Fé Ortodoxa, Book 4, capítulo 16, sobre imagens
46. Contra os que condenam as imagens sagradas, Parte 2
47. Idem, parte 3
48. Ibid
49. Martinho Lutero - Contra os profetas Celestiais em matéria de Imagens e Sacramentos, Obras de Lutero, Fortress Press, Vol. 40, Igreja e Ministério II.
50. Institutas, Livro 1, Capítulo 12, Seção 2
51. Ibid, Seção 3
52. Ibid
53. Ibid
54. Ibid
55. Uma Exposição Exatas da Fé Ortodoxa, Book 4, capítulo 16, sobre imagens
56. Ibid
57. Contra os que condenam as imagens sagradas, Parte 1
58. Idem, parte 3
59. Ibid
60. Ibid
61. Ibid
62. Ibid
BIBLIOGRAFIA

[1] Institutas de João Calvino:
São João Damasceno - Exposição da Fé Ortodoxa trad. the Rev. S. D. F. Salmond.
http://www.ccel.org/ccel/schaff/npnf209.toc.html





Carioca salvou 3.000 bebês do aborto

// Viver Santamente


O Rio de Janeiro andou atraindo as atenções do mundo todo ao receber a Jornada Mundial da Juventude de 2013 e a Copa do Mundo de 2014, além de estar prestes a sediar os Jogos Olímpicos de 2016. Enquanto os holofotes davam amplo destaque à Cidade Maravilhosa, uma mulher salvou mais de 3.000 crianças condenadas ao aborto nas favelas da Baixada Fluminense, praticamente sem chamar atenção nenhuma, nem sequer no próprio país.

Tudo começou de maneira muito simples, há vinte e três anos.

Maria das Dores Hipólito Pires, mais conhecida como Dóris Hipólito, levava uma vida relativamente confortável como professora de história e geografia. A direção da escola onde ela dava aulas lhe pediu que ajudasse algumas das meninas que estavam sofrendo as consequências devastadoras de terem abortado.

Dóris juntou material pró-vida para tentar ajudar aquelas meninas e espalhou o material e a missão entre outros paroquianos. Pouco tempo depois, sentiu a moção interior de promover um rosário público no dia 13 de cada mês, ocasião em que também distribuía folhetos pró-vida. Com o apoio do bispo dom Werner Siebembrok e da Legião de Maria, o pequeno grupo formado por Dóris começou a ajudar, nas periferias e favelas, as mulheres que achavam que não tinham nenhuma alternativa a não ser abortar.



Embora o aborto seja ilegal na maioria dos casos no Brasil, existem muitas "clínicas" que os realizam ilegalmente na Baixada Fluminense, uma região com 3 milhões de cidadãos e com muitas carências sociais.

Dóris vai até a porta dessas "clínicas" e tenta conversar com essas mães, muitas das quais são dependentes químicas e/ou estão sofrendo intensa pressão de terceiros para abortar. Ela as incentiva a ter os filhos, oferecendo-lhes apoio para continuarem a gravidez e, principalmente, para transformarem as suas vidas.

Oito anos atrás, Dóris deu um passo muito corajoso com o apoio da própria família: largar o emprego e passar a trabalhar em tempo integral por aquelas mulheres desesperadas. Em 2007, ela encontrou uma mulher sem-teto, grávida, com deficiências físicas e mentais, que vivia debaixo de um viaduto. Dóris alugou uma pequena casa para cuidar dela. Não demorou quase nada para que aparecesse na casa uma segunda mulher grávida também esmagada por necessidades extremas. E outra, e mais outra, e mais outra. Dóris então estabeleceu formalmente a Casa de Amparo Pró-Vida.

Além de manter um lugar seguro e cheio de carinho para cuidar dessas mulheres e dos seus filhos, Dóris ajudou a montar centros pró-vida em igrejas locais para que as mulheres grávidas contassem com mais assistência. Tanto nestes centros quanto na Casa de Amparo, as mulheres grávidas encontram formação profissional, atendimento médico e um lugar onde trabalhar e viver com dignidade, suprindo as necessidades dos bebês.

Muitas das mulheres que Dóris recebeu se tornaram voluntárias neste mesmo trabalho. A filha de uma das mulheres que ela ajudou há vinte anos é hoje voluntária no acolhimento e no cuidado de outras mulheres em situação de grande vulnerabilidade.

A pressão política vem aumentando muito no Brasil para que o aborto livre seja legalizado no país. Há grupos de ideologia feminista radical que trabalham contra a ação pró-vida realizada por Dóris. Ela já recebeu telefonemas ameaçadores, inclusive com ameaças de morte. Uma mulher que foi inspecionar a Casa de Amparo viu as fotos das crianças que foram salvas do aborto e chegou a exclamar: "Esta casa nunca deveria ter existido!".

Hoje, Dóris e sua família confiam na Providência Divina para prover as suas necessidades e as de todas as pessoas que são atendidas na Casa de Amparo. Ela espera ampliar as instalações e já conta com a doação de um terreno, mas o projeto está paralisado por falta de fundos. Mesmo com suas limitações, Dóris já testemunhou o triunfo da vida de 160 crianças que foram salvas de abortos ilegais só neste ano.

Dificuldades à parte, Dóris continua firme, sustentada por Deus e pela força da esperança que irradia do rosto das crianças retratadas na sua parede. E quando as coisas ficam particularmente difíceis, ela recita para si mesma: "Os poderosos podem me mostrar o seu poder, mas os bebês me mostram o paraíso".

Para saber mais sobre Dóris Hipólito e para ajudar na sua incrível missão, acesse:

http://www.gofundme.com/hub754

Fonte: Comunidade Shalom




Publicados os lineamenta acerca do próximo Sínodo sobre a família

// GUIADOS PELO ESPÍRITO SANTO


 (RV) A Igreja está a caminho em direcção a essa Assembleia Geral que será realizado de 4 a 25 de Outubro de 2015. O tempo que intercorre entre este próximo Sínodo e o deste ano sempre sobre a família é de reflexão e aprofundamento. Para este fim, a Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos enviou às Conferências Episcopais, aos Sínodos das Igreja Orientais Católicas, à União dos Superiores Religiosos e os Dicastérios da Cúria Romana um documento para aprofundar os temas evidenciados no Relatório do Sínodo precedente e que, de facto, constitui os Linemaneta.

Os acima mencionados organismos eclesiais que nos próximos dias receberão os Lineamenta traduzidos nas respectivas línguas de uso comum, poderão escolher as modalidades mais adequadas para a recepção e o aprofundamento do Relatório Sinodal, envolvendo as diversas componentes das Igrejas particulares e instituições academicas, organizações, agregações laicais e outras instâncias eclesiais, a fim de promover uma ampla consulta sobre a família, segundo as orientações e o espírito do processo sinodal - lê-se  num comunicado da Secretaria do Sínodo.

Os resultados desta consulta deverão ser enviados à Secretaria do Sínodo até 15 de Abril do próximo ano, por forma a poderem ser estudados e tidos em conta na preparação do Instrumentum Laboris que deverá ser publicado antes do Verão.

As conferencias Episcopais e as diversas instâncias eclesiais são convidadas a acompanhar o caminho sinodal com oportunos momentos de oração e celebrações para a família e para a preparação da próxima Assembleia Sinodal. Isto deverá acontecer de modo particular por ocasião da próxima festa litúrgica da Sagrada Família, a 28 de Dezembro. Além disso, recomenda-se o frequente uso da oração do Papa para o Sínodo sobre a família. O texto pode-ser ser encontrado no seguinte endereço:






Papa Francisco: A Igreja é MãE E NãO Precisa De Um Organograma

// Blog da Sagrada Família


Cidade do Vaticano (RV) - "A alegria da Igreja é ser mãe, procurar as ovelhas perdidas", disse o Papa na missa matutina desta terça-feira, 09, na Casa Santa Marta. O Papa reiterou que a Igreja não precisa ter um organograma perfeito se for triste e fechada, se não for mãe. E convidou os cristãos a serem "alegres" com a consolação da ternura de Jesus. 
Francisco iniciou sua homilia citando a primeira leitura, quando o Profeta Isaías fala do fim da tribulação de Israel depois do exílio na Babilônia: "O povo precisa de consolação; a presença do Senhor consola". Uma consolação que existe também na tribulação! "Todavia, advertiu Francisco, nós fugimos da consolação, não confiamos, ficamos acomodados em nossas coisas, em nossas faltas, em nossos pecados".  
Francisco destaca que "a maior consolação é a da misericórdia e do perdão". Dirigindo o pensamento ao final do XVI capítulo de Ezequiel, quando após "a lista dos muitos pecados do povo", diz: "Mas eu não te abandono; eu te darei mais; esta será a minha vingança: o consolo e o perdão", "assim é o nosso Deus". 
Por isso, reafirmou: "è bom repetir: deixem-se consolar pelo Senhor, é o único que nos pode consolar". A este ponto, o Pontífice refletiu sobre o Evangelho do dia, extraído de Mateus, que fala da parábula da ovelha perdida: 
"Eu me pergunto qual seja a consolação da Igreja. Assim como uma pessoa se consola quando sente a misericórdia e o perdão do Senhor, a Igreja faz festa, fica feliz quando sai de si mesma. No Evangelho, aquele pastor que sai, vai em busca da ovelha perdida, podia fazer as contas de um bom comerciante: com 99, não é um problema perder uma; o balanço… Perdas, ganhos… Mas tudo bem, pode ser assim. Mas não, tem um coração de pastor, sai para buscá-la até que a encontra e a festeja, fica feliz".
"A alegria de sair para buscar os irmãos e as irmãs que estão distantes: esta é a alegria da Igreja, evidenciou Francisco. Ali a Igreja se torna mãe, se torna fecunda":
"Quando a Igreja não faz isso, quando a Igreja para em si mesma, se fecha em si mesma, talvez bem organizada, um organograma perfeito, tudo no lugar, tudo limpo, mas falta alegria, falta festa, falta paz, e assim se torna uma Igreja desanimada, ansiosa, triste, uma Igreja que parece mais uma solteirona do que uma mãe, e essa Igreja não serve, é uma Igreja de museu. A alegria da Igreja é parir; a alegria da Igreja é sair de si mesma para dar vida; a alegria da Igreja é ir em busca daquelas ovelhas que estão perdidas; a alegria da Igreja é justamente aquela ternura do pastor, a ternura da mãe".
O fim do trecho de Isaías, explicou, "retoma esta imagem: como pastor ele apascenta o rebanho, e com o seu braço o reúne". Esta é a alegria da Igreja, disse o Papa, "sair de si mesma e se tornar fecunda":
"O Senhor nos dê a graça de trabalhar, de ser cristãos alegres na fecundidade da mãe Igreja e nos proteja de cair na atitude desses cristãos tristes, impacientes, desanimados, ansiosos, que têm tudo perfeito na Igreja, mas não têm 'filhos'. Que o Senhor nos console com a consolação de uma Igreja mãe que sai de si mesma e nos console com a consolação da ternura de Jesus e de sua misericórdia no perdão dos nossos pecados".  (CM/BF). from Vatican Radio)
Fonte: Rádio Vaticano

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Maria, você sabia? Um católico respode as perguntas da música


// Jesus Cristo em sua plenitude


A versão do grupo a capella Pentatonix para a canção "Mary did you know?", tem sido um fenômeno de acessos desde 3 de dezembro, já tendo atingido a marca de 14 milhões de visitas no Youtube.
Mark Shea, um ex-protestante evangélico que se  converteu há alguns anos ao catolicismos, analisou as perguntas que são feitas na canção.
Sua conclusão é que se trata de uma boa canção para colocar a figura de Maria mais perto dos protestantes, mas que o formato das perguntas parece colocar em duvida alguns ensinamentos do catolicismo, a Tradição e as Sagradas Escrituras são bem claras.

Recordemos primeiro a letra da canção (traduzida para o Portugues) depois vejamos as respostas para cada pergunta numa perspectiva católica.


Maria, você sabia que o seu bebê um dia irá andar sobre as águas?

Maria, você sabia que o seu bebê irá salvar nossos filhos e filhas?
Você sabia que o seu bebê vem para te renovar?
Esta criança que você acolhe, em breve a acolherá

Maria, você sabia que o seu bebê dará visão a um cego?

Maria, você sabia que o seu bebê vai acalmar uma tempestade com a mão?
Você sabia que o seu bebê anda onde os anjos pisaram?
Quando você beija o seu pequeno bebê, você beija a face de Deus

Maria, você sabia?

O cego enxergará
O surdo ouvirá 
E o morto viverá novamente
O coxo saltará 
O mudo vai falar
os louvores do Cordeiro

Maria, você sabia que o seu bebê é o Senhor de toda a criação?
Maria, você sabia que o seu bebê um dia irá governar as nações?
Você sabia que o seu menino é o Cordeiro perfeito dos Céus?

Esta criança dormindo que você está segurando
É o grande Eu Sou!


Mark Shea primeiro toma algumas das perguntas (Sabia Maria que teu filho caminharia sobre as águas? Que daria a visão a um cego? Que acalmaria a tempestade com um gesto de mão?) e ele responde: "Não, Maria não é Onisciente e não podia prever cada ato particular de seu Filho. Veja a história de quando o menino estava perdido e foi achado no Templo em Lucas 2, 41-51".

Próxima pergunta: Maria, você sabia que o seu bebê iria salvar nossos filhos?

Mark Shea responde que isto sim Maria sabia: Jesus (Yeshua) significa "Deus salva". Ela mesma canta que "meu Espirito exulta em Deus meu Salvador". Sabia que todo o mundo devia ser bendito pela descendência de Abraão "conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e sua posteridade, para sempre" Lucas 1,54-55. O nome de Jesus foi indicado pelo Anjo Gabriel: "e lhe porás o nome de Jesus" Lucas1, 31.
A isso se poderia adicionar que Maria iria saber que um anjo havia dito a José em sonhos (seria dificil que Mateus estive-se falando de outra pessoa que não fosse a mesma Maria). "Enquanto assim pensava, eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos e lhe disse: José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo.Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus pecados. Mateus 1,20-21
Se um anjo mesmo explica que "Ele salvará o seu povo de seus pecados" deixa claro que José e Maria sabiam como pergunta a canção "que teu Filho salvaria os nossos filhos".



Segue a canção: "Sabia que teu Filho viria para te renovar? Esta criança que você acolhe, em breve a acolherá"

Mark Shea comenta que Maria sim sabia que ela havia sido renovada, ao dize que era Imaculada, sem pecado algum, porque o Anjo lhe habia saudado chamando ela de "Kejaritomene" ou seja, "Cheia ou repleta de Graça".

A canção pergunta:  "Sabias que quando você beija o seu pequeno bebê, você beija a face de Deus? "

Mark Shea assinala que ela sim sabia porque o anjo tinha lhe dito: "Será chamado Filho do Altíssimo" e porque o anjo tinha avisado o que iria acontecer"O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso o ente santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus". Lucas 1,35.

A canção prossegue: "Maria, você sabia que o seu bebê é o Senhor de toda a criação?
Maria, você sabia que o seu bebê um dia irá governar as nações?"

Mark Shea responde que María sabia por seu conhecimento do Livro de Daniel (Daniel 7,13-14) onde enumeral os títulos do Messias prometido, o Filho do Homem: "A ele foram dados império, glória e realeza, e todos os povos, todas as nações e os povos de todas as línguas serviram-no. Seu domínio será eterno; nunca cessará e o seu reino jamais será destruído".

Mais adiante, com Jesus já adulto, ela viu Ele mesmo se chamar várias vezes de "Filho do Homem".

Na verdade, o anjo na Anunciação foi bastante enfático quando disse a Maria: "Ele será grande e chamar-se-á Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi; e reinará eternamente na casa de Jacó". Lucas 1,32.

Mark Shea considera que em alguns ambientes protestantes "Tem crescido um mito de que Maria não tinha idéia de quem era Jesus e de que ela tinha algum tipo de hostilidade com Ele".

Mark Shea responde a isso, na realidade, "ela foi o seu maior discípulo, e ela sabia que ela era a Mãe do Filho de Deus desde o início. Quanto mais cedo entendermos isso, mais cedo compreenderemos como ser discípulos também".

História da Música
A música foi escrita em 1984, por Buddy Greene. O primeiro artista a gravá-la foi Michael English, lançada em janeiro de 1992. Nos Estados Unidos é comum, no fim do ano, artistas lançarem novas gravações e interpretações de canções natalinas, que ajudam a viver bem a preparação e o tempo do Natal. O vídeo que gira o mundo é a interpretação da mesma canção pelo grupo Pentatonix, no álbum "That's Christmas to Me"

fonte:

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Jesus chora quando o nosso coração se fecha às suas surpresas – Papa Francisco

// Catolicos com Jesus

"Por que Jerusalém não recebeu o Senhor? Porque estava tranquila com o que tinha, não queria problemas. Mas, como diz o Senhor no Evangelho, "Se tu, ao menos neste dia que te é dado, conhecesses o que te pode trazer a paz!... Mas não, isso está oculto aos teus olhos". Tinha medo de ser visitada pelo Senhor; tinha medo da gratuidade da sua visita. Estava segura nas coisas que podia administrar. Nós somos seguros nas coisas que podemos governar, mas a visita do Senhor, suas surpresas... nós não podemos controlar". 

"Jerusalém tinha medo disso: de ser salva pelo caminho de surpresas do Senhor. Tinha medo do Senhor, do seu Esposo, do seu Amado, e Jesus chora. Quando o Senhor visita o seu povo, leva a alegria, a conversão; nós não temos medo da alegria, não, mas sim da felicidade que o Senhor nos traz, porque não podemos controlá-la. Temos medo da conversão porque converter-se significa deixar que o Senhor nos conduza".

"Jerusalém era tranquila, feliz - continuou o Papa - o templo funcionava. Os sacerdotes faziam os sacrifícios, as pessoas vinham em peregrinação, os doutores da lei tinham organizado tudo! Tudo claro! Todos os mandamentos claros... Mesmo com tudo isso Jerusalém tinha a porta fechada". A cruz, "preço daquela rejeição" - observa o Papa - mostra-nos o amor de Jesus, o que o leva a "chorar também hoje - tantas vezes - pela sua Igreja".

"Eu me pergunto-me: hoje nós cristãos, que conhecemos a fé, o catecismo, que vamos à missa todos os domingos, nós cristãos, nós pastores estamos felizes de nós mesmos? Porque temos tudo resolvido e não precisamos de novas visitas do Senhor... E o Senhor continua a bater à porta de cada um de nós e da sua Igreja, dos pastores da Igreja. Sim, a porta do nosso coração, da Igreja, dos pastores não se abre: o Senhor chora, também hoje".

O Papa Francisco concluiu a sua homilia colocando esta questão como exame de consciência: "Pensemos em nós: como estamos neste momento diante de Deus?".

Fonte: Rádio Vaticano
Jesus chora quando o nosso coração se fecha às suas surpresas – o Papa em Santa Marta
pt.radiovaticana.va/news/2014/11/20/jesus_chora_quando_nos_fechamos_%C3%A0s_suas_surpresas_-_o_papa/1111752

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A Coroa do Advento - Cardeal Orani João Tempesta


// Catolicos com Jesus

Já estamos na metade do tempo do Advento, quando toda a Igreja vive a sua grande esperança. O Deus da revelação de Jesus tem um nome: "Deus da esperança" (Rm 15,13). Não é o único nome do Deus vivo, mas é um nome que O identifica como "Deus para nós e conosco". O Pai que entrega ao mundo Jesus, seu Filho, doa ao mesmo tempo a esperança ao mundo. Sem Cristo, os homens ficam sem esperança (Ef 2,12), porque ele é a nossa esperança (1 Tm 1,1), tão íntima que está dentro de nós: "Cristo em nós, esperança e glória" (Cl 1, 26-27). De fato, ele é o sustento e o fundamento da esperança na vida eterna (Tt 1,20). Para nós, que viveremos o Ano da Esperança de acordo com o nosso planejamento pastoral, esta época deve ser vivida ainda mais intensamente. A novena de Natal deste ano é orientada nessa direção. 

Este tempo litúrgico é muito rico e traz vários simbolismos para nós. Um deles é a Coroa do Advento: tem a sua origem em uma tradição europeia. Essa tradição é originária dos países nórdicos (países escandinavos, Alemanha), a qual contém raízes simbólicas universais: a luz como salvação, o verde como vida e o formato redondo como eternidade. Simbolismos estes que se tornaram muito adequados ao mistério natalino cristão, e que, por isso, adentraram facilmente nos países sulinos. Os primeiros missionários aproveitaram essa tradição para evangelizar as pessoas. Partiam de seus próprios costumes para ensinar-lhes a fé. Assim, a coroa está formada por uma grande quantidade de símbolos. A forma circular: o círculo não tem princípio, nem fim. É sinal do amor de Deus que é eterno, sem princípio e nem fim, e também do nosso amor a Deus e ao próximo, que nunca deve terminar. Além disso, o círculo dá uma ideia de "elo", de união entre Deus e as pessoas, como uma grande "Aliança".

Os ramos verdes: verde é a cor da esperança e da vida. Deus quer que esperemos a sua graça, o seu perdão misericordioso e a glória da vida eterna no final de nossa vida. Também é um belo sinal da permanência do verde em meio ao frio e à neve do hemisfério norte. Bênçãos que nos foram derramadas pelo Senhor Jesus em sua primeira vinda entre nós e que, agora, com esperança renovada, aguardamos a sua consumação, na sua segunda e definitiva volta.

A coroa do Advento é o primeiro anúncio do Natal. É um círculo de folhagens verdes, sua forma simboliza a eternidade e sua cor representa a esperança e a vida. Vem entrelaçado por uma fita vermelha, símbolo tanto do amor de Deus por nós como também de nosso amor que aguarda com ansiedade o nascimento do Filho de Deus.

As quatro velas: as quatro velas da coroa simbolizam, cada uma delas, uma das quatro semanas do Advento. No início, vemos nossa coroa sem luz e sem brilho. Recorda-nos a experiência de escuridão do pecado. À medida que se vai aproximando o Natal, vamos, ao passo das semanas do Advento, acendendo uma a uma as quatro velas, representando, assim, a chegada, em meio de nós, do Senhor Jesus, luz do mundo, quem dissipa toda escuridão, trazendo aos nossos corações a reconciliação tão esperada.

No centro do círculo se colocam as quatro velas para se acender uma a cada domingo do Advento. A luz das velas simboliza a nossa fé e nos leva à oração, e podem nos ajudar a simbolizar, segundo algumas tradições, as manifestações de Cristo: 1 - Encarnação, Jesus Histórico; 2 - Jesus nos pobres e necessitados; 3 - Jesus nos Sacramentos; 4 - Parusia: segunda vinda de Jesus.

Dessa forma, estes símbolos se tornaram rapidamente em mais um elemento de pedagogia cristã para expressarmos a espera de Jesus como Luz e Vida, em conjunto com outros símbolos como, por exemplo, o presépio, mas também os mais importantes, como são as leituras bíblicas, os textos de oração e o repertório de cantos. Enfim, a riqueza da liturgia católica.

O comércio e o sistema desse mundo fazem questão de esquecer o verdadeiro sentido do Natal, e nós podemos cair nessa, mas é possível dar presente e celebrar o verdadeiro significado: o Menino Jesus é o nosso grande presente! Ultimamente temos visto como os cartões e anúncios de Natal querem fazer esquecer o principal motivo de nossa celebração: a vinda do Verbo de Deus que nasceu para nossa salvação, Jesus Cristo nosso Senhor.

Você é chamado a valorizar este sinal – a Coroa do Advento – tanto em sua Paróquia como também em sua casa e ir celebrando com sua família, à luz da nossa fé, a chegada de Jesus Cristo nosso Salvador. E a cada domingo ir acendendo as velas, convidando seus familiares para rezar. No folheto litúrgico da Arquidiocese tem a sugestão de texto para acender a vela a cada semana. Ainda há tempo para você aproveitar e fazer crescer o verdadeiro espírito de Natal em sua vida.

Oração: Senhor Jesus, celebrar o Teu Natal é fazer da minha vida, da minha casa, um lugar de eternidade e salvação. Que a Tua luz brilhe em cada coração. Acendendo cada vela desta coroa do Advento queremos acender a esperança, o amor, a fraternidade e a Salvação, que é o grande presente que queremos dar a todos que amamos por intermédio do Menino Jesus que vai nascer em nossa família.

Texto: Cardeal Orani João Tempesta / Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)
Fonte: CNBB

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As matérias da segunda página

// Deus lo vult!

Certas matérias envolvendo a Igreja Católica são consideradas dignas, pela mídia anti-clerical, de ocupar com estardalhaço as manchetes das primeiras páginas: são as notícias desabonadoras à imagem da Igreja, ou as de fofoca eclesiástica que, no meio de um disse-me-disse sem fim, pretendem induzir o leitor incauto a crer que o Papa Francisco está para mudar a bimilenar doutrina moral da Igreja na próxima semana.

Outras matérias, contudo, somente a muito contragosto são noticiadas, na segunda página, em minúsculas notas de rodapé, que é para que o menor número possível de leitores tome conhecimento delas. É a típica informação que via de regra não interessa aos editores que seja lida.

Exemplo cristalino dessa segunda categoria é esta notícia, divulgada anteontem sem nenhum tipo de alarde: Vaticano oficializa excomunhão de padre que defende gays em SP. Refere-se ao famigerado caso do pe. Beto, que no ano passado protagonizou um escândalo de dimensões consideráveis aqui na Terra de Santa Cruz (afinal de contas, nos dias de hoje não é qualquer herege que ganha uma excomunhão oficial…) e não poupou nem mesmo uma patética incursão na justiça civil (!) para tentar reverter a sua pena canônica. «Nós como advogados, estaremos aptos a defender o nosso cliente até o com o Santo Padre em Roma se for preciso», disse à época um dos advogados contratados pelo padre. Não sei se eles chegaram a cumprir a ameaça. De um modo ou de outro, contudo… não deu.

Em comunicado no site da Diocese de Bauru, o Pe. Wenceslau – «Juiz Instrutor para as "matérias reservadas a Sé Apostólica"» – informa que a Congregação para a Doutrina da Fé (a quem fora submetido o caso), em comunicação oficial datada do dia 14 de outubro p.p., «ordenou que [se] tornasse formalmente pública a pena e a situação canônica» do padre Roberto Francisco Daniel. E, em obediência à determinação da Santa Sé, a Mitra de Bauru explica i) que o padre Beto «está e permanece excomungado segundo o Cân. 1364 § 1» enquanto perdurar a sua «contumácia»; ii) que esta está presentemente caracterizada «nos seus repetidos pronunciamentos e atitudes em relação à Igreja Católica e nos processos movidos nas instâncias judiciais do Estado brasileiro, contra a Igreja»; e, por conseguinte, que iii) «a Sé Apostólica confirma a referida pena até a pública retratação do réu».

Não se trata de nada excepcional: a coisa mais banal do mundo é que uma pessoa que não comunga com a visão de mundo da Igreja Católica não seja, ela própria, católica considerada. A Igreja é uma instituição que, absolutamente, não está obrigada a manter em Seus quadros os que d'Ela discordam em matérias onde Ela entende não ser possível haver discordância. Um mínimo de identidade é necessário para qualquer pertença a qualquer grupo e, se alguém não se identifica com a imagem de «fiel» que determinada religião apresenta, resta evidente que tal não pode ser identificado como a ela pertencente. Tudo isso são trivialidades tão óbvias que até cansa repeti-las.

O ponto, o grande ponto aqui, é que – nada surpreendentemente… – a realidade indômita está em franca oposição à agenda midiática. A Igreja segue excomungando. Ora, isso absolutamente não condiz com a imagem que querem passar do Novo Catolicismo: a de um Papa que, atento às novas necessidades do século XXI e liberto dos dogmas intolerantes da Idade das Trevas, abre enfim as pesadas portas da Igreja para receber alegremente a todos os que católicos não querem ser. Como poderão continuar vendendo esta imagem falsificada se a Santa Sé, veja só, tem a pachorra de reafirmar, pública e oficialmente!, a excomunhão de um padre que não crê no que a Igreja ensina?

Fala-se muita coisa sobre a Igreja nos dias de hoje. Olhando de fora, sob as lentes da mídia anti-clerical, tem-se a nítida impressão de que o Inferno venceu. Os católicos, contudo, depositários da Esperança, têm o dever de dar um pouco mais de crédito àquelas palavras de Cristo sobre non praevalebunt. Bem como de anunciar essa Boa-Nova mundo afora. E, muitas vezes, tal missão se reveste de contornos extremamente práticos e fáceis. Muitas vezes, fazê-lo consiste simplesmente em chamar a atenção para as matérias das segundas páginas dos jornais.


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