50 Anos de Concilio Vaticano II: o mal que faz um herege sedutor.

50 Anos de Concilio Vaticano II: o mal que faz um herege sedutor.:
Nota do blog

Vai abaixo o relato emocionado de uma leitora, a quem conheço pessoalmente e que sofreu, na pele, a heresia do heresiarca Frei Cláudio. Heresia, como vocês podem ver, é coisa muito concreta, muito real e faz um mal tremendo à alma. É uma doença de alma, uma luta infindável contra Cristo e sua Igreja que causa um desassossego de alma que acompanha as almas no Inferno. O frei destila sua heresia em seus escritos, que são uma mistura de tudo que o Papa Pio X, na sua encíclica Pascendi, denominou modernismo. O toque latino americano desta heresia é o submarxismo de botequim, por causa da influência da teologia da embromação.

Minha frase preferida dos escritos heréticos é: “Quem faz de Deus a voz de sua consciência comete um reducionismo ético”. Toda a doutrina da Igreja, todo o Antigo Testamento, todas as palavras de Cristo, todos os Padres gregos e latinos, afirmam, contra o frei, que: quem não faz Deus a voz de sua consciência, faz dela a morada do demônio. Comparemos, por exemplo, a afirmação demoníaca do herege da Igreja de Nossa Senhora do Carmo com o lamento piedoso de Georges Bernanos: "Mas qual é o peso de nossas chances, para nós que aceitamos, de uma vez por todas, a assustadora presença do divino em cada instante de nossas pobres vidas?" E ainda: "Eis-me despojado, Senhor, como somente vós sabeis despojar, pois nada escapa à vossa temível solicitude, ao vosso temível amor." Eis o reducionismo que todo católico é obrigado a viver; reducionismo que amplia, reducionismo que eleva, reducionismo que nos leva mais próximo do Criador de todas as coisas, do céu e da terra. Como não concordar com São Paulo, quando diz que a Cruz é escândalo para uns e loucura para outros.

Há muita frase significativa da heresia do tal frei; podem escolher do menu. Agradeço de coração a mensagem da leitora, que nos ajuda a entender e a fugir destes fautores do erro!
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Olá, Prof. Angueth!

Se eu lesse o seu post há um ano estaria passando mal, ou melhor, teria tido um 'treco', tamanha a minha ira e raiva contra frei Cláudio. Este espaço não seria suficiente para os impropérios que lançaria contra este Frei que me desterrou de minha paróquia, machucou os meus ouvidos e me fez sofrer muito nos domingos em que participei do espetáculo grotesco que ele proporciona. Quanta lentidão para perceber a transformação do Frei e da Igreja do Carmo.

Gostaria de transcrever algumas palavras publicadas em um livrinho denominado “Avaliações: resultado da busca”, lançado em 1999 pela Editora O Lutador, por ocasião da comemoração dos seus 40 anos de sacerdote. Creio que o pensamento de Frei Cláudio evoluiu, pois em 1999 ele não era nem a metade do ‘radical’ que é hoje (veja o verso sobre o aborto). Aí vão os versos que considerei representarem o seu lado mais polêmico em 1999 (ipsis literis):

Sobre a Igreja, a fé e a religião:

“Quando o clero representa o Papa pode trair Jesus por negar vida e povo.”
“A Religião abandona as pessoas quando descuida dos sinais dos tempos”.
“Como é fatal construir um prédio em cima de alguns sacos de areia, assim objetos e ritos não são garantia automática de crescimento espiritual”.
“Na vida religiosa, estruturas obtusas são convite a exclusão”.
“Como riso jocoso é capaz de diluir tensões em experiências adversas, assim a fé lúcida pode impedir que sejamos imobilizados por passiva resignação”.
“Como não há nada mais socializado que o amor de Deus, assim o culto à ortodoxia tem gerado a globalização do mais cruel desrespeito”.
“O convertido é um apóstata que acumulou amargor pela crença que deixou.”
“No anúncio da Boa Nova há crostas culturais que paralisam as asas do Espírito.”
“Ninguém precisa prostrar-se; em Jesus, Deus se ajoelha diante do homem”.
“Pecado original, em sua essência, é abdicação de responsabilidade individual”.
“Marca da religião de rigor: fazer todos saberem que não passam de pecadores”.
“No secular balbuciar da Igreja ressoavam morte, sofrimento, castigo e sacrifício”.
“Mais do que outras instituições, a Igreja teima em manter uma sociedade desigual”.
“Como a larva precisa do casulo e depois o abandona para voar como borboleta, assim nós precisamos também da tradição a fim de ultrapassá-la e crescermos”.
“Como o governo iraniano julga não poder tornar sem valor a ‘fatwa’ (sentença de morte), assim a Igreja recusa a rever a doutrina do Pecado Original.”
“Selvageria maior é invocar um Deus que aplica exclusão às suas criaturas”.
“Infalibilidade do Papa parece isto: ele, sozinho, sabe o que todos ignoram”.
“Não há revelação senão numa situação histórica questionada e questionadora”.
“Rezar muito é necessário quando não se quer absolutamente melhorar.”

Sobre mulheres (E viva o 8 de março!):

“Iguais aos homens, as mulheres são bem superiores a eles.”
“Uma moral sexista acaba mantendo a mulher submissa e humilhada”.
“Como a mulher representa delicadeza na construção de relações banhando-as por afetividade, assim o homem simboliza poder que não raro se faz exercício de dominação”.
“O que mais se espera da mulher: desperte para uma saudável inquietação”.
“Como o aborto de um único ser humano implica uma agressão hedionda, assim justificar guerra e exclusão sem defesa representam uma violência injustificável”.

Sobre o quê mesmo?

“Quem faz de Deus a voz de sua consciência comete um reducionismo ético”.
“Se eu nasci depois e sou de ontem, minhas opiniões têm de ser provisórias.”
“Como a lógica, em ritmo de prosa, administra a relação ‘causa-efeito’, assim a fé, em ritmo de poesia, desperta a mística da relação ‘encontro-dos-diferentes’.”
“Conservador é quem escraviza ao que tem ou crê, pelo medo do novo.”
“A realidade é o que é ou tem mais a ver com as imagens que dela formamos?.”

Frei Cláudio cientista:

“Como elementos genéticos podem ser corrigidos por fatores culturais, assim aspectos institucionais podem ser aquecidos por relações interpessoais”.
“como a pesquisa tecnológica é essencial para a melhoria da qualidade dos produtos, assim a evolução da consciência é indispensável para a melhoria da convivência”.
“como o desenvolvimento tecnológico afetou o meio ambiente ameaçando condições de saúde, assim a irrupção patológica do sagrado pode trazer perigosa alienação”.

Frei Cláudio Cientista político:

“Em ultima análise, o socialismo é um sistema perfeitamente válido para os anjos”.
“como poder autentico implica convivência economicamente forte, politicamente aberta e socialmente justa, assim a prática da Boa Notícia respira um Deus libertador”.
“Eis o risco: num movimento de massa o indivíduo torna-se agente teleguiado”.
“Onde a religião se omite frente à política, ali haverá fé de escravos.”

Frei Cláudio economista:

“como liberar a maconha não equivale necessariamente a diminuir o consumo de droga, assim flexibilizar a economia não é a mesma coisa que diminuir a pobreza”.

No momento em que li o título deste capítulo – Minha ética tem tudo a ver com o meu modo de ser gente? – recordei a voz de Frei Cláudio, o seu sotaque (‘jeitão’ como ele mesmo diria) e o modo peculiar de pregar. Ele tem um modo afetuoso de fazer perguntas, dentro do contexto da pregação, e uma forma singular de usar as palavras. Sem dúvida é um homem carismático e quando digo que recordo a sua voz, na verdade estou recordando a bondade que sentia nela e na sua pessoa. Não posso deixar de lamentar muito por ele e pela Igreja do Carmo. As frases deste capítulo, em que ele questiona a sua ‘ética’, já deixam transparecer o homem que reinterpreta as coisas da sua Igreja afirmando um campo valorativo pragmático e que vai preparando o ouvido dos fiéis para a transformação que ele lentamente quer implantar:

“Como nenhuma religião tem o monopólio da verdade, assim a plenitude de Cristo não pode ser reduzida a uma só cultura”.
“Como uma sociedade que se fecha acaba morrendo, assim a Igreja sem diálogo condena-se à pobreza em sua missão neste mundo.”
“Como certa visão do pecado original não se harmoniza com a bondade de Deus, assim ela deturpa igualmente a essência da graça na missão de Jesus e da Igreja.”
“Como o oceano é sempre grande demais para o barco que é pequeno, assim há cheiro de engano em todo o conceito que o homem faz de Deus.”
“Como Deus não se dispõe a punir o mal, mas faz questão de relevá-lo gratuitamente, assim Jesus não precisou morrer na cruz em nosso lugar.”
“Não sou chamado a repetir, mas aplicar a Boa Nova do Evangelho.”
“Se eu fosse realmente religioso viveria em contínua admiração e espanto”.
“O prisioneiro da vontade de Deus facilmente se faz opressor de irmãos.”
“Admirável humildade de Deus: respeitar a majestade de sua criatura.”
Na última página do livro ele se dedica a declarar os “Aspectos da Minha Missão (Exigências que ser renovam)”. Transcrevo parte delas:
“Inspirar-me na pessoa e mensagem de Jesus de Nazaré a fim de orientar-me em posições fraternas, com valores e prioridades, sempre evoluindo em suas sólidas e provisórias certezas.”
“Permitir que Deus me use como mediação no lidar com pessoas a fim de que cresçam como cidadãs e prolonguem algo do jeito de Jesus no exercício da fé, da esperança e da fraternidade.”
“Abraçar a verdade da condição humana: a transitoriedade e finitude de tudo e de todos, com a missão de reavaliar tarefas de meu serviço à luz do Evangelho e da realidade circunstante.”
“imprimir crescente autenticidade à minha fé e conquistar transparência em minhas relações para gerar confiança em todos que pela ação pastoral e presença amiga vou alcançando.”
“Ter no questionamento o caminho seguro para superar todo dogmatismo e moralismo, enquanto abro espaço para os leigos como atores principais na construção da comunidade eclesial”.
“Em minhas decisões aprofundo o nível de minha consciência e mostro-me capaz de visão crítica, libertando-me de toda rotina, mimetistmo e subserviência, tendo o crescer como lei suprema.”
“Viver confiante como enviado de Cristo, contribuindo para uma vida de boa qualidade graças à participação de número crescente na comunidade e a favor dos que me são confiados.”
“Nas contribuições da ciência e da tecnologia perceber um acréscimo de revelação para a Evangelização nos dias atuais.”

Frei Cláudio aposta na ‘evolução da consciência humana’ e, me parece, que faz uma ligação entre a evolução da consciência e a evolução da genética, seja lá o que for isto. Ele usa muito ideias do tipo ‘ser’ e ‘estar’ no mundo. Parece coisa transcendentalista ou kantiana, sei lá.

Grande parte da transformação da Igreja do Carmo aconteceu também na sua estrutura física. Os Carmelitas construíram um anexo (ficou horroroso, arquitetura comunista) e cederam parte das suas acomodações para empresas utilizarem como escritórios e espaço para instalação de antenas de celular, uma bela fonte de renda. Tudo isto, somado às generosas contribuições dos féis da zona sul, permitiu que a Província de Santo Elias construísse uma enorme estrutura de atendimento médico e social aos carentes da região e por este motivo Frei Cláudio é idolatrado e considerado um santo. Quando alguém reclama e ameaça tirá-lo da paróquia a comunidade se mobiliza e ele se esconde atrás da ‘batina’ dos fiéis, já que ele não a usa. Todo domingo tem uma feirinha de produtos orgânicos produzidos por uma comunidade carente da Região Metropolitana de BH. O folheto para o acompanhamento da missa, que é elaborado pelo Frei Cláudio, sempre termina com as seguintes palavras: MÃOS À OBRA.

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