Terceiro Domingo da Quaresma – O zelo por Tua casa me consumirá – São João 2, 13-25 – Dia 08 de março

Terceiro Domingo da Quaresma – O zelo por Tua casa me consumirá – São João 2, 13-25 – Dia 08 de março
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  1. Estava próxima a Páscoa dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém.
  2. Encontrou no templo os negociantes de bois, ovelhas e pombas, e mesas dos trocadores de moedas.
  3. Fez ele um chicote de cordas, expulsou todos do templo, como também as ovelhas e os bois, espalhou pelo chão o dinheiro dos trocadores e derrubou as mesas.
  4. Disse aos que vendiam as pombas: Tirai isto daqui e não façais da casa de meu Pai uma casa de negociantes.
  5. Lembraram-se então os seus discípulos do que está escrito: O zelo da tua casa me consome (Sl 68,10).
  6. Perguntaram-lhe os judeus: Que sinal nos apresentas tu, para procederes deste modo?
  7. Respondeu-lhes Jesus: Destruí vós este templo, e eu o reerguerei em três dias.
  8. Os judeus replicaram: Em quarenta e seis anos foi edificado este templo, e tu hás de levantá-lo em três dias?!
  9. Mas ele falava do templo do seu corpo.
  10. Depois que ressurgiu dos mortos, os seus discípulos lembraram-se destas palavras e creram na Escritura e na palavra de Jesus.
  11. Enquanto Jesus celebrava em Jerusalém a festa da Páscoa, muitos creram no seu nome, à vista dos milagres que fazia.
  12. Mas Jesus mesmo não se fiava neles, porque os conhecia a todos.
  13. Ele não necessitava que alguém desse testemunho de nenhum homem, pois ele bem sabia o que havia no homem.

O zelo da tua casa me consome

São João Paulo II explicou que Jesus "aparece nesta soleira (do Templo de Jerusalém) para "reclamar" diante dos homens a Casa do seu Pai, para fazer valer os seus direitos sobre esta Casa. Os homens transformaram-na em praça de mercado. Cristo repreende-os severamente; enfrenta com decisão tal desvio. O zelo pela Casa de Deus devora-O ( Jo 2, 17), por isso não hesita em expor-se à malevolência dos anciãos do povo hebraico e de todos aqueles que são responsáveis do que foi feito contra a Casa do seu Pai, contra o Templo".

O Papa Emérito Bento XVI disse que "o episódio, referido por todos os Evangelistas (relatado acima por São João), aconteceu nas proximidades da festa da Páscoa e suscitou grande impressão quer na multidão, quer nos discípulos. Como devemos interpretar este gesto de Jesus?"

A Palavra diz: "É que o zelo de vossa casa me consumiu, e os insultos dos que vos ultrajam caíram sobre mim". (Sl 68, 10)

A Autoridade de Jesus

O Papa Emérito Bento XVI disse que Jesus "não provocou repressão alguma dos detentores da ordem pública, porque foi visto como uma típica ação profética: de fato, os profetas, em nome de Deus, denunciavam com frequência abusos, e por vezes faziam-no com gestos simbólicos. O problema, no máximo, era a sua autoridade. Eis por que os Judeus perguntaram a Jesus: «Que sinal nos apresentas para justificares o Teu proceder?» (Jo 2, 18), demonstra-nos que ages deveras em nome de Deus".

São João Paulo II explicou: "A voz de Cristo eleva-se forte contra os «mercadores do templo» da nossa época, contra aqueles que fazem um mercado da própria «religião», até violar, em nome do «deus-poder», do «deus-dinheiro», a dignidade da pessoa humana com abusos de todo o tipo. Pensemos, por exemplo, na falta de respeito pela vida, feita objeto, às vezes, de perigosas experimentações; pensemos na poluição ecológica; no comércio do sexo; no tráfico da droga; na exploração dos pobres e das crianças".

Respondeu-lhes Jesus: Destruí vós este templo, e eu o reerguerei em três dias

São João Paulo II disse assim: "Estas palavras adquirem uma riqueza de significado muito particular no período da Quaresma quando, ao meditarmos a paixão de Cristo e a sua morte — destruição do templo do seu corpo —, nos preparamos para a solenidade da Páscoa, isto é, para o momento em que Jesus se revelará também a nós no mesmo templo do seu corpo, novamente levantado pelo poder de Deus, que quer construir nele, de geração em geração, o edifício espiritual da nova fé, esperança e caridade".

O Papa Emérito Bento XVI explicou: "Ele, porém, falava do templo que é o seu corpo" (Jo 2, 21). Os seus adversários teriam destruído aquele "templo", mas depois de três dias Ele tê-lo-ia reconstruído mediante a ressurreição. A dolorosa e "escandalosa" morte de Cristo seria coroada pelo triunfo da sua gloriosa ressurreição. Enquanto neste período quaresmal nos preparamos para reviver no Tríduo pascal este acontecimento central da nossa salvação, já fixamos o nosso olhar no Crucificado, vislumbrando nele o esplendor do Ressuscitado".

"O primeiro templo era apenas uma sombra (Col 2,17): quando a luz chegou, a sombra retrocedeu. Procuras agora o templo construído por Salomão? É uma ruína que encontras. E porque é este templo uma ruína? Porque a realidade que ele anunciava cumpriu-se. O verdadeiro templo, o corpo do Senhor, também caiu mas levantou-se, e de tal forma que nunca mais poderá voltar a cair". (Santo Agostinho)   .

Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós?

Santo Agostinho disse: "E quanto aos nossos corpos? São membros de Cristo. Escutai São Paulo: «Não sabeis que os vossos corpos são membros de Cristo?» (1Cor 6,15) Quando ele diz: «Os vossos corpos são membros de Cristo», quer dizer que os nossos corpos, unidos à nossa cabeça que é Cristo (Col 1,18), constituem, juntos, um templo único, o templo de Deus. Com o corpo de Cristo, os nossos corpos são esse templo. Deixai-vos construir na unidade, para não tombardes em ruína, permanecendo separados".

A Palavra diz: "Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós, o qual recebestes de Deus e que, por isso mesmo, já não vos pertenceis? Porque fostes comprados por um grande preço. Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo". (1 Cor 6, 19-20)

Conclusão

De São João Paulo II: "O zelo e o amor de Jesus pela casa do Pai não se limitam, certamente, a um templo de pedra. É o mundo inteiro que pertence a Deus, e não deve ser profanado. Com o gesto profético que nos é referido pelo texto evangélico de hoje, Cristo alerta-nos contra a tentação de «comerciar» até mesmo a religião, submetendo-a a interesses mundanos ou, de qualquer maneira, estranhos a ela".

Oração

"Ó Pai, nós vos agradecemos porque amastes tanto a humanidade, que enviastes vosso Filho para que todos os que creem nele tenham a vida eterna. Seu gesto no templo nos ajuda a reconhecer o valor da Igreja, lugar de encontro da comunidade convosco. Queremos ser pedras vivas do templo da vossa Igreja, testemunhando a fé no cotidiano da vida. Assim podemos adorar-vos e render-vos um culto do vosso agrado: a religião autêntica em espírito e verdade. Por Cristo, nosso Senhor". (Liturgia Diária)

Jane Amábile – Com. Divino Espírito Santo




Original Article: https://ideeanunciai.wordpress.com/2015/03/02/terceiro-domingo-da-quaresma-o-zelo-por-tua-casa-me-consumira-sao-joao-2-13-25-dia-08-de-marco/



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