a força dos mártires

a força dos mártires
Confessionário dum Padre  /  Confessionário

Os cristãos mártires incomodam. Incomodam o nosso egoísmo. Questionam a nossa forma de viver uma fé que foge da dor. Inquietam a compreensão das coisas da vida e de Deus. Os cristãos mártires, mesmo mortos, fazem perguntas. Sobre a vida, sobre a morte, sobre Deus, sobre a fé, sobre a força, sobre a dor, sobre eles e sobre nós.
Um dia destes, a propósito do que se tem passado para os lados da Síria e do Iraque, no meio destas questões, veio a pergunta sobre o porquê ou sobre o como são capazes, ou sobre o que está por detrás de tal força da fé.
Na mesma ocasião ou por diferença de poucas horas, li uma entrevista de uma freira contemplativa a quem um jovem lhe havia feito a pergunta cliché Como é que conseguiam estar fechadas num convento? A irmã explicou-lhe que nunca se sentira fechada, que sempre se sentira livre. Que nem dava conta das grades do locutório. E dizia na entrevista que a determinada altura, lá para o final da conversa, o jovem concluía que ela no convento, fechada, era mais livre que ele, no mundo livre. Ela não disse muito mais acerca do assunto. Não precisava. E assim, depois de ler a entrevista e de associar pensamentos, descobri que os mártires são mártires porque são livres, porque usam a verdadeira e autêntica liberdade interior. Eles não têm qualquer tipo de prisão ou cadeia na vida. Nem sequer a morte.


Original Article: http://eupadre.blogspot.com/2015/03/a-forca-dos-martires.html



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