Quem pratica o método inspira minha admiração, porque se coloca numa busca por maior fidelidade a Cristo e sua Igreja. No entanto, verifico que grande parte dessas pessoas precisa "remar para águas mais profundas" e entender melhor a Boa Notícia da sexualidade, da qual a Igreja é portadora. Um elemento chave para compreender essa Boa Nova é o seguinte raciocínio:
- o homem é um ser teologal, ou seja, um ser que não pode ser compreendido senão a partir de sua abertura a Deus e de seu destino eterno. Como diz a Gaudium et spes, n. 22, do Concílio Vaticano II: o mistério do homem só se torna plenamente revelado quando Cristo revela o mistério do Pai e de seu amor. O homem se aliena de sua própria realidade quando não vive a dinâmica do transcender-se, própria do amor, que é dom sincero de si mesmo.
- todo comportamento humano que não considere essa transcendência do homem é ato que desumaniza o ser humano e o torna infeliz. Porque o agir deve decorrer do ser.
- também o comportamento sexual deve estar aberto à transcendência, e uma maneira bem concreta de isso acontecer é a geração e a educação da prole, nas quais o amor conjugal transcende e floresce como amor paterno e materno.
- qualquer planejamento familiar entre católicos implica em colocar-se diante de Deus e perguntar-se sobre Sua vontade. Mais do que cálculos, a decisão adequada provém de uma profunda sintonia com o Pai, do qual advém toda paternidade na terra.
- o método Billings favorece essa abertura, porque o casal, em todo ciclo feminino, tem a oportunidade de repensar de novo sobre sua fertilidade e questionar-se sobre o Plano de Deus para sua família.
Claro que a vantagem moral do Billings não está no fato de ser natural. Até porque, no ser humano, o natural é criar técnicas para adaptar-se melhor ao meio e alcançar seus objetivos. Se o artificial fosse em si mesmo negativo, ninguém deveria usar óculos, porque é artificial...
O Billings é apenas um método, uma técnica. Como tal, pode ser usado de maneira a promover uma sexualidade verdadeiramente humana (marcada pela transcendência) ou desumanizante (aquela que se fecha). A maneira correta de usar o Billings é colocando-se como dóceis colaboradores de Deus, procurando ver, nos sinais, a sua vontade; e dando espaço para a ação divina, não procurando ter controle total sobre a geração, pois a primazia é de Deus.
O vídeo abaixo apresenta a visão que, na minha opinião, é a mais adequada. A música é de Michael Capone, compositor católico norteamericano. A apresentação em powerpoint foi feita por mim, e transformei em vídeo para facilitar o acesso na internet. A música coloca a perspectiva correta, na minha opinião: não pergunta "quantos filhos quero ter?" e sim "quantas crianças Deus quer em seu Reino, no final dos tempos?". Ou seja, é uma pergunta que parte de um coração aberto à eternidade, ao transcendente.
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Todo ato humano, inclusive o ato sexual, só é plenamente humano quando aberto ao transcendente, uma vez que o homem é um ser teologal .
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