Estava no côro, às primeiras horas da manhã, orava e dirigia a Deus a mesma pergunta: "Senhor, das almas que vivem agora neste mundo, qual será a mais santa, mais sábia e mais feliz?" Ouviu uma voz que lhe dizia: Vai ao pórtico da igreja e ali te dirão qual é".
O monge pôs o capuz na cabeça, meteu as mãos nas largas mangas do hábito e atravessou os claustros silenciosos. Chegou ao pórtico. Um pobre ali estava. Passara a noite estendido num banco de pedra e naquele momento espreguiçava-se e benzia-se.
- Bom dia, irmão - disse-lhe o monge.
- Bom dia, - respondeu o mendigo com rosto alegre e em tom de entusiasmo.
- Irmão - replicou o monge - pelo que vejo estás contente.
- Sempre estou contente.
- Sempre? Então és um homem feliz?
- Muito feliz - respondeu o humilde mendigo.
- Feliz?... não creio. Dize-me: Quando tens fome e pedes esmola e não recebes... és feliz?
- Sim, padre, sou feliz, porque penso que Deus, meu Pai, quer que eu passe um pouco de fome... Êle também passou... Mas Deus é muito bom para mim; nunca me falta um pedaço de pão.
- Dize-me - prosseguiu o monge - quando está nevando no inverno e tu, tremendo de frio, vais de porta em porta, como um passarinho que salta de um galho para outro, és feliz?
- Sim, padre, muito feliz, porque penso: é Deus, meu Pai, que quer que passe um pouco de frio, pois também êle passou frio... Aliás nunca me falta um palheiro, onde passar a noite.
Estava o monge admirado... Contemplando-o de alto a baixo, disse:
- Tu me enganas... não és pobre.
Sorriu o mendigo e respondeu:
- Não, Padre, eu não sou um pobre.
- Logo vi... Então, quem és?
- Padre, disse o outro, sou um rei que viajo incógnito por êste mundo.
- Um rei?... Um rei?... E qual é o teu reino?
- Meu reino é o meu coração, onde mando sôbre minhas paixões! Tenho, porém, um reino muito maior... Vê o senhor êsse céu imenso? tem visto o sol, as estrêlas, o firmamento? Tudo isso é de Deus, meu Pai. Todos os dias ponho-me de joelhos muitas vêzes e digo: "Pai nosso, que estais no céus... como sois grande, como sois sábio, como sois poderoso! Não vos esqueçais dêste pobre filho que anda por êste mundo. Creia-me: Quando chegar a morte, despirei êstes andrajos e voarei para o céu, onde verei a Deus, meu Pai, e com êle reinarei pelos séculos dos séculos"...
O monge não perguntou mais. Baixou a cabeça e voltou ao côro; estava convencido de ter encontrado o homem mais santo, mais sábio e mais feliz neste mundo.
O monge pôs o capuz na cabeça, meteu as mãos nas largas mangas do hábito e atravessou os claustros silenciosos. Chegou ao pórtico. Um pobre ali estava. Passara a noite estendido num banco de pedra e naquele momento espreguiçava-se e benzia-se.
- Bom dia, irmão - disse-lhe o monge.
- Bom dia, - respondeu o mendigo com rosto alegre e em tom de entusiasmo.
- Irmão - replicou o monge - pelo que vejo estás contente.
- Sempre estou contente.
- Sempre? Então és um homem feliz?
- Muito feliz - respondeu o humilde mendigo.
- Feliz?... não creio. Dize-me: Quando tens fome e pedes esmola e não recebes... és feliz?
- Sim, padre, sou feliz, porque penso que Deus, meu Pai, quer que eu passe um pouco de fome... Êle também passou... Mas Deus é muito bom para mim; nunca me falta um pedaço de pão.
- Dize-me - prosseguiu o monge - quando está nevando no inverno e tu, tremendo de frio, vais de porta em porta, como um passarinho que salta de um galho para outro, és feliz?
- Sim, padre, muito feliz, porque penso: é Deus, meu Pai, que quer que passe um pouco de frio, pois também êle passou frio... Aliás nunca me falta um palheiro, onde passar a noite.
Estava o monge admirado... Contemplando-o de alto a baixo, disse:
- Tu me enganas... não és pobre.
Sorriu o mendigo e respondeu:
- Não, Padre, eu não sou um pobre.
- Logo vi... Então, quem és?
- Padre, disse o outro, sou um rei que viajo incógnito por êste mundo.
- Um rei?... Um rei?... E qual é o teu reino?
- Meu reino é o meu coração, onde mando sôbre minhas paixões! Tenho, porém, um reino muito maior... Vê o senhor êsse céu imenso? tem visto o sol, as estrêlas, o firmamento? Tudo isso é de Deus, meu Pai. Todos os dias ponho-me de joelhos muitas vêzes e digo: "Pai nosso, que estais no céus... como sois grande, como sois sábio, como sois poderoso! Não vos esqueçais dêste pobre filho que anda por êste mundo. Creia-me: Quando chegar a morte, despirei êstes andrajos e voarei para o céu, onde verei a Deus, meu Pai, e com êle reinarei pelos séculos dos séculos"...
O monge não perguntou mais. Baixou a cabeça e voltou ao côro; estava convencido de ter encontrado o homem mais santo, mais sábio e mais feliz neste mundo.
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Tesouro de Exemplos - Parte 117:
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