Especial: São Miguel, São Rafael e São Gabriel, Arcanjos



O Catecismo da Igreja diz que: “Ainda aqui na terra, a vida cristã participa, na fé da sociedade bem-aventurada dos anjos e dos homens, unidos em Deus” (§ 336). Mas quem são os Anjos? A palavra anjo, do latim “angelus”, quer dizer mensageiro.Os anjos são servidores e mensageiros de Deus, como diz o salmista: “poderosos executores da sua palavra, obedientes ao som da sua palavra” (Sl 103,20).

Os anjos são criaturas puramente espirituais, dotadas de inteligência e de vontade; são criaturas pessoais e imortais. “Eles jamais poderão morrer, porque são iguais aos anjos e são filhos de Deus, porque são ressuscitados.” (Lc 20,36). Eles superam em perfeição todas as criaturas visíveis, como dá testemunho o fulgor de sua glória: “Seu corpo era como o crisólito; seu rosto brilhava como o relâmpago, seus olhos, como tochas ardentes, seus braços e pés tinham o aspecto do bronze polido e sua voz ressoava como o rumor de uma multidão” (Dn 10,6).

Os anjos estão presentes na história da humanidade desde a criação do mundo (cf. Jó 38,7); são eles que fecham o paraíso terrestre (Gn 3, 24); protegem Lot (Gn 19); salvam Agar e seu filho (Gen 21,17); seguram a mão de Abraão para não imolar Isaac (Gen 22,11); a Lei é comunicada a Moisés e ao povo por ministério deles (At 7,53); são eles que conduzem o povo de Deus (Ex 23, 20-23); eles anunciam nascimentos célebres (Jz 13); indicam vocações importantes (Jz 6, 11-24; Is 6,6); são eles que assistem aos profetas (1 Rs 19,5). Foi um anjo que anunciou a Gedeão que devia salvar o seu povo; um anjo anunciou o nascimento de Sansão (Jz 13); o anjo Gabriel instruiu a Daniel (8,16), ainda que aqui não seja chamado de anjo, mas “o homem Gabriel” (9,21). Este mesmo espírito celestial anunciou o nascimento de São João Batista e a encarnação de Jesus; os anjos anunciaram a mensagem aos pastores (Lc 2,9), e a missão mais gloriosa de todas, a de fortalecer o Rei dos Anjos em sua Agonia no Horto das Oliveiras (Lc 22, 43).

Os três Arcanjos com o jovem Tobias

Comemoramos a festa de três Arcanjos hoje, 29 de setembro. A Santa Igreja, guiada pelo Espírito Santo, herdou do Antigo Testamento a devoção a estes amigos, protetores e intercessores que do Céu vêm em nosso socorro pois, como São Paulo, vivemos num constante bom combate. A palavra “Arcanjo” significa “Anjo principal”. E a palavra “Anjo”, por sua vez, significa “mensageiro”.

São Miguel


O nome do Arcanjo Miguel possui um revelador significado em hebraico: “Quem como Deus”. Segundo a Bíblia, ele é um dos sete espíritos assistentes ao Trono do Altíssimo, portanto, um dos grandes príncipes do Céu e ministro de Deus.

No Antigo Testamento o profeta Daniel chama São Miguel de príncipe protetor dos judeus, enquanto que, no Novo Testamento ele é o protetor dos filhos de Deus e de sua Igreja, já que até a segunda vinda do Senhor estaremos em luta espiritual contra os vencidos, que querem nos fazer perdedores também.

“Houve então um combate no Céu: Miguel e seus anjos combateram contra o dragão. Também o dragão combateu, junto com seus anjos, mas não conseguiu vencer e não se encontrou mais lugar para eles no Céu”. (Apocalipse 12, 7-8)

São Gabriel

O nome deste Arcanjo, citado duas vezes nas profecias de Daniel, significa “Força de Deus” ou “Deus é a minha proteção”. É muito conhecido devido a sua singular missão de mensageiro, uma vez que foi ele quem anunciou o nascimento de João Batista e, principalmente, anunciou o maior fato histórico:

“No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré… O anjo veio à presença de Maria e disse-lhe: ‘Alegra-te, ó tu que tens o favor de Deus’…” a partir daí, São Lucas narra no primeiro capítulo do seu Evangelho como se deu a Encarnação do Verbo.



São Rafael


Um dos sete espíritos que assistem ao Trono de Deus. Rafael aparece no Antigo Testamento no livro de Tobias. “Tobias foi à procura de alguém que o pudesse acompanhar e conhecesse bem o caminho. Ao sair, encontrou o anjo Rafael, em pé diante dele, mas não suspeitou que fosse um anjo de Deus” (Tb 5,4).

Este arcanjo de nome “Deus cura” ou “Medicina de Deus”, restituiu à vista do piedoso Tobias e nos demonstra que a sua presença, bem como a de Miguel e Gabriel, é discreta, porém, amiga e importante.


Fontes: cancaonova.com e portalcot.com


O que diz a Igreja: A existência dos seres espirituais, não-corporais, que a Sagrada Escritura chama habitualmente de anjos, é uma verdade de fé. O testemunho da Escritura a respeito é tão claro quanto à unanimidade da Tradição da Igreja. (Catecismo nº 328).

Que os arcanjos de Deus lutem por sua salvação e por sua santidade. Eles estão a favor de povo de Deus.

São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate!
São Gabriel Arcanjo, ajudai-nos a sempre ouvir e cumprir a vontade de Deus!
São Rafael Arcanjo, curai-nos de todas as feridas físicas e espirituais!


Quaresma de São Miguel Arcanjo


São Francisco de Assis foi um santo que na sua vida mortal procurava nutrir muito sua alma, para não esfriar o seu amor por Jesus, um espírito de oração e sacrifício muito grande. Tal era que ele realizava por ano três quaresmas, além de um outro período de jejum e oração em honra da Mãe de Deus, pela qual tinha um doce e especial amor, que ia da festa de São Pedro e São Paulo até a festa da Assunção.

Foi de um modo muito especial que, na quaresma de São Miguel, Deus coroou Francisco de graças abundantes, dentre elas, a de marcá-lo em seu corpo, pelo profundo desejo de imitar Seu Filho Jesus Cristo, com os sinais de Sua Paixão. Todas essas quaresmas eram realizadas no Monte Alverne. Alverne vem de “vernare”, berbo utilizado por Dante e que significa “fazer frio”.

São Boaventura diz em sua Legenda Maior em seu capítulo 9, parágrafo 3 dos escritos biográficos de São Francisco: “um vínculo de amor indissolúvel unia-o ao anjos cujo maravilhoso ardor o punha em êxtase diante de Deus e inflamava as almas dos eleitos”. Por devoção aos anjos, celebrava uma quaresma de jejuns e orações durante os quarenta dias que seguem a Assunção da Santísima Virgem Maria. São Miguel, sobretudo, a quem cabe o papel de introduzir as almas no Paraíso, era objetivo de uma devoção especial, em razão do desejo que tinha o santo de salvar todos os homens. Era do conhecimento de Francisco a autoridade e o auxílio que o Arcanjo Miguel tem em exercício das almas, em salvá-las no último instante da vida e o poder de ir ao purgatório retirá-las de lá.

Esse era o principal motivo pelo qual Francisco realizava sua quaresma e isso nos é relatado na Legenta Terusina no número 93 de sua biografia, na qual o santo vai dizer, no ano de 1224, ano em que recebeu os estigmas ao avistar o Monte Alverne em visita ao eremitério: “Para honra de Deus, da bem-aventurada Virgem Maria e de São Miguel, príncipa doa anjos e das almas, quero fazer aqui uma quaresma”. E realizou sua primeira quaresma em honra de São Miguel Arcanjo.

Naquele mesmo ano, estando Francisco a rezar no Monte Alverne, relata a Legenda Menor de sua biografia, em sua primeira quaresma em honra do glorioso São Miguel, sentiu ele, com maior abundância do que nunca, a suavidade da contemplação celeste, o ardor dos desejos sobrenaturais, a profusão das graças divinas, transportado até Deus num fogo de amor seráfico, e transformado pelos arroubos de uma profunda compaixão naquele que, em Seus extremos de amor, quis ser crucificado. Orava certa manhã numa das partes do monte. Aproximava-se a festa da Exaltação da Santa Cruz, quando ele viu descer do alto do céu um serafim de seis asas flamejantes, o qual, num rápido vôo, chegou perto do lugar onde estava o homem de Deus. A personagem apareceu-lhe não apenas munida de asas, mas também crucificada, mãos e pés estendidos e atados a uma cruz. Duas asas elevavam-se por cima de sua cabeça, duas outras estavam abertas para o vôo, as duas últimas cobriam-lhe o corpo.

Tal aparição deixou Francisco mergulhado num profundo êxtase, enquanto em sua alma se mesclavam a tristeza e a alegria: uma alegria transbordante ao contemplar Cristo que se manifestava de uma maneira tão milagrosa e familiar, mais ao mesmo tempo uma dor imensa, pois a visão da cruz transpassava sua alma com uma espada de dor e de compaixão. Francisco compreendeu então que o sofrimento da paixão de modo algum pode atingir um serafim, que é um espírito imortal. Mas essa visão lhe fora concedida para ensinar que não era o martício do corpo, mas o amor que o incendiou a alma que deveria transformá-lo, tornando-o semelhante a Jesus crucificado. Após uma conversação familiar, que nunca foi revelada aos outros, desapareceu aquela visão, deixando-lhe o coração inflamado de uma ardor seráfico, e imprimindo-lhe na carne a semelhança externa com o crucificado, como a marca de um sinete na cera que o calor do fogo fez derreter. Logo começaram, com efeito, a aparecer em suas mãos e pés as marcas dos cravos.

Quando o verdadeiro amor transformou o amigo de Cristo na semelhança daquele que ele amava, terminados os quarenta dias previstos no monte e na solidão, chegou a festa de São Miguel; e Fransico, homem evangélico, desceu do monte, trazendo a imagem do crucificado, não esculpida em tábuas de pedra ou de madeira pela mão de algum artista, mas reproduzida em sua própria carne pelo dedo do Deus vivo.

Francisco para não se igualar a Jesus que ficou quarenta dias e quarenta noites em jejum total, comeu ao final daqueles dias um pedaço de pão e bebeu água, pois se achava indigno de se igualar a Jesus. T




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