5 critérios sobre o Método da ovulação Billings e a mentalidade contraceptiva. Com vídeo.

Sou instrutor e coordeno instrutores do método Billings em minha cidade, junto com minha esposa. Procuram-nos diversos casais, a maioria deles católicos que desejam viver com mais profundidade sua fé, abarcando todos os aspectos de sua vida, inclusive o aspecto do planejamento familiar.

Quem pratica o método inspira minha admiração, porque se coloca numa busca por maior fidelidade a Cristo e sua Igreja. No entanto, verifico que grande parte dessas pessoas precisa "remar para águas mais profundas" e entender melhor a Boa Notícia da sexualidade, da qual a Igreja é portadora. Um elemento chave para compreender essa Boa Nova é o seguinte raciocínio:
  1. o homem é um ser teologal, ou seja, um ser que não pode ser compreendido senão a partir de sua abertura a Deus e de seu destino eterno. Como diz a Gaudium et spes, n. 22, do Concílio Vaticano II: o mistério do homem só se torna plenamente revelado quando Cristo revela o mistério do Pai e de seu amor. O homem se aliena de sua própria realidade quando não vive a dinâmica do transcender-se, própria do amor, que é dom sincero de si mesmo.
  2. todo comportamento humano que não considere essa transcendência do homem é ato que desumaniza o ser humano e o torna infeliz. Porque o agir deve decorrer do ser.
  3. também o comportamento sexual deve estar aberto à transcendência, e uma maneira bem concreta de isso acontecer é a geração e a educação da prole, nas quais o amor conjugal transcende e floresce como amor paterno e materno.
  4. qualquer planejamento familiar entre católicos implica em colocar-se diante de Deus e perguntar-se sobre Sua vontade. Mais do que cálculos, a decisão adequada provém de uma profunda sintonia com o Pai, do qual advém toda paternidade na terra.
  5. o método Billings favorece essa abertura, porque o casal, em todo ciclo feminino, tem a oportunidade de repensar de novo sobre sua fertilidade e questionar-se sobre o Plano de Deus para sua família.
Infelizmente, no entanto, parece que a mentalidade do mundo, que é uma mentalidade contraceptiva, sorrateiramente penetra na mente mesmo desses católicos que procuram o método. Fazem-no, muitas das vezes, no intuito de "evitar" os filhos ou de ter controle total sobre a geração. Agem, assim, não como ministros de Deus, mas como árbitros para os quais a vontade própria é a que prevalece. Esse comportamento acaba justificando uma pergunta que escuto muito: "Se uma pessoa usa o Billings para evitar filhos, não está agindo da mesma maneira que uma pessoa que use camisinha?"

Claro que a vantagem moral do Billings não está no fato de ser natural. Até porque, no ser humano, o natural é criar técnicas para adaptar-se melhor ao meio e alcançar seus objetivos. Se o artificial fosse em si mesmo negativo, ninguém deveria usar óculos, porque é artificial...

O Billings é apenas um método, uma técnica. Como tal, pode ser usado de maneira a promover uma sexualidade verdadeiramente humana (marcada pela transcendência) ou desumanizante (aquela que se fecha). A maneira correta de usar o Billings é colocando-se como dóceis colaboradores de Deus, procurando ver, nos sinais, a sua vontade; e dando espaço para a ação divina, não procurando ter controle total sobre a geração, pois a primazia é de Deus.

O vídeo abaixo apresenta a visão que, na minha opinião, é a mais adequada. A música é de Michael Capone, compositor católico norteamericano.  A apresentação em powerpoint foi feita por mim, e transformei em vídeo para facilitar o acesso na internet. A música coloca a perspectiva correta, na minha opinião: não pergunta "quantos filhos quero ter?" e sim "quantas crianças Deus quer em seu Reino, no final dos tempos?". Ou seja, é uma pergunta que parte de um coração aberto à eternidade, ao transcendente.

Não deixe de assistir, comentar e compartilhar!



Todo ato humano, inclusive o ato sexual, só é plenamente humano quando aberto ao transcendente, uma vez que o homem é um ser teologal .

Descubra a verdadeira causa da renúncia do Papa


Tenho 23 anos e ainda não entendo muitas coisas. E há muitas coisas que não se podem entender às 8 da manhã quando te dirigem a palavra para dizer com a maior simplicidade: "Daniel, o papa se demitiu". E eu de supetão respondi: "Demitiu?" A resposta era mais do que óbvia, "Quer dizer que renunciou, Daniel, o Papa renunciou!"

O Papa renunciou. Assim irão acordar inúmeros jornais da manhã, assim começará o dia para a maioria. Assim, de um instante para o outro, uns quantos perderão a fé e outros muitos fortalecerão a sua. Mas este negócio de o Papa renunciar é uma dessas coisas que não se entendem.
Eu sou católico. Um entre tantos. Destes católicos que durante sua infância foi levado à Missa, depois cresceu e foi tomado pelo tédio. Foi então que, a uma certa altura, joguei fora todas as minhas crenças e levei a Igreja junto. Porém a Igreja não é para ser levada nem por mim, nem por ninguém (nem pelo Papa). Depois a uma certa altura de minha vida, voltei a ter gosto por meu lado espiritual (sabe como é, do mesmo jeito como se fica amarrado na menina que vai à Missa, e nos guias fantásticos que chamamos de padres), e, assim, de forma quase banal e simples, continuei por um caminho pelo qual hoje eu digo: sou católico. Um entre muitos, sim, porém, mesmo assim, católico. Porém, quer você seja um doutor em teologia ou um analfabeto em escrituras (destes como existem milhões por aí), o que todo mundo sabe é que o Papa é o Papa. Odiado, amado, objeto de zombaria e de orações, o Papa é o Papa, e o Papa morre como Papa.

Por isto, quando acordei com a notícia, como outros milhões de seres humanos, nos perguntamos: por que? Por que renuncias, senhor Ratzinger? Ficou com medo? Foi consumido pela idade? Perdeu a fé? Ganhou a fé? E hoje, depois de 12 horas, acho que encontrei a resposta: o Senhor Ratzinger renunciou, porque é o que ele fez a sua vida inteira.

É simples assim.

O Papa renunciou a uma vida normal. Renunciou a ter uma esposa. Renunciou a ter filhos. Renunciou a ganhar um salário. Renunciou à mediocridade. Renunciou às horas de sono, em troca de horas de estudo. Renunciou a ser um padre a mais, porém também renunciou a ser um padre especial. Renunciou a encher sua cabeça de Mozart, para enchê-la de teologia. Renunciou a chorar nos braços de seus pais. Renunciou a estar aposentado aos 85 anos, desfrutando de seus netos na comodidade de sua casa e no calor de uma lareira. Renunciou a desfrutar de seu país. Renunciou à comodidade de dias livres. Renunciou à vaidade. Renunciou a se defender contra os que o atacavam. Pois bem, para mim a coisa é óbvia: o Papa é um sujeito apegado à renúncia.

E hoje ele volta a demonstrá-lo. Um Papa que renuncia a seu pontificado, quando sabe que a Igreja não está em suas mãos, mas na de algo ou alguém maior, parece-me um Papa sábio. Ninguém é maior que a Igreja. Nem o Papa, nem os seus sacerdotes, nem seus leigos, nem os casos de pederastia, nem os casos de misericórdia. Ninguém é maior do que ela. Porém, ser Papa a esta altura da história, é um ato de heroísmo (destes que se realizam diariamente em meu país e ninguém os nota). Eu me lembro sem dúvida da história do primeiro Papa. Um tal... Pedro. Como foi que morreu? Sim, numa cruz, crucificado como o seu mestre, só que de cabeça para baixo.

Nos dias de hoje, Ratzinger se despede da mesma maneira. Crucificado pelos meios de comunicação, crucificado pela opinião pública e crucificado por seus próprios irmãos católicos. Crucificado à sombra de alguém mais carismático. Crucificado na humildade, essa que custa tanto entender. É um mártir contemporâneo, destes a respeito dos quais inventam histórias, destes que são caluniados, destes que são acusados, e não respondem. E quando responde, a única coisa que fazem é pedir perdão. "Peço perdão por minhas faltas". Nem mais, nem menos. Que coragem, que ser humano especial. Mesmo que eu fosse um mórmon, ateu, homossexual ou abortista, o fato de eu ver um sujeito de quem se diz tanta coisa, de quem tanta gente faz chacota e, mesmo assim, responde desta forma... este tipo de pessoas já não existe em nosso mundo.

Vivo em um mundo onde é divertido zombar do Papa, porém é pecado mortal fazer piada de um homossexual (para depois certamente ser tachado de bruto, intolerante, fascista, direitista e nazista). Vivo num mundo onde a hipocrisia alimenta as almas de todos nós. Onde podemos julgar um sujeito que, com 85 anos, quer o melhor para a Instituição que representa. Nós, porém, vamos com tudo contra ele porque, "com que direito ele renuncia?" Claro, porque no mundo NINGUÉM renuncia a nada. Como se ninguém tivesse preguiça de ir à escola. Como se ninguém tivesse preguiça de trabalhar. Como se vivesse num mundo em que todos os senhores de 85 anos estivessem ativos e trabalhando (e ainda por cima sem ganhar dinheiro) e ajudando a multidões. Pois é.

Pois agora eu sei, senhor Ratzinger, que vivo em um mundo que irá achá-lo muito estranho. Num mundo que não leu seus livros, nem suas encíclicas, porém que daqui a 50 anos ainda irá recordar como, com um gesto simples de humildade, um homem foi Papa e, quando viu que havia algo melhor no horizonte, decidiu afastar-se por amor à Igreja. Morra então tranquilo, senhor Ratzinger. Sem homenagens pomposas, sem corpo exibido em São Pedro, sem milhares chorando e esperando que a luz de seu quarto seja apagada. Morra então como viveu, embora fosse Papa: humilde.

Bento XVI, muito obrigado por suas renúncias.
Quero somente pedir minhas mais humildes desculpas se alguém se sentiu ofendido ou insultado com meu artigo. Considero a cada uma (mórmons, homossexuais, ateus e abortistas) como um irmão meu, nem mais nem menos. Sorriam, que vale a pena ser feliz.

Fonte

Educar pela Conquista e pela Fé

É forte em algumas crianças o desejo de se mostrar, aparecer, e isto às vezes é estimulado pelos pais, mas não é bom. Na criança, é inato o desejo de se destacar e se sentir melhor do que os irmãos e os amigos. É o orgulho e a presunção presentes em cada ser humano desde o pecado original.


Muitos querem ser “o bom” entre os demais. É comum ver os filhos “contarem vantagens” para os amigos, sobre o carro do pai, o passeio “fantástico” das férias, a roupa última da moda que a mãe lhe comprou, etc… Este é um defeito que os pais precisam coibir para que os filhos não cultivem o orgulho.

Ao invés disso, é dever dos pais ensinar-lhes a serem humildes, discretos, não desprezar os outros e não se acharem melhores do que os amigos.

Os adolescentes até criaram uma gíria para falar dos colegas que se comportam assim: “ele se acha!” o bom. Dá para ver que são criticados pelos demais, isto não é bom. Há pais que têm o mau hábito de exibir os filhos, como se fossem as melhores crianças do mundo. É claro que os pais têm satisfação de mostrar os seus filhos, mas isto deve ser feito com discrição. Isto acontece no lar, na rua, na casa dos outros principalmente, e até na igreja durante a celebração da Missa.

Tem mãe que parece levar a criança na Igreja mais para exibi-la do que para ensiná-la a rezar, ou porque não tem com quem a deixar em casa. Ora, deixemos de ser exibicionistas. Aquela criança passeando no meio da Igreja está tirando a atenção de quem está participando da Missa, a maior celebração da nossa fé. Além do mais, atrapalha o celebrante.

É preciso se conscientizar que os nossos filhos não são objetos de decoração, exibição e nem vitrines do nosso eu que deseja às vezes aparecer através deles. Os pais devem cultivar nos filhos as atitudes de sobriedade, discrição, respeito, acolhimento, etc; e não, como tanto se vê, atitudes de exibicionismo. Isto não faz bem à criança.


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A Palavra de Deus: Bíblia + Tradição + Magistério




Desde o princípio, Deus fala com sua Igreja através da Bíblia e da Sagrada Tradição. Para garantir que sejam compreendidas por nós, Deus guia a autoridade de ensino da Igreja - o Magistério - para que esta possa interpretar perfeitamente a Bíblia e a Sagrada Tradição. Eis a dádivá da infalibilidade!
Esses três elementos - a Bíblia, a Sagrada Tradição e o Magistério - são todos necessários para que haja a estabilidade da Igreja e para garantir a segurança da doutrina.

  1. A Sagrada Tradição (Catec.Igr.Cat. 75-83)
    A Sagrada Tradição não deve ser confundida com a simples tradição humana, geralmente chamada de costume ou disciplina. Algumas vezes Jesus condenou os costumes ou disciplinas, mas somente quando estes contradiziam os Mandamentos de Deus (cf. Mc 7,8). Jesus nunca condenou a Sagrada Tradição e nem todas as tradições humanas.
    A Sagrada Tradição e a Bíblia não são diferentes, nem são revelações concorrentes. Na verdade, são dois modos de como a Igreja segue o Evangelho. Os ensinamentos apostólicos como a Santíssima Trindade, o batismo das crianças, a infalibilidade da Bíblia, o purgatório e a virgindade perpétua de Maria têm sido, de forma muito clara, demonstrada pela Sagrada Tradição, ainda que estejam implicitamente presentes (e não em contradição) na Bíblia. A própria Bíblia nos remete à Tradição, tanto na forma oral quanto escrita (cf. 2Ts 2,15; 1Cor 11,2).
    Como dissemos, a Sagrada Tradição não deve ser confundida com os costumes e as disciplinas, como o rosário, o celibato sacerdotal e a proibição de comer carne nas sextas-feiras da Quaresma; tais costumes são bons e úteis, mas não doutrinas. A Sagrada Tradição preserva as doutrinas pregadas por Jesus primeiro aos seus Apóstolos e, mais tarde, repassadas aos sucessores dos Apóstolos, isto é, aos bispos.

  2. As Sagradas Escrituras (Catec.Igr.Cat. 101-141)
    As Sagradas Escrituras, que englobam o Antigo e o Novo Testamento, foram inspiradas por Deus (2Tm 3,16). Foi o Espírito Santo que guiou os autores bíblicos a escreverem aquilo que Ele desejava revelar. Já que Deus é o principal autor da Bíblia e Deus é Verdade (cf. Jo 14,6), não pode Ele ensinar algo errado e, assim, a Bíblia está isenta de qualquer erro, em tudo que ela defende como Verdade.
    Alguns cristão dizem: "A Bíblia é tudo do que preciso", contudo, tal afirmativa não se encontra na própria Bíblia. Na verdade, a Bíblia ensina justamente o contrário, como lemos em 2Pd 1,20-21 e 2Pd 3,15-16). Além disso, a teoria de que "somente a Bíblia basta" nunca foi professada pela Igreja primitiva.
    Trata-se, assim, de um conceito novo, surgido durante a Reforma Protestante do séc. XVI. Tal teoria é "tradição dos homens" que anula a Palavra de Deus, distorcendo a verdadeira regra bíblica e excluindo a autoridade da Igreja estabelecida por Jesus (cf. Mc 7,1-8).
    Ainda que seja popular em muitas igrejas cristãs, a teoria de que "somente a Bíblia basta" simplesmente não funciona na prática. A experiência histórica desaprova essa idéia pois a cada ano vemos surgir mais e mais religiões, cada qual com uma interpretação bíblica diferente.
    Existem hoje dezenas de milhares de denominações, cada qual afirmando que sua interpretação particular da Bíblia é a correta. As divisões que geram causam confusões indescritíveis entre milhões de cristãos sinceros, mas desorientados.
    [Para se ter uma idéia,] basta abrir as páginas amarelas da lista telefônica para verificarmos quantas denominações diferentes estão catalogadas, cada uma dizendo que "somente a Bíblia basta", mas nenhuma concordando exatamente com a interpretação bíblica de todas as demais.
    Porém, podemos ter a certeza de uma coisa: o Espírito Santo não pode ser o autor de toda essa confusão (cf. 1Cor 14,33). Deus não pode conduzir as pessoas através de crenças contraditórias já que a Verdade é uma só. Que conclusão podemos então tirar? De que a teoria que diz que "somente a Bíblia basta" [para o cristão] é falsa.

  3. O Magistério (Catec.Igr.Cat. 85-87; 888-892)
    Juntos, o papa e os bispos compõem a autoridade de ensino da Igreja, que é chamada de "Magistério" (do latim Magisterium que significa Mestre). O Magistério, guiado e protegido contra o erro pelo Espírito Santo, nos dá a certeza da doutrina. A Igreja defenda e proclama a mensagem da Bíblia fiel e precisamente. Trata-se de uma tarefa da Igreja, autorizada por Deus.
    Devemos ter em mente que a Igreja nasceu antes da redação do Novo Testamento; e não o inverso! Os membros da Igreja, inspirados por Deus, escreveram os livros que formam o Novo Testamento da mesma maneira como os escritores do Antigo Testamento também eram divinamente inspirados; e é a Igreja que é guiada pelo Espírito Santo para guardar e interpretar toda a Bíblia, tanto o Novo quanto o Antigo Testamento.
    Assim, torna-se absolutamente necessário um intérprete oficial quando precisamos compreender a Bíblia apropriadamente (ora, todos nós sabemos o que diz a Constituição Federal, porém, cabe ao Supremo Tribunal Federal interpretá-la realmente).
    O Magistério é infalível quando ensina oficialmente já que Jesus prometeu enviar o Espírito Santo para guiar os Apóstolos e seus sucessores no conhecimento de toda a Verdade (cf. Jo 16,12-13).


Fonte: Livro "Pillar of Fire, Pillar of Truth" (2ª ed.). Traduzido para o Veritatis Splendor por Carlos Martins Nabeto.

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Eficiência e utilidade

O resultado de apurado exame sobre os últimos 45 anos mostra que o Brasil deixou de ser um país agrário e atrasado e se tornou uma nação emergente. Esses avanços situam o Brasil na condição de moderno, ou “quase moderno”. Obviamente, o resultado deste exame é fruto da consideração prioritária da evolução da técnica. De fato, quando se trata de avaliar o desenvolvimento, geralmente considera-se principalmente o progresso tecnológico, reconhecidamente importante. É oportuno recordar o que diz o Papa Bento XVI sobre a técnica, na sua Carta Encíclica sobre o desenvolvimento na caridade e na verdade, no capítulo VI. O Papa sublinha que a técnica é um dado profundamente humano, ligado à autonomia e a liberdade do homem. O Papa se recorda de um princípio importante, na técnica exprime-se e confirma-se o domínio do espírito sobre a matéria. A valorização e importância da técnica se situam na compreensão lúcida do quanto ela é necessária para melhorar as condições de vida, poupar fadigas e reduzir riscos. O Papa Bento XVI, na Carta Encíclica, lembra que na técnica, considerada como obra do gênio pessoal, o homem reconhece-se a si mesmo e realiza a própria humanidade.

A técnica é, portanto, o aspecto objetivo do agir humano, cuja origem e razão de ser estão no elemento subjetivo, o homem que atua. É manifestação do próprio homem e de suas aspirações ao desenvolvimento. Aqui se situa um ponto fundamental na consideração da eficiência e da utilidade a partir dos avanços técnicos na contabilização do desenvolvimento e do progresso. O que se quer acentuar é a importância fundamental e o lugar imprescindível de cada pessoa nas engrenagens do desenvolvimento. Por isso, há de ser um desenvolvimento humano integral. Não basta um progresso técnico em si, para usufruto talvez de alguns. O avanço tem que ser benéfico para todos.
Observando o progresso tecnológico no mundo e no Brasil, causa impacto olhar para as últimas duas décadas. Nem é preciso rever a história dos últimos 45 anos, detalhados em pesquisa que acaba de ser divulgada, para constatar a intensidade de mudanças, os cenários de possibilidades e os desafios novos que estão postos. O bem que nasce a partir da técnica certamente porta consigo a geração de comprometimentos que precisam estar na pauta do dia para que não tornem perdas os muitos ganhos, com incidências drásticas na qualidade humana e espiritual da vida.
Ao retomar o exame que traz a auspiciosa notícia de que o Brasil é moderno, ou “quase moderno”, é preciso fazer presente o entendimento de que é necessário o desenvolvimento humano integral, com a participação mais ativa de todos, para continuar essa trajetória rumo ao progresso. O verdadeiro desenvolvimento não consiste simplesmente no fazer. Se o fosse, nosso horizonte seria meramente tecnocrático. Não conseguiríamos encontrar sentido e razões para além da materialidade. O Papa Bento XVI, na referida Carta Encíclica, lembra que o agir será sempre humano, expressão de uma liberdade responsável. Não se pode prescindir do compromisso moral no uso da técnica. A construção de um mundo de justiça e paz encontra nas tecnologias uma força facilitadora. Mas é importante ter sempre a convicção que as pessoas são o agente e o destinatário da paz e da justiça.
Esta compreensão evita que se despreze, no processo de desenvolvimento, a ação humana comprometida com o bem comum. É, assim, indispensável a qualificação de cada um, no campo profissional e ético. Neste sentido, é preciso considerar como determinante o envolvimento e o engajamento de todos nos processos que permitem uma nação avançar, sempre. Trata-se de fazer crescer uma consciência sobre a necessária humanização do trabalho e do gosto em se trabalhar, sem preguiças.  Assim é possível alcançar um desenvolvimento integral sustentável. Humanismo e muito trabalho farão do Brasil um país moderno.
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte


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Intercessão dos santos parte 3 Os mortos não estão dormindo.

Intercessão dos santos parte 3 Os mortos não estão dormindo.: Para concluir a terceira parte do estudo sobre a intercessão dos santos posto um artigo do site do bispo Dom Henrique Soares que pode ser acessado no site dele clicando aqui


Gostaria de saber se, quando morremos, ficamos dormindo até o Dia do julgamento. (Luiza Melo) 
            Primeiramente recomendo que você leia os textos “Escatologia – Sobre o fim do mundo”. Lá está tudo explicado detalhadamente. Em todo caso, aqui vai uma resposta resumida. 
No Antigo Testamento, antes da vinda do Cristo, pensava-se que quem morria ficava no sheol (mansão dos mortos), à espera da Vinda do Senhor, quando se dariam a Ressurreição dos mortos e o Juízo Final. Até lá, osheol era igual para todo mundo, bons e maus: era o reino da morte para todos! Os mortos ficavam numa situação de espera até à consumação final. Aos poucos, porém, foi nascendo a idéia de que, mesmo no sheol, havia diferença entre os bons e os maus; basta pensar na parábola do rico epulão e do pobre Lázaro: os dois estão no sheol (no seio de Abraão), mas um está feliz enquanto o outro pena (cf. Lc 16,19-26). Em resumo: segundo os textos mais antigos do Antigo Testamento, os mortos ficavam “dormindo” no sheol até a ressurreição final, quando o Messias viesse; nos textos mais recentes, os judeus já não pensavam que os mortos ficavam dormindo, mas num estado de espera, bom para os justos e tormentoso para os maus, até que o Messias viesse para o julgamento definitivo.
No Novo Testamento, com a chegada do Messias, tudo muda! Com Cristo, que é o Messias esperado, os mortos não mais ficarão esperando, pois chegaram os últimos tempos! Recordemos aquela passagem de Lucas 23,42s, do bom ladrão: “E falou: ‘Jesus, lembra-te de mim quando vieres como Rei’. E Jesus lhe respondeu: ‘Eu te asseguro: ainda hoje estarás comigo no paraíso’”. O ladrão, como os judeus da época de Jesus, esperava a Ressurreição no final dos tempos, quando o Senhor viria em glória: “Lembra-te de mim, quando vieres com teu Reino!” Mas, o Reino já chegou, com a Ressurreição de Jesus chegaram os tempos finais. Por isso mesmo, Jesus responde: “Hoje mesmo estarás comigo!” Agora que ele chegou, que venceu a morte, não há mais o que ficar esperando: com Cristo, os mortos não têm mais o que esperar: já chegou o dia do julgamento! O futuro esperado torna-se hoje, torna-se presente em Cristo: a salvação definitiva não é uma realidade meramente futura, mas surte efeitos imediatos para quem parte desta vida na comunhão com Cristo; o paraíso, estado final da bem-aventurança, é estar com Cristo, “já”, “agora”!. A morte de Cristo abre as portas do paraíso, de modo que a morte do cristão é entrada na Vida eterna. Por isso mesmo São Paulo afirma preferir ausentar-se desta vida terrena para ir estar com Cristo: “Estamos, repito, cheios de confiança, preferindo ausentar-nos do corpo para morar junto do Senhor” (2Cor 5,8). Aqui aparece claramente que o término da existência terrena leva imediatamente a habitar junto do Senhor. Não tem essa de ficar dormindo: morrer é ir estar imediatamente com o Senhor... por isso Paulo prefere morrer logo! Os que morrem antes da Vinda de Cristo na glória vivem já com o Senhor. O Apóstolo acrescenta, em outra carta: “Para mim viver é Cristo e a morte, lucro. Entretanto, se o viver na carne ainda me permitir um trabalho frutuoso, não sei o que escolher. Estou como que na alternativa. Pois de um lado desejo partir para estar com Cristo, o que é muito melhor” (Fl 1,21ss). Note-se que aqui o importante é que “ o viver é Cristo”: a morte não é um lucro em si mesmo, mas somente se for um partir para estar logo com Cristo. Uma morte que fosse separação de Cristo ou que interrompesse a comunhão com ele, não seria “lucro” para Paulo. A morte somente é desejável porque permite a entrada nessa comunhão com Cristo, que constitui o objetivo último da esperança cristã. Em mais sete textos paulinos a expressão “com Cristo” aparece com este significado. Por exemplo: “Se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, cremos também que Deus levará com Jesus os que nele morrerem. Depois nós, os vivos, que estamos ainda na terra, seremos arrebatados juntamente com eles para as nuvens, ao encontro do Senhor nos ares. Assim estaremos sempre com o Senhor” (1Ts 4,14.17); “Pois Deus não nos destina à ira mas à salvação por Nosso Senhor Jesus Cristo, que morreu por nós a fim de que, vivos ou mortos, fiquemos unidos a ele” (1Ts 5,10). Outros textos são 2Cor 4,14; 13,4; Rm 6,8; 8,32. Estar com o Senhor exprime a firme certeza da comunhão com Cristo logo após a morte! Se o estar com Cristo fosse possível somente na Parusia (= Vinda de Cristo), o melhor para Paulo não seria partir! Partir para ficar dormindo?! Partir somente é bom porque é para estar com Cristo!
            Resumindo: aparece claríssimo no Novo Testamento que logo após a morte “partimos para estar com Cristo”. Então, erram aqueles que afirmam que, após a morte, ficamos dormindo até à Ressurreição final! Afirmar que, após a morte ficamos dormindo, é esquecer que Cristo ressuscitou, que com ele, ressuscitamos para a Vida! Erram também gravemente os espíritas, que pensam que, após a morte, ficamos à toa, zanzando num além, até reencarnarmos novamente! Isso seria desconhecer que nem a morte, nem a vida, nem criatura alguma nos poderá separar do amor de Cristo (cf. Rm 8,39).
            Para terminar, cito um importante texto do magistério da Igreja, a Constituição Benedictus Deus, do Papa Bento XII, no século XIV, que ensinou claramente e de modo infalível: “Nós, com a força da autoridade apostólica, definimos que, segundo a geral disposição de Deus, as almas de todos os santos que deixaram este mundo antes da paixão de nosso Senhor Jesus Cristo, e aquelas dos santos apóstolos, dos mártires, dos confessores, das virgens e dos outros fiéis que morreram após receber o santo Batismo de Cristo, e nos quais não há mais nada para purificar quando morreram, e não haverá também no futuro, quando morrerem, ou caso tenham algo para purificar, uma vez purificado, já que foram purificados após a sua morte (...) imediatamente após a morte e a purificação - se disto tinham necessidade -, mesmo antes de reassumirem os seus corpos e do juízo universal, após a Ascensão do nosso Senhor Jesus Cristo ao céu, estavam, estão e estarão no céu, no reino dos céus e no celeste paraíso, com Cristo...”

            A doutrina da Igreja é clara: aqueles que já estão purificados de seus pecados, imediatamente após a morte, mesmo antes do juízo final, estarão no paraíso, que é estar com Cristo. E isto por quê? Porque Jesus já ressuscitou e já subiu ao céu. Na sua Ascensão, já nos abriu o coração do Pai! Repito: quem nega que logo após a morte vamos estar com Cristo, está desconhecendo que Cristo ressuscitou, está ainda no Antigo Testamento!
            E o juízo final? Na Vinda do Senhor nossos corpos ressuscitarão e tudo quanto fizemos de bom ou de mal, nossos atos e omissões aparecerão, com suas conseqüências para toda a humanidade! Para aprofundar isso, leia os artigos sobre Escatologia, no link “Cursos”.
            Espero ter respondido satisfatoriamente...

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Mesa de jantar: para além da decoração, um lugar para o verdadeiro diálogo familiar

A foto ao lado retrata o exato momento em que uma família está jantando.

Isso mesmo. Segundo informações da Revista Pais e Filhos, no Brasil, 30% a 40% das famílias já não jantam juntas de cinco a sete vezes por semana. São tantos os atrativos fora da mesa – computador, televisão, videogame... – que a família comendo reunida já é cena rara.

Em boa parte dos lares, as crianças maiorzinhas e os pais se alimentam quando e onde querem e alguém se encarrega de dar comida para os menores.

Mais do que fazer mal à saúde física, este comportamento afeta o vínculo familiar. Afinal, o ritual de se reunir à mesa na hora das refeições é uma oportunidade única para que troquem experiências e solidifiquem a identidade entre pais e filhos. Um estudo feito pela Universidade de Harvard pretendia detectar qual era a melhor atividade para promover o desenvolvimento da linguagem. Ganharam as refeições em família, que, segundo a pesquisa, são mais importantes que brincar ou contar histórias antes de dormir.

Julgamento Universal )Maria falando ao coração das donzelas, pelo Abade A. Bayle, 1917)


I- O mundo, ó Minha filha, envelhece assim como tu, ainda que mais lentamente. As iniquidades que nele se cometem em tão grande número, deverão ser expiadas como no tempo de Noé. Se então um dilúvio universal lavou tantas impurezas, no dia do Senhor virá um dilúvio de fogo que consumirá este mundo abominável. Se depois da morte, Deus manifesta a cada um a Sua justiça punindo os seus crimes, nesse último dia convencerá o mundo de perfídia, justificará a Sua providência em presença de todos os homens, e mostrará a justiça do Seu poder. As guerras encarniçadas, as revoltas dos povos, a santa religião desprezada, o santuário onde Deus reside profanado por abomináveis ídolos, as blasfêmias e os sacrilégios dos ímpios, serão o princípio das dores.



O sol eclipsar-se-á, a lua escurecerá, as colunas do firmamento cambalearão, os astros do céu estremecerão, e o horrível ronco do mar fará estremecer de espanto todas as nações. A cólera de Deus, provocada por tantos excessos, dará o sinal do último castigo. O fogo, seu fiel ministro, arremessando-se dos vulcões subterrâneos, consumirá o mundo. Sem fugida possível, os homens, as mulheres, refugiados nas cavernas profundas, serão cercados de fogo e queimados. Casas de campo, jardins, palácio, habitações reais, cidades, campos, províncias, tudo, tudo será reduzido a pó, não restará delas senão uma pouca de cinza, sinal de aniquilação e desolamento. Um silêncio lúgubre cobrirá a face da terra, onde não mais se fará ouvir nem assobio do ar, nem o gorjeio das aves, nem o som dos instrumentos. Não mais espetáculos, danças, e festas; por toda a parte a morte, a ruína e o horror. Vê, ó Minha filha, vê aquilo que idolatras, vê por causa de que te perdes: um mundo que acaba, e para o qual tu não foste feita; por um mundo que não pode te dar mais que uma passageira e aparente felicidade, que te conduzirá em seguida a uma verdadeira e eterna condenação.

II. O clangôr da angélica trombeta romperá esse silêncio, fazendo nele ressoar repentinamente este mando aos quatro ventos do céu: - Mortos, levantai-vos e vinde ao julgamento. – Então, ó Minha filha, que movimentos agitarão tantos milhões de cadáveres, reduzidos a cinza? O pó consolidar-se-á em ossadas que se juntarão umas às outras, se cobrirão de veias, artérias e nervos, e se revestirão de carne. O espírito do Senhor soprará sobre esses cadáveres, todos se levantarão, e cada um receberá a sua alma e será vivificado. Todos os ressuscitados deverão dirigir-se para o grande vale que será nesse dia o esplêndido teatro da justiça divina. Os anjos descerão para separar os bons dos maus, o trigo escolhido do joio, para depôr aquele nos deliciosos celeiros do céu e lançar este nas chamas eternas. E tu também ressuscitarás nesse dia, mas qual será a tua ressurreição? Será gloriosa com dos justos, ou vergonhosa como a dos réprobos? Serás colocada à direita com os eleitos, ou à esquerda com os réprobos? Desgraçada de ti, ó Minha filha, se devesses tornar inúteis todos os cuidados que tenho tido por ti para teu bem, se devesses condenar-te! Não mais poderias voltar-te para mim para implorar o meu socorro; eu desviar-me-ia para não ver em ti um monstro execrando; tu mesma Me verias armada para te precipitar nos abismos. Oh! Minha querida filha macera agora o teu corpo, reprime os seus instintos desregrados, que lhe fazes serviço. Acautela-te, por tua obstinação em favorecer o teu corpo, de obrigar Deus a fazer ir para o inferno o teu corpo e a tua alma, depois de ter feito tanto para te tornares digna do céu.

III.Quando todas as nações estiverem juntas no grande vale, o supremo e inexorável juiz há de apresentar-Se. A cruz, levada em triunfo pelos anjos, há de precedê-lO: Ah! Que horror, Minha filha, que espanto para os malditos! Com que soluços, com que gemidos, com que lamentações eles farão então ressoar todo o vale! Venturoso quem durante a vida tiver levado a cruz com paciência e resignação; sobre ele resplandecerão raios de graça e de misericórdia. Mas desgraçado daquele que a tiver arrastado com impaciência e desprezo. À vista do juiz supremo dos vivos e dos mortos, todos cairão de face contra a terra, uns pelo respeito por tanta majestade, outros acabrunhados de terror. Que farão então esses libertinos, que na sua cegueira, vivem hoje entregues a todos os vícios? A sua audácia poderá desafiar a cólera e a indignação de seu juiz e eximirem se à sua terrível sentença? Ele mostrará no grande dia todos os crimes dos réprobos, tudo o que tem feito para a sua salvação, tudo o que a sua maldade tem tornado inútil, toda a grandeza das Suas misericórdias de que eles têm abusado. Mostrará de uma maneira brilhante a sua justiça e a sua providência. Exaltará as virtudes praticadas pelos justos. Voltará para eles o rosto radiante, e convidando-os à recompensa e à glória, lhes dirá: Vinde, ó bem aventurados, vinde possuir o reino celeste que vos foi preparado desde o princípio do mundo. E os eleitos alegres, se arremessarão para o céu cantando hinos de louvor ao Deus remunerador. Voltando-Se em seguida para os réprobos, com o rosto irritado, lhes dirá: Retirai-vos, malditos, vós não quisestes a Minha bênção, caia, portanto sobre vós a maldição. Tendes desprezado as minhas misericórdias, sereis o eterno objeto das minhas vinganças; ide, malditos, para o fogo eterno. Ao estrondo de um horrível trovão, precipitar-se-ão perdidamente na mansão das lágrimas e dores. Se tu te precipitasses aí com eles, ó Minha filha, qual não seria tua desgraça! Eu mesma, então tinha de te amaldiçoar. Inutilmente estenderias os braços para Mim implorando o Meu socorro. Ah! Exclamarias tu, não gozarei então mais da Vossa proteção! Não, deveria Eu responder-te, não, indigna, nunca mais. – Não vos lançarei mais sobre mim os Vossos olhares compassivos? - Não, nunca mais. Não me será concedido ver o Vosso rosto? – Não, nunca mais. Imagina se pode, qual seria o teu horror, o teu espanto e desespero! Um quadro do julgamento derradeiro, ó Minha filha, bastou em outro tempo para converter um rei idólatra; não te será suficiente para mudar de vida, ter ouvido a descrição da boca de uma Mãe que te ama tão ternamente?

Afetos: De que terror a Minha alma está penetrada pela meditação do julgamento universal que Vós pusestes sob meus olhos, ó Mãe dulcíssima! Horríveis serão os sinais que o procederão, horrorosa seria para as almas criminosas a obrigação de retomar um corpo manchado de pecados, para serem atormentadas nele durante toda eternidade. Terrível será a sua separação dos justos, medonho será o seu comparecimento diante do juiz onipotente e irritado. Quem poderá suportar as suas justas e amargas queixas? Quem poderá não tremer quando ressoar a irrevogável sentença da condenação? O desfalecimento? Ó desespero! Mas quanto eu estou aterrada em pensar que deveria achar em Vós mesma uma inimiga, que deveria ser separada de Vós eternamente. Oh! Malditos sejam os meus desvarios! Malditas as pompas e vaidades! Malditos os amores e os prazeres culpáveis! Malditos seja tudo que puser obstáculo à minha eterna salvação! Ó Maria, ó Minha boa Mãe; eu não quero ser separada de Vós. Que eu seja humilhada, desprezada, escarnecida sobre a terra, que chegue a ser o objeto da perversidade do mundo e do interno, contanto que seja unida a Vós. Em vossos braços quero viver e morrer para neles me encontrar no dia terrível do julgamento, e não mais separar de Vós nem do meu Deus durante toda a eternidade.



Nota do blogue original: Muito obrigada, minhas irmãs, por me ajudarem com essa transcrição. Deus lhes pague.

Indigna escrava do Crucificado e da SS. Virgem,
Letícia de Paula


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IX - Julgamento Universal

Deusa pagã é cultuada em Igreja Luterana americana



Ísis, deusa egípcia pagã


Uma igreja luterana da Califórnia está sendo duramente criticada depois de organizar uma conferência que irá apresentar “meditações dirigidas”, uma prática associada à Nova Era. O maior problema para os cristãos é saber que isso será dirigido por uma “sacerdotisa” da deusa da fertilidade egípcia Ísis.

Conferência Anual de Fé e Feminismo será realizada pela 5a vez entre os dias 11 e 13 de novembro. A responsável pelo evento, Igreja Luterana Ebenézer, da cidade de São Francisco, carrega um curioso apelido: herchurch (igreja dela). O motivo é que ela expressa a identidade feminina de deus, a deusa-mãe.

Igreja Luterana Ebenézer, a "Her church"


Loreon Vigne, auto-intitulada alta-sacerdotisa do Oásis de Isis, um templo pagão fundado por ela 1978 na cidade de Geyserville, Califórnia, em entrevista recente, explica sua fé assim: “Para mim, Isis é a Mãe Natureza, que  abrange tudo com suas asas. É uma deusa alada, que abrange todos os outros deuses, de todas as culturas do mundo”.

Falando sobre sua participação num evento realizado em uma igreja cristã, ela ressalta: “A meditação dirigida é aquele momento em que todos os participantes fecham os olhos e você os conduz em uma jornada espiritual. Já levei pessoas a rever suas vidas passadas no Egito, cultura que dominava todos os segredos. Seu principal conceito era conheça a si mesmo, seu coração, sua alma e seu propósito divino”. Ela defende um sistema de crenças baseado no conceito egípcio de equilíbrio, formado por 42 leis ou 42 ideais. “É como se fossem os 10 Mandamentos, mas com um conceito mais positivo. “Não matarás”, por exemplo, é substituído por “Considere todas as vidas como sagradas”.

Loreon Vigne, sacerdotisa pagã


Vigne planeja levar outras sacerdotisas à conferência para ajudá-la a fazer as invocações, cânticos e meditações. Segundo o site do Oásis de Ísis, além de louvar a antiga deusa pagã, a equipe também faz massagens terapêuticas, leituras de tarô e astrologia. Vigne explica que hoje há milhares de seguidores de Isis em todo o mundo. “Acredito que as pessoas se cansem dessas igrejas normais, que estabelecem um tipo de religião organizada. Eu sempre brinco que a minha religião é desorganizada”.

Contudo, o evento da igreja luterana não agradou a muitos membros da denominação. O Pr. Dan Skogen, de Marion, Iowa, é um dos mais indignados com essa invocação de divindades pagãs em um templo cristão. “Não se pode inventar esse tipo de coisa!”, protestou ele, que se descreve como um luterano cansado de ver a “constante zombaria contra a Palavra de Deus”por parte da Igreja Evangélica Luterana da América (ELCA), que hoje reúne perto de 4,2 milhões de membros, em 10 mil igrejas.


Skogen não aceita o fato de que a liderança da ELCA “aceita e promove a falsa ideia de que a salvação é assegurada a essas pessoas que não têm fé em Cristo. É aceitável que eles tragam adoradores de Isis para uma conferência. É um grande afastamento do ensinamento da igreja cristã. Deus deixou claro em Êxodo 20:3: ‘Não terás outros deuses diante de mim’. Mesmo assim, essa igreja traz seguidores de outros deuses para falar e ensinar do púlpito!”

Outra palestrante do evento é Megan Rohrerprimeira pastora luterana assumidamente transgênero“Acredito que o mundo está muito mais interessado na conexão entre as religiões do que na exclusividade”, afirma Rohrer. “Não é algo assim tão incomum. O cristianismo foi fundado durante um período que viu o nascimento de muitas coisas”.

Megan Rohrer,
a "pastora transgênero" luterana


Embora admita que seja normal a preocupação de alguns com essa mistura de paganismo e cristianismo, ela afirma: “Os cristãos que reclamam disso provavelmente não sabem o que é o paganismo. Qualquer coisa que seja diferente do que sua igreja ensine é contra os caminhos de Deus. Isso é algo muito limitado”, acrescenta.

Não é a primeira vez que essa igreja luterana de São Francisco é criticada por divulgar  ensinamentos que contrariam a teologia cristã. No site da igreja é possível ler: “Somos uma comunidade diversificada, alicerçada na tradição cristã, com o propósito de recriar a imagem do divino como mulher. Nossas orações e nossa liturgia feminista remontam à tradição de invocar nomes como Mãe, Shaddai, Sophia, Ventre, Geradora, Aquela Que É. Isso só é possível por nossa uma visão renovada da natureza do Evangelho, guiados pela elevada sabedoria de Jesus”.

A pastora Rohrer afirma que sua igreja está “criando uma economia caridosa para um mundo onde a identidade de todos possa ser sustentada em sua integridade, oferecendo espaços de atuação para todos os seres humanos”.

Fonte: Gospel Prime

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(título desconhecido)

Papa Bento XVI diz que notícias ruins deixam as boas na sombra.

Papa Bento XVI diz que notícias ruins deixam as boas na sombra.:

CIDADE DO VATICANO, 31 Dez (Reuters) - Notícias ruins têm maior repercussão do que as boas, mas um mundo de amor e solidariedade se revelará oculto nas sombras, afirmou o papa Bento 16 nesta segunda-feira durante a tradicional missa de fim de ano.



O papa de 85 anos, na oitava véspera de Ano Novo após chegar ao pontificado, celebrou um Te Deum de ação de graças na Basílica de São Pedro e instou os fiéis a se afastarem da negatividade da mídia.



"O mal faz mais barulho do que o bem: um assassinato hediondo, a violência generalizada, injustiças graves ganham manchete; por outro lado, atos de amor e solidariedade geralmente ficam na sombra", disse a milhares de pessoas que assistiam à missa.



"Não podemos nos limitar às notícias se quiseros entender o mundo e a vida; temos que ser capazes de ficar em silêncio, em meditação, em calma e em reflexão prolongada; temos que aprender a parar e a pensar", acrescentou.



No último ano, o papa visitou Cuba, México e Líbano, mas o julgamento de seu antigo mordomo, condenado por vazar documentos delicados que acusavam a Santa Sé de corrupção, ganhou destaque nas primeiras páginas dos jornais.



O líder dos 1,2 bilhão de católicos do mundo também pediu às pessoas na véspera de Natal que evitasse o ritmo rápido de vida e tentassem encontrar um espaço para Deus.



Bento 16 deve fazer seu tradicional discurso de Ano Novo em 1o de janeiro, o dia que a Igreja Católica chama anualmente de Dia Mundial da Paz.

Jesus Menino toma sobre Si todos os pecados dos homens.


Iustificabit ipse iustus servus meus multos, et iniquitates eorum ipse portabit – “O meu servo justo justificará muitos, e tomará sobre Si as iniqüidades deles” ( Is. 53, 11 ).

Sumário. Jesus Cristo quis não somente tomar a aparência de pecador, senão ainda tomar sobre Si todos os pecados dos homens e satisfazer por eles, como se fossem os seus próprios. Desde criança viu em particular todos os pecados de cada um de nós, e aquela vista cruciou-Lhe a alma muito mais do que em seguida a crucifixão e a morte cruciaram-Lhe o corpo. Eis aí a bela maneira com que recompensamos o amor de nosso divino Salvador.

I. Considera que o Verbo divino, fazendo-Se homem, não somente quis tomar a aparência de pecador, mas ainda tomar sobre Si todos os pecados dos homens e satisfazer por eles, como se fossem os seus próprios: Iniquitates eorum ipse portabit – “Tomará sobre Si as iniqüidades deles”. Acrescenta Cornélio a Lápide: ac si ipse ea perpetrasset – “Como se Ele mesmo as tivesse cometido”. Consideremos aqui como o Coração de Jesus Menino, já então carregado de todos os pecados do mundo, devia sentir-Se oprimido e angustiado, vendo que a justiça divina exigia d’Ele plena satisfação. Ele conhecia bem a malícia de cada pecado, porquanto na luz da Divindade que sempre O acompanhava, conhecia, imensamente melhor do que todos os homens e todos os Anjos, a bondade infinita de seu Pai, e o seu infinito direito a ser respeitado e amado. E via diante de Si, como que em longas fileiras, uma multidão inumerável de pecados a serem cometidos por aqueles mesmos homens pelos quais deveria padecer e morrer.

Uma vez o Senhor deixou ver a Santa Catarina de Gênova a fealdade de um só pecado venial. Foi tão grande o espanto e a dor da Santa, que caiu sem sentidos em terra. Ora, qual não deve ter sido a aflição de Jesus Menino, quando, no mesmo instante em que baixou à terra, viu posta diante de si a multidão imensa de todos os delitos humanos, pelos quais deveria satisfazer! Então viu em particular todos os pecados de cada um de nós. Diz o Cardeal Hugo, que os algozes O fizeram padecer exteriormente, crucificando-O; mas nós interiormente, cometendo o pecadofecerunt eum dolere extrinsecus, crucifigendo; sed nos peccando, intrinsecus. Quer dizer que cada pecado nosso afligiu mais a alma de Jesus Cristo, do que a crucifixão e a morte Lhe afligiram o corpo. Eis aí a bela maneira com que cada um que tem lembrança de haver ofendido o Salvador com pecados mortais, Lhe recompensou o divino amor.

II. Meu amado Jesus, já que Vos tenho ofendido, sou indigno de receber graças; mas pelos merecimentos das dores que padecestes e oferecestes a Deus, ao ver todos os meus pecados, e em satisfazer por eles à divina justiça, concedei-me um raio da luz na qual Vós então lhes conhecestes a malícia, e uma parte da abominação com que Vós então os detestastes. Será, pois, verdade, ó meu amável Salvador, que eu, desde que nascestes e em cada momento da vossa vida, tenha sido o algoz de vosso Coração, e algoz mais cruel do que aqueles que Vos crucificaram? E essa dor tê-la-ei renovado e aumentado todas as vezes que tornei a ofender-Vos? – Ó Senhor, Vós já morrestes para me salvar; porém, para minha salvação não basta a vossa morte, se de minha parte não deteste, mais do que qualquer outro mal, as ofensas que Vos tenho feito, e não me arrependa delas com sincera dor. Vós mesmos deveis dar-me essa dor, e Vós a concedeis a quem a pede. Pelos merecimentos de todas as penas que padecestes na terra, eu Vos peço: dai-me dor de meus pecados, mas uma dor que seja proporcionada à minha maldade. Ajudai-me, ó Senhor, a fazer o ato de contrição que agora quero fazer.

Ó Deus eterno, supremo e infinito Bem, eu, verme miserável, tive ânimo de desrespeitar-Vos e de desprezar a Vossa graça. Mais do que todos os outros males, detesto e odeio as injúrias que Vos tenho feito; delas me arrependo de todo o coração, não tanto por causa do inferno merecido, como por ter ofendido a vossa bondade infinita. Espero, pelos merecimentos de Jesus Cristo, obter o perdão; e com o perdão espero também obter a graça de Vos amar. – Amo-Vos, ó Deus, digno de um amor infinito, e sempre quero dizer-Vos: eu Vos amo, eu Vos amo, eu Vos amo. Como a nossa querida Santa Catarina de Gênova, ao contemplar-Vos crucificado, também eu, prostrado agora a vossos pés, quero dizer-Vos: Meu Senhor, nenhum pecado mais, nenhum pecado mais. Não, Vós, ó Jesus, não mereceis ser ofendido: mereceis somente ser amado. Redentor meu, ajudai-me. – Maria, minha Mãe, valei-me; não Vos peço outra coisa, senão que eu viva amando a Deus na vida que ainda me resta. (II 335.)

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1. Se hoje é o dia 16 de Dezembro, pode-se tomar a primeira meditação da Novena do Natal; o mesmo se observará nos dias seguintes. V. pag. 55.


(LIGÓRIO, Afonso Maria de. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo I: Desde o Primeiro Domingo do Advento até a Semana Santa inclusive. Friburgo: Herder & Cia, 1921, p. 45 - 48.)



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"Modéstia dos olhos."


"Quem não quiser que o inimigo penetre na fortaleza, deve conservar as portas fechadas."
   "São Francisco de Sales."

Quase todas as paixões que se revoltam contra  nosso espírito tem sua origem na liberdade desenfreada dos olhos, pois os olhares livres são os que despertam em nós, de ordinário, as inclinações desregradas.
"Fiz um contrato com meus olhos de não cogitar sequer uma virgem" (Jó 31,1). O pensamento está intimamente ligado ao olhar, não se podendo separar um do outro, e, para não ter maus pensamentos, propôs-se esse santo homem nunca olhar para uma virgem.

Santo Agostinho diz: "Do olhar nasce o pensamento, e do pensamento a concupiscencia." Se Eva não tivesse olhado para o fruto proibido, não teria pecado; ela porém, achou gosto em contemplá-lo, parecendo-lhe bom e belo; apanhou-o então, e fez-se culpada da desobediência. Aqui vemos como o demônio nos tenta primeiramente a olhar, depois a desejar e, finalmente, a consentir. Por isso nos assegura São Jeronimo que o demônio só necessita de nosso começo: dá-se por satisfeito se lhe abrimos a metade da porta, pois ele saberá conquistar a outra metade. Um olhar voluntário, lançado a uma pessoa do outro sexo, acende uma faísca infernal que precipita a alma na perdição. "As primeiras setas que ferem as almas castas, diz S. Bernardo, e não raro as matam, entram pelos olhos." Por causa dos olhos caiu Davi, esse homem segundo o coração de Deus. Por causa dos olhos caiu Salomão, esse instrumento do Espírito Santo. Por causa dos olhos, quantas almas não se perderam eternamente?

Vigie, pois, cada um sobre seus olhos, se não quiser chorar uma vez com Jeremias: "Meus olhos me roubaram a vida" (3,51); as afeições criminosas que penetraram em meu coração por causa dos meus olhares, lhe deram a morte. São Gregório diz: "Se não reprimires os olhos, tornar-se-ão ganchos do inferno, que a força nos arrastarão e nos obrigarão, por assim dizer, a pecar contra nossa vontade."
"Quem contempla o objeto perigoso, começa a querer o que antes não queria." É também o que diz a Escritura quando diz que a bela Judite escravizou a alma de Holofernes, apenas este a contemplou (16,11).

Sêneca diz que a cegueira é mui útil para a conservação da inocência. Seguindo esta máxima, um filósofo pagão arrancou-se os olhos para guardar a castidade, como nos refere Tertuliano. Isso, porém, não é lícito a nós, cristãos católicos; se queremos conservar a castidade, devemos,contudo, fazer-nos cegos por virtude, abstendo-nos de olhar o que possa despertar em nós os maus pensamentos. "Não contemples a beleza alheia; disso origina-se a concupiscencia, que queima como fogo" (Eclo 9,8). A vista seguem-se as imaginações pecaminosas, que acendem o fogo impuro.

Que os teus olhos estejam fixos no Senhor...

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Dom Walmor: Fé na juventude


A Igreja Católica, rumo à Jornada Mundial da Juventude, que será realizada no Rio de Janeiro em julho de 2013, promove a 50ª edição da Campanha da Fraternidade, com o tema “Juventude e Fraternidade”. Neste caminho, a Igreja consolida sua opção preferencial também pelos jovens, consciente dos desafios que tem de enfrentar para renovar sua linguagem, articular seu diálogo, inserir-se nas redes sociais e garantir espaço privilegiado aos jovens na experiência do seguimento de Jesus Cristo, sua mais importante tarefa evangelizadora.
Para a Igreja Católica, particularmente no Brasil, este é um ano da juventude. As grandes metas incluem a oferta de caminhos para que os jovens experimentem o encontro pessoal com Jesus Cristo, na condição de discípulos missionários, com uma presença mais ativa nas comunidades de fé. Assim, é possível fazer crescer os dons e talentos da juventude, ampliando sua participação na busca de uma sociedade mais solidária, lugar de vivência respeitosa e comprometida com o bem comum.
Essa aposta tão importante, no caminho deste tempo da Quaresma, está iluminada pelo horizonte comovedor e evangelicamente rico do anúncio feito pelo Papa Bento XVI, de que deixará o ministério petrino no próximo dia 28. Um acontecimento que remete a Igreja, de modo muito forte, pela envergadura espiritual e moral do Papa, ao mais genuíno da simplicidade evangélica. As inteligências são desafiadas na busca de razões que, elaboradas, ancoram uma decisão de tal porte e tão impactante. As mentes também ganham uma luminosidade incomum que exige assentamento na mais qualificada significação da condição de simples “servos da vinha do Senhor”, como o Papa Bento XVI dizia no dia de sua eleição como sucessor de Pedro, em 2005.
Ainda muito importante, é considerar o desafio posto a todos os que servem na Igreja, impulsionados a uma corajosa revisão na ocupação de cargos e lugares, no desempenho de responsabilidades e na coragem saudável de não gabar-se de nada e nem se considerar, absolutamente, mais importante ou privilegiado. Na apresentação de sua renúncia, o Papa Bento XVI diz que, no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância na vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho é necessário vigor, do corpo e do espírito.
Não há inteligência que substitua, estratégias que se equiparem ou ações políticas e diplomáticas que alcancem a estatura e a força transformadora que virá sempre de quem cultiva esse acenado vigor espiritual. Neste momento oportuno, a Igreja percorre o caminho rico e interpelador do tempo da Quaresma, iluminada pelo brilhante testemunho de fé e de profunda intimidade com Deus, na vida e ministério do Papa Bento XVI. É chamada a avaliar, compreender e dar uma resposta adequada ao tesouro inesgotável de sua fé. Entre os muitos capítulos que estão sendo repassados, em busca de posturas e respostas novas, está o compromisso emanado da opção preferencial pelos jovens. A efetivação desta aposta, indispensável, inadiável e sempre atual no caminho evangelizador da Igreja, é um enorme desafio. Supõe muitas e profundas mudanças.
O intocável tesouro da fé, buscado cada vez mais na sua riqueza inesgotável, para ser aprendido e vivido, desafia o caminho pedagógico e formativo da Igreja, exigindo mudanças  iluminadas por uma compreensão capaz de produzir nova lucidez e intuir novas respostas. Não se trata apenas de multiplicar alguns eventos, retomar práticas ou simplesmente dar algumas indicações.  Os desafios são amplos. A cultura midiática, por exemplo, requer um conhecimento mais apurado, com resultados na abordagem das muitas e novas linguagens, para garantir aos jovens a vivência de experiências interativas, diálogos e, particularmente, testemunhos.
Importante, sobretudo neste tempo de Quaresma e na vivência da Campanha da Fraternidade, é cultivar, pela simplicidade evangélica, uma espiritualidade capaz de fortalecer sempre a opção preferencial pelos jovens.
Dom Walmor Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte

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Tentação, de Dom Moura, Arcebispo de Montes Claros


Jesus nos ensina a rezar: “Não nos deixeis cair em tentação”. Ele mesmo quis experimentar os limites humanos, inclusive sofrendo tentações, conforme narra o Evangelho: “Foi tentado pelo diabo durante quarenta dias” (Lucas 4,2). Mas nos mostrou como vencer as sugestões malvadas. Indicou-nos a fortificação da vontade, com a fé esclarecida, a prática da oração, da penitência, do jejum, da caridade e da solidariedade.
Está na cultura hodierna a caracterização da vontade da pessoa comandada pelos instintos e pela busca de bem estar sem olhar primordialmente  para verdades e valores objetivos. Estes apresentam um ideal mais amplo e de verdadeira ajuda para a realização humana. Cai-se, então, com facilidade, em inúmeras tentações: a do orgulho e da ambição, a busca do ter acima do valor do ser, o acúmulo de bens materiais como objetivo de vida, o poder usado para se terem vantagens a qualquer preço, a politicagem traidora do bem comum, o desvio de conduta, roubando-se oportunidades de promoção do semelhante, a falta de solidariedade para com os empobrecidos e discriminados, o uso da religiosidade sem compromisso com o bem do próximo e com  fixação da fé alienante,   a procura de prazeres de forma animalesca e sem parâmetro ético e moral, o autoritarismo, o uso da mídia para impor idéias e ideais materialistas, o consumismo exagerado sem compromisso com os mais carentes, a desvalorização da família como instituição fundamental para a formação e o desenvolvimento da vida mais humana e saudável ética, psíquica e moralmente, a falta de políticas públicas de formação global da pessoa humana...
Vencer as tentações exige mudança de visão para uma vida de sentido elevado, como o próprio Cristo faz e propõe. A exercitação da vontade para se conquistar o bem maior da vida se dá com a tenacidade de esforço para a prática do altruísmo, com o ingrediente do amor a Deus e ao semelhante. Este tempo de quarenta dias de maior penitência e oração em preparação à celebração da Páscoa nos estimula a assumirmos nossa vida com a missão proposta por Deus. Somos corpo, mas também espírito. É preciso conjugar os dois para o predomínio da missão de fazer com que sua unidade aconteça de modo produtivo. Olhar para o objetivo da vida nos faz sermos uma unidade de corpo espiritualizado, a ponto de buscarmos o tesouro maior da existência, o próprio Deus. Ele deseja nossa união, entre nós e com Ele, para vivermos na terra como irmãos e irmãs. A solidariedade para com o próximo nos faz ser pessoas que só pensam em realizar o bem por causa e em obediência a Deus. Daí o andarmos pelo caminho mais estreito da renúncia a tudo o que nos tira do sentido da vida, conforme a proposta do Filho de Deus. Assim, com Ele, fazemos a verdadeira Páscoa de transformação de nossa vida, para que ela seja produtora de vida de sentido para todos.
Um meio de treinarmos nossa sensibilidade para a prática do amor é sermos mais solidários com a juventude e a ajudarmos a ser protagonista do novo caminho com Cristo, de acordo com o tema da Campanha da Fraternidade deste ano. A juventude precisa  tomar o caminho  que a leve a promover a vida plena de Cristo para a sociedade, superando a tentação do egoísmo e dos desacertos na vida.

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Tentação - Dom Moura

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