Profanação na Catedral de Corumbá, MS - Hóstias são roubadas do Sacrário

Com uma história secular, a igreja Catedral de Nossa Senhora da Candelária vivenciou uma situação inusitada e que causou profundo clamor na comunidade católica de Corumbá. No final da manhã desta segunda-feira, 30 de julho, a igreja, que foi construída na gestão do lendário Frei Mariano, tornou-se alvo de profanação, cometida num dos espaços considerados mais sagrados dentro do ambiente religioso.

O sacrário, pequeno cofre instalado no altar onde a Eucaristia é resguardada, foi aberto. Do seu interior, foram levadas hóstias, já consagradas. A pessoa não arrombou o compartimento, mas usou a própria chave, que estava dentro de um relicário no altar para ter acesso ao conteúdo do sacrário. Além disso, também levou toalhas do altar-mor; o lecionário, livro que reúne leituras recomendadas para o culto cristão e uma cadeira.

Seguindo sua rotina, a igreja foi aberta por volta das 08 horas da manhã e fechada às 11 horas. Ela seria reaberta ao público às 13h30, mas o crime foi percebido antes do retorno da rotina do espaço religioso, o que leva o padre Fabio Vieira a crer que a pessoa tenha se escondido no interior da igreja antes dela ter suas portas fechadas para o intervalo do almoço.
"Alguém mal intencionado entrou na Catedral, ficou escondido embaixo das escadas que dão acesso à torre da igreja e quando fechamos as portas, às 11 horas, ela abriu o sacrário, pegou as toalhas do altar, deixando o sacrário aberto. Alguém que imaginamos que já tinha observado, já sabia onde estavam as coisas, pois a pessoa já sabia onde estavam as chaves e cometeu essa profanação, esse sacrilégio com Jesus Cristo", disse o religioso em entrevista ao Diário, lembrando que outros objetos de maior valor monetário não foram levados.

"Parece-nos que foi algo bem premeditado, que a pessoa queria as hóstias consagradas. Ela estava mal intencionada nesse sentido porque, se fosse para roubar, teria outros objetos de valor, ela teria pego imagens, castiçais, cálices, paramentos e demais objetos na sacristia, já que teve acesso a todo espaço. Ela simplesmente pegou o sacrário, fez a profanação com Jesus Cristo, fez o desrespeito com o Nosso Senhor", diz o padre ao afirmar que essa atitude foi um grande golpe para a comunidade católica.

"Choca porque mexe com a nossa essência, que é a Eucaristia. E a gente sem saber para que foi feito, com que finalidade levaram esses materiais. Não tem palavras para dizer o que acontece com uma pessoa dessas que não teme a Deus", diz ao explicar que, aos olhos da religião católica, atos como esse geram a excomunhão para quem o praticou.

Como rastro, o criminoso abandonou um par de sandálias femininas próximo à porta de entrada da igreja, que deixou entreaberta. Segundo o padre Fábio, essas mesmas portas ficarão fechadas até domingo, dia quando o bispo diocesano, Dom Martinez, conduzirá um ato de desagravo.

"É pedir perdão, desculpas, um sentimento de retratação a Deus pela profanação que aconteceu. Até lá, a Catedral ficará fechada e não abrirá as portas. É uma tristeza profunda como se estivéssemos em luto", explicou o religioso que também registrou boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia Civil de Corumbá. O ato de desagravo está marcado para acontecer a partir das 19 horas e está aberta para toda comunidade católica da cidade.

Apesar da sensação de insegurança que o fato gerou, o padre Fábio diz que fechar as portas da igreja é uma possibilidade remota, entretanto, afirma que a comunidade deve discutir formas de garantir uma maior segurança no local.

"A grande maioria da comunidade não pode pagar por um delinquente. Vamos reunir o Conselho da Comunidade e ver quais serão as providências que iremos tomar do ponto de vista da segurança. Não estamos nos sentindo seguros", declarou o religioso que finalizou, dizendo: "A única coisa que a gente pode fazer é rezar por essa pessoa que fez isso".


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Profanação na Catedral de Corumbá, MS - Hóstias são roubadas do Sacrário

A VIA DA PAZ

No mundo presente tudo é efêmero, nada é estável. Temos momentos de tréguas e de tranqüilidade relativa, mas nosso estado habitual é o combate (Job). Mesmo se não tivéssemos inimigos exteriores, não seriamos menos obrigados a ter sempre as armas na mão, para nos vencermos a nós mesmos e sopear nossas concupiscências. Enquanto estivermos sobre a terra estaremos em um vale de lágrimas, reduzidos a dizer com São Paulo: “Quanto eu sou desgraçado; quem me livraria deste corpo da morte? Faço o mal, que aborreço, e não pratico o bem, que amo.”

Daqui esse fundo de inquietação que deixam sempre após de si as faltas que se cometem. Reparará tudo a penitência? Quem me certifica disso? Quando mesmo o misericordioso Salvador viesse dizer-me como a esse doente, cuja cura se procurava: “tem confiança, meu filho, os teus pecados te são perdoados”. Essa divina segurança, sem embargo de ser consoladora, dissiparia todos os meus receios?
Para o passado, por certo, mas para o futuro que certeza haveria de evitar as recaídas? E como poderíamos abster-nos de pensar que ainda podemos tornar a pecar, e que um momento basta para fazer de um santo um réprobo? Só no céu poderei obter segurança completa, e dizer com o Apóstolo: “Estou seguro que nada já poderá afastar-me da caridade de Jesus Cristo” (Rom. 8, 38).
Santa Tereza dizia: “Senhor, em quanto dura esta vida mortal, corre sempre risco a eterna”. No céu, de todos os meus combates só me restarão vitórias; e de todos os meus perigos só uma doce segurança.
Afigura-se-me um filho de Deus que deixa o exílio e vai entrar na pátria, e tomar posse da sua herança, que lhe mereceram as graças de Jesus Cristo, e a correspondência fiel às mesmas. O inverno passou para ela (a alma) e substituiu-o a mais formosa primavera (Cant. II) “Bom servo, vai descansar das tuas lidas na felicidade soberana e eterna”. Quanto a alma está transportada! Ela se precipita nos braços do seu Deus e pai, exclamando: “estou salva!”. Ela o duvidava há pouco ainda, pensando na terrível palavra: Ninguém sabe se merece o amor ou o ódio (Eccl. 9, 1). Era a última prova, que acabava de purificá-la. Sabe agora que é digna do amor; soube-o da boca mesma de Deus; e experimenta-o com a santa embriagues que se apodera de todo o seu ser. Ó encanto inefável desse primeiro momento, e esse encanto durará toda a eternidade!
Desdobra-se pois a paz para os eleitos; paz na vida presente, que faz o nosso mérito, paz na vida futura, e esse será o nosso sublime galardão. Uma forma os santos, a outra coroa-os. Pela primeira semeamos nas lágrimas, pela segunda ceifamos na alegria (Salmo 75).
Uma é a via, a outra o termo; via penosa é o tempo transitório do sofrimento; termo felicíssimo, o que nos põe na posse de uma inalterável felicidade.

P. Chaignon, S.J.
A paz da alma


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O diabo odeia a família porque é imagem da Trindade, assegura exorcista norte-americano



Um sacerdote americano que atualmente está treinando para ser exorcista na diocese de Roma (Itália), assegurou que o diabo e os demônios em geral odeiam a família porque esta é "uma imagem da Santíssima Trindade".

Em entrevista concedida ao grupo ACI, o presbítero, que preferiu manter-se no anonimato, assinalou que entre os fatores comuns que encontra nas pessoas possuídas vê pessoas com "profundas feridas em suas vidas e sobretudo, na sua família".

O sacerdote indicou que o demônio facilmente tem acesso a famílias onde "os pais fizeram escolhas realmente más", e ao obrar assim "convidaram influências malignas ao interior do seu lar".

As más ações que atraem o demônio aos lares são "a infidelidade conjugal, o aborto, ou fazer coisas que desunem a família", assinalou.

O presbítero admitiu que nunca pensou em dedicar-se ao exorcismo, mas um inesperado acontecimento em uma de suas primeiras Missas após sua ordenação, conferida 15 anos atrás, marcou o início de sua aproximação a este trabalho sacerdotal.

"No momento da consagração do sangue precioso, pedi ao Senhor que derrame seu sangue sobre a juventude e ajude a todos os jovens varões que poderiam ter vocação ao sacerdócio", recordou.

A reação foi instantânea de um jovem de 13 anos surpreendeu o jovem sacerdote. "Ele caiu de costas e começou a grunhir. Eu pensei 'Isto não era o que eu esperava!'".

Muitos anos depois, ele é parte de uma nova geração de exorcistas em formação nos Estados Unidos, logo depois que os bispos do país decidissem, em novembro de 2010, aumentar o número de exorcistas nas dioceses do país.

Apesar de que a lei canônica estipula que cada diocese deveria contar com um exorcista, estima-se que não existem mais de 50 sacerdotes dedicados a este trabalho nos Estados Unidos.

O sacerdote, originário do nordeste dos Estados Unidos, explicou ao grupo ACI que "nós nos organizamos para assegurar que os que mais necessitem desta ajuda a obtenham".

Durante sua estadia em Roma, onde foi enviado por seu bispo para aprender do trabalho de seis exorcistas oficiais dessa diocese, o sacerdote está "envolvido" em uma média de três exorcismos por dia.

"Não há dois casos parecidos. Este foi um verdadeiro aprendizado para mim. O rito do exorcismo não é uma fórmula mágica", disse.

O sacerdote assinalou que "não é o demônio ou o exorcista quem está ao centro disto, mas uma pessoa que está sofrendo muito e que necessita de libertação certeira através de Cristo".

O presbítero explicou que, em relação à correta terminologia, "demônio vem do grego, diabo do latim, qualquer um desses nomes estão bem" para designar Satanás. O exorcista combate, "anjos caídos que foram criados bons", explicou.

Os primeiros Padres da Igreja, entre eles São Jerônimo e Santo Agostinho, especularam que estes anjos se rebelaram "pela revelação do plano de Deus da encarnação" e sua "repulsão à idéia de que Deus, que é espírito puro e infinito, tivesse que fazer-se homem".

Por esta razão, o sacerdote indicou que os demônios têm uma "fascinação com o físico" e por "fazer que as pessoas sofram".

"Uma vez que o rito inicia, normalmente (o demônio) começa-se a manifestar na pessoa, que sofre de diferentes maneiras, com violência, mudanças no rosto, mudança da voz, é diferente", disse o padre recordando recentes exorcismos.

O sacerdote assegurou que o demônio "só quer intimidar, mas basicamente é preciso ignorá-lo e dizer 'ouça, eu sou quem dá as ordens aqui".

A inteligência angélica do demônio, disse o padre na sua entrevista ao grupo ACI, também implica que eles sabem que Deus só permite suas atividades diabólicas para levar a salvação a pessoas através de um "sofrimento expiatório".

"Estas pessoas que sofrem estão se santificando ao oferecer seus sacrifícios", que Deus então recebe e "abençoa a grande parte da Igreja em todo mundo".

O sacerdote afirmou que "quando recorda isso ao diabo, ele fica furioso", porque sabe que está perdendo, e portanto "quer conseguir o que puder, enquanto pode. Se não puder ganhar as almas destas pessoas, quer ao menos fazer suas vidas miseráveis".

O presbítero americano indicou que quando fala com o demônio faz "uma série de perguntas: 'qual é seu nome?', já que quando usa seu nome em uma ordem, isso o debilita". Uma vez que o demônio diz seu nome, o exorcista lhe ordena "sair", e também lhe poderia perguntar "como entrou e quando vai sair".

"(Ao responder a) este último é como se eles tivessem sido treinados para dizer o mesmo, 'nunca sairei', mas eventualmente o farão".
A chave é limitar o diálogo, disse o aprendiz de exorcista. "Não se deve fazer perguntas só por curiosidade, isso não é saudável", sublinhou.

Também é possível "dizer coisas para humilhar o demônio", tais como invocar a presença de Santos, dos anjos da guarda e, a mais "temida" de todas, a da Virgem Maria. Então é "realmente possível ver uma mudança no comportamento do demônio".

O final vem frequentemente quando o diabo começa a mostrar arranques de ira e violência, e é "comum que expulse espuma pela boca".

No caso da quebra de uma maldição, a pessoa "começará a vomitar objetos que foram usados na maldição. O vômito fica verde, logo vermelho, e outra vez verde".

Então, o exorcista sabe que "estou tocando fundo, que isto está sendo realmente eficaz e esses são bons sinais. Não é algo prazenteiro de ver, mas você sabe que 'eu estou sendo efetivo aqui'".


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31 de julho: dia de Santo Inácio de Loyola. O discernimento dos espíritos segundo Santo Inácio.


[Hoje é dia de Santo Inácio de Loyola. Publico um texto inaciano que o leitor Alex Borges fez a gentileza de me enviar, pelo quê lhe agradeço.
Santo Inácio foi um grande santo; fundador dos jesuítas, uma grande ordem. Gostaria de ter mais tempo para falar um pouco mais sobre ele (e sobre os jesuítas), sobre a atualidade do carisma inaciano que, aliás, é hoje quase uma urgência. Todos os inimigos da Igreja sempre detestaram e perseguiram particularmente os jesuítas, por sua ortodoxia, por sua submissão incondicional ao Papa, por sua dedicação integral à causa do Evangelho. Hoje, faltam jesuítas; ou, melhor dizendo, hoje falta o carisma de Santo Inácio de Loyola. Que ele, de junto a Deus, interceda por nós.]

Regras Para Discernimento Dos Espíritos

1. Àqueles que vão de pecado mortal em pecado mortal costuma, geralmente, o inimigo propor gozos aparentes e despertar-lhes na imaginação prazeres e desejos impuros, para mais os conservar e mergulhar em seus vícios e pecados. Ao contrário, o bom espírito causa-lhes remorsos e estímulos de consciência para os retirar de tão lastimoso estado.
2.Com aqueles que procuram intensamente purificar-se de seus pecados, e progredir no serviço de Deus, Nosso Senhor, dá-se o contrário do que foi dito na primeira Regra. Pois neles costuma o demônio suscitar perturbações de consciência, tristeza e desânimo, inquietando-os com falsas razões, para que não vão por diante na sua santificação. Pelo contrário, é próprio do bom espírito dar coragem, forças, consolações, lágrimas, inspirações e tranqüilidades, tornando-lhes tudo fácil e afastando todos os impedimentos, para que vão sempre adiantando na virtude e perfeição.
3. Da consolação espiritual. Chamo consolação qualquer movimento interno que impele a alma para mais servir e amar o seu Criador e Senhor, afastando-a, por conseguinte, de todas as coisas criadas para só descansar no Criador delas; e também quando provoca lágrimas de amor a Deus, de dor dos próprios pecados, de compaixão pela morte de Cristo e de outras coisas ordenadas diretamente ao seu serviço e louvor; finalmente, chamo consolação a todo aumento de fé, de esperança e caridade, e a toda a alegria interna que atrai o homem para as coisas celestes e salvação de sua alma, dando-lhe paz e tranqüilidade em seu Criador e Senhor.
4. Da desolação espiritual. Chamo desolação tudo que é contrário ao que foi mencionado na terceira Regra, como por exemplo: trevas na alma, perturbações, inclinação para coisas baixas e terrenas; desassossego por várias tentações, que impelem a alma para a desconfiança, enfraquecendo-a na fé e na caridade, tornando-a triste e indolente no serviço de seu Criador e Senhor. Porque da mesma forma que a consolação é contrária à desolação, também os pensamentos, que nascem da consolação, são contrários aos que nascem da desolação.
5. No tempo da desolação não se deve mudar nada, mas perseverar firme e constante nos propósitos feitos no tempo da consolação; porque do mesmo modo que na consolação nos aconselha e guia o bom espírito, assim o mau nos causa, na desolação, sugestões, a que não podemos dar assentimento.
6. Ainda que na desolação não devamos mudar nossos propósitos, contudo é muito útil agir contra a mesma desolação, persistindo, por exemplo, mais tempo na oração, no exame de consciência e alargando-nos mais no uso das penitências.
7. Quem está na desolação considere que o Senhor, para o provar, o abandona a suas próprias forças naturais, a fim de que resista às várias tentações do inimigo; pois não lhe falta o auxílio divino, ainda que o não sinta; porque, se o Senhor lhe tirou o fervor primitivo, e sensível, e a graça superabundante, deixou-lhe todavia a graça suficiente para a sua salvação.
8. Quem está na desolação, trabalhe por levar com paciência as penas que lhe sobrevêm e pense que prontamente será consolado, tomando as medidas contra tal desolação como foi indicado na 6ª Regra.
9. São três as causas principais por que nos achamos desolados. A primeira é porque somos tíbios, preguiçosos ou negligentes em nossos exercícios espirituais e, por nossas faltas, se afasta de nós a consolação espiritual. A segunda porque Deus quer ver quanto podemos e até onde chegamos no seu serviço e louvor sem os auxílios da consolação. A terceira, porque Deus nos quer dar a conhecer que não está em nosso poder sentir grande devoção, amor intenso, lágrimas, nem qualquer outra consolação espiritual, mas que tudo é graça de Deus, Nosso Senhor, a fim de que não nos ensoberbecemos nem envaidecermos atribuindo a nós mesmos a devoção e outras manifestações da consolação espiritual.
10. Aquele que está em consolação pense como se portará na desolação que depois virá, armazenado novas forças para esse tempo.
11. Quem está consolado procure humilhar-se e abater-se quanto puder, considerando quão pouco vale no tempo da desolação sem a graça da consolação. Pelo contrário, quem está na desolação, pense que muito pode com a graça, que não lhe falta para resistir a seus inimigos, recebendo forças de seu Criador e Senhor.
12. O inimigo procede como uma mulher, mostrando-se fraco contra o forte, e forte contra o fraco. Assim como é próprio da mulher, quando luta com algum homem, perder a coragem e fugir, se o homem se mostra corajoso; e, ao contrário, se o homem se mostra covarde e tímido, a ira da mulher chega até ao excesso: do mesmo modo costuma o nosso inimigo enfraquecer e fugir, se aquele que se exercita nas coisas espirituais lhe resiste varonilmente e se opõe diametralmente às suas sugestões; se, pelo contrário, aquele que se exercita, começa a ter medo e a perder a coragem em lhe resistir, não há fera no mundo mais terrível, que este inimigo da natureza humana.
13. Porta-se também o demônio como um falso amante, que não quer ser descoberto. Assim como um homem que, procurando seduzir, com suas ilusórias palavras, a filha dum pai honesto, ou a esposa dum marido honrado, lhes propõe silêncio e pede segredo para que suas pérfidas insinuações não cheguem aos ouvidos do pai ou do marido, pois desfazer-se-ia toda a sua tentativa: assim quer o inimigo que as falazes propostas, que segreda à alma justa, fiquem ocultas e não sejam manifestadas ao confessor ou a uma pessoa espiritual que conheça bem seus embustes, pois perderia toda a esperança de consumar a sua malícia ao ver descobertos todos os seus artifícios.
14. Porta-se também o demônio como um general, quando quer apoderar-se duma fortaleza. Pois, à semelhança dum comandante ou chefe militar que, depois de assentar os arraiais, explora as fortificações e obras de defesa, para saber qual é a parte mais fraca, para começar por ela o ataque: assim o maligno espírito anda rondando em volta de nós para explorar as nossas virtudes teologais, cardeais e morais, a fim de começar por onde nos achar mais fraco, e nos render.
EXERCÍCIOS DE SANTO INÁCIO DE LOIOLA
– 
Com práticas e meditações para oito dias de retiro pelo Pe. Alexandrino Monteiro, S.I.
– II Edição – Editora Vozes – 1959  – pp. 320-323.

Regras Para Discernimento Dos Espíritos

Segunda Parte
1. É próprio de Deus e de seus Anjos, quando entram numa alma, enchê-la da verdadeira alegria e gozo espiritual, e banir toda a tristeza que o inimigo procura introduzir nela. Ao contrário, é próprio do mau espírito combater esta alegria e gozo espiritual por motivos fúteis, sutilezas e contínuas ilusões.
2. Só a Deus pertence consolar a alma sem causa precedente, pois só Ele tem direito de entrar nela e sair quando quiser, movendo-a ao amor de sua divina Majestade. Digo sem causa precedente, isto é, sem nenhum aviso prévio ou conhecimento de qualquer objeto, que dê origem àquela consolação.
3. Quando a consolação é precedida de alguma causa, o bom e o mau anjo podem ser igualmente o seu autor; mas os fins são inteiramente contrários. O bom anjo tem por finalidade o aproveitamento da alma, que deseja ver crescer nas virtudes. O mau anjo, ao contrário, quer vê-la retroceder no bem, para a levar, enfim, a seus perversos intentos.
4. É próprio do mau espírito transformar-se em anjo de luz e entrar primeiramente nos sentimentos da alma piedosa e acabar por lhe inspirar os seus próprios sentimentos. Assim, começa por sugerir a esta alma pensamentos bons e santos conforme às suas disposições virtuosas; mas logo, pouco a pouco, procura prendê-la em seus laços secretos e levá-la a consentir em seus pecaminosos intentos.
5. É examinar com grande cuidado o curso de nossos pensamentos. Se o princípio, o meio e o fim são bons e tendem ao bem, é sinal de que vêm do bom anjo; mas se no decurso deles se encontram alguma coisa má, vã ou diferente do que tínhamos proposto fazer, é sinal evidente de que tais pensamentos procedem do mau espírito.
6. Quando o demônio for descoberto por sua cauda serpentina, isto é, pelo fim pernicioso a que nos quer levar, será útil considerar os pensamentos que nos sugeriu, examinar-lhes o princípio e ver como, pouco a pouco, nos fez perder a alegria espiritual até nos levar à sua perversa intenção. A fim de que, pela experiência alcançada, nos acautelemos para o futuro de suas costumadas fraudes.
7. Naqueles que vão de bem em melhor costuma o bom anjo insinuar-se docemente, como uma gota d’água que cai numa esponja. O mau anjo, ao contrário, entra bruscamente como água que cai em pedra. Naqueles, porém, que vão de mal em pior, entram os mesmos espíritos diversamente, conforme à disposição da alma lhes é contrária ou semelhante. Se lhes é contrária, entram ruidosamente; se semelhante, entram silenciosamente e como por casa de porta aberta.
8. Quando a consolação vem sem causa precedente, ainda que esteja livre de fraude, pois é de Deus, como foi dito na 2ª Regra, contudo a alma, que recebe esta consolação, deve atender bem e distinguir o tempo que se lhe segue. Pois neste segundo tempo, em que a alma se sente toda fervorosa e gozando ainda dos restos da consolação passada, acontece tomar várias resoluções, que não são inspiradas imediatamente por Deus, e por isso devem-se examinar bem antes de se lhes dar inteiro assentimento e por em execução.
EXERCÍCIOS DE SANTO INÁCIO DE LOIOLA 
Com práticas e meditações apropriadas para oito dias de retiro pelo Pe. Alexandrino Monteiro, S.I.
II Edição – Editora Vozes – 1959 – pp. 324-325

Para Fazer Boas Opções

1. Matéria das opções – há matéria livre e não livre.
2. Objetivo da opção: Considerar o fim porque estou no mundo – servir a Deus.
3. Três tempos na opção ( o mais seguro é que os três coincidam).
a)      Deus move – é o meio mais seguro de fazer opção.
b)      Pelas consolações e desolações
c)      Pela razão iluminada pela fé – Rezar, pedir luzes
I. Condições ( 1ª forma de usar a razão)
- Elencar vantagens e inconvenientes
- Tirar conclusão
- Pedir a confirmação de Deus
II. Imaginar outrem ( o que lhe aconselhar)
- Eu na morte
- Eu no juízo

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A experiência de confiar

Tem momentos em nossa vida que desistimos. Tem momentos que não acreditamos. Tem momentos que o desespero é tão grande que em meio a tudo não percebemos mais nada além de nós! Mas ainda assim , quando tudo está desabando , nossa mente dá um estalo e acordamos da ilusão. Vemos que mesmo na nossa indignidade o Senhor nos ama de tal maneira que não leva em conta nossa desconfiança, mas usa da misericórdia para nos abraçar no verdadeiro amor!

Confiar é o segredo, a misericórdia é livre e fecunda. Se permitimos que ela se aproxime a providência se manifesta juntamente. Não somos nada sem Deus. Ele fonte única do próprio amor rege todas as coisas, e o que nos cabe fazer, vigiar e confiar, vigiar para que o demônio, o ladrão salteador, não tire de nós as graças, e confiar para que o peso que antes carregávamos passe de peso para companhia, que segura na mão e que o tempo faz com que as mãos se soltem, não tendo mais companhia, mas caminhando solto e livre, pronto para o Senhor!

Sofrer é encontrar-se com a purificação da vida. Seja pouco ou muito, dentro da misericórdia encontramos força e confiança, e percebemos que algo tem para aprender! Não tenha coração orgulhoso, porque hoje eu experimentei o amor! E gostaria muito de dizer que foi através da confiança que o Senhor honrou a minha vida! E através da sua confiança ele também te honrará! Creia !

“os que confiam no Senhor renovam suas forças”( Is 40,31)

Louvado seja sempre o Senhor Jesus, porque és amigo e Senhor, companheiro e amado. Olhas tudo em nossa vida. Nada passa despercebido aos seus olhos !
Deus abençoe

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A experiência de confiar

Professor Felipe Aquino recebe a honraria de Cavaleiro da Ordem de São Gregório




Parabéns, professor Felipe Aquino, pela justa homenagem! Agora és Cavaleiro da Ordem de São Gregório, recebeste a honraria que a Santa Sé dá em reconhecimento a tudo que fizeste para defender a doutrina Cristã e a fé.
Confira as fotos da cerimônia de entrega da honraria no Facebook da Canção Nova (depois que abrir o link basta clicar no lado direito da foto para ver a sequência).
O Cadú, do blog Dominus Vobiscum, contou com uma correspondente na ocasião especial. Ela conta como foi o momento: Professor Felipe Aquino: Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno!
Que bom ver a Canção Nova em bons momentos. No domingo houve celebração da missa no rito Tridentino, na Comunidade, com direito à transimssão por twitcam e divulgação em todas as redes sociais da Canção Nova.
Membros da equipe do blog Salvem a Liturgia, que conta com a colaboração do Daniel Volpato, participaram da preparação de toda missa celebrada pelo padre Demétrio Gomes, também integrante da equipe que mantém o blog. Veja as fotos da celebração: Fotos oficiais: Missa tridentina na Canção Nova
Rezemos em agradecimento a Deus pela bonança após tantas tempestades. Especialmente peçamos por Dom Benedito Beni, bispo de Lorena (SP), diocese da qual a Canção Nova faz parte. Que ele conte sempre com as graças de Deus para bem governar sua diocese, tão estratégica para o Brasil.
Estou feliz por todos. Avante!

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Bons ventos sobre a Canção Nova outra vez


Exercícios piedosos aos cristãos - por São Pio X

Um bom cristão, pela manhã, assim que desperta, deve fazer o sinal da Cruz, e oferecer o coração a Deus, dizendo estas ou outras palavras semelhantes: "Meu Deus, eu vos dou o meu coração e a minha alma".


Ao levantar da cama e enquanto nos vestimos, deveríamos pensar que Deus está presente, que este dia pode ser o último da nossa vida; ademais, devemos levantar-nos e vestir-nos com toda a modéstia possível.

A um bom cristão, apenas se tenha levantado e vestido, convém pôr-se na presença de Deus e ajoelhar-se, se pode, diante de alguma devota imagem, dizendo com devoção: "Eu Vos adoro, meu Deus, e Vos amo de todo o coração; dou-Vos graças por me terdes criado, feito cristão e conservado nesta noite; ofereço-Vos todas as minhas ações, e peço-Vos que neste dia me preserveis do pecado, e me livreis de todo o mal. Assim seja". E rezar depois o Pai-Nosso, a Ave-Maria, o Credo, e os Atos de Fé, de Esperança e de Caridade, acompanhando-os com um vivo afeto do coração.

O cristão, podendo, deveria todos os dias:

1º. Assistir com devoção à Santa Missa;

2º. Fazer uma visita, por breve que fosse, ao Santíssimo Sacramento;

3º. Rezar o terço do Santo Rosário.

Antes do trabalho, convém oferecê-lo a Deus, dizendo do coração: "Senhor, eu Vos ofereço este trabalho, dai-me a vossa bênção". Deve-se trabalhar para glória de Deus e para fazer a sua vontade.

Antes da refeição, convém fazer o sinal da Cruz, estando de pé, e depois dizer com devoção: "Senhor, abençoai-nos a nós e ao alimento que vamos tomar, para nos conservarmos no vosso santo serviço".

Depois da refeição, convém fazer o sinal da Cruz, e dizer: "Senhor, eu Vos dou graças pelo alimento que me destes; fazei-me digno de participar da mesa celeste".

Quando nos vemos atormentados por alguma tentação, devemos invocar com fé o Santíssimo Nome de Jesus ou de Maria, ou recitar fervorosamente alguma oração jaculatória, como, por exemplo: "Dai-me a graça, Senhor, de que eu nunca Vos ofenda"; ou então fazer o sinal da Cruz, evitando porém que as outras pessoas, pelos sinais externos, suspeitem da tentação.

Quando uma pessoa reconhece ou receia ter cometido algum pecado, convém fazer imediatamente um ato de contrição, e procurar confessar-se quanto antes.

[Quando fora da igreja se ouve o sinal de elevação da Hóstia na Missa solene, ou da bênção do Santíssimo Sacramento] é bom fazer, ao menos com o coração, um ato de adoração, dizendo, por exemplo: "Graças e louvores se dêem a todo o momento ao Santíssimo e diviníssimo Sacramento".

Ao toque das Ave-Marias [pela manhã, ao meio-dia e à noite], o bom cristão recita o Anjo do Senhor ["Angelus"] com três Ave-Marias.

À noite, antes de se deitar, convém pôr-se, como de manhã, na presença de Deus, recitar devotamente as mesmas orações, fazer um breve exame de consciência, e pedir perdão a Deus dos pecados cometidos durante o dia.

Antes de adormecer, farei o sinal da Cruz, pensarei que posso morrer esta noite, e oferecerei o coração a Deus, dizendo: "Meu Senhor e meu Deus, eu Vos dou todo o meu coração. Trindade Santíssima, concedei-me a graça de bem viver e de bem morrer. Jesus, Maria e José, eu Vos encomendo a minha alma’.

No decurso do dia pode-se invocar a Deus freqüentemente com as orações breves que se chamam "jaculatórias". [Eis algumas:]

"Senhor, valei-me";

"Senhor, seja feita a vossa santíssima vontade";

"Meu Jesus, eu quero ser todo vosso";

"Meu Jesus, misericórdia";

"Doce Coração de Jesus, que tanto nos amou, fazer que eu Vos ame cada vez mais";

"Doce Coração de Maria, sede minha salvação";

É muito útil recitar, durante o dia, muitas jaculatórias, e podem recitar-se também com o coração, ser preferir palavras, caminhando, trabalhando, etc.

Além das orações jaculatórias, o cristão deveria exercitar-se na "mortificação cristã". Mortificar-se quer dizer privar-se, por amor a Deus, daquilo que agrada, e aceitar o que desagrada aos sentidos ou ao amor-próprio.

Quando é o Santíssimo Sacramento levado a um enfermo, devemos, sendo possível, acompanhá-Lo com modéstia e recolhimento; e, se não é possível acompanhá-Lo, fazer um ato de adoração em qualquer lugar que nos encontremos, e dizer: "Consolai, Senhor, este enfermo, e concedei-lhe a graça de se conformar com a vossa sAntíssima vontade e de conseguir a sua salvação".

Ouvindo tocar o sino pela agonia de algum moribundo, irei, se puder, à igreja orar por ele; e, não podendo, encomendarei a Nosso Senhor a sua alma, pensando que dentro em breve hei de encontrar-me também eu nesse estado.

Ao ouvir sinais pela morte de alguém, procurarei rezar um "De profundis" ou um "Réquiem", ou um Pai-Nosso e uma Ave-Maria, pela alma desse defunto, e renovarei o pensamento da morte.



Catecismo Maior de S. Pio X

O Homem e a Graça

O leitor permita-me hoje algumas confidências. Mesmo considerando que o site Voto Católico está destinado a fornecer orientações práticas aos católicos que procuram informar-se, a fim de que possam influir bem nas eleições ou na vida política do país, ocorreu-me que seria oportuno tratar de um tema que, embora mais diretamente ligado à fé, não deixa também de ser prático.

Certa feita, aproveitando um conselho prático de São Francisco de Sales – de tirar lições espirituais dos acontecimentos cotidianos –, passeando por Tiradentes, vendo ali os sinais exteriores evidentes de uma presença pulsante do catolicismo em tempos não tão distantes, veio-me à mente a seguinte intuição: em dias passados provavelmente a maior parte da população daquela cidade vivia em estado de graça, isto é, na graça santificante, em comunhão com Deus. E, o que é muito salutar, esses homens e mulheres sabiam o que é a graça santificante.

Não me lembro se na mesma ou em outra viagem, estava eu ali lendo a esplêndida e original biografia de Santo Tomás de Aquino saída da pena de Chesterton. De súbito, a ideia que eu mantinha a respeito dos munícipes de Tiradentes e – por que não dizer? – de várias cidades brasileiras, há uns cinquenta anos atrás, transpôs-se para a Idade (preconceituosamente chamada de) Média: é bem possível que a maior parte dos homens e mulheres que viviam na Europa, durante o Medievo, se achassem em estado de graça e soubessem de que isso se tratava.

Quem compreende o que significa encontrar-se ou não em estado de graça tem consciência de que esse assunto é de extrema gravidade e de crucial importância. Aliás, eu diria até, é o único assunto relevante. Como a graça santificante é indispensável à salvação de uma alma, é também indispensável à salvação do mundo. Sem a graça santificante, que é o próprio Deus habitando na alma, o homem tende irremediavelmente à destruição, ao egoísmo, ao afastamento da verdade sobre si mesmo.

Quem já não se deu conta de que, há uns cinquenta anos – curiosamente os jornais estampam hoje, dia do Papa, dia de São Pedro, que há cinquenta anos os católicos eram 93,1% da população –, o edifício mais importante dos municípios brasileiros era a Igreja Matriz situada na praça principal? Quais acontecimentos eram os mais relevantes da vida em sociedade? Não seriam as festividades religiosas? Ora, em muitos lugares, as estações da via sacra ainda estão encravadas nas ruas e adornadas de imagens esplendorosamente esculpidas. Tudo isso é sinal de que não somente a Igreja Matriz estava no coração da cidade, mas de que Deus estava no âmago dos cidadãos. Hoje, porém, os edifícios principais das cidades são os shopping centers, e os exercícios nas academias substituíram a prática da ascese cristã. Outrora, a Igreja e os sermões eram formadores de opinião; hoje, a mídia – que está a serviço do lucro, obviamente – e as novelas é que são os nossos conselheiros.

Santa Teresa de Ávila e São Francisco de Sales, além de muitos outros, já descreveram a situação calamitosa em que se encontra um homem em pecado mortal. A alma em situação de pecado grave é incapaz de qualquer obra boa; tudo nela procede do egoísmo. Nada mais nela provém daquela fonte límpida e verdadeira que é Deus. Não há amor nem verdade numa alma em inimizade com Deus. Alguns gestos, alguns atos podem até ter a aparência de amor e de verdade, mas são meros cacoetes; não são autênticos. São como a moeda falsa posta em circulação por quem não é a autoridade competente para fazê-lo. Quantos enganos não geram esses falsos valores! Não há amor e verdade bastantes em um mundo cuja maioria esmagadora das pessoas não se encontra mais em estado de graça, aliás, o que é mais grave, nem sabe o que é isso. Sem a graça de Deus, não há limites para o mal. Sem Deus, não há limite para a queda, para o erro e para a mentira.

O alijamento de Deus da vida pública é apenas um sintoma, é consequência. Não constitui a verdadeira doença. Se as coisas que dizem respeito a Deus não ocupam mais a centralidade que possuíam na vida pública, é porque Ele não habita mais os corações. Ele foi alijado também das nossas almas. Delicado, retirou-Se antes de ser expulso. Ao notar que Sua presença constituía um estorvo, partiu. Nossas ações exteriores apenas refletem o que se passa no nosso interior. Se o mundo está doente é porque não há pessoas em estado de graça em número ou em santidade suficiente para neutralizar a ação dos que vivem sob o império do egoísmo.

Na vida espiritual, não existe neutralidade; não existe meio termo. Santo Agostinho, na Cidade de Deus, escreve: dois amores fundaram, pois, duas cidades. O amor a Deus, até o desprezo de si, a cidade celeste; e o amor a si, até o desprezo de Deus, a cidade terrestre. O amor a si até o desprezo de Deus tem prevalecido nos tempos que correm.

Há dois reinos, duas cidades, misturados neste mundo. Embora estejam todos neste mundo, uns cidadãos pertencem a um reino, e outros, a outro reino. Estes dois reinos, estas duas cidades, o trigo e o joio, encontram-se em permanente oposição. Uns agem sob o influxo da graça de Deus; outros, de acordo com os sussurros do egoísmo, do amor próprio. Uns, sob a ação alegre e diligente do Espírito Santo, promovem a sacralidade de cada homem, sem distinções, advogando direitos de terceiros. Outros, escravos do orgulho, do egoísmo e do pessimismo, do prazer temporal entediante, vassalos do pai da mentira, introduzem, com falsos argumentos, políticas públicas que atendam aos seus gostos e caprichos cada vez mais sórdidos e requintados, violadores da sacralidade do homem. Com efeito, a alma morta pelo pecado grave não tem gosto pelas coisas de Deus e, cega pelo breu do egoísmo, não enxerga mais a sua dignidade nem a dignidade dos outros.

Há dois reinos, dois mundos em combate. Um oferece resistência ao outro. Como outrora Cristo travou diálogos duríssimos com os homens do seu tempo, também hoje a Igreja, que é o próprio Cristo, trava diálogos duríssimos com os homens resistentes à graça divina. Mesmo que desenvolva os melhores argumentos, as mais coerentes explicações, a parcela da humanidade resistente à graça divina a eles se oporão.

Que fazer diante disso? Como está claro, o combate não é puramente intelectual; é, antes de tudo, espiritual. Para um combate espiritual é preciso valermo-nos de armas espirituais. Assim, em primeiro lugar, para que a humanidade volte a viver em comunhão com Deus, devemos nós mesmos procurar esta comunhão, confessando-nos assiduamente e afastando-nos do pecado mortal como o único mal, a única desgraça a evitar. Decerto, não somente a confissão, mas a recepção frequente dos sacramentos. Uma alma que se eleva, eleva o mundo.

Além disso, a oração, a vida ascética, o cumprimento dos nossos deveres para com Deus. De um modo particular, além da meditação (ou oração mental) diária, a recitação do terço e, tanto quanto possível, de mais de um terço e, quem sabe, do rosário completo, servindo-nos do exemplo de São Domingos de Gusmão. O santo rosário, este meio excelente, este remédio eficaz indicado pela Virgem Santíssima, continua sendo um dos instrumentos mais potentes para amolecer os corações e torná-los dóceis à ação do Espírito Santo. Nossa Senhora do Rosário apareceu a São Domingos no século XIII. Não por mera coincidência, Nossa Senhora do Rosário apareceu a Lúcia, Jacinta e Francisco, no mês de maio, em 1917, no dia 13. O temível exército de Maria possui uma arma letal contra as hostes inimigas. Tal arma a manejam pobres, velhos, doentes, crianças e aleijados, e, quanto mais débil for o soldado, mais eficazes e certeiros serão os disparos.

Fonte:

Paul Medeiros Krause é Procurador do Banco Central em Belo Horizonte.
Belo Horizonte, 8 de julho de 2012








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Escravos do pecado

 Pecar é destruir o próprio ser e caminhar para o nada.


O Catecismo da Igreja Católica (CIC) nos mostra toda a gravidade do pecado: “Aos olhos da fé, nenhum mal é mais grave do que o pecado e nada tem consequências piores para os próprios pecadores, para a Igreja e para o mundo inteiro” (§ 1488).São palavras fortíssimas, pois mostram que não há nada pior do que o pecado.


Por outro lado, o Catecismo afirma que ele é uma realidade: “O pecado está presente na história dos homens: seria inútil tentar ignorá-lo ou dar a esta realidade obscura outros nomes” (CIC, §386).

Deus disse a Santa Catarina de Sena, em 'O Diálogo':”O pecado priva o homem de Mim, Sumo Bem, ao tirar-lhe a graça”. São Paulo, numa frase lapidar, explica toda a hediondez do pecado e razão de todos os sofrimentos deste mundo: “O salário do pecado é a morte” (Rom 6,23).

Tudo o que há de mal na história do homem e do mundo é consequência do pecado que começou com Adão. “Por meio de um só homem, o pecado entrou no mundo e, pelo pecado, a morte, e assim a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram” (Rom 5,12).

O Catecismo ensina que: “A morte corporal, à qual o homem teria sido subtraído se não tivesse pecado (GS,18), é assim o último inimigo do homem a ser vencido” (1Cor 15, 26).

Santo Agostinho dizia que: "É desígnio de Deus que toda alma desregrada seja para si mesma o seu castigo”, e acrescentava: “O homem se faz réu do pecado no mesmo momento em que decide cometê-lo.” Sintetizava tudo dizendo que “pecar é destruir o próprio ser e caminhar para o nada”. Ele dizia de si mesmo nas confissões: “Eu pecava, porque em vez de procurar em Deus os prazeres, as grandezas e as verdades, procurava-os nas suas criaturas: em mim e nos outros. Por isso precipitava-me na dor, na confusão e no erro.”

Toda a razão de ser da Encarnação do Verbo foi para destruir, na sua carne, a escravidão do pecado. “Como imperou o pecado na morte, assim também imperou a graça por meio da justiça, para a vida eterna, através de Jesus Cristo, nosso Senhor”. (Rom 5,21)

O demônio escraviza a humanidade com a corrente do pecado, mas Jesus vem exatamente para quebrá-la. São João deixa bem claro na sua carta: “Sabeis que Ele se manifestou para tirar os pecados” (1Jo 3,5). 

“Para isto é que o Filho de Deus se manifestou, para destruir as obras do diabo” (1 Jo 3,8). 

Essa “obra do diabo” é exatamente o pecado, que nos separa da intimidade e da comunhão com Deus e nos rouba a vida bem-aventurada.Com a Sua Morte e Ressurreição triunfante, Jesus nos libertou das cadeias do pecado e, por Sua graça, podemos agora viver uma nova vida. É o que São Paulo nos ensina na Carta aos Colossenses: “Se, pois, ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus” (Col 3,1). 

Aos romanos ele garante: “Já não pesa mais condenação para aqueles que estão em Cristo Jesus. A Lei do Espírito da vida em Cristo Jesus te libertou da lei do pecado e da morte” (Rom 8,1).

Aos gálatas o apóstolo diz: “É para a liberdade que Cristo nos libertou. Permanecei firmes, portanto, e não vos deixeis prender de novo ao jugo da escravidão” (Gal 5,1). 

A vitória contra o pecado custou a vida do Cordeiro de Deus. São João Batista, o precursor, aquele que foi encarregado por Deus para apresentar ao mundo o Seu Filho, podia fazê-lo de muitas formas: “Ele é o Filho de Deus”, ou, “Ele é o esperado das nações”, como diziam; ou ainda: “Ele é o Santo de Israel”, ou quem sabe: “Eis aqui o mais belo dos filhos dos homens”, etc.; mas, em vez de usar essas expressões que designavam o Messias que haveria de vir, João preferiu dizer: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29).

Aqueles que querem dar outro sentido à vida de Jesus, que não o d'Aquele que “tira o pecado do mundo”, esvaziam a Sua Pessoa, a Sua missão e a missão da Igreja. A partir daí, a fé é esvaziada e toda a “sã doutrina” (1Tm4,6) é pervertida. Eis o perigo da “teologia da libertação”, que exigiu a intervenção direta da Santa Sé e do próprio Papa João Paulo II, pois, na sua essência, esta “teologia” substitui o Cristo Redentor do pecado por um Cristo apenas libertador dos males sociais e terrenos, reinterpreta o Evangelho e o Cristianismo dentro de uma exegese e de uma hermenêutica que não é aceita pelo Magistério da Igreja.

Assim como a missão de Cristo foi libertar o homem do pecado, a missão da Igreja, que é o Seu Corpo místico, a Sua continuação na história, é também a de libertar a humanidade do pecado e levá-la à santificação. Fora disso, a Igreja se esvazia e não cumpre a missão dada pelo Senhor. "Jesus" quer dizer, em hebraico, “Deus salva”. Salva dos pecados e da morte.

Na anunciação, o anjo disse a Maria: "… lhe porás o nome de Jesus" (Lc 1,31).

A José, o mesmo anjo disse: “Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados” (Mt 1,21). 

A salvação se dá pelo perdão dos pecados; e já que “só Deus pode perdoar os pecados” (Mc 2, 7), 

Ele enviou o Seu Filho para salvar o Seu povo dos pecados. “Foi Ele quem nos amou e nos enviou Seu Filho como vítima de expiação pelos nossos pecados” (1Jo 4,10). 

“Este apareceu para tirar os pecados “ (1Jo 3,5).

Isto mostra que a grande missão de Jesus era, de fato, “tirar o pecado do mundo”, e Ele não teve dúvida de chegar até a morte trágica para isto. Agora, Vivo e Ressuscitado, Vencedor do pecado e da morte, pelo ministério da Igreja, dá o perdão a todos os homens. Jesus disse aos apóstolos na Última Ceia:

“Se me amais, guardareis os meus mandamentos” (Jo 14,15). 

Guardar os mandamentos é a prova do amor por Jesus. Quem obedece aos Seus mandamentos, foge do pecado.O grande São Basílio Magno (329-379), bispo e doutor da Igreja, ensina, em seus escritos, que há três formas de amar a Deus: a primeira é como o mercenário, que espera a retribuição; a segunda, é como escravo que obedece, por medo do chicote, o castigo de Deus; e o terceiro é o amor filial, daquele que obedece, porque, de fato, ama o Pai. É assim que devemos amar o Senhor; e, a melhor forma de amá-Lo é repudiando todo mal.

Os Dez Mandamentos são a salvaguarda contra o pecado. Por isso, o primeiro compromisso de quem almeja a santidade deve ser o compromisso de viver, na íntegra, os mandamentos. Diante da gravidade do pecado, o autor da Carta aos Hebreus chega a dizer aos cristãos:

“Ainda não resististes até ao sangue na luta contra o pecado” (Hb 12,4). 

Nesta luta, justifica-se chegar até ao sangue, se for preciso, como Jesus o fez.

Fonte: Click aqui


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Escravos do pecado

Extremistas muçulmanos seqüestram e estupram cristã no Paquistão



ROMA, 18 Jul. 12 / 11:03 am (ACI/EWTN Noticias).- A irmã menor de um pastor protestante foi seqüestrada no mês passado por extremistas muçulmanos que a estupraram e a obrigaram a converter-se ao Islã. Os fatos aconteceram na cidade de Chunian, ao sul de Lahore, província de Punjab (Paquistão).

Conforme informou a agência vaticana Fides, Muzamal Arif, irmã do pastor Aurangzeb, logo depois de ser abusada e ameaçada foi obrigada a assinar uma declaração de conversão ao Islã e a casar-se com o muçulmano Muhammad Nadeem.

A vítima é menor de idade e de acordo à lei, o matrimônio não está permitido para as pessoas de menor idade. Entretanto, os cristãos locais indicaram que "a família dos seqüestradores é rica e poderosa, e pode passar por cima essa disposição legal".

Apesar de que a família da menor tenha denunciado o ocorrido à polícia de Chunian, não foi realizada nenhuma investigação, antes, foi apresentado à família um relatório do tribunal que afirma que a garota é muçulmana e se casou de maneira legal.

Por sua parte, o pastor Mustaq Gill, presidente da ONG Legal Evangelical Association Development, que está se ocupando do caso, assinalou que a prática da conversão e o matrimônio forçado é muito comum no Paquistão, os muçulmanos se aproveitam, sobre tudo nas zonas rurais, das meninas de minorias religiosas, que são as principais vítimas.

No Paquistão há cerca de mil casos do tipo por ano, em detrimento de mulheres cristãs e hinduístas.

Para combater este abuso, reconhecido até mesmo por autoridades civis, a Comissão Nacional para as Minorias Religiosas preparou um projeto de lei apoiado pelos cristãos e se espera que em breve seja estudado pelo Parlamento paquistanês.



Fonte: ACI Digital


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Extremistas muçulmanos seqüestram e estupram cristã no Paquistão

A Solidariedade

Em maio de 2007 os Bispos da América Latina e do Caribe, reunidos em Aparecida do Norte, examinaram a situação de nossos povos. Entre as coisas lindas, encontraram a solidariedade: “Alegra-nos o profundo sentimento de solidariedade que caracteriza nossos povos e a prática de compartilhar e de ajuda mútua” (DA 99, g).
Uma das formas organizadas de solidariedade é a cooperativa. A cooperativa se define como “uma associação de pessoas que se unem voluntariamente para satisfazer aspirações e necessidades econômicas, sociais e culturais, por meio de uma empresa de propriedade comum e democraticamente gerida”.
Aqui vão dois exemplos: As cooperativas de crédito, como o SICREDI e as cooperativas de profissões, como a dos médicos - UNIMED.
O que caracteriza estas formas de organização é a cultura da cooperação e de comunhão.
Calcula-se que dez por cento (10%) da riqueza do país (PIB) seja gestado por estas formas de cooperação. Mas “não só de pão vive o ser humano”.
Temos no Brasil o projeto “Igrejas Irmãs”. Nosso Bispo Dom Canísio está no Mato Grosso, em visita à nossa Igreja Irmã de SINOP. As dioceses com mais recursos humanos, especialmente padres e religiosos, ajudam as dioceses mais carentes. Neste caso a solidariedade se estende aos bens espirituais e pastorais.
É muito conhecido o que aconteceu ao militar Martinho: Em pleno inverno ele encontrou um pobre homem enrijecido de frio. Martinho não duvidou: desembainhou sua espada e cortou seu manto pela metade, dando uma parte ao pobre. De noite Jesus apareceu a Martinho, trajando o pedaço do manto dado ao pobre. “O que fizeste a um destes pequeninhos, a mim fizestes” (Mt 25,39).
Da solidariedade internacional depende a paz entre os povos. A organização das Nações Unidas (ONU) foi criada para esta finalidade. E a ONU ajuda a superar os conflitos, as guerras os crimes contra a humanidade. É a solidariedade globalizada.
A partilha, a cooperação, o serviço aos necessitados, a solidariedade desenvolvem o bem comum e a benção de Deus.
Dom Sinésio Bohn
Bispo Emérito de Santa Cruz do Sul
CNBB

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A Solidariedade

Animados ou desanimados?...

Mesmo quendo tudo parece estar perdido, nunca desista!...
Ânimo ou desânimo perpassam continuamente o nosso ser. Uma juventude desanimada, sem alma, além de ser trágico é perigoso. Nada é mais precioso do que o sentido da vida; sem ele, nos perdemos e nada construímos.

O mundo e a Igreja precisam de jovens animados, com grandes sonhos a serem concretizados. A falta de horizontes murcha a vida. Uma juventude sem esperança é deprimente!

Como anda nossa juventude: animada ou desanimada? Faça este teste e se dê uma nota de 0 a 10. Muito desanimado: “0”; mais ou menos “5”; muito animado: “10”:
· Facilmente você vai ao encontro dos outros?                           (   )
· Geralmente coloca os outros em primeiro lugar?                     (   )
· Logo que acorda, enfrenta o dia positivamente?                      (   )
· Sente-se bem consigo mesmo e com a sua família?                 (   )
· Quando projeta algo de bom, o realiza logo e com alegria?     (   )

Se ficou acima de 30 pontos, você é uma pessoa animada e positiva; se ficou abaixo desse número, precisa de revitalizar sua existência. Como sair, pois, da apatia e do desãnimo? Como sair da melancolia e do egocentrismo? Jovens sem ideais não têm convicções e são como folha que o vento leva.

A vida coloca continuamente perguntas que exigem respostas. As nossas respostas podem ser positivas ou negativas e ambas deixam seus efeitos. Há jovens que só sabem dar respostas negativas e malencaradas; são uma tristeza e viver ao lado deles é um tormento. Não há nada mais belo do que jovens animados e altruístas!

Ânimo ou desânimo são conseqüências de nossas convicções e comportamentos. Quantas vezes escutamos: “Cansei!... Não tenho mais pique!... Desanimei!... Quando essa crise chega, não avisa. Ela se instala teimosamente na cabeça e derruba o coração.

Conheço vários tipos de crise: a pessoal, a familiar, a pastoral e a religiosa, mas a mais perigosa é a primeira, pois ela contamina todas as outras. Quem está bem consigo mesmo, geralmente está de bem com os outros e também com Deus. “Os que confiam em Javé se revigoram e criam asas como águias, correm sem cansaço e caminham sem fadiga” (Is 40, 35). Nosso agir depende muito daquilo que acreditamos!

É normal ter crises, mas é perigoso tomar decisões importantes e condicionados por elas. A crise bem elaborada ensina muito e nos torna mais profundos e gratuitos; descompassada, gera atitudes melancólicas e destruidoras.

Pensamentos evangélicos se traduzem em comportamentos éticos. A contrária, por desgraça, também é verdadeira. A injustiça institucionalizada, a falta de solidariedade, a corrupção em todas as suas formas evidenciam o tipo de pensamento dominante. Os pensamentos que temos geram um diálogo interior positivo ou negativo... O diálogo interior negativo não faz pessoas desanimadas e vigor. O mundo precisa de pessoas sadias e sonhadoras.

Mas, como ser positivos num mundo doente e caótico? positivos, mas não esqueça: quanto mais radical a opção, tanto maior deve ser a convicção!

Um jovem “desanimado”, sem alma, é como uma casa sem crianças; uma Igreja sem jovens não tem futuro.

Juventude é sinônimo de “en-tu-siasmo”, isto é, de estar cheio de Deus. Jovens apaixonados por Deus e pelo seu Reino. Uma pessoa apaixonada é uma pessoa descentrada, que vive totalmente para os outros.

Mesmo quando tudo parece estar perdido, nunca desista de ser melhor!

Uma pergunta: Você é animado ou desanimado?

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Animados ou desanimados?..

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