As contribuições católicas para a Bíblia

O próprio Lutero disse: "foi um efeito do poder de Deus que o papado preservou, em primeiro lugar, o santo batismo; em segundo, o texto dos Santos Evangelhos, que era costume ler no púlpito na língua vernácula de cada nação..." (14). Muitos católicos e protestantes não percebem quanto devem a Igreja católica por terem a Bíblia como nós temos hoje. Por exemplo, antes que Lutero fizesse sua tradução em alemão em setembro de 1522, já havia dezessete traduções alemãs (todas antes de1518) já impressas, doze destas no dialeto do baixo-alemão. (7)

38-61 d.C. O PRIMEIRO EVANGELHO FOI ESCRITO: S. Mateus, um dos doze apóstolos de Cristo,  bispo católico e mártir da fé, escreve o primeiro evangelho da vida de Cristo em hebraico. Este evangelho seria seguido por três outros evangelhos escritos em grego. Estes foram o evangelho de s. Marcos (64 d.C.), o evangelho de s. Lucas (63 ou 64 d.C.) e o evangelho de s. João (97 d.C.).
52 d.C. A PRIMEIRA EPÍSTOLA FOI ESCRITA: S. Paulo, apóstolo de Cristo, bispo católico e mártir da fé, escreve a primeira epístola a uma parte da Igreja. Esta é conhecida hoje como "Primeira aos Thessalonicenses". Este escrito seria seguido de 21 outras epístolas apostólicas por vários autores católicos, sendo o último escrito pelo apóstolo s. João, em 69 d.C.
64 d.C. FOI ESCRITO OS ATOS DOS APÓSTOLOS: S. Lucas, discípulo de s. Paulo, bispo da Igreja católica e mártir da fé, escreve "Atos dos Apóstolos", uma história da igreja católica da Páscoa até a morte de s. Paulo. Atos e o Evangelho Segundo São Lucas, fez s. Lucas o autor da maior parte do NT, ou seja, 28%.
98-99 d.C. O ÚLTIMO LIVRO DIVINAMENTE INSPIRADO DOS APÓSTOLOS É FEITO: S. João, apóstolo de Cristo e bispo da Igreja católica, escreve o último livro divinamente inspirado dos apóstolos. Isto é conhecido hoje como "Apocalipse"
153-170 d.C. O PRIMEIRO TRATADO EM "A HARMONIA DOS EVANGELHOS". : Amais antiga tentativa de fazer uma harmonia foi por Taciano (morreu em 172) e seu título, Diatessaron, dá abundante evidência da primitiva aceitação na Igreja católica de nossos quatro Evangelhos canônicos. A próxima Harmonia foi feita por Amônio de Alexandria, professor de Orígenes, que apareceu em 220 d.C., mas se perdeu. (17)
2º - 3º SÉCULO d.C. A PRIMEIRA ESCOLA DA BÍBLIA: Os antigos católicos começaram uma escola em Alexandria para a aprendizagem dos Evangelhos e outros escritos católicos antigos. (6)
250 d.C. A PRIMEIRA BÍBLIA EM IDIOMA PARALELA: O católico Orígenes cria a edição da Hexapla do VT, que continha o hebraico paralelo com versões gregas. (5)
250 d.C. A PRIMEIRA BIBLIOTECA CATÓLICA: O católico Orígenes cria uma bem equipada biblioteca na Cesaréia, com a finalidade de estudar os Evangelhos e outros escritos católicos antigos. (19)
250-300 d.C. A PRIMEIRA BÍBLIA EM FORMA DE LIVRO: Os judeus usaram o rolo de papiro, os primitivos católicos foram os primeiros ao usar a forma de livro (códice) para Escrituras. (10)
SÉCULO IV - O PRIMEIRO USO DA PALAVRA "BÍBLIA": Veio da palvra grega "biblos", que significa o lado interno do papiro, papel-cana de onde eram feitos os primeiros papéis, no Egito. A forma latina "Biblia", escrita com uma letra maiúscula, veio a significar "O Livro dos Livros", "O Livro" por excelência. As Santas Escrituras foram chamadas de Bíblia pela primeira vez por s. Crisóstomo, arcebispo católico de Constantinopla, no séc. IV. (12)
SÉCULO IV - AS MAIS ANTIGAS BÍBLIAS EXISTENTES: As duas mais antigas Bíblias existentes, que contém o Velho e a maioria (mas não completo) do Novo Testamento, chamam-se hoje de Códice Vaticanus (325-350 d.C.), o Códice Sinaiticus (340-350 d.C.), o Códice Ephraemi (345 d.C.) e o Códice Alexandrinus (450), que foram copiados à mão por monges católicos. (6)
367 D.C. O PRIMEIRO USO DO PALAVRA "CÂNON": S. Atanásio, bispo católico de Alexandria, é o primeiro em aplicar o termo cânon para o conteúdo da Bíblia, introduzindo o verbo canonizar que significa "dar sanção oficial a um documento escrito". (6)
367 D.C. O CÂNON DO NOVO TESTAMENTO: A 39ª carta festal de S. Atanásio, bispo católico de Alexandria, enviada para as igrejas sob sua da jurisdição em 367, terminou com toda a incerteza sobre os limites do cânon do NT. Nela, preservada em uma coleção de mensagens, listou como canônicos os 27 livros do NT, embora os organizasse em uma ordem diferente. Esses livros do NT, na ordem atual são os quatro Evangelhos  (Mateus, Marcos, Lucas, João), Atos dos Apóstolos, Romanos, 1 Coríntios, 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 Tessalonicenses, 2 Tessalonicenses, 1 Timóteo, 2 Timóteo, Tito, Filemôn, Hebreus, Tiago, 1 Pedro, 2 Pedro, 1 João, 2 João, 3 João, Judas e Apocalipse. (1)
388 D.C. O PRIMEIRO GLOSSÁRIO DE NOMES DA BÍBLIA: S. Jerônimo compilou o "Livro de Nomes Hebreus, ou Glossário de Nomes Formais do Velho Testamento". O Livro de Nomes Hebreus foi sem dúvida de muito uso na ápoca em que as pessoas quase não conheciam o hebraico, embora o arranjo seja estranho com um glossário separado para cada livro da Bíblia. (17)
388 D.C. O LIVRO DOS NOMES DE LUGARES HEBREUS: S. Jerônimo compilou o "O Livro dos Nomes de Lugares Hebreus" que foram feitos primeiro por Eusébio com adições de Jerônimo. Os nomes sob cada letra são colocados em grupos separados na ordem dos livros das Escrituras nas quais eles aparecem; por exemplo, na letra A temos os nomes de Gênesis, depois Êxodo, e assim por diante. Mas não há lugar para fantasia, e o testemunho de homens que viveram na Palestina nos séc. IV e V ainda são de grande valor ao estudante da topografia sagrada. Quando os lugares estão fora do conhecimento do escritor, ele usa de especulação, como quando o autor nos fala que a Arca pode ser encontrada nas proximidades do Ararat. (17)
390 D.C. A PRIMEIRA COMPILAÇÃO COMPLETA DO VELHO E NOVO TESTAMENTO: No Concílio de Hipona, a Igreja católica reuniu os vários livros que reivindicaram serem escrituras, revisou cada um e decidiu quais eram inspirados ou não. A Igreja católica reuniu todos os livros e epístolas inspirados em um volume chamado A Versão de Septuaginta do Velho Testamento (que foi traduzida por setenta estudiosos em Alexandria, Egito por volta de 227 a.C. e foi a versão que Cristo e os apóstolos usaram) e é a mesma Bíblia que temos hoje. A Igreja católica deu-nos então, a Bíblia. (2)
400 D.C. A MAIOR PARTE DAS ESCRITURAS SAGRADAS TRADUZIDAS: Nas línguas siríaco, cóptico, etíope, georgiano(8). Na região do Reno e Danúbio (Império romano) UMA versão gótica foi traduzida pelo bispo gótico Ulfilas (318-388), quem, depois de inventar um alfabeto, produziu uma versão das Escrituras da septuaginta do VT e do grego. (10)
406 D.C. A TRADUÇÃO ARMÊNIA: Em 406 o alfabeto armênio foi inventado por Mesrob, que cinco anos depois completou uma tradução do VT e NT da versão siría em armênio. (10)
405 D.C. A PRIMEIRA TRADUÇÃO DA BÍBLIA COMPLETA NA LINGUAGEM COMUM: A Vulgata latino, de latin editio vulgata,: "versão comum", a Bíblia ainda usada pela Igreja católica romana, foi traduzida por S. Jerônimo (quem os tradutores da versão KJV de 1611 em seu prefácio o chamaram de "o pai mais instruído, e o melhor lingüista de sua época ou de qualquer antes dele"). Em 382, o papa Dâmaso pediu a Jerônimo, o maior estudioso bíblico de sua época, que produzisse uma versão latina aceitável da Bíblia das várias traduções que eram então usadas. Sua tradução latina revisada dos Evangelhos apareceu em 383. Usou a versão da Septuaginta grega do VT do qual ele produziu uma nova tradução latina, um processo que ele completou em 405. (3) É como tradutor das Escrituras que Jerônimo é mais conhecido. Sua Vulgata foi feita no momento certo e pelo homem certo. O latim ainda estava vivo, apesar do Império Romano estar desaparecendo. E Jerônimo era mestre em latim.  (17)
450-550 A.D O BEZAE CANTABRIGIENSIS (TAMBÉM CHAMADO CÓDICE BEZAE): Este é o manuscrito bilíngüe mais antigo existente, com o grego na página esquerda, e latim à direita. O Bezae Cantabrigiensis era um texto ocidental copiado c. 450-550 e que preservou a maior parte dos quatro Evangelhos e partes de Atos.
SÉCULO VII - A PRIMEIRA TRADUÇÃO DA BÍBLIA EM PARA O FRANCÊS: As versões francesas dos Salmos e o Apocalipse, e um métrico do Livro de Reis, apareceu já no sétimo século. (9) Em 1223 uma tradução completa foi feita sob o rei católico Louis, o Piedoso. Isto foi 320 anos antes da primeira versão francesa protestante. (7) Até o décimo quarto século, foram produzidas muitas histórias da Bíblia.
SÉCULO VII - A PRIMEIRA VERSÃO ALEMÃ: A história da pesquisa Bíblica mostra que as numerosas versões parciais no vernáculo na Alemanha já aparecem nos séc. VII e VIII. Também há abundância dessas versões nos séc. XIII e XIV, e uma Bíblia completa no séc.XV, antes da invenção da imprensa. (9)
SÉCULO VIII - A PRIMEIRA TRADUÇÃO DA BÍBLIA EM INGLÊS: Por Adelmo, bispo de Sherborne, e Bede. Uma tradução do século IX da Bíblia para o inglês (no dialeto anglo-saxão) foi feita por Alfred. Uma tradução do séc. X para inglês foi feita por Aelfric. (7) Foi feita uma tradução em 1361 da maior parte das  Escrituras no dialeto inglês (anglo-normando). (3) Isto foi vinte anos antes da tradução de Wycliffe em 1381. (3)
SÉCULOS VIII e IX - O USO DA FORMA DE ESCRITA CHAMADA "MINÚSCULA": Como o bloqueio do comércio oriental  de papiro fez o  mercado ocidental usar o pergaminho, o fator econômico ficou  potente. Para caber mais letras na página, o copista teve de usar letras menores e apertadas. Alguns, para preservar suas formas, colocavam algumas acima e outras abaixo linha. O resultado foi uma forma de escrita chamada "Minúscula"?pequenas letras, com iniciais maiúsculas para ênfase. Este sistem ainda é usado hoje. Foi uma mudança gramatical da "Maiúscula" -  que consistia de ltras grandes usadas pelos gregos, romanos e judeus. (16)
SÉCULO IX - A PRIMEIRA TRADUÇÃO ESLAVA DA BÍBLIA: Os santos católicos Cirilo e Metódio pregaram o Evangelho para os eslavos na segunda metade do nono século e S. Cirilo, tendo formado um alfabeto, fez para eles uma versãoVelho Eclesiástico Eslavo, ou Búlgaro, uma tradução da Bíblia do grego. No  fim do décimo século esta versão entrou na Rússia e depois do décimo segundo século sofreu muitas mudanças lingüísticas e textuais. Uma Bíblia eslava completa foi feita de um códice antigo no tempo de Waldimir (m. 1008) foi publicada em ostrogodo em 1581.(9)
1170 D.C. A PRIMEIRA BÍBLIA PARALELA EM INGLÊS: O Psalterium Triplex de Eadwine, que continha a versão latina acompanhada por textos anglo-normandos e anglo-saxões, se tornou a base de versões anglo-normandas. (3)
SÉC. XII - A PRIMEIRA DIVISÃO DE CAPÍTULOS: Foi o arcebispo católico britânico de Canterbury, St. Estêvão Langton (morreu em 1228), foi o primeiro a dividir as Escrituras em capítulos: 1.163 capítulos no VT e 260 no NT. (4)
SÉC. XIII - A PRIMEIRA TRADUÇÃO DA BÍBLIA EM ESPANHOL: Sob o rei Alfonso V de Espanha. (7)
1230 D.C. A PRIMEIRA CONCORDÂNCIA: Uma concordância da Bíblia da Vulgata latina foi compilada pelo frade dominicano Hugo de São Cher. (5)
1300 D.C. A PRIMEIRA TRADUÇÃO DA BÍBLIA EM NORUEGUÊS: O mais antiga e celebrada é a tradução de Gênesis-Reis chamada Stjórn ("Direção"; i.e., de Deus) em norueguês antigo, em 1300. As versões suecas do Pentateuco e de Atos sobreviveram do décimo quarto século e um manuscrito de Josué-Juízes por Nicholaus Ragnvaldi de Vadstena de c. 1500. A versão dinamarquesa mais antiga de Genêsis-Reis deriva de 1470. (11)
1454 D.C. A PRIMEIRA BÍBLIA IMPRESSA: Um católico chamado Gutenberg causou grande excitação quando no outono daquele ano exibiu uma amostra na feira do comércio de Frankfurt. Gutenberg rapidamente vendeu todas as 180 cópias da Bíblia da Vulgata latina até mesmo antes da impressão estar acabada. (6)
1466 D.C. A PRIMEIRA BÍBLIA IMPRESSA EM ALEMÃ: Isto foi cinqüenta oito anos antes de Lutero fazer sua Bíblia alemã em 1524. (8) Nestes cinqüenta e oito anos os católicos imprimiram 30 diferentes edições alemãs da Bíblia.
1470 D.C. A PRIMEIRA BÍBLIA IMPRESSA EM ESCANDINAVO: No décimo quarto século, foram feitas versões das Epístolas dominicas e dos Evangelhos para uso popular na Dinamarca. Grandes partes da Bíblia, se não uma versão inteira, foi publicada em 1470. (9)
1471 D.C. A PRIMEIRA BÍBLIA ITALIANA:(8) Muitos anos antes de Lutero fazer sua Bíblia (começou em 1522) os católicos já tinham feito 20 diferentes edições italianas da Bíblia.
1475 D.C. A PRIMEIRA BÍBLIA  IMPRESSA EM HOLANDÊS: A primeira Bíblia em holandês foi impressa por católicos na Holanda em Delft em 1475. Algumas foram impressas por Jacob van Leisveldt em Antwerp (9)
1478 D.C. A PRIMEIRA BÍBLIA IMPRESSA EM ESPANHOL:(8 ) Muitos anos antes de Lutero fazer sua Bíblia (começou em 1522) os católicos já tinham feito 2 diferentes edições espanholas da Bíblia.
1466 D.C. O PRIMEIRA BÍBLIA IMPRESSA EM FRANCÊS:(8) Muitos anos antes de Lutero fazer sua Bíblia (começou em 1522) os católicos já tinham feito 26 diferentes edições francesas da Bíblia.
1516 D.C. A PRIMEIRA IMPRESSÃO DO NOVO TESTAMENTO GREGO: Um católico chamado Erasmofez a primeira impressão de seu NT grego. (8) Muitos anos antes de Lutero fazer sua Bíblia (começou em 1522) os católicos já tinham feito 22 diferentes edições gregas da Bíblia.
1534 D.C. O PRIMEIRO USO DE ITÁLICOS PARA INDICAR PALAVRAS QUE NÃO ESTAVAM NO ORIGINAL: Um católico chamado Munster foi o primeiro em usar itálicos para indicar palavrasque não estavam nos textos originais grego e hebraico, em sua versão da Vulgata latina. (13)
1548 D.C. AS PRIMEIRAS VERSÕES CHINESAS: Entre as traduções mais antigas uma versão é a de S. Mateus por Anger, um católico japonês (Goa, 1548). O jesuíta Padre de Mailla escreveu para uma explicação dos Evangelhos para domingos e festas em 1740, (9)
1551 D.C. A PRIMEIRA DIVISÃO DE VERSÍCULOS: A primeira divisão da Bíblia em versículos é vista pela primeira vez em uma edição doNT grego publicada em Paris pelo católico Robert Stephens. (10)
1555 D.C. A PRIMEIRA BÍBLIA IMPRESSA COMPLETA COM CAPÍTULOS E VERSÍCULOS: A primeira divisão da Bíblia em capítulos e versículos é vista pela primeira vez em uma edição do Vulgata publicada em Paris pelo católico Robert Stephens. (10)
1561 D.C. A PRIMEIRA BÍBLIA COMPLETA EM POLONÊS: Foi impressa em Cracóvia em 1561, 1574, e 1577. Jacob Wujek, S.J., fez uma nova tradução da Vulgata (Cracóvia, 1593) admirada por Clemente VIII e que foi muito reimpressa. (9)
1579 D.C. A PRIMEIRA VERSÃO MEXICANA: A primeira Bíblia conhecida no México foi uma versão dos Evangelhos e Epístolas em 1579 por Dídaco de S. Maria, O.P., e o Livro de Provérbios por Louis Rodríguez, O.S.F. Uma versão do NT foi feita em 1829, mas só o Evangelho de S. Lucas foi impresso. (9)
1836 D.C. A PRIMEIRA TRADUÇÃO DA BÍBLIA PARA O JAPONÊS: Uma versão do evangelho de S. João e dos Atos foi editada em katakana (tipo quadrado) em Cingapura (1836) por Charles Gutzlaff (9)


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A forma como você vê os outros diz muito sobre você...


É melhor pensar duas vezes antes de falar dos outros, porque suas palavras podem revelar muito sobre sua própria personalidade, mesmo aquelas características as quais você pode não estar ciente de que possui.
Essa é a conclusão de um novo estudo que afirma que a maneira como você vê os outros reflete muito sobre quem você é, incluindo tanto boas quanto más características.
Segundo os pesquisadores, ver os outros positivamente revela seus próprios traços positivos. Por outro lado, suas palavras podem revelar suas percepções negativas sobre outras pessoas, que estão ligadas ao seu narcisismo, seu comportamento anti-social, e até mesmo sua neura.
Os participantes do estudo, estudantes universitários, foram convidados a falar sobre as características positivas e negativas de outros estudantes com os quais estavam familiarizados.
Os pesquisadores descobriram que a tendência de uma pessoa de descrever outras de forma positiva é um indicador importante da positividade das características da própria pessoa. Fortes associações foram encontradas entre positivamente julgar os outros e o quão entusiástico, alegre, bondoso, cortês, e emocionalmente estável a pessoa se descreveu e foi descrita por outros.
Ver as pessoas de forma positiva também mostra o quanto as pessoas estão satisfeitas com suas próprias vidas e o quanto elas são queridas por outros. Os investigadores dizem que as percepções negativas de outras pessoas estão ligadas a níveis mais elevados de narcisismo e comportamento anti-social.
A simples tendência de ver pessoas negativamente indica uma probabilidade maior de depressão e transtornos de personalidade diferentes. Os pesquisadores dizem que encontrar maneiras de levar as pessoas a ver o outro de forma mais positiva pode promover a cessação de comportamentos associados com transtornos de personalidade.
Ser excessivamente negativo ao descrever alguém pode ser uma dica de que a própria pessoa é desagradável, infeliz, neurótica, ou tem outros traços negativos de personalidade.
Os investigadores encontraram fortes evidências de que a tendência de perceber positivamente os outros em nosso meio social é uma característica altamente estável que não muda substancialmente ao longo do tempo.
Segundo os autores, os resultados mostram que o que uma pessoa vê no outro é mais do que simplesmente a projeção da sua própria imagem. Mas pode mostrar muito de quem você é...

(Fonte: Hypescience)

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Os 10 problemas mais comuns do pensamento humano


Você com certeza já ouviu falar de psicologia reversa e de efeito placebo. Mas você sabia que essas técnicas muito usadas no mundo da ciência têm como base falhas do pensamento humano? E não pense que está imune delas: esses problemas acontecem com todos, independentemente de idade, sexo ou nível educacional. Confira a lista abaixo e veja quais dos 10 problemas mais comuns do pensamento já aconteceram com você.

10- A ILUSÃO DO APOSTADOR
Quando você joga “cara ou coroa” várias vezes e tira apenas “cara” seguidamente é mais provável que você tire “coroa” na próxima vez que jogar a moeda, certo? Errado. A chance de sair “cara” ou “coroa” é sempre a mesma, de 50% para cada opção (isso se a moeda não estiver alterada, obviamente). Você pensa que tirar “coroa” é mais provável por causa da chamada “ilusão do apostador”. O cérebro humano tem uma tendência a achar que eventos do passado podem alterar a probabilidade de eventos futuros, apesar de as chances serem sempre as mesmas. Pode parecer meio óbvio quando explicado dessa forma, mas vários apostadores já perderam dinheiro na roleta, no pôker e em outros jogos de azar por causa dessa falha do pensamento.

9 – REATIVIDADE
Você está jogando paciência spider tranquilamente no escritório quando sente uma presença perturbadora. Seu chefe entrou na sala. Você subitamente fecha a janela do jogo, endireita as costas e tenta parecer atento àquele relatório. O exemplo pode parecer exagerado, mas é comprovado que os humanos tentam parecer mais eficientes e atentos quando sabem que estão sendo observados, sendo pelo chefe ou não. Um estudo feito nos anos 20, por exemplo, tentou provar que a eficiência dos empregados de uma fábrica aumentava com mudanças na luz. E, durante a pesquisa, a eficiência do pessoal realmente aumentou. No entanto, depois que a luz da fábrica foi ajustada para uma maior eficiência e os pesquisadores foram embora, os níveis de produtividade voltaram ao normal. Os funcionários da fábrica estavam trabalhando mais na época da pesquisa não por causa da luz, mas sim porque sabiam que estavam sendo observados por cientistas. A reatividade é um problema sério em pesquisas científicas, por isso, muitas vezes, grupos de referência são formados – se uma empresa farmacêutica resolve testar um novo remédio de dor de cabeça, é provável que administre um placebo, uma pílula de trigo, em um grupo de voluntários e o produto normal em outro, para definir se os efeitos são mesmo por causa do remédio ou produto da mente humana.

8 – PAREIDOLIA
O nome parece complicado, mas essa falha é realmente comum. Lembra quando, há alguns anos, o mundo todo parou porque uma imagem da Virgem Maria apareceu em uma janela, como uma mancha? E quando você olha para o céu e pode jurar que uma nuvem se parece exatamente com um coelho? Tudo isso é fruto da pareidolia. Essa falha prega que o significado das coisas está no observador e não no que está sendo observado. Então quando você acha estranho que a vida de Michael Jackson, assim como sua morte, esteja povoada de coincidências que levam ao número 7, pode ser porque você está procurando por coincidências e não porque elas realmente influam em alguma coisa. Um fato interessante é que a pareidolia foi usada como base para aquele teste das manchas usado na psicologia. As imagens são ambíguas e a resposta de quem está sendo “entrevistado” mostraria seus pensamentos ocultos.

7- A PROFECIA QUE SE AUTO-COMPLETA
Essas “profecias” apenas confirmam atitudes que estão presentes em nós. Elas acabam causando constatações que provocam o resultado previsto. Quer um exemplo? Quando você pensa “eu odeio Física e vou levar bomba na prova” você é automaticamente desestimulado a estudar por seus pensamentos e as chances de levar bomba aumentam consideravelmente. Essa é uma técnica muito usada pelos chamados videntes. Você vai à cartomante e ela diz que há um inimigo loiro em seu caminho – logo você começa a ficar mais atento e receoso com qualquer pessoa loira que conhece e seu comportamento alterado pode até levá-lo a fazer um novo inimigo.

6- O EFEITO DO HALO
Um dia você chega no trabalho e encontra seu colega cochilando. No outro dia ele está fazendo a mesma coisa, assim como nos dias seguintes. Logo você começa a considerá-lo um preguiçoso. Temos depois ele não só é preguiçoso como não é confiável, é incompetente e, com certeza, um mau trabalhador. Podem haver outras razões pelas quais ele está cochilando naqueles dias, talvez tenha trabalhado até de madrugada a semana inteira, mas logo uma atitude faz com que reconsideremos toda a personalidade do sujeito de forma negativa.

5 – MENTALIDADE DE GADO
É a tendência que temos de adotar as opiniões e os comportamentos da maioria para evitar o conflito. Alguns especialistas dizem que o caso de Geisy, da Uniban, foi causado exatamente pela mentalidade de gado. Essa falha explica porque certas modas pegam logo – o que é necessário é que um grupo ache um tipo de pulseira muito legal e logo o costume se espalha.

4 – RELUTÂNCIA
A relutância é o contrário da mentalidade de gado. Para mostrar que você tem liberdade de escolha, você faz tudo ao contrário do que é esperado. Isso explica o comportamento de muitos adolescentes. Muitas vezes o jovem nem quer sair naquela noite, mas o fato de que seus pais o proibiram faz com que ele fique ansioso e saia, só para mostrar que ele pode. A psicologia reversa é, na verdade, um uso controlado da relutância. Diga para alguém fazer aquilo que você, na verdade, não quer que ele faça e ele, eventualmente, fará o que você quer – essa técnica é muito usada com crianças e com os adolescentes.

3 – O DESCONTO HIPERBÓLICO
Você prefere receber 100 reais hoje ou 120 no mês que vem? O desconto hiperbólico é a tendência que as pessoas têm de escolher a primeira opção. Na mente humana é preferível ter um ganho menor, mas imediato, do que esperar por mais dinheiro. O atraso do dinheiro realmente influencia na escolha do indivíduo. Pode até ser que o real valha mais hoje do que estará valendo no mês que vem, mas normalmente a variação seria pequena e você ainda estaria ganhando mais dinheiro se escolhesse a segunda opção.

2- ESCALADA DE COMPROMISSOS
Quantas vezes você já esteve em um relacionamento que sabia que não ia dar certo e, da mesma forma, tentou lutar por ele? Isso pode não ser fruto de mero romantismo e sim uma falha em seu pensamento! Digamos que você esteja namorando alguém há um ano. Então você começa a perceber que a pessoa tem alguns defeitos que você não suporta. O lógico seria terminar o namoro naquela hora. Mas você já investiu um ano nesse relacionamento, então terminar seria desperdiçar seu tempo e você se compromete com a “causa” namoro, não com a pessoa, e investe mais meio ano em algo que não vai dar certo, esperando consertar tudo. Isso pode ser aplicado em outras áreas, como em investimentos econômicos ou em um emprego, por exemplo.

1 – EFEITO PLACEBO
Talvez a falha no pensamento humano mais famosa. Normalmente o placebo é uma substância neutra (como uma pílula de farinha de trigo) que acaba tendo o efeito desejado. Por exemplo, um remédio que diz ser emagrecedor e, pelo sujeito tomar aquilo todos os dias, sua mente aceita que ele está emagrecendo e todas as suas atitudes passam a condizer com isso. Ele faz mais exercícios, come mais salada e logo emagrece. Mas certos efeitos placebo ainda são um mistério – por exemplo, alguns testes mostraram que há certos sintomas de doenças que são realmente reduzidos apenas com o placebo. Logo, isso provaria o poder da sugestão da mente humana sobre o corpo?

(Fonte: Hypescience)

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Os 10 problemas mais comuns do pensamento humano

Por que algumas pessoas não seguem a opinião da maioria?

Associação Montfort: exemplo de fundamentalismo e espírito sectário... 

A sabedoria das multidões pode fazer com que você se sinta mais esperto. Segundo um novo estudo, muitas vezes as pessoas tornam-se mais confiantes em suas crenças quando descobrem que a maioria das pessoas não concorda com elas.
Segundo os pesquisadores, pode ser que você se sinta orgulhoso por ser capaz de refutar, em sua própria mente, uma opinião que a maioria das pessoas aceitou. Quando isso acontece, as pessoas têm duas vezes mais certeza de que estavam certas [em outras palavras: é aquele gostinho narcisista de ser diferente...]. 
Pesquisas anteriores já haviam mostrado que a opinião majoritária tem uma influência maior sobre as pessoas quando elas consideram as questões não tão importantes para elas ou quando são questões que elas não querem gastar muito esforço pensando. Segundo os pesquisadores, isso se deve ao fato de que se uma decisão não é importante, muitas vezes parece mais fácil apenas concordar com o que todo mundo está pensando.
No entanto, os estudos anteriores se concentraram em situações em que as pessoas descobriram a opinião da maioria antes de terem pensado bem sobre a questão. O novo estudo testou um cenário no qual os participantes puderam refletir sobre a questão antes de ouvir a opinião popular.
Os investigadores realizaram uma série de experimentos envolvendo alunos de graduação na Espanha. Os estudantes foram informados de que teriam que analisar as condições organizacionais de uma empresa desconhecida internacional, onde eles poderiam conseguir um estágio no futuro.
Alguns participantes tiveram contato com argumentos fortes e outros com argumentos fracos em favor da empresa. Um forte argumento era que os trabalhadores atuais relataram satisfação elevada devido à flexibilidade de seus horários de trabalho. Um argumento fraco foi que o logotipo da empresa era muito atraente.
Em seguida, os alunos foram convidados a expressar seus pensamentos sobre a empresa. Como esperado, os alunos que ouviram os argumentos fracos tiveram pensamentos negativos sobre a empresa, enquanto os que ouviram argumentos sólidos tiveram pensamentos positivos.
Em seguida, foi dito a metade dos participantes que 86% dos seus colegas apoiaram a empresa, enquanto à outra metade foi dito que apenas 14% dos alunos apoiaram a empresa.
Os alunos então indicaram o quão confiantes estavam em seu pensamento positivo ou negativo, e avaliaram sua atitude final sobre a empresa.
Quando os alunos tinham uma visão negativa da empresa por causa dos argumentos fracos apresentados, eles realmente ficaram mais confiantes nessa crença quando souberam que a maioria de seus colegas não concordava com eles – ao contrário de quando a maioria concordou com seu ponto de vista negativo.
Segundo os investigadores, as pessoas podem estar pensando que, se são capazes encontrar falhas em uma posição que a maioria das pessoas acredita, então seus pensamentos devem ser realmente bons.
Os resultados sugerem como uma pessoa ou organização pode revelar estrategicamente a opinião da maioria ou minoria para obter o máximo efeito persuasivo.
Se você sente que tem um argumento fraco, é melhor sugerir logo que muita gente apóia o seu problema, antes de explicar seu caso. Antes das pessoas terem a oportunidade de refletir sobre a decisão, vão apenas “seguir a multidão.”
Se você disser às pessoas que têm o apoio da maioria depois de passar argumentos fracos, de acordo com as novas descobertas, será tarde demais – às pessoas vão ficar mais confiantes nos pensamentos negativos que os argumentos geraram.
Mas para aqueles com um forte argumento, é melhor explicar a causa antes de revelar um amplo apoio para sua proposta, pois dá às pessoas a confiança em seus próprios pensamentos positivos.

Fugir dos maus companheiros (São João Bosco)




Há três espécies de companheiros: os bons, os maus e os que não são totalmente maus, mas nem são bons. Com os primeiros podeis entreter-vos e tirareis proveitos; com os últimos, tratai quando houver necessidade, sem contrair nenhuma familiaridade. Quanto aos maus, esses devemos absolutamente evitar. Mas quais são esses maus companheiros? Prestai atenção e ficareis sabendo quais sejam.


Todos os jovens que na vossa presença não se envergonham de ter conversas obscenas, de dizer palavras equívocas ou escandalosas, murmurações, mentiras, juramentos vãos, imprecações, blasfêmias, ou então procuram afastar-vos das coisas da igreja, os que vos aconselham a roubar, a desobedecer aos vossos pais ou a transgredir algum dever vosso, todos esses são maus companheiros, ministros de satanás, dos quais deves fugir mais do que da peste e do diabo em pessoa.


Ah! meus caros, com as lágrimas nos olhos eu vos suplico que eviteis e
aborreçais tais companhias. Ouvi o que diz o Nosso Senhor: quem andar com o virtuoso será também virtuoso. O amigo dos estultos tornar-se-á semelhante a ele. Foge do mal companheiro como da mordedura de uma cobra venenosa: quasi a fácie cólubri (Eccl. XXI, 22).


Em suma, se andardes com os bons, eu vos afianço que ireis com os bons ao Paraíso. Pelo contrário, freqüentando companheiros perversos, vos pervertereis também vós, com perigo de perder irremediavelmente a vossa alma. Dirá alguém: São tantos os meus companheiros, que seria preciso sair deste mundo para evitá-los todos. Bem sei que são muitos numerosos os maus companheiros e é por isso mesmo que vos recomendo com empenho que fujais deles.


E se, para não tratar com eles, fosseis obrigados a ficar sozinhos, felizes de vós, porque teríeis em vossa companhia Jesus Cristo, a bem-aventurada Virgem e o vosso Anjo da Guarda. Poderemos encontrar companheiros melhores do que esses?


Contudo pode-se também ter bons companheiros e serão os que freqüentemente os S.S. Sacramentos da Confissão e da Comunhão, os que freqüentam a igreja, os que com as palavras e como exemplo vos incitam ao cumprimento dos vossos deveres e vos afastam da ofensa de Deus.


A estes deveis freqüentar e tirareis muito proveito. Desde que Davi, quando jovem, começou a freqüentar um bom companheiro chamado Jónatas, tornaram-se ambos bons amigos com proveito recíproco, porque um animava ao outro na prática da virtude.




Evitar as más conversas


Quantos jovens estão no inferno por ter dado ouvidos ás más conversas! Estas verdade já a inculcava São Paulo, quando dizia que as conversas inconvenientes nem sequer se devem nomear entre cristãos, porque são a ruína dos bons costumes: Corrúmputi mores collóquia mala. Fazei de conta que as conversas são como os alimentos: por muito bom que seja um prato é suficiente que sobre ele caia uma só gota de veneno para dar a morte aos que dele comerem. O mesmo acontece com a conversação obscena. Uma palavra, um gesto, um gracejo basta para ensinar a malícia a um ou também a muitos meninos, os quais tendo vivido até então como inocentes cordeirinhos, por causa daquelas conversas e maus exemplos perdem a graça de Deus e se tornam infelizes escravos do demônio.


Poderá alguém dizer: Conheço as funestas conseqüências das más conversas; mas como se há de fazer?Estou numa casa, numa escola, num serviço, em uma casa de negócio, em um lugar onde se fazem más conversas. Infelizmente, meus caros jovens, sei que há desses casos; por isso vos indico o modo de sairdes dessa dificuldade sem ofender a Deus.


Se são pessoas inferiores a vós, corrigi-as com rigor; dado o caso que sejam pessoas a quem não convenha admoestar , fugi, se vos for possível; não podendo, ficai firmes em não tomar parte nem com palavras, nem com os sorrisos e dizei no vosso coração: Meu Jesus, misericórdia.


E se, apesar destas precauções, vos achardes ainda em perigo de ofender a Deus, dar-vos-ei o conselho de Santo Agostinho, que diz: Apprechénde fugam, si vis reférre victóriam. Foge, abandona o lugar, a escola, a oficina, suporta todos os males deste mundo, ante que a morar em um lugar ou tratar com pessoas que põem em perigo a salvação da tua alma.


Porque diz o Evangelho, melhor é sermos pobres, desprezados, sofrer que nos cortem os pés e as mãos e até que nos arranquem os olhos e ir assim ao Céu, antes que ter tudo o que desejamos no mundo e depois perder-nos eternamente.


Pode às vezes acontecer que algum companheiro vos escarneça e se ria de vós, mas não importa: tempo virá em que o riso e o sarcasmo dos malvados se transmudará em pranto no inferno e o desprezo dos bons se converterá na mais consoladora alegria no céu: Tristítia vestra vertétur in gáudium.


Notai contudo que, permanecendo vós fiéis a Deus, acontecerá que os vossos mesmos detratores será obrigados a prezar a vossa virtude, já não se atreverão a molestar-vos com os seus perversos motejos.


Onde se achava São Luis Gonzaga, ninguém já se atrevia a proferir palavras menos honestas, e si ele chegava na ocasião em que outros as pronunciavam, diziam logo: Silêncio! Ai vem Luis.




Evitar o escândalo


A palavra escândalo quer dizer tropeço e chama-se escândalo aquele que com palavras ou obras dá a outrem ocasião de ofender a Deus. O escândalo é um pecado enorme, porque rouba a Deus as almas que Ele criou para o Céu e que foram resgatadas com o sangue precioso de Jesus Cristo, e as rouba para entregá-las ao demônio, que as conduzirá ao inferno.


Dessa maneira, o escandaloso pode ser chamado um verdadeiro ministro de Satanás. Quando o demônio com os seus artifícios não consegue de outra forma apoderar-se de algum jovem, costuma servir-se dos escandalosos. De que enormes pecados sobrecarregam sua consciência aqueles jovens que na igreja, nas ruas, nas escolas ou em outros lugares dão escândalos!


Quanto mais numerosas são as pessoas que os vêem, tanto mais grave é a sua culpa aos olhos de Deus. E que deveremos dizer dos que chegam até a ensinar a malícia aos que são ainda inocentes? Ouçam esses infelizes o que lhes diz o Salvador.


Tendo tomado um dia uma criança pela mão, voltou-se para as turbas que o escutavam e disse: “Ai de quem der escândalo a um deste pequeninos que crêem em mim; infelizmente há escândalos no mundo, mas ai de quem der escândalo: melhor lhe fora que lhe atassem ao pescoço uma mó de moinho e o atirassem ao fundo do mar”.


Se fosse possível tirar os escândalos do mundo, quantas almas iriam ao Paraíso, as quais, pelo contrário perdem-se eternamente no inferno! Guardai-vos pois desta raça de criminosos: fugi deles como do mesmo demônio.


Uma menina de poucos anos, ao ouvir uma conversa escandalosa, disse a
quem falava:


“Foge daqui, ó demônio maldito”. Se vós, meus caros, quereis ser verdadeiros amigos de Jesus e de Maria, deveis não somente fugir dos escandalosos, mas empenhar-vos em reparar com o vosso bom exemplo o grande mal que eles causam ás almas. Por isso, as vossas conversas sejam boas e modestas; sede devotos na igreja, obedientes e respeitadores para com vossos superiores.


Oh! quantas almas então imitando-vos trilharão o caminho do Céu! E vós tereis a certeza de para lá ir em sua companhia, pois, como diz Santo Agostinho, o que alcança a salvação de uma alma pode fundadamente esperar que há de salvar a sua: Animam salvásti, animam praedestinásti.


São estas as principais coisas das quais vós, meus caros jovens, deveis fugir no mundo, se quiserdes seguir uma norma de vida virtuosa e cristã.



(Excertos do livro: O jovem instruído na prática de seus deveres religiosos - Parte I - São João Bosco)




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Fugir dos maus companheiros (São João Bosco)

Depoimento: Não esqueci o aborto que fiz

 Hoje recebemos a visita de Raquel, que nos fez um depoimento emocionado das consequências pessoais em sua vida de ter realizado um aborto na adolescência.

Aqueles que defendem a morte levantam a bandeira que o aborto é uma solução que resolve uma gravidez indesejada definitivamente, não trazendo consequências posteriores, mas sabemos que isto não é uma verdade absoluta. Além de problemas fisiológicos, inclusive infertilidade, problemas psicológicos surgem pela experiência traumática que é a morte de uma criança no útero materno.


A entrevista que apresentamos a seguir é um depoimento pessoal que o aborto não passa incólume na vida de uma mulher.



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Depoimento: Não esqueci o aborto que fiz

Proposta de Código Penal libera o aborto, faz a vida humana valer menos que a de um cachorro, deixa-se pautar pela Marcha da Maconha, flerta com o “terrorismo do bem” e entrega nossas escolas ao narcotráfico. Fernandinho Beira-Mar e Marcola não pensariam em nada mais adequado a seus negócios!

A tal Comissão de Juristas encarregada de apresentar uma proposta de reforma do Código Penal terminou o seu trabalho e o entregou ao presidente do Senado, José Sarney. Se você quiser saber detalhes da tramitação, clique aqui. É possível também ler a íntegra. Há, sim, coisas positivas no novo texto, e não pretendo esgotar neste post tudo o que tem de ser dito a respeito. Mas há sugestões estúpidas, movidas por um tipo muito específico, mas não raro, de má consciência. Ela consiste no repúdio ao bom senso, rebaixado à mera condição de senso comum. Os tais juristas resolveram acolher a moral de exceção dos ditos “progressistas” supostamente “ilustrados”, que foi alçada a um imperativo ético. Essa doença tem nome: ódio ao povo, visto como um bando de selvagens que precisam ser civilizados pelas leis. O senso comum considera a vida humana uma expressão superior à de um cachorro? Segundo o norte ético estabelecido pelos juristas, um feto humano não vale o de um cão. O código que eles propõem também permitiria que nossas escolas fossem sequestradas pelo narcotráfico e inventa o terrorismo benigno.
Elejo alguns temas para comentar. E é bom que vocês comecem o debate na rede e façam a sua opinião chegar até os senhores senadores. Não é difícil encontrar o e-mail de contato. Basta entrar no site do Senado.
UM HOMEM VALE MENOS DO QUE UM CÃO

O aborto segue sendo crime, com possibilidade de prisão (Arts. 125, 126 e 127), mas o 128 ganhou, atenção, esta redação:

Art. 128. Não há crime de aborto:

I - se houver risco à vida ou à saúde da gestante;

II - se a gravidez resulta de violação da dignidade sexual, ou do emprego não

consentido de técnica de reprodução assistida;

III - se comprovada a anencefalia ou quando o feto padecer de graves e incuráveis anomalias que inviabilizem a vida extrauterina, em ambos os casos atestado por dois médicos; ou

IV - se por vontade da gestante, até a décima segunda semana da gestação, quando o médico ou psicólogo constatar que a mulher não apresenta condições psicológicas de arcar com a maternidade.

Parágrafo único. Nos casos dos incisos II e III e da segunda parte do inciso I deste artigo, o aborto deve ser precedido de consentimento da gestante, ou, quando menor, incapaz ou impossibilitada de consentir, de seu representante legal, do cônjuge ou de seu companheiro.
A vida é um direito protegido pela Constituição. O Código Penal não pode mudar um fundamento consagrado na Carta Magna. Mais: a aprovação de um código se faz por meio de projeto de lei, que requer maioria simples, em aprovação simbólica. A Constituição só pode ser alterada por emenda, com a concordância de três quintos da Câmara e do Senado, com duas votações em cada Casa.
O Código em vigência só permite a interrupção da gravidez em caso de estupro ou de a mãe correr risco de morrer. Por sua conta, o STF já foi além de suas sandálias e tornou legal, também, o aborto de fetos ditos anencéfalos — escrevo “ditos” porque, a rigor, anencefalia propriamente é uma impossibilidade. Se sem cérebro, o feto não se desenvolve. Sigamos. O que o texto faz, como fica patente, é recorrer a uma via oblíqua para legalizar o aborto volitivo. Basta que um médico OU psicólogo (atentem para o “ou”) ateste que a mulher não tem condições psicológicas de arcar com a maternidade.
É um acinte à inteligência e um atentado aos códigos de conduta de duas profissões. E os médicos e psicólogos sabem que estou certo. Pergunto:

a) desde quando médicos estão habilitados a assinar laudos psicológicos?

b) com base em qual fundamento teórico um psicólogo assinaria um laudo técnico atestando que a gestante não tem condições de arcar com a maternidade?
Pergunto aos juristas: médico e/ou psicológico poderiam, por exemplo, discordar da gestante? Digamos que ela manifestasse o desejo de abortar e se dissesse sem as tais condições… Um desses profissionais poderia objetar: “Ah, ela diz que não tem condições de ser mãe, mas a gente acha que sim…”?.  Tratar-se-ia, obviamente, da legalização pura e simples do aborto, ao arrepio da Constituição, de maneira oblíqua, longe do debate com a sociedade.
Por que afirmei que a vida de um cachorro valeria bem mais no novo Código Penal? Porque ele resolveu proteger os animais — e não é que seu seja contra, não. Então vamos a eles.
UM CÃO VALE MUITO MAIS DO QUE UM HOMEM

Leiam o que dispõe o Artigo 391:

Praticar ato de abuso ou maus-tratos a animais domésticos, domesticados ou silvestres, nativos ou exóticos:

Pena - prisão, de um a quatro anos.

§ 1o Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos.

§ 2o A pena é aumentada de um sexto a um terço se ocorre lesão grave permanente ou mutilação do animal.

§ 3º A pena é aumentada de metade se ocorre morte do animal.
Os rodeios, obviamente, renderão cadeia. Nunca mais veremos — já não vemos — chimpanzés nos circos com roupinha de boneca e camisetas coloridas. Crueldade inaceitável! Alguém que submetesse, sei lá, uma cadela a um aborto poderia pegar quatro anos de cana. Já o feto humano iria para o lixo sem que a lei molestasse ninguém. Gosto de bicho. Infernizava minha mãe levando pra casa tudo quanto era animal abandonado. Mas os seres humanos me comovem um pouco mais.
UM CÓDIGO PENAL PARA NINAR VICIADOS, TRAFICANTES E EXPOR CRIANÇAS ÀS DROGAS

Os Artigos 212 a 224 tratam das drogas (páginas 340 a 344 do arquivo cujo link publiquei lá no primeiro parágrafo). De todas as insanidades existentes na proposta dos juristas, esse é, sem dúvida, o capítulo campeão. O financiamento ao tráfico, ora vejam!, entra na categoria dos “crimes hediondos”. Huuummm… Que comissão severa esta, não é mesmo? Então vamos ver o que diz o Artigo 212 (prestem atenção à “exclusão do crime”):
Art. 212. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena - prisão, de 5 (cinco) a 10 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:

I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas;

II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas;

III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.
Exclusão do crime

§2º Não há crime se o agente:

I - adquire, guarda, tem em depósito, transporta ou traz consigo drogas para consumo pessoal;

II - semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de drogas para consumo pessoal.

§3º Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, à conduta, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, bem como às circunstâncias sociais e pessoais do agente.

§4º Salvo prova em contrário, presume-se a destinação da droga para uso pessoal quando a quantidade apreendida for suficiente para o consumo médio individual por cinco dias, conforme definido pela autoridade administrativa de saúde.
Quanto amor pelo individualismo! noto, de saída, que ninguém “planta” em casa cocaína, crack ou ecstasy. O texto acima busca contemplar a reivindicação dos maconheiros organizados, que são considerados os… drogados do bem! Sim, senhores! Os “juristas” cederam ao lobby da turma da Marcha da Maconha. Acho que isso expõe a seriedade do trabalho. A causa tem um lobista muito influente — e não é o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que tem uma opinião absolutamente equivocada a respeito. O deputado Paulo Teixeira, líder do PT na Câmara e vice-presidente da CPI do Cachoeira, defende que se criem cooperativas para o plantio de maconha. Segundo ele, isso serviria para combater o lucro do traficante. Parece que ele é contra o lucro, mas não contra a droga.

Procura e oferta

Os nossos juristas resolveram reinventar a lei de mercado: ao descriminar totalmente o consumo de droga — DE QUALQUER DROGA —, é evidente que se está dando um incentivo e tanto ao consumo e se está, por óbvio, aumentando a demanda. Quando esta cresce, a tendência é haver um aumento da oferta — até com uma eventual inflação específica, não é? Será o paraíso dos traficantes. Imaginem um monte de gente querendo consumir os produtos à luz do dia, em praça pública, sem precisar se esconder. Alguém tem de fornecer.
Mas o que é “consumo individual”. Os juristas definiram: uma quantidade que abasteça o consumidor por pelo menos… CINCO DIAS! Huuummm… Os aviões do narcotráfico passarão a portar, evidentemente, o suficiente para caber nessa justificativa. É espantoso! Notem que, a exemplo da legalização do aborto, também nesse caso, o que se faz é legalizar as drogas por vias oblíquas, sem que o povo se dê conta.

Mas os juristas são pessoas preocupadas com os infantes, tá? Eles querem coibir o uso perto de crianças. Vamos ver o que propõem no Artigo 221, que trata do “uso ostensivo de droga”:
Art. 221. Aquele que usar ostensivamente droga em locais públicos nas imediações de escolas ou outros locais de concentração de crianças ou adolescentes ou na presença destes será submetido às seguintes penas:

I - advertência sobre os efeitos das drogas;

II - prestação de serviços à comunidade;

III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.

§ 1º As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses.

§ 2º Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses.

§ 3º A prestação de serviços à comunidade será cumprida em programas comunitários, entidades educacionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação de usuários e dependentes de drogas.

§ 4º Para garantia do cumprimento das medidas educativas referidas no caput, a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a:

I - admoestação verbal;

II - multa.

§ 5º O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do infrator, gratuitamente, estabelecimento de saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento especializado.
Voltemos um pouquinho à chamada “produção doméstica de drogas”. Como é que os preclaros vão saber se o pai que cultiva maconha em casa, para o seu consumo, fuma ou não a bagana na frente dos filhos, sobrinhos ou vizinhos? Obviamente, não vão saber. O que significa, no texto acima, “ostensivamente”? Qual é a distância do prédio que define “imediações das escolas”? Raio de 100 metros, de 200, de 500? O que impede um traficante de ter consigo uma quantidade de droga considerada de “uso pessoal” (para cinco dias, certo?) e dividi-la com alunos que estudam a um quilômetro do ponto de venda, distância que se percorre a pé sem grandes sacrifícios? De resto, um estudante-traficante poderá levar consigo a droga para vender na escola. Bastará não consumir dentro do prédio.

E no caso de o traficante, disfarçado de consumidor pessoal, ser flagrado, então, nas circunstâncias previstas no Artigo 221? Ora, meu caro pai, minha cara mãe, o sujeito que tentou aliciar o seu filho, ou que lhe forneceu droga, será severamente punido assim:

“I - advertência sobre os efeitos das drogas;

II - prestação de serviços à comunidade;

III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.”
É ou não é de fazer qualquer traficante tremer nas bases? Alerto os senhores que, com esse Código Penal, o trabalho de repressão da Polícia Militar se tornaria virtualmente impossível. Uma operação como a da retomada da Cracolândia estaria descartada por princípio. Os zumbis do crack, em razão da natureza da droga, quase nunca têm pedras consigo. Eles estão é em busca de novas. Pesquisem: um usuário chega a fumar até 20 pedras por dia. Um traficante que fosse encontrado com 100 poderia alegar que é seu estoque de… cinco dias! Fernandinho Beira-Mar e Marcola não pensariam em nada mais adequado a seus negócios.

O TERRORISMO REDENTOR

A nova proposta de Código Penal pune, finalmente, o terrorismo. “Que bom!”, dirá você. Calma, leitor apressado! Como diria o Apedeuta, é “menas verdade”. O tema é tratado nos  Artigos 239 a 242 do texto (da página 349 à 351). Já escrevi aqui algumas vezes que o Brasil só não tem uma lei antiterror porque o MST, por exemplo, seria o primeiro a ser enquadrado. O que propõe o texto no Artigo 239?
Art. 239. Causar terror na população mediante as condutas descritas nos parágrafos deste artigo, quando:

I - tiverem por fim forçar autoridades públicas, nacionais ou estrangeiras, ou pessoas que ajam em nome delas, a fazer o que a lei não exige ou deixar de fazer o que a lei não proíbe, ou;

II - tiverem por fim obter recursos para a manutenção de organizações políticas ou grupos armados, civis ou militares, que atuem contra a ordem constitucional e o Estado Democrático ou;

III - forem motivadas por preconceito de raça, cor, etnia, religião, nacionalidade, sexo, identidade ou orientação sexual, ou por razões políticas, ideológicas, filosóficas ou religiosas.

§ 1º Sequestrar ou manter alguém em cárcere privado;

§ 2º Usar ou ameaçar usar, transportar, guardar, portar ou trazer consigo explosivos, gases tóxicos, venenos, conteúdos biológicos ou outros meios capazes de causar danos ou promover destruição em massa;

§ 3º Incendiar, depredar, saquear, explodir ou invadir qualquer bem público ou privado;

§ 4º Interferir, sabotar ou danificar sistemas de informática e bancos de dados;

§ 5º Sabotar o funcionamento ou apoderar-se, com grave ameaça ou violência a pessoas, do controle, total ou parcial, ainda que de modo temporário, de meios de comunicação ou de transporte, de portos, aeroportos, estações ferroviárias ou rodoviárias, hospitais, casas de saúde, escolas, estádios esportivos, instalações públicas ou locais onde funcionem serviços públicos essenciais, instalações de geração ou transmissão de energia e instalações militares.

Pena - prisão, de oito a quinze anos, além das sanções correspondentes à ameaça, violência, dano, lesão corporal ou morte, tentadas ou consumadas.
Forma qualificada

§6º Se a conduta é praticada pela utilização de arma de destruição em massa ou outro meio capaz de causar grandes danos:

Pena - prisão, de doze a vinte anos, além das penas correspondentes à ameaça, violência, dano, lesão corporal ou morte, tentadas ou consumadas.
Vocês já encontraram o MST ou os aloprados da USP no §3, certo? Aquele que define como terrorismo “incendiar, depredar, saquear, explodir ou invadir qualquer bem público ou privado”. O otimista dirá: “Finalmente, vai acabar a impunidade”. Nada disso! Se o terrorismo tiver uma “motivação social”, o que os juristas querem é garantir justamente a impunidade. Vejam o que eles acrescentaram ao artigo:
Exclusão de crime

§ 7º Não constitui crime de terrorismo a conduta individual ou coletiva de pessoas movidas por propósitos sociais ou reivindicatórios, desde que os objetivos e meios sejam compatíveis e adequados à sua finalidade.
Caminhando para a conclusão

Quando pessoas ou grupos estiverem “movidos por propósitos sociais ou reivindicatórios”, então pode invadir, queimar e depredar. “Ah, Reinaldo, não é bem assim; o texto fala em ‘meios compatíveis e adequados’… sei! Descaracteriza-se o crime para que fique por conta do subjetivismo do juiz…
Há mais coisas ruins na proposta, sim! Faço aqui o elenco de algumas. Noto que se trata de uma peça, como eles dizem, “progressista”, a despeito, certamente, da vontade da sociedade, que é majoritariamente contrária ao aborto, à legalização das drogas e à violência dos ditos “movimentos sociais”. Ocorre que os juristas parecem munidos de um espírito supostamente iluminista e civilizador, acima do pensamento da arraia-miúda.
Eles não querem fazer leis que estejam à altura das necessidades da população e adequadas a seus valores e ambições. Pretendem o contrário: que um dia esse povinho mixuruca esteja à altura dos valores e ambições das leis que eles propõem.
Comecem a marcação cerrada sobre os senadores! Depois será a vez dos deputados. Nesses artigos que destaquei, e há muitos outros a comentar, vai-se decidir, afinal, se um ser humano vale mais do que um jumento, se os traficantes serão enquadrados pela lei ou enquadrarão a lei e se o Brasil reconhece a existência do terrorismo benigno.
Com a palavra, o Senado Federal!
Texto originallmente publicado às 6h11

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Proposta de Código Penal libera o aborto, faz a vida humana valer menos que a de um cachorro, deixa-se pautar pela Marcha da Maconha, flerta com o “terrorismo do bem” e entrega nossas escolas ao narcotráfico. Fernandinho Beira-Mar e Marcola não pensariam em nada mais adequado a seus negócios!

Madeira e barro ganham vida pelas mãos de artesãos de Petrolina


A cidade de Petrolina, em Pernambuco, fica às margens do Rio São Francisco e desfruta de paisagens naturais ricas e marcantes, que servem de inspiração para artistas de toda a região. Junto com Juazeiro, na Bahia, a cidade forma o maior aglomerado urbano do semiárido nordestino, segundo dados do Censo 2010. Essa característica atraiu, ao longo dos anos, migrantes de toda a região em busca de melhores condições de vida. Para aqueles em que o talento artístico se manifestou, a Oficina do Artesão Mestre Quincas serviu como ponto de partida para abraçar o artesanato como forma de sobrevivência.

A oficina existe há 22 anos e reúne artesãos que trabalham com madeira, tecido e também pintura. É um espaço democrático, coordenado com a doçura e a firmeza de uma mãe por Maria da Paz Araújo, 68 anos. Há 55 trabalhando com bordado e costura, Da Paz, como é chamada, foi uma das primeiras artesãs do espaço. “Eu morava em Souza, na Paraíba, quando fiquei viúva. Tinha cinco filhos para criar”, relembra.

A vida acabou levando-a até Petrolina e o artesanato vem sendo seu sustento desde então. “Hoje, me sinto realizada de ver quantas famílias sobrevivem da arte aqui nesse espaço”, conta. A oficina foi fundada por um grupo de 40 artesãos que se mobilizaram para criar, na cidade, um espaço para trabalhar e expor sua arte.

No começo, as peças não podiam ser vendidas no local, que era apenas para produção das obras, mas os artistas conquistaram o direito a comercializar seus produtos lá mesmo. Só que para poder vender na oficina, Da Paz avisa: tem que ter preço e qualidade. “Eu sou firme no meu trabalho, temos que zelar por nosso nome”, defende.

O espaço reservado para os artesãos de madeira é dividido em nove áreas, onde cada um trabalha em suas obras. Roque Gomes da Rocha, o Roque Santeiro, foi um dos que encontrou na oficina um lar e no São Francisco, uma inspiração. “Eu vim de Afrânio [cidade vizinha], com 15 anos, para estudar aqui em Petrolina. Tive que fazer um trabalho sobre o São Francisco e então conheci as carrancas”, relembra Roque.

Depois disso, o então estudante procurou um artesão e começou a trabalhar lixando as peças, até aprender a fazê-las. “Trabalhei dez anos com carrancas, mas eu queria mais. A missão do artista é fazer algo que ninguém nunca fez”, acredita. A partir daí, Roque se encantou com a arte sacra, que lhe rendeu o nome pelo qual hoje é conhecido.

Defensor de que o maior mestre da vida é a necessidade, Roque sabe que a vida de escultor não é fácil, mas ao longo dos anos conquistou seu espaço e uma parede inteira de fotos, certificados e locais por onde já passou. “A emoção de um escultor é realizar um sonho, eu venho realizando o meu”, filosofa.

A necessidade foi o motivo que levou José Nildo da Silva a deixar o Crato, no Ceará, em busca de emprego nas lavouras de Petrolina. Porém, não era ser agricultor que Nildo, como assina suas obras, queria ser. “Desde criança eu fazia brinquedos para mim e meus irmãos. Eu já estava há cinco anos trabalhando como agricultor, quando me disseram que eu seria acolhido aqui no Mestre Quincas. Me encontrei aqui e resolvi sobreviver da minha arte”, explica.

Fazendo de tudo um pouco, as obras de Nildo passam pelas tradicionais carrancas, fauna e flora da região, mas um dos xodós do ex-agricultor são os brinquedos, em especial carros e aeronaves em miniatura, que respeitam proporções e modelos. A riqueza de detalhes dos trabalhos impressiona. “Tem colecionador que me procura”, conta, orgulhoso. Outro trabalho são as representações de São Francisco. “Eu busco retratar diferentes fases da vida dele, pesquiso bastante. Tento fugir do cotidiano”, ensina.

Uma das coisas que a oficina preza, e isso com o olhar atento de Da Paz, é a questão da sustentabilidade. Nada se perde, tudo se reaproveita, inclusive madeiras não aproveitadas em obras. “Aprendemos a saber a reconhecer as madeiras e saber como cuidar delas. Não queremos que ninguém saia daqui dizendo que comprou algo que veio com cupim”, avisa Nildo.

Os visitantes da Oficina do Artesão Mestre Quincas têm a oportunidade de acompanhar o trabalho dos artesãos, fazer encomendas e negociar as peças diretamente com seus autores. O local funciona de segunda a sábado, de 8h às 18h, e aos domingos, com agendamento.

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Madeira e barro ganham vida pelas mãos de artesãos de Petrolina

Santo do dia 28 de Junho: Santo Irineu, Bispo e Mártir.

 

Santo Irineu foi discípulo de São Policarpo de Esmirna, que por sua vez o foi do Apóstolo São João. Nasceu e se formou na Ásia Menor e viveu muitos anos na Gália.onde foi bispo de Lyon. A autoridade muito especial de que ele goza lhe vem de grande proximidade com a tradição apostólica e do fato de ter conhecido tanto a tradição ocidental quanto a oriental da Igreja. Combateu arduamente os erros gnósticos e assentou as bases sobre as quais se desenvolveria, mais tarde, a ciência da Mariologia. Documentos muito antigos e dignos de todo o crédito afirmam que sofreu o martírio, mas não especificam a forma e o local preciso desse fato.

(Lyon, França, ano 202)


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28 de Junho - Santo Irineu, Bispo e Mártir.

Entrevistando a Santo Inácio de Loyola no Céu... (1)

Certo dia, um repórter conseguiu, não sei como, entrar na imensa e bela Corte Celestial. Depois de fazer algumas adorações ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo e mil e uma reverências aos santos, escolhidos do Senhor, aproximou-se curioso de um homem de barba e bigode que não se afastava, nem por segundos, do lado do Senhor Jesus.

Repórter: Psiu! Sim, você. Podemos conversar um pouco? Inácio se aproximou. Não era nem alto, nem baixo. Tinha aquela estatura média do comum dos humanos.

Repórter: Os jovens latino-americanos me enviaram para lhe fazer algumas perguntas. Queremos conhecê-lo melhor. Estamos descobrindo que embora esteja muito longe de nós pelo tempo, fez-se muito próximo pela sua caminhada na vida. É verdade que a metade da sua vida não foi grande coisa?

Inácio:É verdade! Veja só, até os 30 anos de idade deixei-me envolver pela doce e corrompida proposta do sistema que nos envolvia. Fui um homem mundano e cheio de vaidades... Meus interesses não iam muito longe: o que queria era ganhar prestígio dentro da classe dominante, conquistar amorosamente algumas mulheres interessantes e fazer uma boa carreira nos caminhos do poder. 

Houve um breve silêncio. Pensei comigo mesmo: Experiências fúteis e alienantes, bem parecidas com o que vemos na maioria dos jovens de hoje.

Repórter: Mas seus pais, Beltrão Yañez de Oñaz e D. Marina Saenz de Licona eram católicos, pertencentes à pequena nobreza camponesa do País Basco.

Inácio:Oh, sim! Na nossa casa de Loyola, tínhamos até um pequeno oratório onde rezávamos quando éramos pequenos. Fui o caçula dentre 13 irmãos. Alguns deles nem cheguei a conhecer, pois morreram na guerra, lutando por aquilo que achavam que era melhor. Parece-me que tinhamos outros 3 irmãos por parte de pai. Todos éramos católicos, mas freqüentemente não vivíamos a fé que professávamos...Você me entende? Havia um divórcio sério entre fé e vida. Falávamos uma coisa e fazíamos outra, por desgraça, bem diferente.

Tínhamos um irmão padre, Pedro, orgulho da família, mas, mal-influenciado, foi pai de dois filhos. Como vê, a moral nunca foi o prato forte da família.

Repórter: Não leve a maI o que vou perguntar, mas sabemos que um dia, um tribunal civil o citou para depor, pois fora acusado de um crime.
Inácio fixou mansamente seu olhar no meu. Por um momento senti que tinha tocado em "terreno minado". Fechou, por uns segundos, seus profundos olhos. Seu rosto pareceu esvair. Recordava?.. Sofria?...

Inácio:Minha vida foi, por bastante tempo, muito superficial, sobretudo depois que saí da casa dos meus pais com 15 anos de idade. Meus pais já tinham falecido. Fui, então, morar com um parente rico, chamado João Velasquez de Cuellar, casado com Maria de Velasco. Eles também tinham uma família numerosa: 12 filhos. Trataram-me como um a mais da família. Morei com eles 10 anos. Toda minha juventude! Lá eu me fiz homem! Mais tarde, quando eles perderam tudo o que possuíam, passei três anos morando sozinho em Nájera, uma bela cidade onde a religião e o pecado se misturavam de forma estranha.

Que mais posso dizer? Por um certo tempo, o ambiente que me rodeava girava apenas sobre sexo, poder e dinheiro. Três grandes ídolos que exerceram sobre mim um forte atrativo. Mas Jesus foi muito bom e teve misericórdia para comigo, que ia por caminhos que não levaram a lugar nenhum. Fez-me parar, voltar a retomar a estrada principal.

Inácio sorriu. Uma brisa suave parecia envolvê-lo numa imensa felicidade. Seu sorriso era tranqüilo, bonito, como ondas cansadas, arrebentando mansamente numa praia solítáría.

Repórter: Desculpe voltar sobre o assunto, mas nossa juventude acha muito difícil deixar de lado tantas propostas baratas que embriagam momentaneamente os sentidos.

Inácio:Eu entendo bem o que você quer dizer. Eu também cheguei a pensar assim. Estava cego. Mas, num belo dia descobri um "valor maior" que relativizava, com sua presença, todos os outros valores e, desde então, perderam seu mágico fascínio diante do Criador deles. Deus entrou de cheio em minha vida insensata dando-lhe um sentido novo, que antes não tinha. Isso aconteceu comigo...

Repórter: Conte como foi. Quem sabe você abre um caminho para que outras pessoas possam mudar o seu rumo de vida e de valores?

Inácio:Aconteceu em 1521, tão longe no tempo, tão próximo na lembrança. Enquanto Lutero, perdido na sua consciência escrupulosa, rompia definitivamente com a Igreja eu lutava em Pamplona, contra os franceses. Uma bala de canhão passou entre minhas pernas, destroçando a direita e quebrando a esquerda. Caí! Tive dores terríveis, e uma infecção local levou-me à beira da morte. Invadiu-me uma febre espantosa, e no meio do meu delírio cheguei a escutar o que meus amigos e familiares diziam: 'Ele não passa de amanhã, festa de S. Pedro!'

Passei um mês entre a vida e a morte. Daquela dor nasceu um novo Inácio. Comecei a ler a Bíblia... No início pouco entendia, apenas sentia que era chuva suave caindo em terra muito seca.
Aprendi a orar, a dialogar e me encontrar com Jesus como um amigo o faz com outro. À medida que o tempo ia passando, afeiçoava-me mais e mais à pessoa de Jesus. Os homens quebraram-me as pernas, mas Deus tocava e curava profundamente o meu coração.

Repórter: Como é possível surgirem homens novos de vidas tão deterioradas? Esta possibilidade é muito importante para todos nós. Se aconteceu com você, pode acontecer com outros também... Realmente para Deus nada é impossível!

Inácio: O estar presente diante de Jesus me fortalecia e cicatrizava todas aquelas feridas morais de minha vida passada. Comecei a criar novas formas, para romper de uma vez por todas com as antigas atrações mundanas e colocar Jesus, e só ele, no centro de minha vida, como único Senhor e Deus.
Percebi que minha vida espiritual crescia à medida que renunciava ao meu próprio querer e interesse.Comecei a confessar e comungar freqüentemente... Enfim, certo dia, estando cheio de paz profunda e uma alegria imensa, entreguei-me definitivamente ao Senhor Jesus, dizendo:
Tomai, Senhor, e recebei, toda minha liberdade, a minha memória, também, o meu entendimento e toda a minha vontade, tudo, o que tenho e possuo, Tu me destes com amor. Todos os dons que destes com gratidão os devolvo, dispõe deles, Senhor, segundo a vossa vontade. Dái-me, somente, o vosso amor, vossa graça. Isto me basta! Nada mais quero pedir...

Inácio estava extasiado, belamente transfigurado. Temi quebrar aquele místico silêncio que nos envolvia. Sua vida se me fez transparente. Vi-o pobre com os pobres, trocando suas roupas com um mendigo, para ocultar a nobreza do seu sobrenome e ocupar o lugar social dos pequeninos, amados de Jesus... Vi-o em Jerusalém e em Belém, contemplando com olhar de menino os lugares por onde Jesus, o Nazareno tinha passado, curado e perdoado. Vi-o na cadeia, preso pela Inquisição, suspeito de ser radical demais por causado Senhor. Vi-o caminhar incansavelmente falando a todos do Salvador. Vi Inácio estudando na Universidade de Paris, fazendo apostolado com seus colegas de sala, movido pelo seu desejo de querer ajudar...

NB. Continua no dia 27/JUN...

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Entrevistando a Santo Inácio de Loyola no Céu... (1)

Entrevistando a Santo Inácio de Loyola no Céu... (1)

Certo dia, um repórter conseguiu, não sei como, entrar na imensa e bela Corte Celestial. Depois de fazer algumas adorações ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo e mil e uma reverências aos santos, escolhidos do Senhor, aproximou-se curioso de um homem de barba e bigode que não se afastava, nem por segundos, do lado do Senhor Jesus.

Repórter: Psiu! Sim, você. Podemos conversar um pouco? Inácio se aproximou. Não era nem alto, nem baixo. Tinha aquela estatura média do comum dos humanos.

Repórter: Os jovens latino-americanos me enviaram para lhe fazer algumas perguntas. Queremos conhecê-lo melhor. Estamos descobrindo que embora esteja muito longe de nós pelo tempo, fez-se muito próximo pela sua caminhada na vida. É verdade que a metade da sua vida não foi grande coisa?

Inácio:É verdade! Veja só, até os 30 anos de idade deixei-me envolver pela doce e corrompida proposta do sistema que nos envolvia. Fui um homem mundano e cheio de vaidades... Meus interesses não iam muito longe: o que queria era ganhar prestígio dentro da classe dominante, conquistar amorosamente algumas mulheres interessantes e fazer uma boa carreira nos caminhos do poder. 

Houve um breve silêncio. Pensei comigo mesmo: Experiências fúteis e alienantes, bem parecidas com o que vemos na maioria dos jovens de hoje.

Repórter: Mas seus pais, Beltrão Yañez de Oñaz e D. Marina Saenz de Licona eram católicos, pertencentes à pequena nobreza camponesa do País Basco.

Inácio:Oh, sim! Na nossa casa de Loyola, tínhamos até um pequeno oratório onde rezávamos quando éramos pequenos. Fui o caçula dentre 13 irmãos. Alguns deles nem cheguei a conhecer, pois morreram na guerra, lutando por aquilo que achavam que era melhor. Parece-me que tinhamos outros 3 irmãos por parte de pai. Todos éramos católicos, mas freqüentemente não vivíamos a fé que professávamos...Você me entende? Havia um divórcio sério entre fé e vida. Falávamos uma coisa e fazíamos outra, por desgraça, bem diferente.

Tínhamos um irmão padre, Pedro, orgulho da família, mas, mal-influenciado, foi pai de dois filhos. Como vê, a moral nunca foi o prato forte da família.

Repórter: Não leve a maI o que vou perguntar, mas sabemos que um dia, um tribunal civil o citou para depor, pois fora acusado de um crime.
Inácio fixou mansamente seu olhar no meu. Por um momento senti que tinha tocado em "terreno minado". Fechou, por uns segundos, seus profundos olhos. Seu rosto pareceu esvair. Recordava?.. Sofria?...

Inácio:Minha vida foi, por bastante tempo, muito superficial, sobretudo depois que saí da casa dos meus pais com 15 anos de idade. Meus pais já tinham falecido. Fui, então, morar com um parente rico, chamado João Velasquez de Cuellar, casado com Maria de Velasco. Eles também tinham uma família numerosa: 12 filhos. Trataram-me como um a mais da família. Morei com eles 10 anos. Toda minha juventude! Lá eu me fiz homem! Mais tarde, quando eles perderam tudo o que possuíam, passei três anos morando sozinho em Nájera, uma bela cidade onde a religião e o pecado se misturavam de forma estranha.

Que mais posso dizer? Por um certo tempo, o ambiente que me rodeava girava apenas sobre sexo, poder e dinheiro. Três grandes ídolos que exerceram sobre mim um forte atrativo. Mas Jesus foi muito bom e teve misericórdia para comigo, que ia por caminhos que não levaram a lugar nenhum. Fez-me parar, voltar a retomar a estrada principal.

Inácio sorriu. Uma brisa suave parecia envolvê-lo numa imensa felicidade. Seu sorriso era tranqüilo, bonito, como ondas cansadas, arrebentando mansamente numa praia solítáría.

Repórter: Desculpe voltar sobre o assunto, mas nossa juventude acha muito difícil deixar de lado tantas propostas baratas que embriagam momentaneamente os sentidos.

Inácio:Eu entendo bem o que você quer dizer. Eu também cheguei a pensar assim. Estava cego. Mas, num belo dia descobri um "valor maior" que relativizava, com sua presença, todos os outros valores e, desde então, perderam seu mágico fascínio diante do Criador deles. Deus entrou de cheio em minha vida insensata dando-lhe um sentido novo, que antes não tinha. Isso aconteceu comigo...

Repórter: Conte como foi. Quem sabe você abre um caminho para que outras pessoas possam mudar o seu rumo de vida e de valores?

Inácio:Aconteceu em 1521, tão longe no tempo, tão próximo na lembrança. Enquanto Lutero, perdido na sua consciência escrupulosa, rompia definitivamente com a Igreja eu lutava em Pamplona, contra os franceses. Uma bala de canhão passou entre minhas pernas, destroçando a direita e quebrando a esquerda. Caí! Tive dores terríveis, e uma infecção local levou-me à beira da morte. Invadiu-me uma febre espantosa, e no meio do meu delírio cheguei a escutar o que meus amigos e familiares diziam: 'Ele não passa de amanhã, festa de S. Pedro!'

Passei um mês entre a vida e a morte. Daquela dor nasceu um novo Inácio. Comecei a ler a Bíblia... No início pouco entendia, apenas sentia que era chuva suave caindo em terra muito seca.
Aprendi a orar, a dialogar e me encontrar com Jesus como um amigo o faz com outro. À medida que o tempo ia passando, afeiçoava-me mais e mais à pessoa de Jesus. Os homens quebraram-me as pernas, mas Deus tocava e curava profundamente o meu coração.

Repórter: Como é possível surgirem homens novos de vidas tão deterioradas? Esta possibilidade é muito importante para todos nós. Se aconteceu com você, pode acontecer com outros também... Realmente para Deus nada é impossível!

Inácio: O estar presente diante de Jesus me fortalecia e cicatrizava todas aquelas feridas morais de minha vida passada. Comecei a criar novas formas, para romper de uma vez por todas com as antigas atrações mundanas e colocar Jesus, e só ele, no centro de minha vida, como único Senhor e Deus.
Percebi que minha vida espiritual crescia à medida que renunciava ao meu próprio querer e interesse.Comecei a confessar e comungar freqüentemente... Enfim, certo dia, estando cheio de paz profunda e uma alegria imensa, entreguei-me definitivamente ao Senhor Jesus, dizendo:
Tomai, Senhor, e recebei, toda minha liberdade, a minha memória, também, o meu entendimento e toda a minha vontade, tudo, o que tenho e possuo, Tu me destes com amor. Todos os dons que destes com gratidão os devolvo, dispõe deles, Senhor, segundo a vossa vontade. Dái-me, somente, o vosso amor, vossa graça. Isto me basta! Nada mais quero pedir...

Inácio estava extasiado, belamente transfigurado. Temi quebrar aquele místico silêncio que nos envolvia. Sua vida se me fez transparente. Vi-o pobre com os pobres, trocando suas roupas com um mendigo, para ocultar a nobreza do seu sobrenome e ocupar o lugar social dos pequeninos, amados de Jesus... Vi-o em Jerusalém e em Belém, contemplando com olhar de menino os lugares por onde Jesus, o Nazareno tinha passado, curado e perdoado. Vi-o na cadeia, preso pela Inquisição, suspeito de ser radical demais por causado Senhor. Vi-o caminhar incansavelmente falando a todos do Salvador. Vi Inácio estudando na Universidade de Paris, fazendo apostolado com seus colegas de sala, movido pelo seu desejo de querer ajudar...

NB. Continua no dia 27/JUN...

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Entrevistando a Santo Inácio de Loyola no Céu... (1)

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