A Nova Evangelização via Comunicações Sociais

É quase que impossível nos dias de hoje dizer que as Comunicações Sociais são desprezíveis e inúteis para a evangelização. As novas tecnologias (principalmente novas ferramentas de internet) fazem com que as informações corram o mundo em velocidade relâmpago; e com isso cada vez mais se tem acesso a informações que outrora seriam mais delicadas de se conseguir. E na nova evangelização isso também acontece. Hoje vemos a quantidade de veículos de evangelização que temos nessa área. Quem nunca leu um blog católico (como este), um site, ouviu uma rádio católica, assistiu a uma TV Católica, leu uma revista e/ou jornal católico, etc.?
Essa evolução traz unida a ela uma grande preocupação da Igreja. Ou pelo menos era o que se precisa por mais pessoas do Clero. O Beato João Paulo II, na Carta Apostólica O Rápido Desenvolvimento, que aborda o assunto das Comunicações Sociais vai falar insistentemente da necessidade de uma formação. Mas ao contrário do que alguns pensam hoje, não só uma formação profissional na área atuante, mas uma formação da Palavra de Deus e da doutrina Católica em sim, como o próprio Catecismo que muitas vezes é esquecido por boa parte dos “fiéis”.
Particularmente falando, as palavras do Beato João Paulo II são para mim consoladoras, uma vez que ele fala não só dessa coragem de se evangelizar, mas também da força que devemos ter – através do Espírito Santo – de suportar as oposições do mundo. Oposições essas que podem vim de próprios declarados católicos. Muitas vezes essas oposições vindas de católicos são porque trazem ideologias próprias, que batem de frente com a sã doutrina de Cristo, e que muitas vezes não querem aceitar que estão errados diante dos mais variados aspectos. O Papa João Paulo II se preocupava com isso, na mesma referida Carta no nº13 ele vai nos dizer “Também neste campo os crentes em Cristo sabem que podem contar com a ajuda do Espírito Santo. Ajuda ainda mais necessária quando se considera a dimensão das dificuldades intrínsicas da comunicação por causa das ideologias, do desejo de lucro e de poder, das rivalidades e dos conflitos entre indivíduos e grupos, como também por motivo das fragilidades humanas e dos males sociais”. Por mais que queiramos a atuação íntegra, acaba por ter alguma “contaminação” na evangelização nas mídias sociais. Muitas pessoas levam as suas ideologias e desejos – que se tornam ruins quando não condizem com a sã doutrina -, outros procuram lucrar com a Evangelização e ter poder, quando não por querer muito dinheiro, querer insaciavelmente mais acessos por fama e não para mostrar a Misericórdia de Deus.
Nessa questão, podemos evidenciar algo que as pessoas as vezes esquecem que são e que podem ser usadas como veículos de evangelização. Estou a falar das redes sociais, como por exemplo, Twiitter, Facebook, Orkut, Msn, Youtube, etc. E muitas vezes as pessoas se esquecem que a pessoa delas – virtualmente falando – continua sendo católica via rede. E quando isso acontece, infelizmente, temos uma enorme confusão de conceitos. De um lado pessoas fiéis a sã doutrina, de outro pessoas fiéis aos seus próprios conceitos. Não digo que o problema está em ter uma discussão, até porque João Paulo II menciona o diálogo – ate mesmo inter-religioso – como algo bem visto nas Comunicações Sociais. Mas o problema é quando alguém amparado com a Palavra de Deus e com a doutrina, é “surrada” por parte de pessoas que não concordam (e por vezes caluniam e debocham). Existem pessoas católicas que fazem uso de Redes Sociais, mas tem um discurso muito pobre, de dizer que a rede social não é pra isso, ou que se faz de maneira errada. Claro que tem seus exageros em alguns casos. Mas isso não justifica o ficar calado das pessoas. Vemos a importância de evangelizar, quando vemos, por exemplo, o sucesso dos protestos #BrasilSemTVRecord e #JMJ2013EuApoio via Twiitter, contra a TV Record que é contra a Jornada Mundial da Juventude com o Papa no Rio de Janeiro em 2013, e dando total apoio para a juventude do Papa. Teremos um próximo no dia 19/01/2012 às 18:00h com #RetrateseDepJeanWyllys, em protestos ao deputado Jean Wyllys que caluniou criminosamente o Santo Padre o Papa Bento XVI.
Mas a questão principal das Comunicações Sociais, visto num campo mais amplo, está em um problema chamado falta de formação. Mesmo em relação aos usuários de Redes Sociais, vemos que por vezes vão contra a são doutrina não por má fé, mas por falta de formação sobre a sua fé, a fé em que diz professar. João Paulo II diz do ensinamento do Evangelho e do catecismo nas Comunicações Sociais, mas o fato que mal se tem ensinado nas catequeses pelas Paróquias. Infelizmente tem catequeses em que não se usa o catecismo. E o pior, catequistas que “esperneia” quando alguém baseado no CATECISMO vai de encontro com algo dito por ele, e mais, algo defendido por ele. Quem tem a missão de ensinar, é quem mais precisa aprender. A gente reclama que muita gente da Igreja é morna, ou mesmo dizendo “morta”, mas a origem disso é nada mais nada menos do que nos princípios da fé. Em casa as famílias perderam o hábito de rezar e ensinar a Palavra de Deus. Tem pais que acham que seus filhos devem aprender a Palavra de Deus e o Catecismo na Igreja e catequese. Esses quando vão para lá, não sabem de sua fundamental importância porque os pais não o ensinaram. E quando chegam nas salas de catequeses encontram pessoas totalmente despreparadas para tal missão. Não digo em relação a vontade e boa fé, pois existem catequistas que ficam o fim de semana todo ocupadas com tarefas de catequese (preparação, execução, etc.). Mas isso não tira a culpa da falta de formação. Padres, religiosos, consgrados e leigos em geral, podem e devem ler documentos oficiais da Igreja e livros. Mas parece que temos uma cultura satânica que impede que as pessoas busquem o conhecimento, afinal meu povo se perde por falta de conhecimento diz o Senhor em Oséias 4,6. A Palavra Liberta, mas parece que não querem expor as “algemas” espirituais e intelectuais para essa libertação. E com isso temos muitos católicos apáticos e infelizes desconhecedores da plenitude da Boa Nova.
Por exemplo, no nº 9 do documento citado, João Paulo II diz que é importante garantir formação e atenção pastoral aos profissionais da comunicação. Como já disse, isso não pode ser levado apenas para o campo profissional, como fazer uma faculdade e especializações. E isso é bem feito, tendo não só faculdades convencionais, mas também católicas como a novidade Faculdade Canção Nova disponibiliza cursos na área. Mas como já disse, é preciso ter conhecimento da sã doutrina. Na medida do possível buscar o conhecimento pleno. E isso não fica preso apenas a “pequenos” evangelizadores de blog e redes sociais. Os “gigantes” das telecomunicações católicas também pecam em relação a isso. O que dizer da imensa divulgação de uma suposta carta do Beato João Paulo II aos jovens conhecida como “santos de calça jeans”. O mesmo texto já foi até usado como base para letra de música e é insistentemente usado em grupos jovens, etc. O fato é que até aonde se sabe, a mesma não foi escrita pelo saudoso João Paulo II, e sim por um leigo. Pessoas mais amadurecidas na fé e no conhecimento, dizem e aprovam que a mesma não foi escrita por João Paulo II, até porque nos documentos do Vaticano – incluindo suas cartas aos jovens – não contém o referido texto. No entanto, isso não impediu de até mesmo a Canção Nova (dentre outras comunidades) veicularem o texto como de João Paulo II. A Canção Nova, por exemplo, tem até livros publicados e sempre com jovens fazem menção. Claro que Deus ainda age. Mas deve-se tomar cuidado com alguns equívocos, e prestar atenção colocando um texto sob autoria de um santo Papa.
Na Carta Apostólica aos responsáveis pelas comunicações sociais, citada aqui – essa sim real – o Papa nos fala de termos coragem. Como podemos ver no nº 13 “Não tenhais medo! [...] Não tenhais medo da oposição do mundo! Jesus nos garantiu: ‘Eu venci o mundo!’ (Jo 16,33). Não tenhais medo sequer da vossa fraqueza e da vossa falta de adequação!” Isso nos serve de consolo, em saber que sempre teremos oposições aos nossos trabalhos de evangelização na internet ou pessoalmente, seja na escrita, na música, na pregação, etc., mas a falta de adequação, não pode ser confundida com falta de interesse em se adequar. Mas não em se adequar ao mundo, querendo ser igual ao mundo em tristeza e em pecado, mas buscar mostrar a felicidade que esta em Cristo, apesar de nossos problemas e defeitos, e nossas dificuldades nos novos meios de evangelização. Eu diria que o não ter medo da falta de adequação seria não ter medo de buscar um conhecimento mais amplo da sã doutrina. Nas Comunicações Sociais ou em qualquer outro lugar em que estivermos, se dispondo ou não a evangelizar efetivamente, saibamos que nós devemos nos adequar a Igreja, jamais o contrário.
Termino este post com as palavras de João Paulo II neste belíssima carta: “A Maria, que deu o Verbo da vida e dele conservou no coração as palavras imorredouras, confio o caminho da Igreja no mundo de hoje, Ajude-nos, ó Virgem Santa, a comunicar com todos os meios a beleza e a alegria da vinda de Cristo nosso Salvador. A todos a minha benção!” - Beato João Paulo II
Shalom!




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