Para uma boa oração necessitamos estar atentos para algumas condições prévias que nos ajudam a viver a oração como uma experiência de encontro com Deus, ou seja, para uma oração profunda e verdadeira necessitamos de uma preparação, que servirá de apoio e ajuda para que a oração flua em intimidade e profundidade.
a. Disposição interior: vai-se para a oração não apenas para cumprir um dever ou para encarar algo difícil ou inútil, mas para dialogar com o Pai, para um encontro de amor, procurando ouvir o Espírito Santo e aprender com Ele; por isso a primeira exigência é entrar num clima de oração, com um coração que tenha desejo de Deus e de sua Palavra.
b. Escolher um bom lugar, onde possa rezar melhor, que ajude a viver o clima de oração: assim como Jesus se retirava para lugares específicos como o deserto, a montanha, também nós precisamos ficar a sós com Deus, e o lugar deve ser propício para isso.
c. Tempo: É indispensável se preparar para a oração definindo um horário do dia que seja mais favorável a sua oração, fixando um tempo determinado para isso, e procurando ser fiel a Ele, pois Jesus se levantava de madrugada para rezar, e passava mesmo a noite inteira em oração (Lc 6, 12; Mc 1, 35).
d. Posição do corpo: Encontrar a uma boa posição física, o que não significa a mais cômoda, que facilite a concentração e possibilite que a oração flua com naturalidade, evitando assim que se perca o foco e o ritmo da oração.
e. Serenidade Interior: Quando se está agitado emocionalmente e com um coração inquieto e perturbado a oração encontrará maior dificuldade de acontecer com fluidez e profundidade, por isso se requer dispor o coração na paz, acalmar as paixões, esvaziar-se das preocupações da vida, entregando-se pela fé ao Senhor Jesus e clamando a graça do Espírito Santo para o apaziguamento do coração.
f. Silêncio Exterior: Em meio a tanto barulho, que muitas vezes independe de nossa vontade, sendo externo a nós, requer uma capacidade interior de desligar-se, evitando prestar atenção ao barulho, não se incomodando com ele, mudando o foco de sua atenção para o que se está disposto a vivenciar naquele momento da oração, como nos diz frei Clodovis: o ruído já não mais incomoda por dentro, embora persista por fora.
g. Silêncio Interior: Aqui se deve buscar o recolhimento, como encontro consigo mesmo, visando voltar-se para si mesmo, livrando-se do que possa tirar o foco do diálogo com Deus, não mais daquilo que é exterior, mas agora das agitações interiores. “Pois como Deus poderá preencher seu coração com sua presença, se você está entulhado de tantas coisas”. Só uma mente recolhida e tranquila dialoga com Deus, assim é preciso esvaziar a cabeça, tranquilizar o coração, focar-se em Deus.
h. Dar-se conta do valor e da importância da Oração: Eis um princípio básico para começar e perseverar na oração, reconhecendo que isto é fundamental para minha vida, assim como o ar que eu respiro. Não se faz aquilo que não se julga importante. Por isso devo antes de tudo tomar consciência daquilo que vou fazer quando estou a orar: vou realizar para um encontro de fé com o Pai, que me atrai ao seu amor, mesmo quando eu não venho a sentir esse amor, mas poderei perceber que isso é verdade; e que o mais importante é: unir-me a Deus, pois esta é a finalidade da oração, independente se sinto sua presença ou não.
i. Pedir a presença do Espírito Santo: Esta exigência é peculiar a longa tradição da Igreja, uma vez que o Espírito é o doce hóspede da alma e o nosso Mestre Interior, somente sob sua moção podemos viver bem nossa oração pessoal, sendo por ele iluminado neste desejo de profunda união com nosso Salvador e Senhor Jesus Cristo.
Pe. Luiz Fernando
Reitor do Seminário Cristo Ressuscitado – Curitiba/ PR
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