O tempo para o encontro com Deus é o hoje de nossas vidas. No cotidiano escondem-se as oportunidades de envidarmos contato com o Senhor. Mas para que haja encontro real, para que o homem encontre a Deus no mundo real, importa que se reserve momentos específicos para esse encontro. Com efeito, o corpo do encontro com Deus é a vontade de encontrá-lO, que se expressa na virtude da ordem. Só com organização o cotidiano deixa de ser potencial lugar de encontro para ser real lugar de encontro com Deus.
Se o cotidiano é o lugar do encontro privilegiado com Deus, todo momento é momento privilegiado. Se pode encontrar a Deus no cotidiano dos estudos, no cotidiano do trabalho profissional, no cotidiano do trabalho doméstico, no cotidiano do lazer. Como o Senhor Jesus teve uma rotina de trabalho, o trabalho tornou-se ocasião de santificação. De fato, o trabalho é santificante e santificador.
No campo das virtudes humanas, o trabalho cotidiano põe às claras as virtudes e os vícios presentes em cada indivíduo. E por isso mesmo, também pode unir-nos a Deus pelos sacrifícios por ele exigidos. Fazer render os talentos é um fruto que a introdução da espiritualidade no cotidiano favorece, pois faz com que se aproveite o tempo para crescermos no amor de Deus.
Não esqueçamos, porém, que a alma do trabalho é a oração. De nada serviria todo planejamento, toda organização para o encontro com Deus, se tudo isso não levasse o indivíduo à oração. Deus quer contar conosco para continuar sua obra, mas não há como saber qual é Seu desígnio sem algum momento de intimidade e oração com Ele. Sim, para o encontro com Deus no cotidiano importa paciência, ordem, cumprimento dos deveres, mas se todo esse esforço pessoal não redundar em um maior amor e confiança em Deus, tudo isso é estoicismo pagão.
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