Nossas raivas e decepções!... (Anônimo)

Reflexões do Pe. J. Ramón // visit site

O pequeno Zeca entrou em casa, após a aula, batendo forte os seus pés no assoalho da casa.
Seu pai, que estava indo para o quintal para fazer alguns serviços na horta, ao ver aquilo chamou o menino para uma conversa. Zeca, de oito anos de idade, acompanha-o desconfiado. Antes que seu pai dizer alguma coisa, falou irritado:

- Pai, estou com muita raiva! O Juca não deveria ter feito isso comigo. Desejo tudo de ruim para ele e que soma da minha vida!

O pai, homem simples, mas cheio de sabedoria, escutou calmamente o filho reclamão.

- O Juca me humilhou na frente dos meus amigos. Não aceito isso! Gostaria que ele ficasse doente, sem poder ir à escola!... Vomitou sua raiva o menino.

O pai escutou tudo calado, enquanto isso caminhou até um abrigo, onde guardava um saco cheio de carvão. Levou o saco até o quintal e o menino o acompanhou calado. O menino vê o saco ser aberto e antes mesmo que pudesse fazer uma pergunta, o pai lhe disse:

- Filho, faz de conta que aquela camisa branquinha que está secando no varal é o seu amigo Juca e cada pedaço de carvão é um mau pensamento seu endereçado a ele. Quero que você jogue todo o carvão do saco na camisa, até o último pedaço. Depois, volto para ver como ficou.

O menino achou que seria uma brincadeira divertida e pôs mãos à obra. O varal com a camisa estava longe do menino e poucos pedaços acertavam o alvo. Uma hora se passou e o menino terminou a tarefa. O pai, que espiava tudo de longe, aproximou-se do menino e lhe perguntou:

- Filho como está se sentindo agora?
- Estou cansado, mas estou alegre porque acertei muitos pedaços de carvão na camisa.
  
O pai olha para o menino, que fica sem entender a razão daquela brincadeira, e carinhoso lhe disse:

- Venha comigo até o meu quarto, quero lhe mostrar uma coisa...

O filho acompanhou o pai até o quarto e foi colocado na frente de um grande espelho, onde pode ver seu corpo todo. Que susto; só se conseguia ver seus dentes e olhinhos. O pai, então, lhe disse ternamente:

- Filho, você viu que a camisa quase não se sujou; mas, olhe só para você. O mau que desejamos aos outros é como o que lhe aconteceu. Por mais que possamos atrapalhar a vida de alguém com nossos pensamentos, os resíduos e a fuligem ficarão sempre em nós mesmos.

Moral da história: Cuidado com os pensamentos, pois eles se transformam em palavras e em ações. Cuidado com as ações, pois elas se transformam em hábitos que moldam o seu caráter.

Uma pergunta: Você vai ser feliz carregando suas raivas?

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