Não há como lutar pelo relacionamento ou desejar fazer deste algo mais fecundo, se não houver reciprocidade nos esforços.
Quando felicitamos alguém desejamos o melhor e juntamente com a listas desses votos estão também a saúde e a felicidade. Mas para muitas pessoas, a importância em salvar seu relacionamento seria o desejo que gostaria de alcançar.
Não é difícil encontrarmos pessoas que lutam para o resgate da saúde do seu namoro quando, depois de algum tempo de convivência, a pessoa percebe que o envolvimento com o outro tem deixado a desejar. Poderá, então, ser o momento de reavaliar os objetivos assumidos neste namoro. Entretanto, mais delicado que acolher a decisão de romper com um namoro é viver certos impasses dentro da relação conjugal.
Em qualquer relacionamento, seja no namoro ou no casamento, as nossas decisões, de certa maneira, afetam o nosso parceiro. Se os casais não aprenderem a acolher a opinião do outro antes de tomar uma decisão, eles, na verdade, estarão acumulando problemas para o futuro.
Das dificuldades que podemos enfrentar na vida conjugal, na sua grande maioria, está aquela em acreditar que a minha maneira de viver o compromisso é a correta ou a minha atitude é a certa e cabe ao cônjuge, o qual na nossa visão está errado, em entender e aceitar definitivamente aquilo que propomos. Na tentativa de cada um convencer o outro da sua verdade, muitas "farpas" são trocadas.
Na vida a dois, fica cada vez mais claro que não podemos ser felizes se quisermos viver o compromisso por nós mesmos. A exemplo disso, basta-nos lembrar das vezes que dizíamos : "Se fulano (a) está feliz, eu estou feliz também! Em outras ocasiões, compadecíamos das coisas que entristeciam o nosso cônjuge e também rejubilávamos por aquilo que lhe agradava, entre outras coisas.
Tal disposição precisa ser reassumida e cultivada por ambos não somente no período que estavam em lua de mel mas por todo o tempo.
Todavia, podemos ter esquecido que o relacionamento conjugal por si, une não somente os corpos, mas também realiza um vínculo emocional. Ao abandonarmos esse princípio, as crises podem ofuscar aquela nossa disposição – assumida no casamento – de acolher o outro seja na alegria e nas tristezas, na saúde ou na doença todos os dias da nossa vida. E, consequentemente, o interesse pelos sentimentos do outro é suprimido ou desprezado.
No convívio a dois, não há como apenas uma pessoa estar disposta a lutar pelo relacionamento, ou desejar fazer deste cada vez mais fecundo, se não houver reciprocidade nos esforços. Quando as nossas expectativas dentro da vida conjugal vêm sendo ignoradas pelo outro, pode parecer que há apenas uma opção…O rompimento!
Diante da radical possibilidade, somos tomados por uma grande agitação emocional, pois não sabemos se estaríamos fazendo a coisa certa.
Mas, antes de qualquer atitude e por mais difícil que possa ser, precisamos mostrar ao nosso cônjuge a nossa vulnerabilidade, naquilo que nos faz cogitar até na ideia de assumir algo extremo para a relação.
Se acreditamos que o casamento estabelece entre nós um vínculo também emocional, a maneira mais apropriada de resgatar nosso relacionamento é fazer com que o outro entenda que através da imposição de regras unilaterais, não é a forma mais eficaz de viver um compromisso, especialmente, às custas do silêncio ou do desrespeito do seu cônjuge, numa relação que tem como princípio o bem estar coletivo.
Um abraço
Dado Moura