ORIGENS FANTASIOSAS DA MAÇONARIA - AS INICIAÇÕES NOS MISTÉRIOS DE ELÊUSIS


Estátua de Ceres
Uma questão que se coloca por si no início deste capítulo é esta: Temos de considerar os Mistérios de Elêusis como uma importação egípcia? Alguns autores sustentam o contrário; mas não apóiam suas opiniões em nenhuma prova séria. 

Aqueles que se pronunciam pela afirmativa observam, com razão, que os Mistérios celebrados em honra de Ceres se parecem em todos os aspectos com as iniciações de Heliópolis, cujos próprios gregos nunca contestaram a anterioridade. 

Ademais, seja no Egito, seja em Atenas, um conto popular deu origem ou serviu de pretexto para o estabelecimento destas solenidades religiosas.

Ora, estes dois contos parecem calcados um sobre o outro. No Egito, celebravam as peregrinações de Ísis em busca do corpo de Osíris, seu esposo, que Tifão tinha matado.

Na Grécia, os Mistérios de Ceres recordavam ao povo as marchas da deusa após o rapto de sua filha Proserpina pelo rei dos infernos.
Enfim, nos dois países, a agricultura ocupava um amplo lugar nas manifestações religiosas que precediam as iniciações.
"O povo, diz o F.. Caillot, autor dos Annales maçonniques, não via outra coisa, nas cerimônias de Elêusis, senão a história das andanças e das aventuras da deusa das colheitas. O filósofo, ao contrário, levantando uma parte do véu, queria perceber, nestas festas célebres, apenas um meio poderoso de fazer prosperar a agricultura: os sacerdotes, segundo ele, só tinham revestido estas cerimônias de uma aparência de mistérios apenas para torná-las mais augustas aos olhos do vulgar, que não considera e nem reverencia aquilo que passa os limites de seu entendimento.
Ambos se enganavam igualmente; um percebia apenas o emblema que vela o segredo dos Mistérios, e o outro, apenas uma pequena parte do fim dos grandes homens que criaram as iniciações vinte séculos antes da civilização da Grécia".
Por quem e em qual época os Mistérios do Egito foram levados à Elêusis?

Os historiadores se dividem sobre estes dois pontos. Uns nos dizem que foi Dánao que estabeleceu na Grécia o culto de Ceres. Outros, ao contrário, sustentam que a honra deve-se a Orfeu. 

Diodoro de Sicília, descartando ao mesmo tempo Orfeu e Dánao, se pronuncia em favor de Erecteu. A Grécia, diz ele, estava tomada pela fome. O Egito, tomando conhecimento disso, enviou aos habitantes infelizes deste país uma quantia de trigo considerável. Erecteu foi encarregado do transporte destas provisões. Os atenienses, agradecidos, o proclamaram rei. Ele aproveitou com isso para dotar Elêusis dos Mistérios de sua pátria.

A meu ver, a opinião mais provável é a que atribui a Triptólemo a criação destas solenidades.

Este personagem era filho de Celeu e de Metanira. 

Ceres, irritada contra os deuses que tinham autorizado Plutão de raptar sua filha, resolveu viver errante entre os homens, sob a forma de uma mortal. Um dia, ela chegou à porta de Elêusis, se deteve e sentou-se sobre uma pedra. O rei deste país, Celeus, a tendo percebido, se aproximou dela e lhe ofereceu a hospitalidade. Celeus tinha um filho, ainda criança, do nome de Triptólemo. Este jovem príncipe estava reduzido então à última extremidade por conta de uma longa insônia. Ceres depositou um beijo sobre sua fronte e lhe devolveu a saúde como por encantamento. Não contente disso, ela quis se encarregar de sua educação, se propondo, de resto, em torná-lo imortal. Para tal, ela o alimentava, de dia, com seu leite divino, e o colocava, de noite, sobre carvões ardentes para despojá-lo de tudo o que havia nele de terrestre. O menino se desenvolvia de modo tão extraordinário que Celeus e Metanira quiseram conhecer o segredo deste prodígio. Eles espiaram, assim, a conduta de Ceres. Um dia, Metanira, percebendo a deusa no momento em que ela se apressava em mergulhar seu filho no fogo, soltou um grito alto e colocou obstáculo aos desígnios que a irmã de Júpiter tinha sobre Triptólemo.

Tal é, em poucas palavras, a narração da fábula. Eis agora aquela da história.

Levado pelo desejo de se instruir, o filho de Celeus deixou a Grécia e visitou sucessivamente todos os povos civilizados cuja reputação tinha chegado até ele. Durante sua estadia no Egito ele foi admitido, como estrangeiro, na iniciação dos Mistérios. A prova de fogo abalou sua coragem. Quando, percorrendo as galerias obscuras das quais falamos, ele se viu de repente cercado de chamas, atingido de terror,   ele lançou um grito e saiu precipitadamente da fornalha ardente em que ele estava como que mergulhado.

A Fábula personificou, em Metanira, o temor da morte que Triptólemo ressentiu. Este momento de fraqueza, em o excluindo da iniciação, o privou do conhecimento dos Mistérios e da imortalidade que os sacerdotes egípcios prometiam aos seus adeptos.

Segundo as leis do qual falamos, Triptólemo não deveria mais sair das galerias em que ele tinha imprudentemente descido. Mas os líderes da Ordem, apreciando suas virtudes e as qualidades raras de sua inteligência, fizeram uma exceção em seu favor. Eles estavam, ademais, muito satisfeitos de dar à Grécia um legislador esclarecido, que a fez sair do estado de barbárie em que ela se encontrava.

Triptólemo recebeu apenas uma parte da doutrina sagrada do Egito. Mas os sacerdotes fizeram dele um agricultor sábio e apaixonado.

De retorno em seus Estados, ele dirigiu um caloroso apelo àqueles de seus súditos que estavam mais próximos de compreendê-lo e lhes ensinou a cultivar a terra. Logo a cevada e o trigo cobriram os campos desolados de seu pequeno reino.

Mas ele não se deteve aí. Ele queria fazer participar a elite de seus compatriotas nos conhecimentos filosóficos e religiosos cujos sacerdotes de Heliópolis tinham ornado seu espírito. Todavia, se conformando aos usos e costumes de seus instituidores sábios, ele submeteu os aspirantes em provas longas e árduas, não querendo depreciar, os vulgarizando, os Mistérios que lhe tinham sido revelados.

As festas de Ceres foram, a partir de então, um fato consumado.

Elêusis estava edificada no pé de uma colina, sobre os flancos da qual se elevava o templo da deusa.

Destruído uma primeira vez, o célebre edifício não tardou em sair de suas ruínas. Quando Xerxes invadiu a Grécia, ele foi de novo arrasado.

Péricles o reergueu uma segunda vez. O ilustre protetor das artes chamou tudo o que sua pátria possuía de homens notáveis, como arquitetos, escultores e estatuários.

À sua voz amada acorreram Ictinos, Mégacles, Callicrates, Coroebus, Metagenos, Aclameno, Agoracrita, Phidias e vários outros nomes menos conhecidos.

O templo de Ceres formava um retângulo longo. Seu comprimento era de trezentos e sessenta pés, e sua largura de trezentos e sete.

Ele foi construído em mármore pentélico e voltado para o Oriente. Dez colunas caneladas, tendo cada uma dez pés de diâmetro, decoravam a fachada principal e formavam um peristilo fantástico. Esta parte do edifício não pertencia ao plano que os arquitetos de Péricles tinham concebido e executado. Ele foi acrescentado por Philon à obra primitiva.

Em torno do templo reinava um vasto recinto, que muros, igualmente em mármore, escondiam aos olhos da multidão. Os iniciados nos pequenos Mistérios paravam neste lugar, enquanto que os sacerdotes preparavam todas as coisas para a última cerimônia.

O templo propriamente dito se compunha do santuário e da nave.

Esta era cercada de vários níveis de colunas extremamente notáveis.

Uma colunata separava a nave do santuário, no qual somente o hierofante tinha o direito de penetrar.

Atrás do edifício sagrado se estendiam grandes e belos jardins ornados de bosques e de fontes monumentais.

Tinham elevado aí altares e diversos edículas, destinas, provavelmente, às cerimônias cujas historiadores não falam.

"Era neste vasto recinto, diz o autor dos Annales maçonniques, que se celebravam estas festas e estes Mistérios por tanto tempo reverenciados; era aí, que cercado do que a religião pode apresentar de mais augusto, no meio dos prestígios mais iluminados, o hierofante insinuava sua voz. Intérprete da natureza, sua mão benevolente fazia cair para sempre o véu grosseiro que cobria os olhos do iniciado[1]".
Nem todos os homens tinham direito à iniciação. Durante muito tempo, era preciso ser cidadão de Atenas para participar delas. Mais tarde, admitiram os estrangeiros que se naturalizavam, ou que um ateniense consentia em adotar.

Os escravos, os medos, os persas, os criminosos, e até aqueles que tinham cometido assassinato sem o querer eram rigorosamente excluídos delas.

Estes últimos, contudo, acabaram por serem admitidos após serem purificados.

Celebravam-se os grandes Mistérios durante o mês de Boëdromion, que corresponde ao nosso mês de setembro. Os pequenos Mistérios eram fixados no mês de fevereiro.

Estes últimos ocorriam não distante de Atenas, nas margens do Ilissus, e eram principalmente consagrados à Proserpina.

Aí eles se preparavam por jejuns rigorosos, assim como se praticava no Egito.

Quando o recipiendário chegava ao fim desta prova, o Hydranos o mergulhava nas águas do Illissus. Eles o faziam em seguida passar através das chamas.

Terminadas enfim diversas cerimônias místicas, após as quais o neófito, coroado de murta, colocava seu pé nu sobre a pele sangrenta das vítimas e jurava em não revelar a ninguém os segredos que lhe foram confiados ou que lhe confiariam em seguida.

Quando a atitude do iniciado era satisfatória, e que nada se opunha a que ele fosse admitido nos grandes Mistérios, eles lhe faziam comer frutos guardados em um vaso chamado tambour. Ele bebia em seguida de um licor conhecido sob o nome de cicéon e composto de vinho, de água, de mel e de farinha. Os iniciados chamavam cymbale o vaso que o continha.

Os grandes Mistérios eram precedidos, como os pequenos, de jejuns, de purificações, de votos e de sacrifícios. Durante o tempo destas provações, davam aos candidatos uma noção vaga do que eles deveriam aprender no dia da iniciação. Um ano corria sempre entre os grandes e os pequenos Mistérios.

Eu creio útil, antes de prosseguir esta narração, de apresentar aos meus leitores os sacerdotes de Ceres, cuja missão era de presidir nos Mistérios e de instruir os iniciados.

O hierofante, ou chefe supremo do sacerdócio, gozava do maior prestígio. Ele representava o criador do universo. Esta função era hereditária na família de Eumolpo, filho de Netuno e de Khione. Insinua-se que o hierofante deveria observar um celibato rigoroso. Os historiadores acrescentam que, para apagar nele o fogo da concupiscência, ele recorria ao uso externo da cicuta.

Após o hierofante, vinha o Dadouque (sic), ou chefe dos Lampadophoros. Sua principal função consistia em carregar a chama sagrada. Um sol de ouro brilhava sobre seu peito. Seus cabelos eram dispostos em forma de diadema. Ele caminhava na liderança dosLampadophoros, ou Porta-luzes.

hieroceryco, ou arauto sagrado, ocupava o terceiro nível. Ele afastava os profanos, convidava os recipiendários a guardar o silêncio, ou a só pronunciar palavras convenientes, e recitava as fórmulas sacramentais. Ele vestia uma veste semelhante com aquela que os poetas dão a Mercúrio.

O quarto ministro da deusa boa, na ordem hierárquica, era o Epibomo, ou assistente do altar. Ele carregava um crescente de prata sobre a fronte e ajudava o hierofante nas diversas funções de seu ministério.

Eu creio útil observar aqui, com o F.. Caillot, que os emblemas dos ministros da primeira ordem não diferiam quase daqueles que a Franco Maçonaria adotou.

"Assim, diz este autor, o hierofante, revestido dos ornamentos da divindade suprema, é representado nas Lojas pelo Mestre, cujo emblema é a estrela flamejante, no centro da qual se encontra a letra jod, mónada exprimindo o ser incriado, o fundamento de todas as coisas, o Demiurgo dos gregos. O sol e a lua, símbolos do Dadouque e do Epibomo, foram consagrados aos primeiros e segundos vigias; também estes chefes são chamados luzes.
Do Hieroceryco, arauto sagrado, fizemos o orador. É inútil recordar que a eloquência era uma das principais atribuições de Mercúrio, do qual o Hierocerycocarregava o caduceu"[2].
Após os quatro ministros dos quais acabo de falar, havia o Hydranos, que purificava os recipiendários, segundo o cerimonial egípcio.

Citaria ainda, temendo não deixar esta enumeração incompleta, o Hieraule. Segundo o que tudo indica, a direção dos coros e da música instrumental lhe era confiada.

Lichnophoro carregava a joeira mística. Os Spondaphoros se ocupavam das libações. OsCamnéphoros e os Coenéphoros eram encarregados dos cestos sagrados e outros objetos de culto empregados nas iniciações.

Quando os aspirantes tinham sido admitidos nos pequenos Mistérios, eles carregavam o nome de mystos. Era-lhes permito de penetrar no primeiro vestíbulo do templo.

As festas de Elêusis duravam nove dias.

O primeiro dia se chamava Agyrmos ou dia da assembleia, porque faziam a chamada, neste dia, dos mystos ou iniciados aos pequenos Mistérios que queriam ser admitidos nos grandes.

O segundo dia era designado sob o nome de Haladê mystae (no mar dos iniciados). Aqui começava a preparação, de algum modo imediata, para a grande iniciação. Os aspirantes, arranjados em duas filas, se dirigiam às margens do mar e se purificavam por longas abluções várias vezes repetidas. Eles deveriam jejuar até a noite. Então, eles tomavam nocysto sagrado sésamo e bolos de diferentes tipos. Os cystos eram cestos feitos em vime ou em bronze, nos quais colocavam, de ordinário, biscoitos chamados pirâmides, por causa da forma que eles tinham, sésamo, lã trabalhada,  tortas, grãos de sal, uma cobra, romãs, heras, bolos, papoilas e o falo místico.

O terceiro dia tinha o nome de Calathé, ou, segundo diversos autores, es léchê mystae (no leito dos iniciados), por causa da cerimônias que o terminava. Imolavam, inicialmente, à Ceres, o peixe chamado mulet. O mulet era consagrado à esta deusa, segundo uns, porque ele ... (n.d.t.: a palavra está ininteligível) três vezes ao ano, e, segundo outros, porque ele destruía o lebre marinho, que é funesto ao homem. Ofereciam ainda à Ceres uns bolos de farinha de cevada, em lembrança da primeira colheita que os campos do Ático ofereciam outrora aos compatriotas de Triptólemo.

Durante a segunda parte do dia, erguiam, no templo, o leito nupcial, em lembrança do rapto de Proserpina pelo deus dos infernos. Cada mulher, fazendo parte da cerimônia, tinha o seu cercado de pequenas faixas de cor púrpura. Os homens repetiam, para imitar Plutão: Eu me insinuei no leito. Os primeiros autores do cristianismo que falaram dos Mistérios de Elêusis afirmavam que os iniciados incentivaram muito além este tipo de imitação. Alguns autores profanos confessam, por sua vez, que os escândalos dos quais o templo foi o palco em certas épocas contribuíram para depreciar os Mistérios.

No quarto dia, faziam a procissão do calathus, espécie de vaso de barro que os latinos chamavam quasillum. O calathus tinha uma abertura ampla. Plínio o comparou com uma flor de lis. Colocavam aí papoilas brancas, ervilhas, cevada, trigo, rebento de plantas, lentilhas, fava, aveia, figos secos, mel, óleo, vinho, leite, lã que não tinha sido lavada e uma faca de sacrificador. O calathus era então o símbolo da fecundidade.

Eles o colocavam sobre um carro ricamente decorado e puxado por bois. Mulheres o seguiam carregando cystos ornados de faixas.

Esta procissão se fazia em memória das flores que Proserpina tinha colhido em sua chegada aos infernos. Os grãos de romã que continham os cystos sagrados recordavam aqueles que a deusa tinha comido nos jardins de seu esposo infernal. As papoilas brancas eram uma alusão ao sono no qual foi mergulhada a filha de Ceres, após ter experimentado esta flor. A procissão terminada, os iniciados dos dois sexos se entregavam à dança, ao redor do poço Callichore, sobre o parapeito do qual eles não deveriam repousar, por respeito pela boa deusa que tinha aí se assentado outrora.

O quinto dia era conhecido sob a denominação de Lampadéphoria. Os iniciados, com uma tocha em mãos, desfilavam silenciosamente em torno do templo. Em sua entrada no edifício, eles faziam passar suas chamas àquele que caminha na liderança do cortejo. Esta cerimônia era uma alusão às andanças de Ceres em volta do Etna, quando ela percorria, à noite, os flancos da montanha, na esperança de aí reencontrar sua filha desaparecida.

O sexto dia se chamava Iacchos, porque ele era consagrado completamente a Iacchus, ou Bacchus, filho de Ceres e de Júpiter. Transportavam solenemente a estátua do deus de Atenas à Elêusis. Esta estátua carregava uma chama na mão e tinha sobre a cabeça uma coroa de murta. Ela era seguida da joeira mística, do calathus e da imagem alegórica da fecundidade. Sacerdotes disfarçados de mulheres e a multidão dos iniciados escoltavam osPhallaphoros, dançando e cantando hinos em honra de Iacchus.

A procissão seguia uma estrada pavimentada de lajes largas e conhecida sob o nome deVia sagrada. Esta estrada era margeada de numerosos monumentos. Ainda que a distância que separava Atenas e Elêusis fosse de apenas quatro léguas, o cortejo não aplicava menos de um dia e meio para fazer o trajeto.

No sétimo dia, chamado Géphyrismo, ou passagem, atravessavam uma ponte ao redor da qual os curiosos se reuniam comumente, a fim de ver o desfile. Os espectadores não se contentavam em admirar. Eles tomavam parte na cerimônia oprimindo os iniciados com sarcasmos de mau gosto e injúrias grosseiras. O uso pretendia que estes últimos respondessem sobre o mesmo tom. Esta parte do programa faltava em gravidade, mas tinha sua razão de ser, pois ela recordava um episódio da vida de Ceres.

Após este incidente um pouco tumultuoso, o cortejo fazia uma parada ao redor da figueira sagrada, para honrar o descanso que a deusa tinha tomado sob esta árvore, na época de suas peregrinações. Depois ocorriam as corridas de touros, cujo prêmio consistia em uma medida de cevada.

No dia precedente, o Arconte-rei e os Epimenètos tinham oferecido um sacrifício solene para a prosperidade da República.

Os recipiendários, após algumas cerimônias secretas, cujos detalhes não chegaram até nós, eram introduzidos no vestíbulo.

hierocéryco, elevando então a voz, exclamava: "Que os profanos, os ímpios e aqueles cuja alma está manchada de algum crime saíam daqui!" Aquele que tinha a infelicidade de infringir esta ordem era punido com a morte.

Colocavam uma coroa de murta sobre a cabeça dos iniciados, ao mesmo tempo em que os submetiam em novas purificações.

Eles renovavam em seguida o juramento que eles já tinham feito de guardar um segredo inviolável sobre as coisas que lhes seriam reveladas.

Quando todas estas formalidades preparatórias estavam terminadas, o Hierocéryco, tomando novamente a palavra, dirigia aos aspirantes diversas questões, e esta aqui entre outras: "Comestes do fruto de Ceres?" Cada iniciado respondia: "Não, eu comi do tambour, eu bebi da cymbale, eu vesti o kernos, eu me insinuei no leito". Estas palavras significavam que o adepto tinha sido recebido nos pequenos Mistérios. Pela resposta seguinte, ele insinuava ao sacerdote que ele tinha seguido exatamente as cerimônias preparatórias à grande iniciação: "Eu jejuei, eu bebi o cycéon, eu tomei da cista, eu coloquei no calathus, após ter trabalhado, eu recoloquei do calathus na cista".

Após estas respostas os iniciados eram admitidos no recinto sagrado.

Os recipiendários se despojavam de suas vestes e as substituíam por uma pele de animal selvagem. Depois eles os mergulhavam na escuridão.

Barulhos vagos eram ouvidos. Logo um silêncio profundo sucedia a estes rumores e lançava o recipiendário em alternativas de confiança e de temor. Após alguns minutos um longo rugido, parecido com aquele de vários leões, ressoava no fundo do edifício. O templo tremia, clarões sulcavam as trevas e deixavam ver ao iniciado figuras medonhas e ameaçadoras. Em seguida, as portas se abriam, giravam em suas dobradiças com estrondos assustadores. A calma parecia se restabelecer, mas era uma calma enganadora. A tempestade se desencadeava uma segunda vez com uma violência extrema. O raio caia aos pés do iniciado, que percebia diante de si, deslumbrante de claridade, a estátua de Ceres. Mal ele contemplava a figura sorridente da deusa, e as trevas o envolviam novamente, só diminuindo em intervalos para deixar ver, errantes aqui e ali, fantasmas assustadores.

Uma mão invisível agarrava de repente o recipiendário e o arrastava para uma região de fogo. O Tártaro, com todos seus horrores, se mostrava aos seus olhares. Aqui, as fúrias vingadoras atormentavam os infelizes cujas vidas tinham sido criminosas. Ali, sombras rolavam desesperadas nas torrentes de enxofre e de betume. Mais adiante, o Tripo Hécate e as divindades infernais apareciam sobre seus tronos de ébano. Gritos de desesperança, entrecortados de gemidos e blasfêmias, perturbavam o silêncio destes lugares.

O guia misterioso que tinha conduzido até às portas do inferno o recipiendário aterrorizado o reconduzia de volta ao templo, onde se mostrava uma segunda vez a estátua de Eleusina.

Penetravam em seguida no Eliseu, passando pelo santuário entreaberto.

Aqui, o espetáculo mudava. Longas alamedas de palmeiras se desenrolavam diante do iniciado. Ele via, de todos os lados, relvas cobertas de flores, cascatas cujas águas se precipitavam em espuma, e formavam tantos regatos que se espalhavam nestes lugares encantados uma doce frescura. Na folhagem das árvores gorjeios de numerosas aves, felizes por saudar os primeiros clarões do dia. A estas harmonias da natureza sucediam cantos melodiosos, aos quais se misturam logo os acordes da música instrumental.

Os ministros do templo se aproximam então do novo adepto, o revestiam de uma túnica branca, o coroavam de flores e o apresentavam à multidão dos iniciados.

No mesmo instante, o grande sacerdote aparecia sobre seu trono, a fronte cingida de uma diadema. Os assistentes, os olhos voltados para ele, esperavam silenciosos. O hierofante estendia os braços e pronunciava esta oração com uma voz solene:

"Deusa Ísis, os poderes celestes vos adoram e o inferno vos teme. A senhora move o universo, governa o mundo e tudo o que vive reconhece e confessa vosso poder".
Depois, se voltando rumo aos adeptos, ele continuava nestes termos:
"E vós, que tendes a honra de ser admitido em nossos Mistérios, atentem, pois eu tenho verdades importantes para vos revelar... Considerem a natureza divina, contemplem-na sem cessar. Regulem vosso espírito e vosso coração, e admirem o mestre do universo. Ele é um e ninguém o criou. É a ele que todos os seres devem sua existência. Invisível aos olhos dos mortais, ele vê todas as coisas".
Encontramos aqui o dogma da unidade de Deus. Este ponto da doutrina de Elêusis era revelado à multidão dos iniciados? Tudo leva a crer o contrário.

O mesmo não ocorria com o dogma da imortalidade da alma. O dogma das penas e das recompensas fazia parte do ensino que os sacerdotes de Ceres davam aos seus adeptos. Todavia, ao julgar pelo que os autores antigos escreveram sobre este assunto, o fundo da doutrina sagrada de Elêusis era apenas uma espécie de panteísmo ornamentado de metempsicose.

Segundo Isócrates[3], os iniciados se asseguravam de doces esperanças no momento de sua morte. Cícero escreveu, por sua vez, no livro Iº da Natureza dos deuses, que quando os Mistérios de Elêusis eram levados ao seu verdadeiro sentido, percebia-se que o fim das iniciações era de ensinar aos homens verdades úteis, que ensinavam a viver felizes e a morrer na esperança de uma vida melhor.
Sabemos, na realidade, poucas coisas sobre o conjunto das doutrinas ensinadas pelos sacerdotes de Ceres, seja porque o segredo tenha sido escrupulosamente guardado pelos adeptos, seja porque os Mistérios de Elêusis consistiam principalmente em manifestações religiosas. Esta última hipótese me parece mais verdadeira. Ela é, ademais, comumente adotada. 

Aqueles de meus leitores que seriam tentados em crer que eu fiz das últimas provas, às quais os aspirantes eram submetidos, um quadro fantasioso ou exagerado, poderão se convencer do contrário lendo esta passagem de Themistius, que Stobaeus nos conservou[4]:
"O homem, no momento de deixar a vida, experimenta os mesmos terrores que quando ele vai ser iniciado. As palavras parecem responder às palavras, como as coisas parecem responder às coisas. Morrer e participar, na iniciação, são expressadas por palavras quase semelhantes. O iniciado é, inicialmente, cercado de ilusões e de incertezas. Assustado, ele caminha através das trevas mais profundas; ele chega, enfim, nas portas da morte, nos confins da iniciação. É aí que tudo é medonho, terrível, desagradável; mas logo todos esses objetos assustadores desaparecem. Prados embelezados com mil flores brilham com uma luz divina; hinos e cânticos encantam todos seus sentidos. Recebido nestas planícies joviais por espetros santos e sagrados, ele é iniciado; doravante ele é livre. Coroado de flores, ele percorre os Campos Elísios, se aproxima dos iniciados e celebra com eles as santas Orgias".
O oitavo dia das festas de Elêusis levava o nome de Epidário. Ele era reservado àqueles que não tinham podido participar nos Mistérios nos dias precedentes. Contam que Esculápio, deus da medicina, tendo vindo ao templo de Ceres para se iniciar, chegou atrasado. Mas os sacerdotes, por consideração para com sua pessoa e a ciência que ele professava, consentiram em renovar em seu favor a cerimônia da iniciação. É em memória deste acontecimento que o oitavo dia foi chamado Epidário, de Epidauro, pátria de Esculápio, e consagrado completamente à recepção dos retardatários.

No nono dia, que os gregos chamavam Plemochoë, faziam ao deus libações e sacrifícios de ações de graças. 

Os sacerdotes enchiam dois vasos de vinho, e os colocavam, um no Oriente, e o outro no Ocidente. Depois, eles murmuravam algumas fórmulas misteriosas que não chegaram até nós. Isto feito, eles derramavam o vinho em duas aberturas que eles tinham aplicado no solo e pronunciavam as seguintes palavras:
"Possamos nós irrigar, sob bons auspícios, as entranhas da terra com este líquido!"
Assim que as festas de Elêusis terminavam, o Senado sagrado se reunia, sob a presidência dos sacerdotes, no Eleusinium, em Atenas, a fim de julgar os crimes e delitos que tinham sido cometidos contra os Mistérios.

Poucos tribunais foram tão severos quanto aquele. A violação do segredo, por mais leve que fosse, era punida com a morte.

Nem a ciência, nem os serviços prestados, nem a virtude em si colocavam a salvo de seus decretos. 

Os Eumolpidos pareciam se ocupar de atingir vítimas ilustres. Dizem que eles receavam, por sua influência, os prestígios que o mérito exerce comumente sobre o espírito das populações. Diagoras, o pai da tragédia, teve de deixar a Grécia e buscar refúgio no exterior. Alcibiade, condenado à morte, só pôde escapar da sentença que o atingia indo para junto dos espartanos. Aristóteles, por sua vez, tomou o caminho do exílio e se retirou em Chalcis. O próprio Sócrates só se viu condenado à morte porque os Eumolpidos o acusaram de ter falado com pouco respeito dos Mistérios do Elêusis.

Qual era então esta doutrina secreta à qual não se podia tocar?

Os autores se dividem sobre este ponto. O que importa notar, inicialmente, é que os iniciados, em Elêusis como no Egito, se compunham de duas classes perfeitamente distintas: os iniciados do primeiro grau e os iniciados do segundo grau. Somente estes últimos tinham uma noção exata das doutrinas sacerdotais. A multidão dos adeptos não conhecia quase nada dos Mistérios. Os sacerdotes se limitavam em fazê-los entrever através de uma multidão de alegorias.

De Sainte-Croix, em suas Recherches historiques e critiques sur les mystères du paganisme, afirma que, na origem, as festas de Elêusis se resumiam em simples lustrações. 
"Na sequência, acrescentaram, diz ele, uma doutrina secreta, onde só interessaram os serviços prestados pelos líderes das colônias estrangeiras e os primeiros legisladores, tais como o estabelecimento das leis, a descoberta da agricultura e a introdução de um novo culto religioso. Ameaçando os profanos com as punições da outra vida, eles asseguravam aos iniciados de aí gozar de uma felicidade eterna e de uma precedência lisonjeira[5]".
Court de Gébelin emite uma opinião muito parecida àquela de Sainte-Croix. Eis como ele se expressa:
"Instituídos em um país agrícola, eles (os Mistérios) o foram para dar graças à divindade dos bens dos quais ela os cobria... Eles tiveram, ao mesmo tempo, por objeto, ensinar aos homens a fazer bom uso destes bens, a merecer, por isso, novos benefícios da parte da divindade, a evitar, sobretudo, os castigos que esperam os maus depois desta vida. Via-se aí, enfim, um recurso admirável para unir todo o povo pelos laços mais estreitos da amizade e da concórdia, e para lhe fazer idolatrar sua pátria[6]".
Leclerc de Sept-Chênes me parece ter exposto, de um modo tão exato quanto preciso, as características da doutrina secreta ensinada aos adeptos do segundo grau. 
"Os Mistérios, segundo ele, tinham sido instituídos para dar aos iniciados o conhecimento do Ser Supremo e a explicação das diversas fábulas atribuídas aos deuses que o representavam. A doutrina de uma providência, o dogma da imortalidade da alma e aquele das penas e das recompensas futuras; a história do estabelecimento das sociedades, assim como a invenção das artes, entre as quais a agricultura sustentava o primeiro lugar, tendiam a inspirar o amor da justiça, da humanidade e todas as virtudes patrióticas, ao mesmo tempo em que elas uniam aos preceitos da moral mais pura o amor das verdades mais importantes. 
Longe de destruir o politeísmo no sentido em que esta palavra deve ser tomado, os Mistérios, acrescenta o mesmo autor, tendiam apenas em estabelecê-lo; mas eles o restringiam em seus verdadeiros limites;  eles o certificavam, sobretudo, dos desvios da imaginação; e, após ter explicado o que era preciso entender por esta multidão de deuses ofertados à veneração pública, eles remontavam até a inteligência suprema que os compreende todos, e da qual eles eram, cada um, apenas uma emanação[7]".
De tudo o que precede, resulta que os gregos tinham cercado suas iniciações de muita solenidade, enquanto que os egípcios se limitavam em exigir dos iniciados umas provas longas e penosas. Os primeiros se ligavam em atingir a imaginação da multidão, e os segundos, em ornar o espírito de seus adeptos de conhecimentos úteis. 

Os filósofos gregos, dos quais a reputação chegou até nós, tinham tirado sua ciência no Egito e não em Elêusis. Alguns mesmo, entre os quais encontramos Sócrates, não quiseram se iniciar nos Mistérios de Ceres.

Pitágoras, que colocam, com razão, acima dos outros sábios da Grécia, pela extensão de seus conhecimentos e pela profundeza de seu gênio, era um aluno dos sacerdotes egípcios e dos magos da Pérsia. Não somente ele professou a doutrina de seus antigos mestres, mas ele obrigou seus discípulos a viver do modo claustral dos grandes iniciados de Heliópolis. Sua escola formava uma comunidade cujos membros não conservavam nenhuma relação com seus semelhantes. Cada um deles se condenava a não possuir nada como seu, e se preparavam ao estudo das ciências por um silêncio de cinco anos. Somente os adeptos que chamavam a atenção por sua inteligência excepcional eram autorizados a falar depois de dois anos de provações.

A doutrina pública de Pitágoras dizia respeito unicamente aos costumes. Ele a ensinava a todos aqueles que estavam aptos a compreendê-la, e reservava sua doutrina secreta para seus discípulos de predileção. 

Os iniciados que não podiam se sujeitar às exigências da regra eram livres para voltar ao mundo. Mas, a partir deste momento, eles os consideravam como mortos, e a comunidade celebrava seus funerais. 

Pitágoras não tendo jamais escrito, é difícil se fazer uma ideia exata de seus princípios filosóficos, senão pelas obras de seus alunos.

Como os sacerdotes egípcios, ele se entregou ao estudo das matemáticas, da geometria e da astronomia. Sozinho, entre os sábios da Grécia, ele ensinou a seus alunos o movimento da terra em torno do sol. Ele devia, já vimos, o conhecimento desta verdade a seus iniciadores das margens do Nilo.

Pitágoras professava a unidade de Deus.

Ele dizia que a mônada (unidade) é o princípio de tudo. Depois ele acrescentava: a diade, ou o número dois, significa a matéria, que é composta e pode se decompor, enquanto que a mônada permanece inalterável. A diade e a mônada engendram a triade, ou número três. Atriade forma a mais santa das combinações de números.

Eis de que modo, dizem, ele definia Deus:
"Um espírito que se espalha e penetra em toda a natureza, e do qual nossas almas são extraídas".
É isso que Pitágoras ensinava sobre a divindade? Seus discípulos não alteraram sua doutrina com o intuito de torná-la mais acessível à razão humana? Pode-se supor, sem injuriar sua inteligência, que ele tinha admitido uma trindade que seria ao mesmo tempo espírito e matéria? A mônada e a diade, ou, se preferirmos, o espírito e a matéria, se unindo para engendrar a tríade, e, formando, após esta geração misteriosa, o universo do que existe, constitui, na minha opinião, uma monstruosidade metafísica cujos sacerdotes egípcios não se tornaram culpáveis. Temos então de admitir, ou que Pitágoras alterou sua doutrina, se, todavia, ele a conheceu, ou que seus discípulos a compreenderam e interpretaram errado.

Os pitagóricos acreditam na espiritualidade e na imortalidade da alma; mas há entre eles, a propósito destas duas verdades, tais divergências de opinião, que é difícil saber qual foi o pensamento do mestre. Uns sustentam que as almas humanas se compõem de partículas desprendidas do éter quente e do éter frio; outros, que toda sua substância era aérea. Estes aqui afirmavam que a alma é de mesma natureza que a divindade, visto que ela emana dela; aqueles acreditavam que ela era engendrada como o corpo e ao mesmo tempo em que ele.

Os discípulos de Pitágoras professavam a metempsicose. Parece que, sobre este ponto, seu ensinamento não diferia daquele do mestre: o que prova, uma vez mais, que os sacerdotes do Egito tinham limitado a iniciá-lo como estrangeiro.

Os gregos admitiam as mulheres na iniciação; mas tudo se limitava, para elas, em uma cerimônia religiosa. Sacerdotisas, conhecidas sob o nome de Melissas, de Thasiadas,Hierofantidas ou Profantidas, tinham por missão de iniciá-las nos Mistérios de seu sexo, que não eram outros senão os pequenos Mistérios. Os sacerdotes não intervinham nesta iniciação, visto que as adeptas eram obrigadas a aparecerem nuas.
"As festas misteriosas celebradas pelas mulheres, diz o autor dos Annales maçonniques, lhes pertenciam exclusivamente. Uma lei, em vigor entre os gregos e os romanos, condenava à morte, ou ao menos à perda da visão, o homem surpreendido em seus templos durante estas solenidades.
Pode-se concluir, talvez, de tudo o que acabamos de dizer, que as mulheres não eram admitidas na verdadeira iniciação; exclusão que elas partilhavam com a maioria daqueles a quem sinais, fórmulas e cerimônias vãs tinham persuadido de que eles possuíam o segredo dos Mistérios Eleusianos. Deixo aos verdadeiros maçons o cuidado de pesar esta última circunstância; somente eles podem sentir esta nova relação entre as iniciações antigas e aquelas que lhes sucederam. 
Eu o repito, os ritos tesmoforianos, aqueles da Boa-Deusa, eram apenas festas religiosas mais ou menos agradáveis, semelhantes de algum modo com nossa Maçonaria de adoção. O número cinco repetido várias vezes, e que parece particularmente consagrado aos tesmofórios, é uma relação a mais entre os Mistérios dos gregos e esta instituição encantadora, da qual teríamos tirado a ideia, ... para conceber o pensamento de se aproximar continuamente do sexo mais amável[8]".
O F.. Caillot se engana, quando ele supõe que a iniciação dos homens e a iniciação das mulheres constituíam duas cerimônias completamente distintas. Eis a prova disso: No terceiro dia dos Eleusinios, os adeptos que pertenciam ao sexo mais amável, segundo a expressão deste escritor galante, erguiam no templo o leito nupcial, enquanto que os homens repetiam: "Eu me insinuei no leito". No quinto e no sexto dia, vemos as sacerdotisas, acompanhadas de mulheres e de moças, constar, seja na procissão das chamas, seja na de Iacchus. As cerimônias só se tornavam realmente distintas no momento da iniciação, durante a noite do sétimo e do oitavo dia. Para justificar a separação dos dois sexos, os sacerdotes alegavam o estado de nudez no qual os adeptos deveriam aparecer, antes de poder penetrar na parte do templo reservada aos eleitos. Nos oitavo e nono dias, tudo se tornava comum.

Eu creio ter resumido de um modo exato as informações que os historiadores nos dão sobre os Mistérios de Elêusis, os únicos que podemos aproximar com certeza das iniciações egípcias.

Limitei-me a narrar, afim que meus leitores não sejam expostos a perder de vista o encadeamento dos fatos. 



LEIA TAMBÉM:



La Franc-Maçonnerie, histoire authentique des sociétes secrètes, depuis les temps les plus reculés jusqu'à nos jours. Leur rôle politique, religieux et social, par un ancien Rose-Croix. 2º ed. Bloud et Barral, Paris.


[1] Caillot, Annales maçonniques.
[2] Caillot, Annales maçonniques, t. I, p. 41.
[3] Isócrates, Panegyriques.
[4] Stobaeus, Sententiae et Eclogae. Gozttingue.
[5] Caillot, Annales maçonniques, t. II, p. 53 e 54.
[6] C. de Gébelin, Monde primitif, analysé et comparé avec le monde moderne, Paris, 1776.
[7] Leclerc de Sept-Chênes, Histoire de la Religion grecque, Genève, 1788.
[8] Caillot, Annales maçonniques, t. I, p. 46, 47 e 48.



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ORIGENS FANTASIOSAS DA MAÇONARIA - AS INICIAÇÕES NOS MISTÉRIOS DE ELÊUSIS

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