Joseph Ratzinger – Cristianismo e Moralidade

Sobre a flagrante superioridade moral dos personagens não-cristãos sobre os Patriarcas da fé: “Negar o ‘escândalo’ não faria aqui nenhum sentido. Antes, é justamente isso que possibilita o acesso para uma apreciação adequada da história das religiões: Abraão, Isaac e Jacó não são realmente ‘grandes personagens religiosas’. Deixar isso de lado seria deixar de lado o impulso que conduz ao caráter único e peculiar que a revelação bíblica possui. Esse caráter peculiar e totalmente diferente consiste no fato de que, na Bíblia, Deus não é contemplado, como ocorre com os grandes místicos, mas experimentado como o atuante que, além disso, para os olhos exteriores e interiores, permanece na obscuridade. E isso, por outro lado, acontece por que o homem aqui não atravessa as diversas camadas de seu ser e descobre Deus, em seu lugar próprio, no mais íntimo e espiritual, proém prevalece o contrário: Deus procura o homem no meio do mundo e das atividades mundanas e terranas, vai atrás do homem, entra em relação com ele”.

Fonte: RATZINGER, Joseph. Fé, Verdade e Tolerância. São Paulo: Inst. Bras. de Filosofia e Ciência Raimundo Lúlio, 2007, p. 41.

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