Minha unha encravada

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As notícias são bizarras: mulher gasta fortuna para tornar-se a Barbie ucraniana, homem americano quer tornar-se o par da Barbie, o Ken. Ambos submetem o corpo a transformações e mudanças bizarras. E não é exceção. Pode-se encontrar relatos parecidos de uma Barbie inglesa, um Ken europeu em outros anos, mas com o mesmo espírito: a busca do impossível. E na luta por uma perfeição física inalcançável, virtudes humanas são sumariamente esquecidas. Nesse caso concreto, o "Ken" norte-americano é um troglodita, segundo a "Barbie" do leste europeu.

Bizarríssimo!!

Não sei se os leitores concordam, mas diante dessas notícias, me sinto feliz assim, meio fora de esquadro. Sim, gostaria de ter uns 15 centímetros a mais; sim, gostaria de ter uma voz mais grave (muitas vezes faz riso um pigmeu e sua vozinha fraca pedindo silêncio para gigantes de vozeirão). Mas sinceramente essa beleza artificial, impossível naturalmente, essa beleza invejosa não me agrada nem me atrai. E mais importante: um olhar espiritual não pode deixar de ouvir aqui um sussurro antigo, muito antigo.

Muito bizarríssimo!!!

Esse sussurro é na verdade um eco, um eco daquele diálogo pré-lapsário: "sereis como deuses, sereis perfeitos… Nenhum mal, nenhuma imperfeição, nenhuma dor poderá lhes acometer". Esses jovens não foram suficientemente maduros para reconhecer no cheiro de formol e silicone os fedores infernais. Não é possível servir a dois senhores! Senhor, obrigado, muito obrigado pela minha língua presa, meu dente encavalado e minha unha encravada.


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